𝟬𝟴
Com tanto álcool presente em minhas veias, chegava a ser difícil me concentrar em continuar parecendo sensual.
Eu tinha que tentar de qualquer maneira, me vingar de Suna era mais importante. Ele já jogou comigo duas vezes, ele não poderia passar a vida incitando garotas inocentes como eu e deixando-as querendo mais.
Correto?
Eu viro minhas costas para dar a ele uma boa visão do meu corpo; Não tenho um corpo espetacular, mas tenho uma boa figura. O suor começa a escorrer pelo decote do meu vestido, pela testa e pelos lados do rosto. A sede aparece quase imediatamente, fazendo-me lamber os lábios secos com mais frequência.
Eu não sei quanto tempo faz, mas quando eu volto a olhar para Suna, ele se foi. Meu coração dispara ainda mais quando passo a procurar por ele em todos os lugares. Para onde ele foi?
Ele desceu as escadas e veio atrás de mim? O que devo fazer nesse caso?
Eu elaborei meu plano de sedução tanto assim? Maldita [Nome], sempre jogando jogos que não pode ganhar. Determinada com a possível onda embriagada, volto para a escada onde está o guarda múmia. Ele me dá um olhar cansado ao suspirar.
⎯ Zona VIP.
⎯ Eu sei. -respondo com relutância. ⎯ Mas um amigo está lá e me disse para subir.
⎯ Você espera que eu acredite nisso? -ele responde me olhando ao parecer ainda mais bravo.
⎯ É verdade. Ele vai ficar bravo se souber que você me manteve aqui esperando. -eu cruzei meus braços tentando manter minha postura.
⎯ Se o seu amigo quer você lá em cima, deve vir te procurar, não acha? -ele suspirou novamente. ⎯ Então, siga as regras.
⎯ Vai levar apenas um segundo, senhor. -eu imploro, mas ele ignora. então eu tento ultrapassá-lo, mas ele me impede.
⎯ Certo, desculpe. Eu já entendi. -suas mãos me segurando fortemente, cortaram a onda de euforia que me percorria em meio ao álcool. apenas dei meia volta.
⎯ Acho que ela disse para deixá-la ir. -uma doce voz é encaminhada para meus ouvidos. eu me viro para olhar por cima do meu ombro e vejo atsumu iscariote, bem vestido. ⎯ Um processo por agressão parece bom, não acha senhorita? -ele vidra seu olhar sarcástico em mim e eu apenas sigo sua brincadeira.
⎯ Claro, duvido que ele consiga sair inocente dessa.
O guarda bufa em escárnio.
⎯ Se você tentar me assustar, está apenas fazendo papel de idiota, garoto.
Eu dou uma olhada para o guarda e não demoro a rebater.
⎯ Você não sabe quem ele é? Ele pode ter essa cara de criança, mas é filho de uma das famílias mais poderosas do estado.
Atsumu solta uma risada.
⎯ Idiota? Me chamou de idiota?
O guarda mantém a postura e eu continuo a tentar me soltar, mas ele me aperta com mais força.
⎯ Atsumu, está tudo bem; Tentei subir, embora ele dissesse não. -eu olho para o guarda. ⎯ Você poderia me deixar ir, senhor...
O guarda parece se sentir culpado por alguns segundos e me solta. A manipulação é um dom extremamente útil em diversos casos ou apenas as vezes.
⎯ Sinto muito.
Nos afastamos do guarda e Atsumu levanta meu braço para inspecionar o possível ferimento; é vermelho, mas não roxo.
⎯ Está bem?
⎯ Estou, obrigado.
⎯ Se ele não tivesse se desculpado, eu teria o despedido.
⎯ Demiti-lo? O bar é realmente seu? -ele nega com a cabeça.
⎯ É do meu irmão. -agora quem estava totalmente incrédula, era eu.
⎯ De Suna?! -atsumu balança a cabeça soltando um riso.
⎯ Suna com um bar? Não, a mamãe morreria. É de Osamu. -ele mencionou o irmão mais velho dos três. ⎯ Não se preocupe, Osamu vai cuidar disso tudo que acabou de acontecer. Ele me avisou que estava vindo. -uma parte minha fica triste pelo guarda, mas só ai me lembro o quão rude ele foi comigo.
Espere um momento...
Osamu está chegando, o irmão velho está chegando e eu tenho mais álcool em minhas veias do que sangue agora. A pequena discussão com o guarda fez as coisas irem longe demais para mim, mas ainda tenho um longo caminho a percorrer para ficar sóbria. Percebo minha embriaguez pela dificuldade em subir alguns degraus simples. Um nó sobe na minha gargante com a possibilidade de encontrar Suna aqui. A área VIP é linda, com mesas de vidro e poltronas confortáveis, garçons atendendo grupos abastados. No final, eu vejo cortinas vermelhas e apenas escuridão além disso.
Atsumu me guia para sentar em uma das poltronas em frente a uma mesa vazia.
⎯ Pode se sentar! O que vai querer beber?
Eu coço minha nuca tentando lembrar o que estava bebendo com Sophia, mas ela já me deu tantos drinks diferentes que nem sei. Apenas me lembro de um por seu nome elegante: Rosé. Mas não há como eu falar para Atsumu, afinal, ele é o irmão mais novo dos Iscariote. O que as pessoas iriam pensar de mim oferecendo bebidas à ele?
⎯ Eu não sei...
⎯ Bem, eu não bebo, mas meus irmãos adoram uísque.
Eu apenas assenti para a possível oferta e ele chamou um garçom, onde pediu o drink e então eu me sentei à sua frente, colocando as mãos no colo em nervosismo.
⎯ Lamento muito pelo guarda. -ele se desculpa olhando para mim com seus olhos ternos que apenas ele tem. ⎯ Às vezes eles contratam qualquer um.
⎯ Sem problemas. Eu também não deveria ter tentado subir.
⎯ Posso dizer para Osamu te dar um passe, assim você sobe sempre que quiser! -ele sugeriu, com seus olhos inocentemente brilhantes.
⎯ Obrigado, mas você não precisa fazer isso.
⎯ Ei, nós somos vizinhos e basicamente crescemos jogando através da cerca que divide nossas casas.
Ele estava certo, em boa parte. É verdade, não somos amigos, mas me lembro de tantas vezes que brincamos e conversamos através da cerca, todos juntos. Isso foi a tanto tempo...
⎯ Achei que não se lembra-se disso, você era tão pequeno.
⎯ Claro que me lembro, lembre de tudo sobre você.
A maneira como ele diz aquilo tão naturalmente, faz algo no meu estômago se revirar por um momento.
Atsumu percebe a expressão em meu rosto e fala novamente:
⎯ Sem intenção de fazer isso soar estranho! Eu só tenho boas memórias do passado. -eu sorrio para ele, em tentativa de acalmá-lo também.
O barman trás o uísque e eu tomo um gole, lutando para engolir aquilo. Isso tem um gosto horrível.
Meus olhos curiosos viajam psra as cortinas vermelhas.
⎯ O que tem através das cortinas ali? -eu apontei de maneira discreta.
Atsumu coça a cabeça e antes que ele possa me responder, seu telefone toca. Ele se levanta para atender quem estivesse ligando, fazendo um gesto com a mão livre, indicando que voltaria logo. Meus olhos voltaram para as cortinas, minha curiosidade como sempre me conquistando. O que pode ter através dali?
Atsumu ainda está em sua ligação, então eu me levanto para ir ao lugar misterioso.
A primeira coisa que me cerca quando ouso atravessar as cortinas, é a escuridão. É difícil para meus olhos se acostumarem com a pequena iluminação que vem de velas e nada mais. Vejo casais se beijando e tateando nos sofás espalhados por todo o lugar. Alguns parecem estar fazendo algo a mais. Tentei passar por todas as cortinas avermelhadas e transparentes, tentando não atrapalhar os casais. Não sei ao certo para onde ficava a saída agora e fico com medo de atravessar apenas para não interromper mais casais que estão fazendo sabe lá oquê.
Sigo uma pequena luz que parece estar através de uma porta de vidro transparente, na esperança de que seja uma saída. No entanto, meus olhos encontram uma visão pouco inesperada.
Suna.
Está sentado em uma cadeira, com a cabeça para trás e os olhos fechados. Cuidadosamente e em silêncio absoluto, sigo para mais perto dele.
Ele parece tão bonito com seus olhos fechados, parece quase inocente.
Suas longas pernas estão esticadas na frente dele. Em uma mão ele segura sua dose de uísque e usa a outra para dar uma afagada rápida em sua ereção eminente, embora afaste a mão parecendo frustrado. Ele está obviamente tentando acalmar o volume entre suas pernas, apenas pegando um pouco de ar fresco, mas não parece estar funcionando. Um sorriso vitorioso enche meus lábios rosados.
Então você não é imune as minhas tentativas de te seduzir. Eu também tenho você, Iscariote.
Limpo minha garganta e Suna abre os olhos e endireita sua cabeça para me olhar; Eu não consigo tirar o sorriso vitorioso e tão estúpido do meu rosto e ele parece notar tão bem.
Eu decidi tentar puxar um assunto, com a voz um tanto divertida.
⎯ Veio pegar um pouco de ar fresco? -perguntei seguindo de um riso claramente visível. suna suspira.
⎯ Acha que estou assim por sua causa? -eu cruzo meus braços sobre meu peito.
⎯ Eu sei que está.
⎯ Por que você tem tanta certeza disso? Talvez eu tenha beijado uma garota linda e ela tenha me deixado assim.
Sua resposta não afeta o meu sorriso.
⎯ Tenho certeza do que acho, pelo jeito que você me olha.
Suna levanta e minha coragem vacila por um momento, tendo-o na minha frente.
⎯ E como estou olhando pra você?
⎯ Como se estivesse a um segundo de perder o controle. -suna ri, com aquela risada rouca que parece melhor de ouvir só agora.
⎯ Você está delirando, talvez seja o álcool.
⎯ Acha isso mesmo? -eu o empurro e ele cai sobre a cadeira mais uma vez.
Seu olhar que parece estar profundo, não se desprende do meu quando me aproximo com ambas as pernas, uma de cada lado quando me sentei em seu colo.
Imediatamente, sinto o volume pulsando entre as minhas pernas, por cima do tecido que eu vestia, mordi o lábio inferior. O rosto de Suna está a centímetros do meu, tê-lo tão perto faz minha respiração ficar descontrolada. Ele sorri, mostrando seus dentes.
⎯ O que você está fazendo?
Não respondo e enterro meu rosto em seu pescoço. Ele cheira deliciosamente, uma combinação de perfume caro, que parecia tanto com seu cheiro natural. Meus lábios tocam a pele do seu pescoço e ele estremece. Minha respiração acelera enquanto eu traço beijos molhados por toda a região, então eu o faço colocar o copo na mesa, onde guiei suas mãos para percorrerem pela minha cintura e deixá-las seguir dali. Suna suspira, sigo com meu ataque em seu pescoço. Suas mãos apertam meu corpo com o desejo aparente, eu o sinto ficar ainda mais duro contra minha virilha. Então eu não demoro a me mover contra ele suavemente.
Um leve arfar escapa dos seus lábios, eu sorrio contra sua pele e movo minha boca para seu ouvido.
"Suna...", eu o chamo com a voz falha e ele me segura com mais força contra seu corpo. Eu tiro meu rosto do seu pescoço e paro para olhá-lo: o desejo que encontro nele me desarma. Seu nariz toca o meu, nossas respirações aceleradas quase se misturavam.
⎯ O que vai ser agora? -eu o pergunto, molhando meus lábios.
⎯ Você sabe o que vai ser. -e obtenho sua resposta.
Eu me inclino para beijá-lo e, quando nossos lábios estão prestes a se encontrar, jogo minha cabeça para trás e logo a trago de volta, rindo em frente a Suna por um breve momento. Não demoro a me levantar. Ele me olha perplexo e eu dou um sorriso para o mesmo.
⎯ Karma é uma merda, Iscariote.
Me sentindo totalmente no controle daquela situação, me afasto dele e entro no clube novamente.
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