capítulo 09
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Uma taça de champanhe foi me oferecida e eu aceitei. Rodando o local enquanto balança a taça eu me sentia perdida. Era lindo o lugar que inaugurou o cassino, bem como Mia disse, havia apenas algumas pessoas, que rodopiavam pelo lugar e outras jogando nos famosos jogos de azar. Era praticamente uma Las Vegas particular, e como era a cobertura em uma dos prédios mais altos da capital a vista era perdidamente incrível.
Por um momento eu invejei a vida de alguns aqui, não pareciam ter preocupação com nada, apenas dispostos a gastar e ostentar tudo o que lhe tinham direito essa noite. Já eu, podia apenas observar enquanto analisava Mia interagindo com algum dos convidados dessa noite.
Sorri abertamente quando vi a morena se aproximar de mim logo após sair da mesa da roleta em que alguns homens mais velhos estavam interditos.
— Está gostando? - batemos nossas taças de leve sinalizando um pequeno brinde.
— Bem, é realmente incrível.
— Que bom, pois tenho uma péssima notícia. - franzi o cenho quando percebi que nenhum riso acompanhava a frase da garota.
— E qual seria? - arqueei minha sobrancelha.
Entretanto, ela não disse nada, apenas virou seu rosto para frente e eu a acompanhei com o olhar. Minha vista se embaçou quando meus olhos captaram Manjiro Sano descendo a escada luxuosa que tinha no meio do hall, junto a um homem alto de cabelos escuros com algumas mechas loiras. Logo atrás deles desciam os famosos gêmeos Haitani's que Mia havia citado outra hora no meu apartamento.
— Juro que eu não sabia que eles estariam aqui. - Mia sussurrou para mim enquanto eu ainda observava os membros da Bonten. Porém não tive muito tempo de responder, pois o homem alto desconhecido por mim começou a falar tomando a atenção de todos no cassino.
— Sejam bem-vindos, para quem não me conhece sou Shuji Hanma, dono desse novo lugar que investi justamente para a diversão de vocês. - ele riu, alguns cochichavam e riam junto dele — E quero que vocês tenham noção que meu querido sócio Sano está patrocinando a noite de hoje, então por favor, aproveitem.
Foi tudo o que ele disse após mostram que Manjiro era seu sócio, o mesmo apenas acenou para os convidados. No fim, eles desceram totalmente a escada e pararam para conversar com algumas pessoas, e eu nesse momento encarava Mia sem reação alguma. Se Hanma era realmente o dono desse cassino era impossível Mia não saber que a bonten viria para inauguração, porém, eu não tinha visto Sanzu no meio deles, então não poderia reclamar nada com a garota, pois meu problema era realmente só se encontrasse ele.
— Não terá gangue, hein? - debochei enquanto bebia um gole da taça.
— Poxa, eu realmente não sabia, achei que era um evento privado. - ela deu de ombros não querendo encarar que estava errada.
— Mas é, porém um evento privado da bonten. - disse cruzando meus braços. Mas revirei os olhos quando vi que ela não tinha muito o que falar. — Vá fazer seu trabalho, eu estou bem, ok?
Vi ela concordar e voltar a ação apenas susurrando um "desculpe" para mim.
Depois disso ignorei um pouco a situação de agora pouco e segui meu caminho rodando pelo local. Eu gostei muito do ambiente, era óbvio, impossível não gostar, rodeada de luxo, meus olhos se encantavam fácil. Por um momento senti que a vida era mais que só trabalho e faculdade, mas eu sabia bem que, pessoas como eu não poderiam se dar o luxo de pensar assim ou se encantar por isso. No fim, bufei com meus pensamentos observando o quadro gigantesco em minha frente, ele pegava quase a parede inteira e havia apenas uma única casa centralizada bem no meio do quadro. Só isso, e nada mais. Estranho no meu saber leigo sobre arte mas era um tanto profundo e intrigante.
Me perdi no tempo observando o quadro tentando entender a mensagem da arte, até que um voz um tanto conhecida por mim me tirou dos meus devaneios;
— Interessante, não? - senti meus pelos se arrepiarem pelo susto. Era Manjiro Sano.
Cocei minha garganta para respondê-lo.
— Curioso eu diria, mas não entendi a ideia. - ele parou do meu lado e levou seu copo de uísque até a boca.
— É solidão. - foi tudo o que ele me disse, porém o suficiente para entender toda a dramatização do quadro. Mas eu não lhe respondi, não sabia ao certo o que dizer a ele, não acho que eu seja uma das pessoas preferidas que ele queira conversar.
— Estou surpreso em ver você aqui. - sua pergunta me surpreendeu.
— Bem, até eu, vim convidada por uma amiga. - sorri fraco para ele.
— Entendo, na verdade vi vocês duas conversando, fiquei curioso.
— Sobre o que? - pela primeira vez o olhei nos olhos. Percebi que eu era mais alta que ele, porém Manjiro passava tanta prepotência que parecia que quem era pequena era eu, senti meus músculos rígidos.
— O que lhe trouxe aqui a essa noite. - seus olhos não tinham nenhuma emoção.
— Acho que nada de importante, apenas vim acompanhar Mia. - quando disse o nome de minha amiga me arrependi um pouco, não sabia se era certo dizer o nome dela a ele. Algo me dizia que era errado, porém saiu tão natural que não controlei meus lábios. Mas vi que Sano deu de ombros o que me acalmou um pouco.
— Entendo, espero que esteja curtindo o ambiente, apesar que não acho que seja o tipo de lugar que goste. - foi cínico, bem, eu não gostava desses locais porque não tinha o mesmo nível de dinheiro para frequentar.
— Na verdade eu até gosto, jogos de azar estão sempre no meu dia a dia. - pensei no meu pai quando comentei aquilo. Ele riu um pouco.
— Ah, disso eu sei, Sanzu comentou comigo que tem um pai viciado em apostas. - dessa vez ele que me encarou sustentado seu olhar, e eu não gostava de saber que Manjiro tinha uma grande noção da minha vida.
— Sanzu está aqui também? - falei na intenção de mudar o rumo de mim na conversa, porém quando disse alto por algum motivo me arrependi.
Eu não devia estar curiosa sobre isso, na verdade eu não tinha nem que cruzar o caminho dele.
— Está procurando ele? - arqueou uma sobrancelha, e uma mecha platinada de seu cabelo caiu na frente de seus olhos.
— Não. - fui simplista.
— Ótimo, quem não procura não acha. - eu tentei entender sua frase mas ficou como uma incógnita, afinal ele estava aqui, ou não?
— E se eu achar mesmo não procurando?
— Não vai se você se distrair um pouco - ele riu ao me responder e eu não entendi a graça — Sabe jogar pôquer [Nome]? - eu não entendi o porquê dele querer saber isso, mas respondi;
— Sei, por quê?
— Vamos jogar então.
[...]
Eu não sei como, mas de alguma maneira eu aceitei o convite de Manjiro, eu não era boba, ele me ofereceu fichas para jogar com seu dinheiro e ele só assistiria, o único trato foi que eu não poderia perder. Não tinha sacado ainda qual era a dele, entretanto ele estava me provocando e eu não gostava de sair por baixo das situações.
Estava sentada na mesa com mais quatro pessoas, e eu sabia que Hajime Kokonoi era uma delas, foi Sano que me disse antes de iniciarmos, o objetivo era ganhar dele, talvez eu fosse sua aposta para perturbar o membro de sua gangue. Pensar sobre isso não me intimidava, cresci com meu pai falando que no pôquer você não tinha que jogar com medo de seu adversário ou com medo de arriscar, o jogo se baseava em confiança, quase como um truco, no final quem blefar mais leva. E nisso eu era boa, porém era por isso que odiava jogos de azar, a adrenalina que o jogo proporcionava era boa demais, o que o deixa tão viciante e confiante.
Não houve apresentações ou solidariedade na partida, as cartas forem entregues quando todos estavam prontos. E o jogo todo eu pude sentir Kokonoi me olhar, lhe entreguei um sorriso de ponta toda vez que o via fazer isso.
A vez de entregar as cartas estava comigo, - famoso Dealer - fiz meu papel enquanto Kokonoi seria o próximo apostar, a rodava já valia 20 mil dólares, e iria dobrar agora.
— Bem, vamos acabar logo com isso, estou ficando estressado. - o jogador a minha esquerda disse entregando as fichas. Fiz um bico para ele.
As duas cartas de cada jogador foram sendo viradas, e a última pessoa antes de mim foi Kokonoi, que virou uma Rainha e uma dez, cartas altas e fortes para o jogo que ele vinha fazendo, vi seu sorriso crescer me olhando assim que se deu como vencedor comparado as cartas dos outros adversários que já bufavam por perder dinheiro.
— Ah eu adorei jogar com vocês! - disse no fim antes de mostrar minhas cartas, um Ás a maior carta do jogo acompanhado de um Rei.
— Ah vai se fuder! - burburinhos começaram, porque aquela rodada foi minha assim como as duas últimas, eu estava na frente de Kokonoi e ele sabia disso, foi satisfatório o suficiente que até percebi que Mia acompanhava minha rodada de longe.
Kokonoi me encarava sério, pelo visto ele não era o único que odiava perder ainda mais quando valia dinheiro alto envolvido. Arqueei minha sobrancelha para ele como sinal de "o quê?"
— Pelo visto você sabe jogar, e ainda na maldade, quer jogar de verdade? Posso fazer as apostas chegarem a 100mil aqui, princesa. - Kokonoi me disse tão próximo a mim, que o ar me faltou, encarei seus olhos claros e intimidantes, com um delineado vermelho antes que pudesse responder. Entretanto Manjiro apareceu ao seu lado, chamando atenção dele.
— Chega Koko, você perderia para ela até jogando na roleta. - Sano riu do seu amigo e eu vi uma deixa para ir embora da mesa. Os outros jogadores já haviam desistido e eu não me atreveria a jogar apenas com Kokonoi, ainda mais um dinheiro que eu nem tinha.
— Que isso Manjiro? Está do lado dela? - vi sua cara emburrada para mim e eu apenas dei de ombros.
— Vamos jogar uma partida eu e você também? O dinheiro que ela ganhou é meu. - Sano comentou enquanto senti o olhos do outro membro me queimar viva.
Me despedi dos dois pelo bom jogo e corri para um banheiro mais próximo. Sentia meu suor escorrer por cada célula do meu corpo, tinha grande noção de que, o que fiz foi um atrevimento gigante, eu não precisava ter aceitado o convite de Manjiro para jogar, e muito menos ter ficado tão ansiosa para ganhar ou fazer valer. Mal pensei nas consequências caso o jogo fosse por outro caminho, mesmo entregando outra postura me sentia tensa demais agora até para falar. Porém eu ri, mesmo que não tivéssemos finalizado oficialmente a partida eu sabia que tinha ganhado até ali, e Kokonoi era de longe um jogador bom demais, sua simpatia com o baralho me faz duvidar de um camaço ou até reconhecer as cartas do adversário só de olhar a reação de seus oponentes, e no final ganhar dele dizia que eu era tão boa quanto.
Mexi minha cabeça enquanto pensava nisso, jogos de azar era realmente uma perdição, com certeza amanhã me punirei por isso.
Quando encontrei um banheiro no fim do corredor girei a maçaneta sem pensar muito entretida nos meus pensamentos, entretanto a visão que meus olhos captaram fez eu me arrepender muito. Toda a felicidade e êxtase que meu corpo estava, sumiu tão rápido quanto apareceu um dia.
A minha frente estava Haruchiyo Sanzu com o peito nú muito bem desenhado chamando atenção para o dragão gigante que ele tinha nas costas através do reflexo no espelho, uma visão linda eu diria para ser admirada, porém ao seus pés estava uma mulher ajoelhada engolido totalmente o seu membro a baixo.
Aquilo me fez ter náuseas por um momento, ainda mais quando seus olhos pousaram diretamente nos meus. Com isso, corri dali o máximo que pude deixando a porta bater forte.
Manjiro estava certo, só acha quem procura.
NOTASS
Sumi um pouquinho por causa da faculdade, acabei que não consegui finalizar antes ô capítulo, mas aqui está.
Desculpe error ortográficos mores!!!!!
Mil beijinhos.
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