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Brian Littrell

Depois que saí do edifício, fui voltando para o hotel e no caminho, eu vi a Sherry dentro de um estabelecimento. Eu só espero que ela não esteja me seguindo ou armando uma contra a Crys. E quando eu cheguei no hotel para arrumar as minhas malas, alguém me puxou para dentro de uma sala e era o Sawier.

— Oi, Sawier. — Acenei para o mesmo, fazendo de tudo para não demonstrar a raiva que tenho por ele.

— Você não deixa a minha Crystal em paz, não é? Esquece dela, ela não tem interesse em você.

— Olha, você está muito atrasado nessa história. — Ai, eu não quero me estressar com esse elemento aqui hoje.

— Deve ter feito a cabeça dela, sabe o que é isso?! — Finnigan apontou para o seu próprio nariz e me deu uma enorme vontade de rir.

E é aquela risada que qualquer ser humano do mundo não consegue controlar.

— Um curativo.

— Aquela maldita garota quebrou o meu nariz com um só murro! — Agora eu percebi de que a sua voz tá parecendo com a de um pato.

— Okay… e onde eu me meto nisso? — Questionei e o Sawier ficou pensando. Tinha me esquecido de que é um cérebro de lesma.

— Eu só queria o perdão dela, Brian e sabe o que aquela garota falou?! Que ama você. — Começou a escorrer lágrimas dos seus olhos e o os óculos começou a embaçar. — Você pode ficar longe dela por mim, por favor? Você estava tão bem quando brigava frequentemente com a Crys naquela viagem de negócios… você roubou ela de mim e eu não vou deixar isso barato!

— Opa opa opa, Sawier! Eu não roubei a Crystal de ninguém. Aceita cara, de que ela tem as suas próprias escolhas de como vai viver a própria vida! Eu não tenho culpa se ela se apaixonou por mim e…

— Você por ela, não é? Por isso que ela vivia falando de que você estava com inveja de mim. Porque você ama a Crystal e vou admitir, vocês dois nem se combinam.

— É sério?! — Olhei incrédulo para o mesmo que assentiu.

— Sim, Brian. A Crys é muita areia pro seu caminhãozinho. Aquela garota é perfeita em tudo, até respirando é perfeita e ela não merece alguém rebaixado como você.

— Nossa, que elogio… — Ri fracamente.

— Por isso que roubei a carta dela.

Cara, a Fletcher estava certa o tempo todo. O Sawier não foi só pra pagar uma de santinho.

— Você deve devolver isso à ela! — Apontei para o seu rosto e o mesmo me empurrou com uma certa força. — Sabe Sawier, você não sabe lidar com essas coisas porque é um completo imaturo!

— Imaturo? Eu?! — Ele riu ajustando os seus óculos. — Leia isso quando estiver bem longe da Crystal e irá entender porquê você não merece ter alguém como ela. Aliás, o motivo dela não merecer alguém como você.

Disse me olhando pra cima e pra baixo.

— Tem nem altura para argumentar. — É sério que fui obrigado a ouvir isso? — Tenho certeza de que você é do tipo que prefere alguém superficial demais e não tão real como a Crystal Fletcher. Só pra ficar fixo na sua cabeça: aquela atriz é minha e de mais ninguém.

— Você é esquisito…

— Fique com isso, Littrell. Tenho certeza que não vai se sentir bem depois dessa. — O mesmo me entregou o envelope azul pastel e me empurrou novamente para o lado de fora da sala.

Vai achando que vou dar ouvidos pra esse tapado e pra aquela desesperada por atenção. E caramba, pra onde tinha necessidade de me empurrar?! Eu hein, menino doido.

— Hey Bee, tá estranho. — Ouço a voz do Alex se aproximar lá no corredor e lá vem ele pra perto. — Tá meio pálido.

— O cansaço do show veio com tudo hoje. — Minto para o mesmo que assentiu.

— E esse envelope aí? — Ele apontou sorrindo. — Ah, é a da Crys!

— Bem, sim. — Sorri fracamente. — Ela me disse para eu ler quando eu estivesse longe. Diz sobre o que pensa de mim.

— Brian, você tá com tudo! — Eu acabei rindo disso. — É uma pena que vocês não puderam realizar o encontro.

— Pois é, mas nós cinco temos que estar em Beverly Hills amanhã.

— Você não parece muito animado com a turnê, voltou a sentir aquilo, foi?

— Não, eu tô bem. Só estou pensando em como compensar a Crys quando nos vermos novamente.

Bem, uma parte disso é verdade de alguma forma. O problema é o conteúdo da carta e ela parecia tão alegre por querer me entregar. Espero que o Sawier não tenha lido ou pegado os esboços da mesma.

— Provavelmente tem a estreia do filme dela e a Crystal pode comparecer, vocês vão se ver e podem sair depois do evento.

— Tem razão, AJ. — Parei na porta do meu quarto. — Aliás, como a Nivea está?

— Ela tá tomando remédio para controlar a dor da fratura e ainda bem que o time tem uma equipe especializada por causa dos jogadores. — Disse mais aliviado. — Ela é valente, logo logo estará melhor.

— Disso eu tenho certeza. — Sorri para o mesmo que assentiu. — Vou indo arrumar as minhas coisas.

— Reforçando que às duas horas todo mundo tem que entrar no ônibus.

— Okay. — Entrei no meu quarto e deixei a carta no criado mudo.

Caramba, eu tô muito curioso pra saber o que ela escreveu pra mim. Será que eu ligo pra ela avisando de que o Sawier tinha roubado? Não, acho melhor não. Senão ela vai querer ir atrás daquele idiota ou acabar trombando com a Sherry.

Depois de feito as malas e almoçado, todo mundo se encontrou lá na saída dos fundos do hotel, pois no lado da frente lotou de fãs berrando e estavam muito agitadas que qualquer um de nós poderíamos sair machucado.

No caminho, Nick contava para a gente de que iria se declarar para a Maya e claro, o Howie não perdeu tempo em perturbar a criança.

— Hey Nick, vou te dizendo: a mãe dela é braba demais, viu?! Vacile que vai ficar a marca da mão dela no meio das suas costas pra sempre!

— Ela não deve ser assim! — Nick disse e já dava pra sentir o medo dele. — E também, eu jamais vacilaria com a Maya, a garota é espetacular e merece muito afeto!

— Diga isso para a tia Rosário, Nickinho. — Dorough afirmou e o loiro olhava para a gente querendo alguma confiança de que isso nunca vai acontecer. — Tás ligado que as mães do México são daquelas que furam a bola se jogarem pra dentro da casa delas.

— Mas eu não vou jogar bola pra dentro da casa dela!

— Mas um dia isso pode acontecer…

— Howie, deixa o menino. — Kevin repreendeu o latino que começou a rir. — Tá assustando ele.

— Eu só estou avisando ele, Kevinho. Fica frio. — Disse pegando a nova edição da revista Superstar, a maior revista de fofoca da América. — Falo isso por experiência própria.

— Você já ficou com a Maya?! — Carter ficou vermelho que nem fogo por causa dos ciúmes.

— Nick, a Maya é uns oito anos mais nova que eu, óbvio que não! Eu fiquei foi com a Florença, a irmã mais velha dela. — Disse olhando para o nada. — Pense numa garota que sabe fazer o melhor bolo de chocolate do mundo!

— E qual foi o motivo de ter apanhado pela mãe da Maya ou da Florença? — AJ indagou.

— Carlos, o irmão primogênito, ficou me devendo umas cinquenta pratas por causa de uma aposta. Eu fui atrás dele, a gente brigou no meio da rua, a tia Rosário viu e nós dois levamos uma chinelada no meio das costas. Daí a Florença terminou comigo jogando um bolo na minha cabeça. — Disse e deu um longo suspiro. — Foi o pior dia da minha vida.

Foi inevitável para todos nós prendermos o riso depois que o Howie contou isso. O mesmo enrolou a revista que estava lendo e bateu em nossas cabeças, principalmente a do Nick.

— Quando isso aconteceu? — Perguntei.

— Bem antes de eu conhecer vocês, foi… em oitenta e nove. — Disse contando pelos dedos. — Acho que a Florença nem se lembra mais de mim, mesmo sendo a melhor amiga da minha prima Helena.

— Nossa, a Helena! — AJ disse se lembrando da mesma. — Faz tempo que a gente não vê ela, né?

— De fato. Como ela deve estar? — Kevin perguntou e o Howie não soube responder.

— Sei lá, ela não mora mais na Flórida tem uns dois anos. Ela nem se despediu de mim aquela doida.

O bizarro é pensar que muita coisa aconteceu nos últimos dois anos.

Seguindo pela estrada já perto de virar madrugada, os rapazes se encolheram e eu também. O sono está grande, mas a curiosidade não está me deixando sossegado então peguei uma lanterna e tirei a carta do envelope que estava no bolso do meu casaco.

Caiu uns três recortes de papel e eram os desenhos que a Crystal havia feito pra mim, ela foi bem detalhista ao fazer as minhas expressões. Muito adorável.

Desdobrei o papel e deixei no alcance da lanterna, vendo a sua caligrafia que ainda é a mesma quando mandava cartas pra mim como Lis.

“Brian,

Você sabe muito bem de que tenho muitas dificuldades em demonstrar os meus verdadeiros sentimentos e neste momento que estou escrevendo, eu percebi de que você merece saber o que penso sobre a sua visita aqui em Seattle e de outros momentos.

Eu odiei.

Eu tive crise de espirros com as flores que você me trouxe, pois nelas haviam pólen e sou alérgica, então eu tive que jogá-los fora do meu lindo apartamento. O seu olhar para cima de mim me incomoda muito, sinto de que o meu rosto estão surgindo milhares de defeitos e por último, você beija muito mal. Você é péssimo, sinceramente.

Eu não quero ferir os seus sentimentos, Brian, mas parando pra pensar, você acha de que esse lance entre nós dois vai dar certo mesmo?! Caramba, você é muito patético e sinto que isso está me infectando! Eu percebendo de que tenho o Sawier que é milhões de vezes melhor do que você horas depois de ter quebrado o seu nariz, me deixa completamente culpada por essa confusão.

Littrell, não quero te magoar, mas o que eu sinto por você não é amor. É pena e desprezo.

Nunca mais retorne para a minha cidade, nunca mais me liga, nunca mais pense em mim. Eu não vou perder tudo o que for bom pra mim por sua causa de novo. Pode ir voltando a invejar o Sawier que vou atrás dele agora mesmo, antes que ele volte para Chicago.

Lide com a sua vida sem graça e iludida achando que eu sou como a adorável Lis Parker.

Até nunca mais,
Crys.”

— Como assim?! — Fui relendo várias vezes a sua caligrafia até não conseguir enxergar nada por conta das lágrimas. — Ela me iludiu esse tempo todo?!

Eu não estou conseguindo acreditar na atrocidade que a Crystal escreveu e fez pra mim, ela falou com tanto carinho quando começou a procurar a carta. E também, o envelope estava bem lacrado para o Sawier não ter manipulado com facilidade.

É isso, ela não me ama e isso me dá a sensação de como estivesse tirando todo o ar que está armazenado em meus pulmões. Como ela teve essa capacidade de me trazer tanta decepção sem parar pra pensar do quanto eu posso ser alguém que faria de tudo para ver a sua alegria?

Ah, agora eu entendi. Ela é uma jovem atriz de Hollywood e com um talento que lhe dá o maior crédito. Espero que ela ganhe um Oscar de melhor atriz com o seu querido filme, porque ela merece e ainda ser aplaudida em pé com a sua atuação impecável, digno de trazer mais uma estatueta de honra para a sua coleção, por ter feito alguém que a ama fazer o papel de um palhaço idiota.

Ela inventou a Lis não só pra me afastar, foi pra brincar com os meus sentimentos até ontem dentro daquele maldito apartamento. Isso não tem perdão.

Eu te odeio, Crystal Fletcher.

Já de manhã, chegamos em Beverly Hills e eu estou fazendo de tudo para não demonstrar a dor que estou sentindo depois de ter lido aquela maldita carta.

Por pura coincidência, chegamos no hotel ao mesmo tempo que chegava a seleção sueca feminina de vôlei e a primeira pessoa que nos viu e se afastou das jogadoras foi a Sam, que já chegou abraçando todo mundo.

— Que surpresa ver vocês aqui! — A loira disse completamente alegre e isso fazia aparecer o seu sotaque nórdico. — Vão fazer um show aqui em Beverly!

— Claro que sim, Sam! — Disse Howie que levantava um pouco a sua cabeça para ver o rosto da mesma direito. — Pelo visto você vai jogar, certo?

— Sim, começou a Liga das Nações e o meu time vai jogar amanhã. Vocês sabem que eu moro aqui, mas vieram me buscar do mesmo jeito. Desculpe por estar fazendo vocês três esticarem os pescoços, eu estou usando salto.

— Não, tá tudo bem. — Alex disse alongando o seu pescoço. — É que você tem quase um metro e oitenta, não faz tanta diferença pra gente não.

— Não é o que parece… aliás, a Maya tá passando as férias da escola aqui e está na minha casa, Nick.

— Sério?! — Os olhos do mais novo brilharam imediatamente ao saber. — E sabe se ela dorme cedo ou tarde…? Tenho algo a falar pra ela pessoalmente.

— Bem, ela dorme às dez horas no máximo. Infelizmente, quando eu soube da vinda de vocês, os ingressos haviam esgotado.

Alguém chamou a jogadora falando na língua nativa dela, que respondeu do mesmo jeito.

— Olhe, a gente se encontra no pátio externo e te dou o endereço da minha casa. — Disse sorrindo pra ele. — Foi bom ver vocês, rapazes.

— Igualmente. — Falamos em uníssono e senti o Kevin me cutucar, apontando para o Howie que via ela ir embora.

— Pelo visto alguém roubou o coração do Howie. — Kevin disse o assustando que ficou balançando a sua cabeça.

— A Sammy é a minha amiga!

— Ela gosta de você. — Nick disse o deixando sem graça. — Sério, não tô brincando.

— Quem te disse isso?!

— A Crystal.

Calma, eu não posso ter um surto só porque ouvi o nome daquela mentirosa descarada.

Quando eu entrei no quarto que dessa vez estou dividindo com o Kevin, ele é sempre o primeiro a perceber de que alguma coisa está acontecendo.

— Você está estranho hoje, sono ruim no caminho?

— Nem me fale. Olha, eu tô me sentindo péssimo hoje. — Me jogo na minha cama, olhando para o teto de gesso.

— Pelo desconforto ou por não ter saído com a Crys ontem?

— As duas coisas, eu acho. — Soltei um suspiro. — Kev, na verdade estou muito desapontado com algo muito ruim que acabei sabendo nessa noite.

— Por isso que não dormiu bem… quer falar sobre? Prometo contar pra ninguém.

Eu olhei para a cara do mais velho e ajeitei a minha postura para contar isso direito. Mas quando abri a boca para falar sobre a carta da Crystal, o choro veio fora de controle.

— Brian, o que tem?

— Ela… — Tento evitar o soluço. — Ela partiu o meu coração e… estava mentindo o tempo todo sobre os seus sentimentos.

— Mas como?! — Ele ficou boquiaberto. — A Venice me disse que ela estava muito contente por tudo, principalmente por ter visto você e…

— Era fingimento, Kevin! Ela é uma tremenda atriz que sabe causar uma enorme tempestade com uma droga de carta. Eu não consigo pôr isso na minha cabeça, foi tão real pra mim.

— Brian, eu sinto muito por isso. Como a Crys pode ser tão má com você que sempre foi generoso?

— Ego inflamado, ingratidão… eu não vou conseguir mais olhar pra ela como eu a via antes e… vou seguir em frente.

— Tentou conversar com ela?

— Pra ser mais cínica comigo?! Não, deixa ela em paz, ela mesma pediu isso. A talentosa da Fletcher nunca mais vai saber de mim e isso eu garanto, Kevin. Porque o que ela fez, não vou correr atrás como foi sobre ela ser a Lis. Eu tô cansado de ser esnobado por essa garota e bem… ela está tendo o que bem queria! Eu vou estar oficialmente e infinitamente longe daquela patricinha, seja em qualquer lugar que aquele rosto aparecer.

O meu primo me abraçou e fui fazendo de tudo para me acalmar. Que pesadelo, tava tudo tão bom, como fosse flores e harmonia. Mas ela não tem limites no que faz e isso é de destruir qualquer um!

— Eu preferia que ela continuasse mentindo pra mim, Kevin. — Enxugo o meu rosto e vou respirando fundo.

— Você tá pálido. De novo. Ontem quando entrou no ônibus e agora. — Disse completamente desconfiado. — Por que está escondendo as mãos?!

— Por nada.

— Brian, pare de fingir que tá tudo bem com você! — Richardson reclamou em tom de ordem e desfiz, vendo o mesmo ficar preocupado. — Isso tá ficando sério de mais, está ficando azul. Tente relaxar, eu vou procurar ajuda…

— Kevin, não deixa os rapazes ou a Sam ver a gente.

— Vou tentar. Volto logo. — O mesmo saiu nas pressas e fiquei parado sem pensar no que fazer.

Mas aqueles momentos com a Crystal estavam ocupando a minha mente. Quando ela confessou de que era a Lis, quando nos beijamos, quando estávamos assistindo aquele programa bruto na televisão, quando eu cuidei dela… foi tão real, que não faz sentido de tudo isso ter sido uma grande mentira. Eu vi naqueles olhos o que estava realmente sentindo, o brilho era diferente que deixavam o tom azul mais aceso. Eu vi que estava sendo correspondido, mas… ela só pode estar mentindo pra si mesma tentando ser boa comigo, portanto, acabou ferindo muito em mim.

Eu não deveria ter ficado tão perto dela no início.

— Vamos, o caminho tá livre. — Kevin retornou pegando algumas coisas. — Pegue os seus documentos e algum boné pra disfarçar nem que seja um pouco.

Depois que peguei as coisas que estava precisando, eu não sei se me levantei rápido demais ou sei lá, me deu uma tontura que voltei a ficar sentado.

— Tá tudo bem?

— Sim, só me levantei rápido. Vamos.

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eita gente, e agora? no que isso vai dar no futuro?

o que vocês estão achando sobre a relação do Nick com a Maya?

só vou dizer uma coisa, se preparem. só isso.

um beijo, um abraço, se cuidem e até amanhã

gabs ❤

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