⭐ 37
Crystal Fletcher
Quando eu estava terminando a gravação do programa, eu ouvi a conversa da Venice com a galera da produção e vi que seria uma ótima oportunidade de ir saber da própria Sherry pessoalmente.
Na época que eu tinha chegado na casa dos meus pais, o Nick e eu ficávamos conversando aleatoriamente, e claro gente, ele se sentia culpado pelo que aconteceu comigo na premiere. Então, ele me falou de que a família Finnigan inteira haviam enjoado de Chicago e se mudaram para um condomínio bem chique lá em Manhattan, e como estou perto, né?
Corri pegando a minha jaqueta, os meus óculos e o meu boné e encontrei uma peruca loira, deixando bem encaixada na minha cabeça pro meu cabelo não aparecer. Amarrei a jaqueta na cintura e fui andando até o lado de fora, vendo um táxi dando sopa.
— Com licença, o senhor poderia me levar para Manhattan? — Fiz uma voz mais suave para não me reconhecerem e o motorista olhou incrédulo pra mim. — Eu te dou seiscentos dólares se me levar até o destino e na volta.
— Seiscentos dólares?! Você não tem cara de ter esse dinheiro todo.
— Fica com a metade para a ida. — Lhe entrei três notas de cem, novinhas ainda.
— Manhattan, né?
— Certamente. — Sorri e entrei no banco de trás.
Pelo retrovisor eu vi a Venice sair perguntando para algumas pessoas, provavelmente sobre mim. Coloquei os meus óculos escuros quando o taxista começou a acelerar o carro.
Isso é por uma boa causa, Venice. — Pensei comigo mesma, a vendo ficar longe de vista. Vai me dar uma bronca quando eu voltar.
O taxista não parava de conversar besteiras até chegarmos no condomínio. Ele parou na esquina e fui andando até o porteiro, preparando a minha atuação.
— Boa tarde, senhor. Poderias me dizer se a senhorita Sherry Finnigan está em casa?
— Sim, a família inteira está em casa. Pode me dizer o seu nome para avisar a família.
— Ah, não precisa. Eles marcaram o meu serviço há meia hora e estão ao meu aguardo. — Sorri.
— Certo, mas diga o seu nome pra mim para o controle de pessoas. Protocolo do condomínio.
Seja rápida, Crystal.
— Nicole Finch. — Digo mais natural quanto a luz do dia, me lembrando dos meus amigos loiros. — Agora eu posso? Aquela mansão não se limpa sozinha.
— Claro que pode, senhorita Finch. Tenha uma boa tarde.
— Igualmente. — Sorri pra ele e fui andando pelas ruas, lendo as caixas de correios com o nome das famílias.
Até chegar na casa de esquina e ver bem bonitinho “Família Finnigan”. É aqui mesmo que eu estava procurando.
Parei na porta da frente e toquei a campainha, estralando os meus dedos e esperando a cara de um desses gêmeos aparecerem na porta.
— Boa tarde, no que eu posso ajudar? — Caramba, esse deve ser o senhor Finnigan. Espero que ele seja como os próprios filhos.
— Oi senhor Finnigan, eu me chamo Chloe e o Sawier me chamou pra vir aqui jogar uma partida de Dig Dug. — Sorri e o mesmo sorriu de volta.
— Pela primeira vez, aparece alguém interessada no meu precioso filho. Você me parece familiar.
— Ah, deve estar me confundindo com a Cristina Aguilera por causa do meu novo corte de cabelo. — Digo mexendo na peruca e ele começou a rir.
— Que bom humor você tem, é só subir as escadas e encontrará ele no segundo quarto. — Disse me deixando entrar.
— E a Sher? Ela está lá em cima também?
— Claro, fique a vontade Chloe. — Senhor Finnigan disse andando até uma sala, vi a senhora Finnigan lá dentro, então resolvi subir as escadas.
Fui andando bem devagar quando cheguei no primeiro andar. O quarto do Sawier estava fechado, mas eu consegui ver um quarto cor de rosa com algumas fotos da Sherry por causa da porta entreaberta.
Fui até lá e bati na porta.
— Caramba, eu não posso ter um minuto de sossego nessa casa! — Reclamou e ouvi ela se levantar de algo. — Miriam, tem nada pra você fazer aqui!
— Coitada da Miriam. — Digo quando ela abriu a porta, tentando me reconhecer. — Oi, Sher.
Sorri para a mesma que entendeu bulhufas.
— Quanto tempo, não? — Fui entrando no quarto e fechei a porta, a deixando trancada discretamente.
— Como assim quanto tempo, eu nem te conheço.
— Será mesmo?! — Ri incrédula e soltei a minha peruca, revelando os meus cabelos castanhos e tirei os meus óculos. — Voltei, vadia.
— Crystal… — Consegui ver o medo consumindo os seus olhos. — Eu…
A minha mão esquerda foi com tudo na cara dela, deixando a marca imediatamente. Quando ela veio revidar, fui logo agarrando o seu cabelo e bati ela contra a parede, depois a empurrei para longe que acabou caindo no chão. Mas Sher não desistiu assim tão fácil e tentou ir me bater de volta, mas acabei lhe aplicando um belíssimo golpe de judô e a deixei imobilizada.
— Tenta arruinar a minha vida de novo, que quem vai querer deixar de existir é você. — Digo a soltando e a mesma acovardou, começando a chorar. — Me diga sua mimada, foi você quem causou o término da minha melhor amiga com o AJ?!
— O quê?! Não! Eu só… eu só queria destruir você.
— Por que tinha isso nessa cabeça?!
— Porque eu gosto do Brian e vocês nunca se combinaram, você vive destratando ele e…
— Vivia. — A interrompi. — Você tem vinte e três anos na cara, não tem vergonha das merdas que faz e vem descontar na minha vida?! Sherry, eu fiquei doente por sua causa. O seu primo ficou se sentindo culpado por vocês, porque olha para a gravidade do problema que causaram! Garota, você é rica, busca investir em algo para o seu bem estar e deixe de ser desesperada por atenção porque tá passando vergonha! Você não tem direito de controlar a vida dos outros, isso é piração! Se eu me apaixonei pelo Brian mesmo negando naquela época, eu não seria obrigada a deixar de amar ele por sua causa, e também porque é difícil se esquecer de alguém como ele. Cada um tem as suas escolhas e é livre para escolher um caminho, e você deveria fazer isso, Sherry. Você e o seu irmão pra falar a verdade.
— Então… por que você me bateu antes de falar isso tudo?
— Porque era a última coisa ruim presa em mim desde do ano passado. — Respondi me aproximando dela. — E também porque você merecia uns bons tabefes.
A Sherry só balançou a cabeça e fui colocar a minha peruca de volta.
— Nós podemos ser amigas? — Por pouco, eu ria da cara dela de propósito. A vontade é grande, mas preciso ser focada.
— Não. Some do meu caminho e me deixe em paz, Finnigan. — Saí do quarto e fui saindo pela porta que entrei, sentindo as minhas mãos começarem a latejar.
Você deve estar perguntando porque eu neguei a amizade dela. Pois bem, ela é caprichosa, patricinha, só usa rosa, cheira a bala de abacaxi e humildade zero. E obviamente, em qualquer oportunidade que aparecesse, ela poderia armar uma contra mim e o Brian de novo e eu iria fazer questão de fazer a mesma coisa que fiz no babaca do irmão dela. Quebrar o seu septo nasal junto com os seus dentes perfeitos.
Entrei no táxi e ele me deixou no hotel, então lhe entreguei o restante do prometido e fui andando até o meu quarto compartilhado com a Venice. E ela estava lá, e está uma fera.
— Por favor, me diga que você não foi atrás da Sherry. — Ela disse e fiz de tudo para não amostrar as minhas mãos que estão avermelhadas de algumas pancadas. — Crystal, só me diga que não foi.
— Eu fui dar um telefonema para o Ronnie. Sobre quando ele vai voltar com a Summer lá em casa.
— Vocês não combinaram isso antes de pegarmos o vôo?
A minha peruca caiu. Literalmente e ironicamente falando.
— Venice…
— Isso foi uma loucura, Crys! Você só pode ter atiçado ela a fazer alguma coisa contra você e o Bee de novo.
— Eu só fui trocar umas palavrinhas com ela, nada demais…
— E por que esconde as suas mãos? Você bateu nela! Caramba, isso pode resultar em muita papelada e tenho que entrar em contato com o Banks.
— Banks? Quem é Banks?
— Um velho amigo, o Tyler. — Explicou. — Pode dar em processo você ter batido nela, essas coisas.
— Ela não vai ter essa coragem e não precisa ligar para o tal Tyler Banks. — Digo procurando por alguma roupa confortável para usar no resto do dia. — Vamos focar no trabalho, como você sempre disse. Eu só resolvi um problema pessoal do jeito que deveria ser apenas, não há com o que se preocupar.
— Mas nunca se sabe, Crys. Essa Sherry pode fazer alguma coisa.
— E ela não tá tão fora de si pra fazer essas coisas.
— Meu Deus, ameaçou ela.
— Bem, eu só disse pra ela me deixar em paz. Só isso. — Respondi e a mais velha olhava pra mim ainda em reprovação. — Relaxa, Venice.
— Okay, eu vou relaxar. Se ela não inventar de ir atrás de você no Oscar.
Pelo menos tá feito o que eu queria fazer. Se ela vier pagando de vítima pra lado dos outros, ela vai levar porrada de novo e talvez pior. Nunca se sabe.
Brian Littrell
Quando eu vi na televisão de que a Crys já pôs os seus pés na América, fui procurar saber do telefone dela, que o Kev me entregou afirmando ter falado com a Venice e fui logo para o telefone mais próximo.
— Olha Nick, talvez tenhamos fofoca. — Ouço a voz do Howie pelas proximidades de onde estou e vejo ele com o mais novo escondidos na cozinha.
— Se ouvirem a minha conversa, uma lista telefônica vai voar na cabeça de vocês dois. — Digo e ambos saíram com um pote de sorvete, com ar de riso pra variar.
Disquei o número e fiquei esperando, talvez ela poderia estar descansando ou sei lá.
— Alô? — Só de ouvir esse sotaque neozelandês que fortaleceu, é de adivinhar que é ela.
— Oi, Crystal. — Eu não sabia mais o que falar, só de ouvir a sua voz me faz sentir fora do espaço. — Como vai indo?
— Brian?! Meu Deus, eu pensei que tava sonhando! — Crys começou a rir e veio um bocejo do outro lado da linha. — Porque eu tava sonhando com voc… corujas! Eu estava sonhando com corujas!
Corujas, sei.
— Corujas?
— É, porque elas apareciam todas as noites na janela do meu quarto lá na casa dos meus pais. Enfim, acho que sempre estou dormindo quando você me liga.
— Isso é engraçado, então… ansiosa para o Oscar?
— Oscar?! Tô ansiosa pra te ver, isso sim!
Alguém me segura? A minha pressão baixou.
— Nossa, é… — Me engasguei com as palavras e só ouvi as risadas dela. — Crys, como pode menosprezar o seu primeiro prêmio?
— É só uma estatueta banhada a ouro, Brian. No que tem demais nisso comparado ao que sinto por você?
Podem chamar 911 pra mim? Eu acho que estou tendo um surto seguido de desmaio.
Meu Deus, como esses sete meses serviram mais do que o suficiente nela… o jeito de falar, de rir é completamente outro e sim, isso com certeza é o seu jeito real de ser e estou absolutamente loucamente apaixonado por ela.
— Garota, eu vou demorar de puxar um assunto se continuar falando isso! Continua, por favor. — A mesma começou a gargalhar e era aquela gargalhada gostosa, contagiante.
— Awn, deve tá todo corado. — Disse se recuperando da sua risada. — Okay, vou parar. Então, depois da premiação estarei de volta em casa e se você não estiver tão comprometido, podemos finalmente ir para o parque de diversões.
Crys não faz ideia de que todo mundo combinou de fazer uma surpresa pra ela lá em Seattle, e também, eu quero fazer algo pra ficar memorável pra ela.
— Bem, eu espero que dessa vez dê certo. Por enquanto não apareceu nada ainda pra gente.
— Soube que estão gravando um álbum novo. Eu tô com uma sensação de que vai ser O Álbum. — Ela disse e eu não sabia mais o que fazer além de sorrir feito um idiota.
— É muito bom ouvir isso, Crys. Vou fazer de tudo para ir na sua casa quando voltar.
— Eu sei que vai, tenho muitas novidades que não contei nas cartas e em algumas ligações.
— Você vai me deixar curioso até o dia, né?
— Óbvio! Essa é a graça. Visita sem longas conversas não flui muito bem. — Disse rindo comigo.
— Isso é bem lógico.
— Eu sei. Eu quero que a gente converse o bastante até se esquecer da hora de voltar.
— Esse é o esquema, Crys?!
— Óbvio! Primeiro vem o encontro, o jantar em algum lugar legal e depois ficamos conversando, pondo tudo em dia. Esse é o esquema.
— É um ótimo esquema. Bem, eu estou atrapalhando o seu sono e…
— Ah, já vai desligar? Eu aguento mais um pouco.
— Crys, você não para de bocejar a cada dois segundos, precisa descansar. — Digo e ouvi a mesma reclamar. — Você sabe que teremos tempo o suficiente em breve.
— Eu sei, mas senti falta de ouvir você e parece que o dia demora séculos pra chegar o dia de eu voltar pra casa. E também, nunca mais te vi.
— Eu também senti muita falta, mas lembre-se que tudo será compensado.
— Tá bom. Acho que eu iria acabar dormindo no meio da conversa.
— Eu creio que sim. — Rimos. — Durma bem, Crys. Até a próxima.
— Até a próxima, Brian.
Quando coloquei o telefone de volta no gancho, lá estava os rapazes olhando pra mim. Como eles ficaram tão curiosos ultimamente, hein?
— Não têm o que fazer não?! — Olhei incrédulo para o quarteto que pagaram de doidos e começaram a comentar algo sobre o que estava sendo transmitido pela televisão.
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