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Brian Littrell
Quando estávamos arrumando as nossas coisas na manhã de sábado, a porta da casa bateu apressadamente. Crystal foi abrir imediatamente, apresentando o seu meio irmão.
— Ronnie?! Como nos achou?! — Ela indagou incompreendida e o loiro entrou antes de receber a permissão da mesma.
— Viram vocês juntos. — Ele foi direto no assunto. — No posto de gasolina e todos nós lá em Seattle já bolamos um plano. Brian, você vai voltar comigo para o aeroporto e a Crys volta com o papai pra casa.
— Aeroporto?! — Perguntei cruzando os meus braços. — Por que?!
— Vocês vão voltar para trabalhar hoje. Muitos tablóides sabem que a Crys mora lá na cidade e estão atentos para um sinal dela, se virem vocês dois juntos vão ficar nos seus pés e vocês não querem isso…
Ronnie continuou falando quando deixei de prestar atenção. Estava tudo destinado a dar certo e aquele pessoal não sabem deixar a gente em paz?! Eu já estou ficando cheio disso.
— Brian, o que está esperando?! — Ronnie estalou os seus dedos e apontou para as minhas coisas. — Vamos.
Peguei as minhas malas e fomos andando até o seu carro. Coloquei tudo no porta malas e fiquei na procura da Crystal, ela já estava no passageiro do outro carro.
— Crys… — Fui até a mesma e peguei em sua mão, a fazendo segurar com força.
— Isso é complicado demais, não é? — O seu olhar estava triste e assenti. — Eles só estão me pressionando desde que voltei pra cá, por um lado me arrependo de ter deixado a fazenda.
— Eu entendo, Crys. — Beijei a sua mão e me afastei. — A gente se vê em breve, quem sabe na turnê?
— É… quem sabe. — Disse colocando o cinto de segurança. — Foi bom enquanto durou, Brian. Obrigada por ter vindo pra cá comigo.
— Disponha. — Sorri e ela retribuiu fracamente. — Eu vou ligar pra você quando puder.
— Estarei esperando. Tchau, Brian.
— Tchau, Crystal. — Acenei e fui andando para o carro do Ronnie, entrando no banco do passageiro. — Essa fofoca saiu quando?
— Ontem de tarde. — Ronnie afirmou ligando a ignição, começando a dirigir o automóvel. — E eu sei quem poderia ter visto vocês.
— Quem? — O loiro freiou o carro e olhou pra mim de um jeito furioso. — Os Finnigan?!
— Um Finnigan. Ele não desiste da minha irmã só por causa de um maldito beijo há dois anos.
— O Sawier não tem mais o que fazer não?! — Digo e passo as mãos sobre o meu rosto. — No final, o invejoso é ele.
— Bem, o pai vai falar com os pais deles pra dar um basta nisso. Já basta a pressão em cima da Crystal, os próximos projetos, a demissão da Venice… eu não quero sobrecarregar a minha irmã como ela fazia.
— A Venice…
— Crys tinha pouquíssimos dias de descanso quando a Venice estava com o trabalho. Ela sempre estava cansada, mas sabe esconder isso muito bem. Crys inventou essa ideia de sair com você sem me avisar pensando de que eu poderia reclamar como a Venice fazia.
— Aliás, como encontrou a gente?
— Esse carro é alugado, Brian. Tem rastreador nele.
— Ah. — Assenti e fiquei olhando para a estrada, vendo de que as árvores estão sendo substituídas pelo concreto.
Isso não pode ficar assim pra sempre. Eu tenho que fazer alguma coisa por nós, pra parar com essa palhaçada de uma vez por todas e termos a nossa vida vivendo sem sermos sufocados.
Preciso de um ótimo plano.
Me senti distante quando me despedi do Ronnie ao chegar no aeroporto e me encontrar com os rapazes. Minha mente só pensava no que fazer o dia inteiro e sei de que tenho que fazer algo para calar a boca de muita gente e procurarem cuidar de suas vidas.
— Como foi, Brian? — Ouço a voz do AJ me chamar e só assenti. — Tá legal?
— Tô. — Respondi e os quatro me olhavam torto.
— Quer conversar sobre alguma coisa?
— Não, Kevin. — Suspiro. — Eu preciso pensar, apenas.
— Mas queremos ajudar…
Olhei para o Nick e fiz que não com a cabeça, cobrindo o meu rosto em seguida.
Eu tenho que fazer isso parar antes que nos prejudique.
Crystal Fletcher
Assim que cheguei em casa, as meninas me abraçaram em grupo me trazendo muito conforto com as suas palavras de apoio. Eu senti no caminho que se eu fosse chegar aqui em Seattle, eu iria desmoronar de novo, mas foi um grande engano. Me sinto forte e motivada a fazer o que é certo, o único problema é quando e como.
Brian me ligou quando chegou na Flórida e estava bastante preocupado. Eu consegui tranquilizar, pois isso não precisa de pressa e também a imprensa vai ficar no nosso pé, por mais que estão mais em cima de mim do que dele.
Nos dias que foram passando, a notícia foi perdendo destaque e enfim pude voltar a trabalhar com o Ronnie. E trabalhar com o meu irmão se tornou uma das melhores coisas, pois me sinto mais tranquila ou até mesmo livre de ser quem eu sou. Com a Venice era diferente, eu tinha que me manter focada no trabalho, ser profissional e dinâmica. Ainda me sinto triste por ela ter feito isso comigo e com o Kev também.
— Crys, telefone pra você. — Ronnie apareceu no meu camarim e sorria, então já peguei logo o telefone.
— Alô? — Perguntei já na expectativa de quem seria.
— Oi, meu anjo!
— Oi, mãe! — O meu sorriso se tornou largo imediatamente. — Que saudades de você.
— Eu estou sentindo muito mais, filha. Como está o trabalho?
— Perfeito, está tudo em ordem e quase pronto.
— Que maravilha! E o Darius? Ele está aí em Seattle, disse quando pretende voltar?
— Bem… o papai volta dentro de uma semana mais ou menos, ele gostou muito daqui e quer resolver um negócio pendente.
— Que negócio pendente?! Ele vacilou?!
— Não, não, fica tranquila, mãe. Tem haver com os Finnigan. — A mesma entendeu. — Queria que você estivesse aqui comigo vendo o que estou fazendo.
— Eu também, mas você sabe que não podemos deixar a fazenda sozinha por muito tempo. Quem sabe quando o seu pai voltar eu venha?
— Eu espero que venha o mais rápido possível! — Começamos a rir.
— Então, como está você e o Brian?
— Não sei se o Ronnie adiantou o assunto, mas flagraram a gente e ficaram no nosso pé nos últimos quatro dias. Então o Ron achou melhor de nós dois e os rapazes voltarem para os trabalhos e de fato foi porque parou. Só que vão voltar logo a ficarem em cima de mim, porque vou para New York finalizar o projeto.
— Ah, meu amor… vai dar tudo certo. Vai aparecer alguém cometendo uma polêmica bem séria e deixarão vocês em paz.
— Espero que seja os Finnigan… — Vi alguém da produção me chamar pela janela do trailer. — Mãe, eu tenho que voltar ao trabalho.
— Tudo bem, conversamos o suficiente. Arrase muito, Crystal. Depois nos falamos.
— Okay, mãe. Até a próxima. — Ela se despediu e desliguei, saindo do compartimento e indo se encontrar com a equipe.
— Temos uma notícia pra você, Crystal. — Ronnie disse e assenti na espera. — A diretora me ligou agora dizendo que a cena final será na Times Square dentro de dois dias. Ela já está lá resolvendo com a prefeitura e pegaremos o avião amanhã.
— Okay. — Sorri e olhei para a equipe. — E a cena final vai ser o mesmo ainda? Eu vou ter que… beijar o modelo?
— Ela deixou bem claro, lembra? — O meu irmão afirmou no tom risonho e ri fracamente. — Mas você não sabe fazer o técnico?
— Sei, mas o Shane não sabe. Aliás, vou tentar ensinar ele.
— Ótimo! Bem, podemos voltar pra casa e arrumar as malas… de novo.
— Engraçadinho. Aliás Ronnie, quando vou conhecer a Helena?
— Quem?!
— Ronan James Parker-Fletcher, você sabe muito bem de quem estou falando. — O loiro riu de nervoso e prendeu o seu cabelo que já está um pouco maior do que de costume. — Ronnie, quando vou conhecer a Helena?!
— Hoje mesmo! Vamos jantar em um restaurante e eu chamo ela, depois que arrumarmos as malas.
— Assim espero.
Ele riu e fui andando até o cenário para tirar as fotos para as revistas, vitrines e outdoors. Você pode estar achando meio estranho por eu estar me importando muito com um comercial de perfume, mas quem não estaria se importando muito com o comercial do seu próprio perfume? O Oscar me trouxe ótimos benefícios e já tenho o meu frasco que nossa, o melhor perfume que já usei, me faz lembrar de casa.
Quando eu e o meu irmão chegamos no apartamento no fim da tarde e arrumamos as nossas malas, o mesmo ligou para a Helena Morales que aceitou o convite do jantar. Eu fiquei mal com o Ron por não ter me falado dela antes como eu fosse ter um surto de ciúmes — o que eu tive —, mas como ela é uma prima do Howie e o Brian garantiu de que a mesma é uma boa pessoa, pode até superar as minhas expectativas.
Me arrumei rapidamente e saímos para um restaurante mais próximo de casa, mas já havia gente me olhando ou até mesmo fotografando. Falei com alguns fãs durante a espera da convidada, dei autógrafos e bebi água. Então ela chegou com muita elegância e o Ronnie foi até ela, com um olhar amoroso e atencioso que só ele tem.
— Helena, conheça a minha irmã, Crystal.
— Oi Crystal, eu adorei o seu último filme. Foi um Oscar muito bem merecido. — Ela disse estendendo a sua mão e apertei com o acompanhamento de um sorriso.
— Ah obrigada, Helena. Sinto muito pelo convite de última hora, pois eu e o Ronnie estamos com um tempo curto.
— Tudo bem, Crystal. Sei de que podemos fazer esse momento ser bom no tempo suficiente de vocês.
Eu tive uma ótima sensação, a mesma sensação que tive quando conheci a Maya. Eu gostei dela só de ver entrar pelo restaurante e sinto de que ela tá fazendo muito bem para o Ronnie, por mais que ele seja incrível, ele está se tornando alguém melhor.
— Aliás, é uma honra estar finalmente te conhecendo, Helena. O Ronnie não para de falar de você.
O loiro olhou pra mim tenso e continuei sorrindo, como eu não houvesse falando aquilo. A Helena ficou com o rosto corado e era adorável.
— Pode escolher o que quiser do cardápio, okay? Não se preocupe com a conta. — Afirmei e ela assentiu, pegando o cardápio e foi vendo. — Mal posso esperar o jantar com a nossa família.
— Crys… cala a boca. — Ronnie me repreendeu entre os dentes e dei de ombros. — Helena, a minha irmã é tagarela às vezes.
— Mas isso não é problema, Ronnie. Eu gosto de conversar e sabe, será bastante legal conhecer os seus pais. — A latina afirmou e cada vez mais ficava vermelho o seu rosto.
— Está vendo, gigante do pé de feijão? É através da conversa que nos conhecemos melhor. — Sorri e olhei para a mesma. — Certo, Heleninha?
— Com toda razão, Crystal.
— Pode me chamar de Crys, amiga, irmã, futura cunhada sem nenhum problema.
— Crystal, pelo amor de Deus! — Ronnie me repreendeu mais uma vez e o seu rosto saiu do vermelho pra roxo.
— Você não quer que ela me chame de irmã? Coisa feia, maninho…
— Não, de futura cunhada. — Disse sem parar de mexer em seus cabelos, lá vem chiliques. — Eu… e a Helena somos apenas amigos, Crystal. Não confunda as coisas, okay? Parece que vocês só pensam nisso, que chatice.
— Ronnie, fique tranquilo. É que a Helena já exala a bondade, a calma… eu já gostei dela de primeira e não me importo se algum dia vocês se tornem algo além de amigos. Eu só vou me importar do jeito que um cuida do outro apenas. Não quero que vocês dois fiquem tensos com isso, okay? Tudo bem o convívio, porque só vocês podem resolver isso. — Expliquei para ambos que assentiram. — Se houver algum momento em que vocês irão ficar juntos, não sintam medo. O Ronnie sabe do que os medos e as inseguranças causam para uma pessoa. Não prendem esse aperto no peito, façam isso ser real.
Respirei fundo e olhei para o meu colo, me lembrando do Brian comigo na casa do lago. Pensar nele, me faz doer como uma pressão prestes a conceder. O mundo sabe sobre o que penso dele, o mundo talvez saiba que eu o amo de uma forma indescritível, mas o mundo age como quisessem arrancar ele de mim à força, sem pensar nos meu princípios, da minha convivência, do que eu sinto. Eu não quero perder o Brian de novo, nunca mais. Ele é a coisa mais preciosa que já aconteceu na minha vida.
— Com licença. — Saí da mesa e fui andando até o banheiro, vendo que só havia eu ali.
Meus olhos se encheram d'água imediatamente ao se lembrar do que está acontecendo. Tenho medo de receber uma ligação dele dizendo que é melhor acabar tudo porque vão nos deixar em paz, tenho medo dele falar que é fazer eles se esquecerem da gente e cada um seguir o seu caminho. Eu não posso cair no poço de novo, eu tenho que lutar pela nossa dignidade, nosso respeito e ainda mais, o nosso amor.
O problema é que não sei quando o verei novamente para planejar algo pra fazer essa chatice parar logo.
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