024 - Efêmero

“Amar a si mesmo é o início de um romance para toda a vida.”

– Oscar Wilde.

Efêmero (adj.) – Durando muito pouco tempo.

   A dor entorpecida em minhas coxas se espalhou pela minha perna, elas pareciam moles e pesadas, como macarrão encharcado. Fiquei em algum lugar entre o sonho, a realidade e a onda de dopamina. Minha mente estava em branco enquanto Ares carregava meu corpo entorpecido para seu quarto, como se eu não pesasse nada.

   Pulmões queimando, olhos fechados enquanto meus ouvidos captavam as oscilações do ar condicionado, quente em seus braços. Eu estava flutuando. Talvez não fosse real, talvez fosse um lindo sonho.

   Ares era tudo que eu sempre sonhei. Não apenas como alguém que era mais do que capaz de me foder até a morte, mas também como homem.

   O pensamento fez um arrepio percorrer minha espinha. Eu me enrolei contra ele, o pensamento latejando alto em minha mente. Tive medo que ele ouvisse, medo de ser abandonada.

   Minha coluna se afrouxou quando minhas costas entraram em contato com a cama macia e fria, um ronronar satisfeito me deixando enquanto envolvia meu corpo seminu nos lençois de seda.

   Senti a cama afundar.

   — Confortável? — sua voz era um sussurro áspero enquanto sangrava no silêncio fantasmagórico da sala.

   Abri os olhos e observei-o. Ele também parecia bastante confortável, apoiando-se nas mãos enquanto seus olhos inanimados olhavam para o teto.

   — Muito — levantei um dedo, traçando a lateral de sua mandíbula tensa. Ele estremeceu sob meu toque, barba macia fazendo cócegas em minha pele.

   Qualquer coisa com ele nunca foi chata. Ele me surpreendeu todas as vezes com nossos encontros.

   Eu tinha me fodido várias vezes na frente do espelho, algo sobre me observar enquanto era fodida era muito excitante. Nunca em um milênio eu imaginei que estaria me observando no espelho enquanto Ares me dava prazer.

   O pensamento me fez morder os lábios.

   Parecia tão... imundo, tão proibido, no entanto, algo sobre isso atingiu a parte mais primitiva dentro de mim. Eu estava mais excitada em observá-lo do que em mim mesma.

   A maneira como seu nariz estava enterrado em meu pescoço enquanto seus longos dedos faziam tesouras, a maneira como sua mandíbula se apertava, parecia zangado, dominador, poderoso.

   Mesmo agora, alguns fios de seus cachos espalhavam-se em sua testa, grudando em sua pele úmida e brilhante. Seus lábios lascivos estavam ligeiramente entreabertos, seu pomo de adão saliente.

   Corri meus dedos pelos cabelos soltos, um sorriso enfeitando meus lábios. Ele era tão lindo que quase doía olhar para ele.

   Meu coração gaguejou, eu não tinha ideia de por que me sentia tão eufórica, tão sentimental por alguém.

   Meus dedos pararam em sua trilha, meus olhos se arregalaram com a pesada compreensão sobre mim. Ele se inclinou ao meu toque, como se silenciosamente me incentivasse a continuar o que quer que estivesse fazendo.

   Tocá-lo foi mágico - como se todos os meus sonhos e fantasias se tornassem realidade. Aquelas histórias que li sobre ninfas e piratas e tudo que era etéreo e irreal, tudo que era assustador, Ares era a personificação disso.

   Corri meu polegar sobre sua bochecha, uma dor encheu meu peito. Como uma onda crescente do mar, a expectativa foi aumentando, a agitação aumentando, como se eu estivesse na praia, com os pés encharcados na areia fresca, esperando pacientemente que aquela onda me tocasse; mas isso nunca aconteceu.

   Como um floco de neve se dispersando antes de tocar o chão.

   O silêncio era acolhedor, reconfortante, mas também escaldante.

- Você é tão lindo - eu sussurrei, passando meu polegar no canto de seu lábio, sua respiração abanando meu dedo.

   Ele permaneceu em silêncio.

   — Eu não estou mentindo — acrescentei pensando melhor. — Posso ser muitas coisas. Uma vadia, uma pessoa imatura e pouco profissional, uma que- — sua palma quente pressionou meu rosto, me pegando de surpresa e me calando.

   Ele se virou e me prendeu entre seus braços, pairando sobre mim.

   — Pare de se menosprezar.

   Meus olhos se arregalaram quando eu o observei. Ele parecia... enorme. Ele era quase trinta centímetros mais alto que eu, de perto parecia alguém que poderia me esmagar entre os dedos.

   — Você é uma mulher capaz — seus dedos tocaram a pele quente do meu pescoço, uma sensação crua de prazer me consumiu enquanto eu soltava um suspiro pesado.

   — Então acredite em mim — sussurrei. — Acredite em mim quando digo que você é o ser humano mais lindo que já vi.

   Ele permaneceu em silêncio.

   — Está tudo bem, Ares — levantei minha mão, acariciando sua nuca, meu coração gaguejava, lábios latejavam enquanto o sangue rugia em minhas veias com veemência. Como se eu fosse entrar em combustão a qualquer momento.

   Acariciei seu cabelo, seus cachos macios sob minha pele enquanto pequenas faíscas de formigamento dançavam sob minha palma. Imersa de alegria e também de medo de que não fosse efêmero.

   — Nós, como humanos, podemos nos sentir imperfeitos. Podemos ter medo, ser indecisos, ficar com cicatrizes, isso não nos torna imperfeitos. Para nós, a imperfeição é como um enfeite. Eu não sou perfeita, longe disso e você também não. Isso é o que nos torna humanos, não é?

   Seu polegar traçou meus lábios inferiores, soltei um suspiro errático, meus nervos se apertaram em antecipação quando senti sua própria respiração se misturando com a minha. Como se tivesse sido eletrocutada, meu corpo zumbia, cada centímetro de mim ansiava por sua atenção. Passei meus dedos pelas cordas que prendiam sua máscara.

   — Acho que nossas imperfeições combinam melhor conosco — puxei o barbante, sua máscara se afrouxando. — Nossas imperfeições são perfeitas juntas.

   Foi uma confirmação, uma declaração. Um apelo.

   A frase que não pronunciei ficou suspensa no silêncio do ar fresco.

   Você é perfeito. Nós somos perfeitos.

   Tirei sua máscara bem devagar, meu coração fazendo piruetas na caixa torácica. Suas cicatrizes apareceram, seu rosto desfigurado, sua carne coberta por uma fina camada de pele. Os 13 anos de dor. Seu corpo ainda estava carregando esses traumas. Essas marcas.

   Seus olhos estavam arregalados, um preto e outro cinza.

   Estendi a mão e dei um beijo em seu lado ferido, no canto dos lábios. Ele tremeu sob meu toque.

   Eu olhei para ele através dos olhos semicerrados, cabelo preto caindo sobre seu rosto enquanto seu pomo de adão balançava, sua expressão era de... Alegria? Luxúria? Afeição? Não, parecia algo muito mais definido, muito mais cru. Algo ainda mais profundo do que minha mente poderia compreender.

   — Vou esperar — sussurrei, traçando suas cicatrizes. — Vou esperar você se curar, Ares.

   — Hipócrita… — ele murmurou.

   Meus olhos se arregalaram, os dedos parando no caminho.

   — Você me diz que sou perfeito — ele acariciou a lateral da minha bochecha. — Mas você se recusa a acreditar que é.

   Engoli em seco.

   Suas palavras ricocheteiam dentro de minhas células, meus dedos dos pés se curvando com a acusação subjacente em sua voz.

   — Por que você acha que não é perfeita, Loren? Suas palavras soam vazias quando você mesma não acredita nelas.

   — Eu- — antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, seus lábios pousaram nos meus, lento e suculento enquanto ele os deslizava contra mim suavemente. Minha pele chiou enquanto meu corpo formigava por todo o corpo. A dor leve que não era mais do que uma picada de inseto, apenas aumentando o prazer.

   Eu gemi quando ele ficou mais agressivo, sua língua na minha boca, sua mão tomando a liberdade de explorar minha carne nua, ansiando por seu toque. Fogos de artifício queimaram atrás das minhas pálpebras.

   Ele sabe como os fogos de artifício são bonitos?

   Talvez quando ele fizesse o transplante eu pudesse levá-lo a um show de fogos de artifício. Poderíamos observar as cores ardentes explodindo e desaparecendo na noite.

   Talvez pudéssemos olhar um para o outro enquanto observávamos a exibição do maravilhoso, nos afogando na sinfonia de tudo o que era canônico.

   Nossas línguas se provaram enquanto nos aprofundávamos um no outro. Seu gosto era inebriante, me deixou tonta, mas querendo mais.

   Um sabor tão puramente masculino e dele ficou gravado em minha mente delirante.

   Ele começou a beijar meu pescoço exposto, mordiscando a pele. Os beijos, por algum motivo, pareciam mais íntimos do que nossos encontros anteriores, mais desgastantes.

   Passei meus dedos pelas saliências de seu rosto, pelas cicatrizes e pela carne distorcida. Meus olhos se fecharam enquanto eu traçava meus lábios em suas cicatrizes, em um toque leve como uma pluma. Pressionei meus lábios em uma de suas cicatrizes na testa, depois em outra, depois em outra, viajando e beijando suas imperfeições.

   Segurando seu cabelo em minha mão, aproximei seu rosto, passando minha mão em seu pescoço.

   Um gemido escapou de mim quando sua boca travou meu mamilo rígido, meus dedos dos pés se curvaram quando a necessidade avassaladora de liberação tomou conta de mim.

   Me senti tão plena, tão carente, senti frio, calor e tudo mais.

   — Eu gostei quando você me chamou de papai — meus olhos se arregalaram, a pele chiou, meus olhos o observaram. — Faça de novo — sua voz era de comando, deliciosamente pecaminosa.

   Ele não parecia mais ele mesmo, ele foi dominado pela luxúria, deixando as partes mais sombrias dele assumirem o reinado.

   Ele finalmente estava se soltando.

   Um arrepio percorreu-me enquanto o meu corpo aquecia um pouco mais, minha boceta latejava impotente enquanto sentia a minha humidade escorrer para os lençois.

   Ele mordeu um dos meus mamilos quando não obteve nenhuma resposta.

   — A-Ares—

   Ele enrolou os dedos em volta do meu pescoço, arrancando um gemido ofegante de mim.

   — Foi assim que eu pedi para você me chamar?

   Senti um formigamento ao sentir seu polegar roçando meus mamilos, eles eram extremamente sensíveis, principalmente quando eu estava excitada. Um grito me escapou quando ele deu um tapa forte no meu peito, minha pele ficando com um lindo tom de vermelho.

   Gostei de usar as notas dadas por ele.

   — D-papai- — eu respirei, minha pele esquentando. Chamá-lo de 'papai' fez algo comigo. Era lascivo, mas a palavra carregava um sentido subjacente de submissão. Foi como dar a ele o poder, a autoridade para fazer o que pudesse comigo.

   E eu o deixaria fazer o que quisesse comigo, com prazer.

   — Boa menina — seus dedos escovaram meus cabelos para trás enquanto ele se inclinava para dar um beijo na minha testa.

   A estranha demonstração de carinho foi avassaladora, me senti suja, imunda, mas também me senti cuidada. Como se eu não pudesse estar em nenhum lugar mais seguro.

   — Diga-me, querida — ele sussurrou, traçando o polegar no meu lábio inferior, me fazendo estremecer. — Você gosta de ser dominado?

   Sim, eu gostava de ser dominada. Gostava quando alguém me fazia sentir segura e vulnerável ao mesmo tempo. Eu gostava quando podia me entregar a alguém e deixá-lo fazer o que quisesse comigo.

   — Sim — era um miado ofegante, mal ecoando no casulo de silêncio que nos cercava.

   — Então você não se importaria… — seu polegar entrou na minha boca e eu o chupei, ansiosamente, girando minha língua contra ele e depois dando uma pequena mordida, meu coração pulsou dolorosamente. — Se eu amarrasse você?

   Minha boca se abriu enquanto eu o examinava através dos meus olhos semicerrados, minha mente tonta. Meus seios estavam pesados, doloridos para serem tocados. Eu estava fazendo uma bagunça na cama dele, mas tinha certeza de que não era nada comparado à bagunça que eu estava prestes a fazer.

   — Não… — eu ofeguei duramente, meus pulmões queimando, minha boceta apertada de dor. Eu era uma pecadora e senti como se estivesse sendo punida. Até mesmo olhar para sua forma dolorosamente bela já era uma tortura.

   Sua mão estendeu-se para a gaveta ao lado dele, enquanto ele segurava meu pescoço. Ele tirou dois pedaços de metal brilhante... uma algema?

   — Eu guardei isso como uma lembrança dos militares — ele riu sombriamente. — Quem diria que seria útil assim?

   Um arrepio percorreu-me enquanto olhava para o metal brilhante.

   — Você gosta, não é, Loren? — sua voz era quase um timbre baixo. — Você adoraria se eu te algemasse e te fodesse por trás?

   Soltei um gemido, minhas palavras falhando.

   — Puta carente — ele deu um tapa na minha boceta já superestimulada, me fazendo gritar de dor e prazer. - Vou gostar de dividir esse buraco em dois.

   Fiquei de bruços, meus mamilos excessivamente sensíveis roçando a colcha fria da cama, fazendo-me gemer alto.

   — O que é que foi isso? — ele deu um tapa na minha bunda, me fazendo ofegar.

   — Desculpe — eu respirei. — Papai.

   Ele me recompensou com outro tapa. Suas mãos ásperas agarraram meus braços, trazendo-os de volta. Ouvi o tilintar do metal e então o metal frio atingiu minha pele, logo acima do cotovelo, deixando-me indefesa e vulnerável.

   Não tive escolha a não ser arquear um pouco as costas, esfregando as coxas para aliviar aquela dor latejante entre as pernas.

   — Você gosta de ser assim? — ele me puxou pelas algemas, me fazendo gemer de dor que só aumentou o prazer. — Estar à minha mercê? Posso fazer qualquer coisa com você, e você não tem escolha a não ser aceitar.

   Lambi meus lábios, animada para brincar. Estou animada para ele brincar comigo.

   Sua mão envolveu meu pescoço, quase machucando a pele. Estremeci, minha paciência estava por um fio.

   Seus dedos dançaram em volta dos meus ombros, como faíscas dançando ao redor da chama, nascidas dela, mas mal a tocando. Ele enrolou uma mecha do meu cabelo no dedo, brincando com ela. Apesar da luxúria turvando minha visão, senti-me sorrir. Ultimamente, ele estava muito apegado ao meu cabelo.

   Ele costumava enrolar um fio quando estávamos apenas conversando casualmente ou talvez o segurasse. Ele o penteava com os dedos ou enrolava-o nos dedos.

   Eu precisava de algo dentro de mim. Alguma coisa qualquer coisa. Eu estava pendurada por um fio fino e precisava ser preenchida.

   Seu toque leve apenas incendiou meu interior, queimando-o com mais vigor. Minha boca se abriu quando minha visão ficou turva. Eu estava intoxicada de luxúria.

   Ele afastou meu cabelo, expondo minha pele quente ao ar frio. Senti seus lábios em meu ombro. Um gemido me escapou.

   — Eu imagino que você seja perfeita — ele sussurrou, como se estivesse admirado. — Eu gostaria de poder ver você.

   Sua voz despertou algo dentro de mim. Uma turbulência de emoções. Senti um frio na barriga, muitas e muitas borboletas, se instalando em meu estômago enquanto tremia sob seu toque celestial.

   — Eu também — sussurrei. — Gostaria que você pudesse ver a mim e a si mesmo.

   Seus lábios percorreram meu ombro até minha coluna, dando pequenos beijos em seu caminho. Eu me contorci sob seu doce tormento, minha mente uma bagunça confusa.

   — Foda-me já — eu rebati, esfregando minhas coxas para obter mais fricção, meus mamilos doendo para serem puxados.

   Era como uma coceira insuportável, implorando para ser coçada.

   — Com licença? — uma dor aguda na bunda me fez gritar bem alto. — É assim que você pede um favor?

   Foda-se ele e seu favor e foda-se duas vezes por me fazer esperar.

   — Sinto muito, papai — eu choraminguei. — Por favor, me foda.

   — Não é bom o suficiente — outro tapa. — Tente novamente.

   — Por favor, por favor, por favor, me foda — eu gemi enquanto me contorcia contra as algemas. — Por favor, papai, por favor, f- — um grito me deixou quando ele abriu minhas pernas com um chute e empurrou dentro de mim de uma só vez. Me enchendo dolorosamente.

   Senti algo frio, como um metal.

   Ele tem um piercing no príncipe Albert?!

   Minhas palavras saíram como balbucios enquanto minhas mãos seguravam o lençol enquanto lágrimas de prazer escorriam pelos meus olhos. Tentei me agarrar ao último fragmento de sanidade que me restava.

   Seu pau dentro de mim, me enchendo, o piercing de metal roçando meu ponto G. Ele estava duro como uma rocha, pulsava dentro da minha umidade jorrando, eu podia sentir cada traço de veias, cada inchaço.

   Ele puxou-o lentamente, criando uma fricção dolorosa contra minhas paredes gananciosas que o prendiam, apenas para empurrá-lo de volta.

   Pressionei minha bochecha contra o colchão, lágrimas escorrendo enquanto ele me fodia lentamente.

   — D-papai—

   — O que você quer?

   — Eu quero que você me foda — eu engasguei quando ele deu um impulso particularmente forte.

   Minhas costas arquearam quando ele me puxou pelas algemas, meus mamilos mal roçando o pano.

   — Paciência — ele sussurrou em meu ouvido, me fazendo estremecer. — Estou disciplinando você. Não estou?

   Ele puxou todo o caminho e empurrou dentro de mim, me fazendo chorar alto. Mordi meus lábios, tentando conter os gemidos desenfreados que ameaçavam me deixar. Senti seu pau inchar um pouco mais dentro de mim, o prazer beirando a dor. Foi mais intenso quando ele me fodeu por trás, sua mão agarrando meu pescoço, dando um beijo na minha orelha enquanto ele empurrava com força.

   Meus olhos se fecharam, faíscas elétricas rolaram pelo meu corpo. Minha mente estava em frenesi, minha língua pendia enquanto os sons animalescos me deixavam.

   Seu aperto em meu pescoço aumentou, cortando meu ar. Tudo o que pude senti-lo dirigindo dentro de mim, lento mas impiedosamente, me torturando.

   — Foi tão difícil manter a calma — ele sussurrou, sua voz quase um grunhido baixo, como se estivesse possuído por um demônio. — Quando você continuou me provocando e me provocando com seus pequenos esquemas. Foi muito difícil, caralho… não dobrar você naquele maldito sofá e foder você até a morte.

   Deixei escapar um soluço, meus mamilos dolorosamente duros enquanto sentia uma sensação de formigamento no abdômen. Ele soltou minha garganta justamente quando pensei que iria desmaiar por falta de oxigênio.

   Ele beliscou meu nariz, me fazendo tremer, dando beijos em meu queixo enquanto seus dedos brincavam com o lóbulo da minha orelha.

   Eu engasguei por ar e esse foi o momento exato que ele escolheu para empurrar dentro de mim, me fodendo no sentido mais verdadeiro.

   Minha respiração ficou presa na garganta enquanto seu pau latejante me enchia, fazendo minha boceta ficar ainda mais cremosa. Eu estava pingando pelas coxas, as algemas de metal deixando marcas em meu cotovelo.

   — Loren, sua garota safada — ele puxou meus mamilos endurecidos, me fazendo sibilar de dor. — Você está encharcada.

   Senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, misturando-se com a saliva que escorria pela minha boca. Balbuciei incoerentemente, oscilando entre o sonho e a realidade. Choques de faíscas percorreram-me, fazendo-me estremecer e me contorcer.

   Ele bateu dentro de mim, como um animal no cio que encontrou uma companheira depois de anos de privação, seus braços me seguraram possessivamente, como se ele nunca quisesse me soltar.

   Minha língua rolou enquanto eu chorava, minha voz rouca de tanto gemer. Arrepios surgiram ao longo da minha pele, me fazendo tremer. Meu corpo zumbia e doía pela necessidade de gozar e pela sensação de estar cheia até a borda.

   Um grito me deixou quando ele deu um impulso particularmente forte.

   — Talvez eu devesse foder você todos os dias — ele rosnou, o som de sua voz me fazendo chorar. — Uma vagabunda gananciosa como você precisa ser fodida todos os dias.

   Chorei de dor e prazer incorrigíveis. Foi demais, muito depravado. No entanto, nenhum de nós parou.

   Meu corpo convulsionou com a pressão de um orgasmo iminente, meus olhos reviraram. Os sons que me deixaram eram desconhecidos, até mesmo para os meus ouvidos. Como se nós dois tivéssemos nos transformado em animais. Era tão primitivo, tão cru, tão imundo.

   Seus próprios grunhidos misturados com os sons de nossa carne nua se batendo encheram meus ouvidos enquanto eu soluçava descaradamente. Ele se perfurou por dentro, usando meu corpo para agradar a si mesmo.

   Eu queria desmoronar como pedaços de vidro.

   — D-papai — eu engasguei. — Quero... gozar... por favor...

   — Agora não — ele grunhiu. — Espere ou não tem orgasmo para você.

   Engasguei com meus soluços, sentindo-me tonta. Isso é o que eu queria. Ser usada e estar completamente à sua mercê. Apertei minha boceta em volta dele, esperando que isso o fizesse perder o controle.

   Ele se inclinou, seus lábios no meu pescoço enquanto dava pequenas mordidas junto, grunhindo.

   — Porra! — ele grunhiu. — Loren, querida, não faça isso.

   Eu sorri lascivamente, apertando-o ainda mais, a sensação subindo à minha cabeça. Rolei meus quadris junto com seu ás enquanto ele empurrava dentro de mim.

   Eu podia sentir seu controle se esvaindo lentamente, antes que ele começasse a empurrar em mim de forma descuidada. O som esmagador ressoando no silêncio da sala.

   Ele chupou o lóbulo da minha orelha com a boca, agarrando minha mandíbula com força e sugando os lábios inferiores na minha boca. Meus calcanhares cravaram-se em suas costas, incitando-o a ir mais rápido.

   Estremeci, lutando para manter meu orgasmo quando seu piercing de metal atingiu meu ponto G. Ondas de prazer rolaram por mim enquanto eu descansava meu rosto no lençol, tomando-o como uma boa menina.

   — Ares- — eu chorei. — Por favor—

   — Goze.

   Eu soltei, com um grito. Minha liberação jorrou de mim quando o metal atingiu meus pulsos, meu corpo convulsionando. Senti seu grunhido enquanto seu esperma quente me enchia, a sensação desencadeando outro orgasmo.

   Seus lábios caíram sobre os meus, engolindo meus gritos enquanto ele empurrava nossos orgasmos. Seu gemido de prazer era como uma melodia em meus ouvidos.

   Bolhas coloridas explodiram atrás de minhas pálpebras fechadas enquanto eu sentia minha alma deixando meu corpo. O auge da euforia era como subir o topo de uma montanha e depois cair... cair e cair... como uma pedra atingindo o fundo de um oceano.

   Minha pele arrepiou enquanto eu ofegava. Eu podia sentir cada centímetro dele enquanto ele lentamente saía de mim.

   Seu esperma, misturado com o meu, escorreu pela minha boceta e caiu na cama. Fiquei sem fôlego quando ele abriu as algemas. Doeu como uma cadela.

   Ouvi o metal caindo em algum lugar no chão enquanto ele me desamarrou. A cama afundou quando ele se abaixou. Eu ainda estava recuperando o fôlego quando ele me pegou em seu abraço caloroso.

   Senti o cabelo suado sendo penteado com os dedos. Inclinei-me para seu toque reconfortante, sentindo um pequeno zumbido de eletricidade percorrer minha pele. Um suspiro me deixou quando um pequeno beijo foi dado em minha têmpora.

   Senti seus músculos definidos sob minha pele, seu coração batendo descontroladamente em sua caixa torácica, sua respiração irregular.

   Eu me aninhei nele. Seus dedos beliscaram meu nariz e eu soltei uma risadinha ofegante.

   — Ares?

   — Hum?

   — Você nunca me disse que tem um piercing no pau?

   Ele riu, isso reverberou por seu corpo, me aquecendo.

   — Faz muito tempo que não uso isso.

   Ficamos ali preguiçosamente enquanto um monte de perguntas giravam em minha cabeça. Fiquei curiosa sobre ele, sobre o que ele fez, sobre como ele estava antes do acidente.

   E a curiosidade foi emocionante.

   — Diga... Ares — minha voz se fundiu no caos silencioso enquanto eu fazia a pergunta. — Você... já viu fogos de artifício?

   Ele permaneceu quieto por um momento. Um pequeno sussurro ressoou.

   — Não.

   — Um dia… — suspirei, fazendo pequenos círculos em seu peito. — Vamos assistir juntos.

   Talvez quando ele recuperar os olhos? Seria emocionante vê-lo testemunhar cores. O choque em seu rosto ao ver a exibição de fogo rasgando o céu.

   Eu definitivamente queria ver isso.

   — Como você pode ter tanta certeza? — ele afastou meu cabelo da testa.

   — Eu só sei.

   Meu coração batia dolorosamente enquanto eu me envolvia mais com seu perfume viciante, seu braço em volta de mim, seu queixo apoiado em minha testa enquanto seus dedos brincavam com meu cabelo.

   Ares Estevan foi a maldição que me deixou indefesa, uma faca que poderia me matar, um veneno que seria a minha morte. Seu toque me livrou de toda racionalidade, como o próprio diabo me levando a cometer pecados.

   Ares Estevan foi lentamente se tornando minha força e minha fraqueza e a revelação não foi apenas assustadora, mas também emancipadora.

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