𝐈 𝐝𝐨𝐧'𝐭 𝐜𝐚𝐫𝐞

⌦፧ ilusão;

❝É vizinha da mentira, é o que alguns usam de escudo (e eu não os julgo); é quem se esconde da verdade, é veneno que faz expectativas crescerem e morrerem um pouco antes de florir. Às vezes não é nossa culpa, mas às vezes vira um vício pensar que é, é aquilo que aparentemente dói menos que a verdade; mas o "aparentemente" também é ilusão.❞

é uma casa sem teto, porta ou amor.


Sadie estava mais desequilibrada emocionalmente do que eu.

Quando estávamos virando a esquina da quadra, ela começou a esfregar as palmas das mãos do lado de seu jeans escuro; aquilo era o tique nervoso que a ruiva tinha.

Ah Deus, eu só queria estar em casa nesse momento.

Enquanto a música em meus fones avançava de Ariana Grande para Lana del Rey, tentava me concentrar em minha respiração.

Gostaria de falar que o pânico se foi 100%, mas estaria mentindo. De fato minha ansiedade está bem controlada pelo fato de eu estar tomando remédios para isso. Mas não é o caso de hoje, tudo vai vir átona essa noite e eu não sei se estou preparada.

O aperto em meu peito constantemente veio com uma tensão na nuca e nos ombros.

Cara que merda

A tremedeira começa a tomar conta de meu corpo lentamente, fecho os olhos com força o suficiente para começar ver espirais brancas no meio da escuridão, respiro fundo e começo a contar;

um, dois, três, quatro...

A cada número que contava minha palpitação aumentava, minha boca secava, minha visão falhava, a respiração ficava cada vez mais ofegante.

Aquela sensação de precisar se livrar disso antes que notem, era mais do que constante.

— Chegamos — A voz de Caleb soa no carro silencioso.

Sinto o cheiro de sangue em minha boca, passo a língua delicadamente em cima do machucado que acabei fazendo com os dentes.

— Você sabe que isso é um tipo de automutilação? — Sadie vira em direção ao banco do passageiro, fazendo algumas madeixas voarem para frente de seu rosto.

— E sabia que você é uma enxerida? — Falo ajeitando seu cabelo atrás da orelha.

Descemos do carro e observo o pequeno Studio de música da banda calpurnia.

Na verdade o local parecia uma loja de conveniência.

— Está pronta, meu bem? — Sink se aproxima sem mostrar nenhuma expressão facial.

Apenas assinto e aliso meu moletom branco.

— Você está com uns peitões! — Ela arregala os olhos — Estou ficando com invejinha branca — ela da uma risada tranquilizadora.

Meus seios realmente aumentaram por conta da gestação, a única coisa boa dela.

Acho que estou de três ou quatro semanas, estou me baseando pelas fotos das grávidas que Sadie havia me mostrado.

De imediato, me pego sorrindo e afagando a pequena elevação de minha barriga ao toque.

:🌙: ,.⸼۰ ۪۪۫۫ ❬“= ヾ ︿︿،، ⏧·₊̣̇. ❵

Antes mesmo de atravessamos a porta amadeirada do Studio ouvimos risadas altas.

— Olha quem decidiu dar as caras por aqui! — Um garoto alto de cabelos cacheados fala abrindo espaço pelos corpos até chegar em Sadie

— E trouxe uma convidada! — Ele se aproxima e me puxa para um abraço, eu retribuo com a mesma intensidade

— Me chamo Malcolm Craig, mas pode me chamar de Malcolm, que é meu nomes mesmo — Ele da de ombros — E o seu é?

— Sailor Bélanger, mas pode me chamar de Sailly — Digo abrindo um sorriso

— Bom, Sailly, seria falta de educação eu ficar com a convidada apenas para mim. — Ele me puxa pelo braço e lanço um olhar de socorro para Sadie na qual ela apenas acena com um "tchauzinho"

Paro diante de três pessoas, a primeira que se apresenta era Ayla Tesler - Mabe, uma garota loira, alta e simpática.

— Olá, Sailor Bélanger, Meu nome é Jack Anderson, é um enorme prazer conhecê-la — O menino dos cabelos loiros segura minha mão e a beija, me retraio com o toque inesperado. — Na realidade, prazer é só na cama, entã- 

Antes mesmo dele terminar um garoto de touca preta e cachinhos caídos na testa se intromete na conversa.

— Poupe a pobre garota de ouvir seu lado tarado tão cedo, Anderson — Ele revira os olhos e me encara com um sorriso. — Oi, me chamo Jack Grazer. — Ele me abraça calorosamente, aparentemente o garoto era diferente dos outros.

— Desculpe a pergunta, mas você é francesa? — Os olhos atentos dos quatro estavam me examinando.

— Não passo tal informação para americanos, gosto de manter minha identidade secreta — Sorrio olhando fixamente para eles, que faziam o mesmo semblante que o meu— Mas sim, vim com quatro anos para Los Angeles. — Explico tranquilamente. — Como você adivinhou?

Pelos sotaque que não foi, pois já faz anos que falo a língua deles e fico aprimorando cada palavra no espelho. Minha língua nativa só é falada em casa, quando está eu e meus pais.

— Pelo sobrenome, li em algum lugar da internet que esse sobrenome é antigo por lá. — Ayla, Anderson e Malcolm olhavam com curiosidade para nossa conversa.

Concordo com a cabeça e um sorriso aparece em minha boca.

— Minha vez de fazer o interrogatório — Digo cruzando os braços e ele ergue as mãos brincando

— Prossiga garota de identidade francesa misteriosa — Ambos riem

— Você não parece tocar nenhum instrumento, como o resto da banda, você canta ou...? — Pergunto enquanto brinco com alguns cabelo que caíram em meu olho.

— Eu canto — Ele se caba, em quanto os outros davam risadas e adicionavam mais informações sobre Jack.

— Só se for no chuveiro, Grazer — Ayla ri com escarnio.

— Cala boca Ayla, eu canto melhor que você com certeza — Ele a cutuca enquanto faz uma cara de nojo

Caleb e Sadie se juntam a roda

— Vocês estavam se comendo no corredor, não é? — Anderson sorri maliciosamente enquanto Malcolm da um tabefe em sua nuca.

Eles são muito divertidos! Mas está faltando ele...

— Estávamos fazendo o seu papel, ajudando o Finn com a guitarra, coisa que você como integrante da  banda deveria estar fazendo — Caleb rebate com malícia nos olhos.

— Ah! É verdade Sailly, acabei me esquecendo de te apresentar o Finn — Não preciso que me apresentem, só quero sair correndo dali; o nome dele me causa arrepios na nuca.

— Falando no capeta, olha ele aí — Jack fala sorrindo para seu amigo.

Por um milésimo de segundo esqueci de como respirava, ele estava ali na minha frente, bebendo uma garrafa de água.

Finn estava inteiro trajado de all - black com um vans no pé, no alto de seu pescoço ele usava uma correntinha de prata que combinava com seu brinco de cruz na orelha esquerda, seu cabelo estava como a primeira vês que o vi, bagunçado mas lindo.

— Sou eu mesmo, em carne e osso. — Ele abre os braços com um sorriso arrogante no rosto; ele se vira para mim, me analisando — Finn Wolfhard ao seu dispor — Ele pisca para mim e tento disfarçar meu rosto avermelhado com um sorriso de lado.

A beleza dele era surreal, quase tinha esquecido de como era por conta dos vislumbres borrados daquela madrugada.

Será que ele se lembra de mim?

— E você? Eu te conheço de algum lugar não é? — Ele me olha de cima a baixo enquanto tenho um surto por dentro. Sinto Sadie ficar agitada ao meu lado, tentando segurar a risada no braço de Caleb.

— Sailor Bélanger — Digo casualmente — E acho que não nos conhecemos, acho que me lembraria de tamanha arrogância em forma de um mutante? — Arqueio a sombrancelha lançando um olhar de desafio, que o aceita com uma risada de deboche, como os outros.

— Mutante? — Ele coloca a mão em seu peito, fingindo estar ofendido — Qual é Sailor Bélanger eu nem sou tão alto — Ele se apoia na cabeça de Jack que o xinga logo em seguida.

— Nem é tão alto? — Malcolm ri — Cara parece que você usa duas perna de pau — Todos riem e faço o mesmo.

— Três meu amigo, eu usou três — Ele sorri maliciosamente e acabo engasgando com a saliva, enquanto Sadie e Caleb riam da minha cara.

Mesmo sendo uma brincadeirinha com os outros, era verídico o que ele falava, realmente era grande.

— Cara o que tá acontecendo com vocês hoje? — Ayla pergunta

— É mano!  Vocês não conseguem ver uma garota bonita e querem ficar discutindo quem é o mais macho alfa daqui? — Fico envergonhada com o elogio inusitado de Jack.

— Calma aí meu amorzão, não vou te trair com ela — Ele sorri e tenta beijar a bochecha de Jack enquanto ele desvia o rosto.

— Sai fora vagabundo! — Jack da uma cotovelada na costela de Finn.

— Ok pombinhos, vamo parar com essa viadagem, pois temos mais uma música para ensaiar hoje antes do show — Ayla fala batendo palmas, ela e Malcolm parecem ser os mais sensatos do grupo.

Caminhamos até a sala em que os instrumentos estavam posicionados para serem tocados.

Cada um foi tomando seus postos e ajustando os seus instrumentos.

Sadie, Caleb, Jack e eu ficamos de pé admirando a banda completa diante dos nossos olhos.

Observei cautelosamente cada centímetro do Finn, de como ele tocava sua guitarra, de como ele se transformava em um só quando estava com ela, de como ele entregava o suor e cada sentimento enquanto tocava.

Coloquei a mão dentro do bolso de moletom e toquei minha barriga e  talvez tenha dado um sorriso ao levantar a cabeça e ver Finn me vigiar.

Um fiapo de esperança acendeu dentro de mim, talvez não seja tão ruim assim falar da gravidez pra ele.

o que poderia dar errado?


V O L T E I CAMBADA, amaram !?

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