CAPÍTULO UM ─ CONFISSÃO

-Terminei de organizar os documentos que me pediu, tio.- Joan falou, entregando uma pilha de papéis para Vaegon. Sem olhar diretamente para a garota, ele recebeu a pilha, a deixando em sua mesa de trabalho.

-Tenho mais uma tarefa para você, se tiver interesse.- falou, pegando uma carta que estava separada das outras pilhas.- Há um homem que está no leito de morte e ele requisitou a visita de alguém que pudesse escrever uma carta para ele antes de morrer. Ele não explicou o motivo desse pedido, mas imagino que ao chegar lá, descubra.

-Farei o que deseja.- respondi.- Quando devo partir?

-O mais rápido possível.- Vaegon respondeu, entregando uma bolsa para a jovem.- Aqui está o que precisa para essa tarefa.

-Obrigada.- Joan já estava na porta, pronta para partir quando ouviu a voz de seu tio mais uma vez, bem baixa.

-Tome cuidado.

-Eu terei.

Assim que Joan desceu do cavalo, dois guardas se aproximaram. Ela puxou a carta da bolsa que carregava e entregou para quem estava mais perto.

-É a enviada da Cidadela.- o guarda falou.- Me acompanhe. A levarei até os aposentos do lorde.- os dois seguiram por um jardim e depois por um longo corredor. Depois de subir três lances de escada, Joan finalmente chegou ao lugar em que precisava.- Meu lorde, a garota da Cidadela acaba de chegar.

-Deixe ela entrar.- uma voz falou. O guarda abriu as portas e sinalizou para que Joan entrasse.

-Lorde...- olhou para a carta, procurando pelo nome.- Ewen Florent?

-Sou eu. Está aqui para anotar minha confissão.- apontou para uma pequena mesa ao lado da cama.- Use aquela mesa, será melhor do que não ter apoio.

-Obrigada.- tirou da bolsa os materiais que o tio havia lhe entregado.- Então, posso começar?

-Sim.- o homem respirou fundo antes de começar. O que ele estava prestes a contar não era algo simples.- Fui contratado para matar o príncipe Aegon quando ele era uma criança.- por pouco, Joan não derrubou o lápis no chão. Ela não esperava que a confissão do lorde começasse assim.- Mas não tive coragem de matar uma criança. Sabia que se deixasse o garoto onde estava, alguma hora ele encontraria seu fim. Por isso, ordenei a um dos meus guardas para levar o garoto para longe e criá-lo como seu filho.

-Lorde Florent... Me perdoe por me intrometer nisso, mas por que não contou tudo para o rei?

-Não podia. A pessoa que me contratou... é uma pessoa importante. Tudo se voltaria contra mim no final.

-Ah sim.- Joan falou.- E acha que agora pode revelar a localização do príncipe? O perigo já passou?

-Na verdade, não. Mas não posso morrer sem revelar a verdade. Estou arriscando muito.

-É um bom homem, Lorde Florent.- falou.- O que mais preciso escrever?

-Só isso.- falou, se levantando da cama com dificuldade. Joan correu para ajudá-lo, deixando que ele se apoiasse nela.- Garota... Preciso que abra o baú que está na frente da janela e pegue o pequeno frasco escondido embaixo das roupas.

-Está bem.- após ajudar o homem a se deitar novamente, Joan fez o que ele pediu.- Aqui está.

-Ótimo. Antes de ir embora, preciso que faça mais uma coisa. Avise ao primeiro guarda que encontrar que o lorde acaba de morrer e vá embora.

-Mas... Lorde Florent, não me diga que esse pequeno vidro...

-Sim, ele contém veneno.- Joan se calou ao ouvir essas palavras. Ela não podia protestar. Só era capaz de fazer o que o homem havia lhe pedido. Depois de alguns segundos, ela se levantou e saiu do quarto.

-O lorde está morto.- falou com um guarda antes de pegar o caminho de volta para a Cidadela. No que ela havia se metido?

-Sua visita ao lorde Florent foi rápida, Joan. O que aconteceu?- Vaegon perguntou. Joan ainda estava processando o que havia acontecido, então em vez de encontrar força para falar, ela apenas entregou a confissão do lorde para o tio. Depois de ler o que estava escrito, ele olhou para a garota à sua frente.- Isso é verdade?

-Sim.- falou em voz baixa.- Eu não sei o que fazer, tio. Não sei como reagir.

-Ficará tudo bem... Joan. Nós resolveremos isso.

-Só você para me confortar, tio. Não sei o que faria sem você.

-Nem eu, Joan. Nem eu.

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