⭐ 26
Crystal Fletcher
No dia seguinte
Eu acordei completamente ansiosa para o meu encontro com o Brian lá no parque de diversões e eu mal podia esperar pela hora chegar.
Mas quando eu pisei na sala depois de saído da cama, lá estava a Venice no sofá comendo waffles. Assim que ela me viu, deu um sorriso largo que fiquei questionando o que está passando nessa cabeça.
— Aconteceu tudo, não foi? — Perguntei e a mesma fingiu de desentendida. — Os rapazes falaram ontem que vocês dois tiveram um programa.
— Sim, tivemos e foi incrível. — Afirmou se lembrando do seu momento. — O Kev cantou pra mim lá na torre e depois me disse que eu sou um sonho que se tornou realidade, então… ele me deu isso.
A mesma levantou a sua mão direita e tinha uma aliança prateada e bem detalhada na sua mão. O olhar da Venice de felicidade era algo tão bonito nela, pois os seus olhos castanhos claros, quase âmbar, ficaram mais iluminados depois do primeiro encontro com o Kevinho. É quando vem a certeza de que os olhos nunca mentem o que se está sentindo por dentro. Deve ser por isso que mamãe percebeu que tinha algo em mim sobre o Brian, mas ela não disse nada naquele dia, só fez sorrir.
— Eu soube que você tem um encontro mais tarde com o B-Rock. — A mais velha disse enquanto eu andava até a cozinha me servir com o café da manhã. — Ele vem te buscar?
— Eu não sei, na realidade. O Brian me disse nada sobre vir me buscar e ainda mais, eu teria que levar ele pra lá já que não sabe o caminho. Sabe, eu vou buscar ele, V.
— É melhor, Crys. — Fordman assentiu e me sentei do lado dela. — O Ronnie levou a Summer pra passear tem uns cinco minutos.
— Ah, legal. Ele é grudado na cachorra. — Digo tirando um pedaço do meu waffle. — Venice, eu tava pensando.
— Sim?
— Eu queria que os rapazes e as meninas fossem convidados de honra no dia da estréia do filme lá em Hollywood. — Venice assentiu sorridente. — E assim, eu sei que vou ter pouco contato com eles no dia, mas eu vou me sentir melhor por saber de que estão lá.
— Bem, faltam uns meses para a estréia… eu posso resolver isso, Crys. São nove pessoas tirando eu e o seu irmão que será o seu acompanhante.
— O Ronnie será o meu acompanhante?
— Sim Crystal, você acha que se virem você e o Brian juntos novamente na frente de milhares de fotógrafos não irão fazer muitas perguntas a vocês? Você já vai estar nervosa com o evento, quanto mais com isso. E o Ronnie tá louco pra te acompanhar na estreia, não vai ser ruim.
— Tá bom, então. — Soltei um suspiro. Que droga.
— Chegamos! — Ronnie disse e atrás dele estava o Brian.
Ronnie é um infeliz nojento, eu estou toda estranha com o cabelo revirado para todos os lados junto com um pijama amarelo cheia de borboletas e pantufa da mesma cor, a minha reputação já era.
Eu olhei tão feio para o meu irmão que estava com ar de riso e levou a minha mascote para a cozinha preparar o alimento dela.
— Bom dia, Crys. — Lá vem ele sorrindo, mas por dentro deve estar se rachando de rir ou com vergonha de mim. — Está linda.
— Pelo amor de Deus, Brian, eu tô horrível! — Retruquei e o mesmo recuou evitando de ir se sentar do meu lado. — Olha pra você, todo arrumadinho nessa hora da manhã e olha pra mim querendo matar o próprio irmão parecendo uma bruxa!
— Eu não sabia que você já estaria acordada. — Ele respondeu ainda com ar de riso.
— Que vergonha…
— Crys, eu não me importo se você está desarrumada ou não…
— Ela é vaidosa. — Venice tá piorando a minha situação. — Só quando está sozinha, dormindo ou triste que ela não liga para as roupas.
— Valeu Venice, valeu! — Me levantei e deixei o meu prato na cozinha, depois fui andando até o meu quarto.
Foi daí que ouvi a risada do Ronnie vir a tona lá da sala.
Venice Fordman
— Ronnie, ela vai te jogar do prédio por isso. — Digo e o mesmo se sentou no lugar em que a mesma estava, ainda rindo.
— Mas sério, eu não imaginaria que ela iria ficar toda sem jeito com o Brian aqui. E ainda mais, você vai ver ela assim várias vezes.
— Como eu disse, eu não me importo com isso. — Littrell afirmou se sentindo um pouco culpado. — Eu deveria ter avisado e a Crys não ficaria constrangida.
— Mas assim, são mais de nove horas e ela acordou? Que milagre, porque tem dia que ela acorda de tarde.
— Ontem não foi um dia tão cheio pra ela. — Respondi.
Ronnie olhou para o Brian que ficou sem entender nada e já estava se encolhendo no sofá.
— Quase foi…
— Ronnie, não tive…
— Eu sei, colega, mas a Crys não tem limites pra muitas coisas e saquei que era ela. — Eu não entendi foi nada agora. — Venice, eu cheguei aqui ontem com o pessoal e Brian estava praticamente no pescoço dela. Virou vampiro, foi?!
— Ronnie, já conversamos sobre isso! — Crystal gritou do corredor e entrou em outro cômodo.
— Mesmo assim, me desculpa. — Brian todo vermelho disse e o loiro cabeludo assentiu.
Daí ficou um silêncio um pouco constrangedor na sala e fiquei olhando para a varanda vendo uns passarinhos na sacada.
— O pai vai gostar de saber disso…
— Ronnie, colabore. — Crystal apareceu agora arrumada e cheirosa, como de costume. — Pare de fingir que é uma ameaça.
— Poxa anã, eu tô tentando ser flexível aqui com o meu cunhadinho.
A Fletcher olhava pra mim pedindo ajuda, então me levantei e puxei o Ronnie do sofá.
— Vamos, temos coisas a fazer. — Fui arrastando o garoto que tentou relutar a ficar, então o derrubei no chão.
— Venice! — Ronnie reclamou se levantando e prendeu o seu cabelo.
— Eu vou precisar da sua ajuda hoje, Ronnie Fletcher. E se não colaborar, eu mando cortar o seu cabelo.
— Meu cabelo não! — Disse passando pela frente e fui fechando a porta, vendo a Crys sorrir em agradecimento.
Crystal Fletcher
— Me desculpa por tudo, o Ronnie é que nem o papai em relação à isso. — Digo olhando para o mesmo que ainda estava no canto do sofá. — E agora, eu estou linda.
Littrell gargalhou e se levantou, ficando perto de mim.
— Continua egocêntrica como sempre. — Disse tocando o meu rosto e o cabelo penteado.
— Eu não sou egocêntrica! — Retruquei e ele riu mais ainda. — Brian!
— Crystal, admita. De vez em quando está esnobe. É chato, mas acaba sendo engraçada.
— É sério que você acha isso?!
— Bem… — O loiro encolheu os seus ombros e sorriu fracamente. — Isso é comum. Tem vários outdoors com o seu rosto estampado em várias cidades, muitas garotas vão atrás de roupas que você apareceu publicamente e também, ganha mimos todo mês. É um gostinho azedo da fama e isso sobe a nossa cabeça.
— A fama ainda não subiu na minha cabeça, se é o que está pensando. — Retruquei e o mesmo olhou incrédulo para mim. — Você acha isso?
— Sim, eu acho. Desde que falei contigo pela primeira vez, pagando de santa Maria da rapadura. Mas isso se tornou parte de você e eu não tenho problema com isso, também, era complicado se irritar com você vendo todos os detalhes dos seus olhos, que mostram o seu lado verdadeiro, que foi o que eu vi lá na Nova Zelândia e ontem de noite.
— Sério que você não se irritava comigo?
— Acabei me acostumando com o seu péssimo hábito. — O mesmo me levou até o sofá e ficou segurando a minha mão. — Eu sei que tem uma história atrás disso, que você demorou e lutou para conseguir, para chegar aonde está agora. Você só quer provar do que é capaz, é por isso que você é tão… tão fantástica na minha perspectiva.
Mais uma vez, ele hesitou. Ele nem sabe o motivo de eu não gostar dessa palavra, mas entende de que isso não é confortável pra mim.
— Eu sei que resolvemos o lance da Lis, Brian. — Ele assentiu e me deu toda atenção. — Eu queria pedir desculpas sobre como eu fui ruim com você lá em Laguna, na festa dos Finnigan…
— Hum… — A sua expressão ficou séria agora e sinto de que algo pode se tornar uma longa discussão. — Crystal, me responda uma coisa que você não me respondeu antes. Que mal eu fiz pra você por ter sido tão ignorante comigo meses atrás?
— Na realidade, eu não gostava de você naquela época e o seu jeito insistente me irritava muito. Eu coloquei na cabeça de que eu não iria precisar de você e muito menos aturar você. — Caramba, tô sendo sincera demais. — Eu fui tão rude, esnobe e “egocêntrica” contigo para se afastar de mim e me deixar em paz por todo o sempre. Eu me afastava, você descobria que eu era a Lis o tempo todo, ficaria com ódio de mim e me deixava pra trás. Era isso. Era por isso que eu não ia com a sua cara.
— Você… ainda me acha irritante? — Era óbvio de que o mesmo iria ficar desapontado com isso. Eu nem tava conseguindo olhar pra ele. — Crystal, me responda.
— É óbvio que não, Brian. — Soltei um suspiro e olhei para o loiro que ficou todo murcho. — Hey, isso já passou. Tudo mudou entre nós e também pelo jeito que eu te vejo. Você é um cara incrível, talentoso, tranquilo e muito fofo! Tem mais coisas, mas não tá vindo na minha mente agora. Não fique assim cabisbaixo não, Bee. Temos que pensar no agora e parando para pensar, temos uma montanha russa para sentir uma boa dose de adrenalina!
— Crys… sobre isso…
— O que foi?
— Não vai dar pra irmos. — Disse e me senti tão chateada.
— É por causa do que eu falei? — Brian fez que não e tocou em meu rosto. — Por que não vai dar?
— Eu e os rapazes vamos pegar estrada hoje a tarde para Califórnia e depois, para o exterior. Eu sinto muito, Crys, mas tenho uma turnê para fazer e quem sabe na próxima?
— Eu queria tanto sair com você. — O mesmo me abraçou e depois encostou a sua testa na minha. — Ia ser muito divertido.
— Eu sei que seria. — Sorriu fracamente. — Mas ontem foi divertido. Você toda alegre com a minha presença, me completou por inteiro. Mas vou continuar te ligando quando estiver dormindo, à meia noite pra ser exato e ouvir você falando tão sonolenta que não dá pra entender.
— Não demore muito pra voltar, Brian. — Segurei o seu rosto para um beijo e senti ele sorrindo. — Tem certeza mesmo que não quer que eu te esconda aqui em casa pra irem sem você?
— Eu tenho, Crys. — Daí voltou a me beijar. — Você não vai querer ser presa por sequestro e por me manter em cativeiro.
— Nunca se sabe. — Littrell gargalhou. — Eu tenho dinheiro da fiança.
— Só você mesmo, Fletcher.
Nós dois ficamos conversando aleatoriamente, até o Littrell anunciar de que teria que voltar para o hotel preparar as suas coisas. Que triste, eu queria tanto ter uma tarde legal com ele.
Mas algo estalou na minha mente.
— Brian, antes de você ir. — Me levanto e ele também, visivelmente curioso. — Eu tenho algo para entregar a você, venha.
O mesmo foi me seguindo até o meu quarto que por sorte não deixei bagunçado quando acordei. Fui até a escrivaninha e abri a terceira gaveta, onde deixei algo para ele.
— O que tem pra mim, Crystal? — Perguntou me observando.
— Eu escrevi uma carta para entregar a você quando estivesse longe, mas como você já está indo para longe, eu te entrego pessoalmente.
— Legal, sobre o quê escreveu?
— Sobre o que eu… — Foi quando eu percebi de que não estava aonde eu deixei. Devo ter deixado em outro lugar. — Penso sobre você, Bee. Eu fui escrevendo quando eu voltei para a gravação do filme até ontem de noite.
— Agora você me deixou curioso pra saber.
Sorri com isso e continuei procurando nas outras gavetas e nada. Fui até o closet abrindo as minhas bolsas e nada, fui para o meu diário e não havia sinal da carta.
— Isso não pode ser possível… — Me agachei na lixeira e fui caçando o envelope azul pastel. — Não não não não não não não!
— Crystal, o que foi? Você perdeu a carta?
— Brian… — Comecei a me sentir nervosa e fui tentando respirar mais profundo possível. — O Sawier… o Sawier não veio aqui por acaso.
— Você está pensando que ele… — Olhei para o mesmo e essa conclusão chegou na minha cabeça.
— Ele roubou a minha carta.
Parece que o ar ficou rarefeito enquanto tentava puxar o ar para dentro dos meus pulmões e fui me lembrando do recado da Sherry, do Sawier pagando de bonzinho, tá se encaixando. Ela quer me derrubar e essa carta pode valer muito para a mídia e me fazer se afastar do Brian. Droga, eu deveria ter pensado nisso antes de bater nele.
— Crystal, se acalme. — Senti as suas mãos pousarem em meus ombros que senti o meu nervosismo passar aos poucos. — Calma, meu anjo. Não chega nessa conclusão sem certeza, talvez você tenha perdido no meio das suas coisas ou não se lembra aonde exatamente deixou. Tenho certeza de que era bem doce da sua parte o que tinha dentro e me sinto lisonjeado com isso, Crys.
— É que mesmo eu não tenha citado muito o seu nome, dentro do envelope, eu fiz uns esboços do seu rosto. — O loiro sorriu timidamente, beijando o meu rosto logo em seguida. — Me desculpa por ter te deixado curioso.
— Não precisa se desculpar, Fletcher. — Brian me deu um selinho. — E não se preocupe tanto com isso, ninguém roubou não.
— Eu só perdi…
— Exatamente. — Sorri fracamente e fui andando com ele de volta para a sala.
— Ligue ou escreve quando possível, okay?
— Okay, Crys. Até logo.
— Até, Brian. — Eu o abracei bem apertado e lhe dei um beijo de despedida, então o mesmo foi embora.
Essa carta vai ter que aparecer antes que seja tarde demais.
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