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Nick Carter

Por incrível que pareça, a chuva nos obrigou a assistir o tal filme de terror sangrento que o Howie comentou e fomos assistir. Já começa com o ataque a primeira vítima e digo uma coisa, tomei uns sustos, mas a minha mente só estava focando em conversar com a Maya, a deixar mais tranquila.

Só que comecei a curtir o longa por ouvir ela comentar para as meninas sobre quem poderia ser um assassino, o que me acalmou o bastante e soltei um ar que eu nem sabia que estava segurando depois de tanta tensão como tivemos hoje.

— Gente, acho que vai ser agora. — AJ comentou sem piscar os olhos para a tela. — Tenho certeza de que é alguém fantasiado…

Quando a última vítima burra entrou na casa pra afrontar a criatura, uma porta dessa casa bateu com tanta força que engoli uma pipoca inteira com o susto.

— Ronnie, você viu o vulto?! — Maya indagou e ouvi o mesmo dizer que sim. Incrível como ele é o mais corajoso de tudinho.

— Ah não acredito que essa doente vai subir aonde o bicho está! — Sam disse completamente indignada. — Parece que ela anda com uma plaquinha dizendo “oi, estou aqui pra morrer”! Trouxa! Trouxa!

Quando uma porta no final do corredor rangeu e a protagonista se virou imediatamente para perguntar quem está lá, uma mão apareceu.

— Nivea, é agora! — AJ disse mexendo no meu braço achando que é o dela.

“Apareça agora, seu covarde! Mostre o seu rosto, desgraçado!” — A doida lá gritou apontando uma faca simples de cozinha para a direção da porta.

Quando um grunhido de monstro começou a ficar mais alto, aquela mão sumiu e a garota foi atrás ver e era mais um corpo, do seu namorado pra ser específico.

“Ai meu Deus! George! Não!”

— Credo, que atuação ruim. — Ronnie disse olhando incrédulo para o telão.

Do nada mesmo, aquele momento triste se tornou de raiva para a personagem e quando ela foi se virar bruscamente para ir atrás do monstro, ele estava lá e dei um pulo de susto, vendo o quanto o bicho era feio. Mas nesse momento de susto, o telão apagou de repente, havendo outro susto na sala inteira.

— O filme já acabou?! Ela morreu?! — Howie falou bem alto e no meio da escuridão, o pessoal que estava na sala começou a vaiar.

Os minutos se passavam e tudo continuava escuro. Até que ouvimos as portas se abrirem e algumas lanternas balançando.

— Atenção! Acabou de acontecer um apagão na cidade inteira por causa de um raio que caiu na fonte de energia. — Um funcionário afirmou lá da saída do canto e houve mais vaia. — A chuva estabilizou e os raios diminuíram nesse momento, então sugerimos que voltem imediatamente para as suas casas e tomem cuidado no caminho e sentimos muito pelo ocorrido, boa noite.

— Que droga… mas vamos logo. — Nivea foi a primeira a se levantar e nós fomos andando até sair do cinema, onde estava apenas chuviscando.

— Gente, eu vou para o hotel ver se o Kevin precisa de alguma coisa. — Alex afirmou e nos despedimos, então ele foi seguir outro caminho da gente.

— Gente, vocês ouviram o grito de susto que ele deu na hora que o monstro apareceu e a tela se apagou?! — Maya disse e nós começamos a rir após confirmar que ouvimos também. — Nunca imaginei que o AJ teria medo de um cara usando uma fantasia de lagartixa do pântano.

— Ele ficou apertando a minha mão achando que era da Nivea. — Digo e a morena começou a gargalhar.

— Ainda bem que ficamos contra a vontade. — Howie disse de mãos dadas com a Sammy. — Eu até tinha me esquecido do que houve mais cedo.

— É, nós esquecemos. — Sam enfatizou olhando para o céu.

As conversas começaram a ser paralelas e a Maya se aproximou de mim sorrindo, depois depositou um beijo em minha mão.

— O que você fez foi incrível, sabia? — Ela disse só pra eu ouvir e sorri timidamente. — Muito obrigada, Nick.

— Maya, não precisa agradecer. Você sabe muito bem que eu quero te ver bem e a sua irmã, a sua família não entende sobre isso. Eu só fiz o que era certo e… não gosto quando tratam alguém tão especial como você daquela forma.

— Ainda bem que você evitou uma queda feia lá em Laguna. — Disse e deu uma risadinha, o seu rosto ficou corado ao se lembrar.

— Eu posso dizer o mesmo. — A abracei e beijei o topo de sua cabeça, onde havia um aroma levemente doce como baunilha. — Eu te amo.

— Eu também te amo, Nick.

Crystal Fletcher

Liguei o rádio de pilha que trouxe da minha antiga casa para saber o motivo da falta de energia. Bem na hora que estava usando o liquidificador para fazer um bom suco, as luzes se apagaram. Daí os locutores afirmaram ter sido um raio que caiu lá na fonte, ainda bem que ainda não chegou o verão pra não passar uma noite de calor.

— Acho que acendi todas as velas, Crys. — Ouço o Brian e o vejo lá na sala checando se tudo estava certo. — Uma pena que não teremos um bom suco de morango.

— É uma pena mesmo. — Digo deixando a jarra do eletrodoméstico na geladeira para não estragar a fruta mal triturada. — Eu vou descer pra perguntar ao Eli se o gerador está bom pra ser usado no prédio, eu não demoro.

— Toma cuidado, amor.

— Tão bonitinho me chamando de amor. — Lhe dei um selinho e sorri. — Bem, serão mais de dez pares de escadas que eu vou descer e subir, mas aqui vou eu.

— Não é melhor usar o telefone? Qual é a necessidade de descer isso tudo para saber dos geradores? Acho que algum vizinho do primeiro andar já providenciou. — Disse ajeitando o meu cabelo. — E vê que incrível! Teremos o nosso primeiro jantar à luz de velas.

— Com direito a raios e trovões lá fora que te assusta. — Respondi e o Littrell negou rapidamente. — Por favor, Brian. Você desceu no maior desespero na primeira rajada!

— Eu não tenho medo de raios e trovões!

Ele nem viu o relâmpago. Daí veio um raio que caiu no para raios do prédio vizinho e o som estridente no mesmo momento em que disse essa frase corajosa.

— CRYSTAL! — Eu comecei a gargalhar dele que me agarrou no susto. — Garota, por que inventou de morar no penúltimo andar de um prédio?!

— Porque eu gosto da vista de Seattle no pôr do sol. — Digo e dou uma pequena distância do mesmo. — Olha, já teve tempestades assim aqui e não tem como se preocupar porque estamos seguros aqui dentro, okay? Respire e lembre-se: vamos comer uma boa torta de maçã que daqui a pouco estará pronta.

Veio um trovão leve e o loiro se tremeu todinho, então o abracei para tentar confortar um pouco.

— É sério, é bem mais alto e assustador quando se está perto. — Disse sem querer me soltar.

— Não precisa ter medo, é bem comum e também… — Fiquei procurando algum argumento plausível. — Bem… eu não sei, mas tá tudo bem, meu anjo.

— Não fique longe de mim, okay?

— Claro que não, bobinho. — Afastei e sorri pra ele que retribuiu. — Ainda bem que você pegou as suas roupas na volta pra cá.

— Sim, bem lembrado. Eu só espero que o tempo não fique assim quando formos para a montanha russa.

— Tenho uma coisa a te informar. O parque fechou para manutenção, principalmente da montanha russa. — Digo e ambos os lados se frustraram. — Mas eu posso te levar para um lugar incrível daqui de Washington.

— Espera, você tem carro? Você não me disse isso.

— Na verdade eu alugo para pegar estrada quando estou folgando. — Respondi e fomos para a cozinha. — Vou te dizer, você vai adorar. É uma cidade bem pequena e bem bonita… lembra um pouco aonde nasci.

— E quando vamos?

— Bem, se o clima colaborar, nós vamos depois de amanhã para voltar no sábado, já que na segunda você e os rapazes vão voltar.

— Quer que eu te leve quando formos embora? Eu posso te amostrar como é a nossa rotina de trabalho. — Brian afirmou me ajudando a tirar a massa do forno.

— Eu adoraria, mas acabei de me lembrar do Ronnie assumir o lugar da… da Venice e… — Solto um suspiro. — Talvez a agência acabe precisando de mim.

— Entendo, Crys. E também tem os boatos sobre nós.

— O que é uma droga. — Ri. — Espero que me deixem em paz caso apareça algo mais “escandaloso” feito por alguém que a mídia persegue.

Brian ficou em silêncio e fui pegar os pratos para nos servir. De fato, eu não aguento mais ficar olhando a cada esquina se tem alguém com uma câmera e espalhar para as revistas e os programas de fofoca.

— De fato, é uma droga. — Respondeu depois dos seus segundos de pensamento e tocou em minha mão. — Isso vai passar e poderemos agir como pessoas normais. Eu prometo de que será em breve.

— Eu acredito em você, Brian. — Sorri e fui dar uma garfada na minha fatia, assoprando o pedaço quente. — Está ótimo!

Ele não parava de elogiar a minha comida a cada garfada. Depois que terminamos de jantar e a Summer só ficou por perto por conta da luz das velas na sala, ficamos conversando aleatoriamente e a chuva voltou ainda nessa noite na mesma intensidade, mas segundo os climatizadores, quando amanhecer vai ser de sol.

Parando para pensar, a única coisa boa que aconteceu hoje é que revi todos os meus amigos e ainda vou ter mais dias pra ficar perto do Brian. Tirando isso e a minha primeira noite com ele já fez a minha semana, mas a saída da Venice estragou tudo.

— Sabe, eu sinto de que vou demorar pra me situar com o que aconteceu hoje. — Digo olhando para as nossas mãos entrelaçadas. — Ela ficou achando que eu iria ficar feliz por ter se demitido…

— Crys, não pense nisso agora. Vai tudo se resolver…

— Mas não vai trazer a minha amiga que eu via como uma irmã de volta. — Deitei a minha cabeça em seu ombro. — Ela não se importou com tudo isso e é algo que me deixou completamente mal.

— Eu sei e entendo, Crys. — O loiro respondeu, envolvendo o meu braço sobre o meu ombro. — O Kev também está assim e vocês podem se apoiar para essa mágoa passar, nem que seja um pouco.

— Ela foi muito egoísta, não foi? — Perguntei olhando para o seu rosto e ele se virou para me ver de volta, sorrindo tristemente e beijou a minha testa.

— Ela foi, meu amor. Vai ser difícil se esquecer disso, mas… hey, não chore. — O seu tom ficou preocupado e foi logo limpando o meu rosto, pra me abraçar depois.

— Será que ela se cansou de mim por causa do que aconteceu? Será que foi por isso?

— É claro que não. Por favor, Crystal, não fique pensando assim de novo. Isso dói muito em mim. — Brian disse suavemente e me afaguei em seus braços. — Seja forte como sempre foi.

Eu não tenho nada a declarar sobre o que ela fez nas minhas costas, mas sei que foi quase pior do que os gêmeos fizeram no ano passado. Brian não precisou falar mais nada e me abraçava de volta, sem a intenção de me soltar e me sinto protegida, mais calma por saber de que posso confiar nele e que ele sempre estará disponível para dar o seu ombro e me escutar falar ou chorar com algo que fica preso em mim.

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