⭐ 19
Crystal Fletcher
Assim que eu saí do banho e me troquei, respirei fundo a cada dez segundos antes de sair do quarto e me deparar com a cara do Brian. Eu nem sei se eu realmente quero ir, mas é para se livrar logo dessa chatice.
Quando eu desci, lá estava ele no sofá a minha espera. Peguei a chave da caminhonete e saí de casa sem falar nada, com o mesmo bem atrás de mim.
— Está mais calma? — Littrell perguntou entrando no banco do passageiro e olhei feio pra ele. — O que foi que eu fiz pra você ter ficado desse jeito, Crys?
— Brian… — Continuei olhando pra ele que ficou quieto no mesmo momento. — Coloque o cinto.
— Bem lembrado.
Fui dirigindo completamente concentrada na estrada e liguei o rádio pra ficar tocando antes que esse doido fale alguma besteira pro meu lado.
— Nossa, eu adoro essa música. — Brian falou baixinho e começou a cantarolar Spending My Time, então fui adquirindo mais atenção nas sinalizações.
Caramba, é uma das músicas que eu adoro ouvir desde que foi lançada e não sei se vou aguentar cantar junto com a música e aumentar o volume.
Eu não aguentei, oh droga.
Comecei a cantar o segundo verso da música e fui aumentando. Juro que o Brian tomou um susto de mim e ficou boquiaberto por me ouvir cantando.
— Você… canta muito bem, Crystal. — Sorri levemente para o loiro e continuei cantando, até que ele voltou a cantar junto.
Quando a música acabou, começou a tocar uma dos rapazes. Eu tenho uma leve impressão de que o Brian está começando a sentir falta deles desde que pisou os pés nesse país.
— Como será que eles estão? — Perguntei e ouvi ele suspirar.
— Aprontando alguma coisa provavelmente. — Disse olhando para a estrada e a paisagem. — Você sente falta da Venice e da Nivea?
— Sim, eu sinto. Mas como eu vou voltar dentro de alguns dias, vou ver elas novamente. — Respondi entrando na fronteira da cidade. — Falta pouco para terminar as gravações do filme.
— Vi que você tá bem empolgada com esse filme.
— A história é incrível e todo mundo dos bastidores são bem receptivos, me sinto como estivesse em casa.
— É uma sensação muito boa. — Concordou e senti o mesmo ficar olhando pra mim. — Falta quanto tempo?
— …Estamos chegando. — Digo entrando em uma estrada, passando por algumas fazendas.
Ai Crystal, já está quase na hora de se ferrar por completo com isso tudo e ver o Brian ficar decepcionado com você. Mas não era isso que você queria, vagabunda?! Agora tem que lidar com essa merda.
Quando chegamos na fazenda dos meus pais, começou a chover e bem forte. Por sorte, eu deixo sempre duas capas de chuva quando eu e o Ronnie saímos, então ofereci um ao Littrell e outro eu fui colocando. Desliguei a caminhonete, tirei a chave e descemos para ir andando até a casa.
— Por que não vai deixar a caminhonete lá dentro?
— Porque é uma visita rápida, senão eles vão pensar que vou passar um tempo aqui. — Afirmei.
Brian olhava para cada planta que passava pelo terreno e mantive o foco de não sujar a minha bota nas lamas que já estavam formadas, até que senti a sua mão tocar em meu ombro e ele me deu uma azaléia, a minha flor preferida.
— Obrigada. — Sorri cheirando a mesma, que molhou um pouco o meu rosto.
Subimos para o terraço e toquei a campainha e quando a porta foi aberta, nunca senti tantas saudades que surgiu de repente em mim.
— Minha Crystal. — Minha mãe me agarrou sem se importar com a capa ensopada. — Você veio nessa chuva?! É… eu conheço você!
— Mãe… é o Brian. — Digo e ela sorriu para o garoto que acenou, parecia nervoso.
— Eu sei que vocês querem entrar, venham. — Mãe abriu passagem e entramos.
Dá uma nostalgia tão grande quando eu vejo essa sala. Toda vez eu me lembro do dia em que eu e o Ronnie viramos irmãos e ficamos correndo para qualquer canto da casa, brincando de super heróis.
— Cadê o pai? — Perguntei tirando a capa e deixei junto aos guarda chuvas.
— Está regando a estufa. Os morangos estão crescendo e precisam de muita atenção. — Ela sorriu. — Vão ficar aí em pé?! Eu fiz um mousse de limão, no jeito que você gosta, filha.
— Eu quero, mãe. — Coloquei a flor no meu cabelo pra não ficar segurando o tempo todo. — O Brian quer também.
— Não, não precisa se incomodar, senhora Fletcher. Eu estou bem. — Brian disse todo encolhido no canto e lá vem ela entregando para nós dois.
— Fique a vontade, meu filho. E não me chame de senhora, eu me chamo Laura. — Ela disse já andando para a porta dos fundos. — Crys, liga a televisão ou o rádio! Eu vou chamar o Darius.
Assim que a minha mãe saiu, o Brian me cutucou apreciando o mousse.
— Você é a cara dela! — Disse e comecei a rir. — O que muda mais é o rosto e o cabelo dela que é grande e mais escuro.
— Os olhos também são diferentes. — Afirmei e o loiro assentiu. — Eu herdei da minha avó.
— E que herança… — Brian murmurou.
— Hã?! — Olhei para o mesmo que ficou com a cara vermelha e riu de nervoso.
— Nada não, pensei alto. — Sorriu e quase se assustou ao ver o meu padrasto passando pela cozinha por causa de sua altura.
— Não vai me abraçar não?! — Ele reclamou e me levantei indo até ele que me tirou do chão. — Meu cotoco, quanto tempo você não vem aqui nos ver.
— Eu sei, pai. Mas é por causa do trabalho.
— Claro que sim, a minha princesa tá virando uma estrela! — Darius sorriu e me deixou no chão. — E quem é esse guri no meu lugar preferido do sofá?!
— Oi, senhor Fletcher. — Brian acenou mudando de lugar.
— Crystal, me diga que esse rapaz não é o seu namorado. — Ele começou a fazer aquele olhar como estivesse vendo todos os pecados do garoto.
— Óbvio que não, pai! Eca. — Fiz careta para o loiro que quase olhava feio pra mim.
— Qual é o seu nome?
— B-Brian.
— Meu nome é Darius, mas pra você é senhor Fletcher. Okay?
— Sim, senhor Fletcher.
— Aprende rápido ele, né? — Pai sorriu e beijou o topo da minha cabeça. — Espero que tenha sido você quem arrancou essa flor da planta.
Ele disse voltando para a estufa e eu só via a mamãe rindo da ceninha toda.
— Brian, querido, ele faz isso com qualquer amigo que a Crystal traz pra cá.
— Ele só não é assim com o Ronnie. — Digo e o Littrell assentiu. — Venha, eu vou te amostrar algo.
Ele foi me seguindo até o último quarto do corredor que era o meu e entramos, estava do mesmo jeito que eu deixei quando saí dessa casa, só estava limpo já que o pai odeia sujeira dentro de casa.
— Seu quarto é bonito. — Ele disse e me sentei na escrivaninha, vendo tudo bem organizado. — O que tem para me mostrar?
Tirei a azaléia do meu cabelo e coloquei dentro do porta lápis.
— Brian, eu vou te contar algo que pode abalar você. E eu espero que você entenda o meu lado. — Olhei para o mesmo que assentiu, sorrindo de leve. — Desde que comecei a plantar com a minha mãe aqui, bem antes do Darius e do Ronnie aparecerem, eu queria ter pelo menos um amigo que soubesse e se importava pelo o que eu estava fazendo. E quando conheci a capital, eu vi coisas que nem fazia ideia de que existia: os filmes. Assisti várias sessões no cinema e quando eu voltava pra cá, eu criava as cenas lá no quintal, criava personagens e eu não me sentia sozinha. — Peguei o meu velho diário, tocando na textura da capa amarelada. — E com seis anos comecei a ir para a escola, mas ninguém da minha sala era como eu e continuei sozinha, até o Ronnie aparecer. O Darius me deixava aqui com a autorização da minha mãe e foi daí que se apaixonaram, casaram e viramos uma família incrível. Eu influenciei o Ronnie a gostar de plantas, mas o papai já trabalhava com isso há um bom tempo, ele é apicultor, cuida das abelhas e agora, de toda plantação aqui. — Fui abrindo o diário, vendo os meus desenhos, as plantas já secas nas páginas e parei em uma página específica. — Tudo mudou quando fui para Wellington e duas coisas apareceram.
Lhe entreguei o diário e o mesmo começou a ler, o mesmo sorriu e olhou pra mim.
— Teste para uma peça de teatro e… eu e os rapazes?! — Brian olhou de volta para a página. — Isso foi em…
— Noventa e quatro. Sim, falavam muito de vocês nessa época e falam muito mais agora.
— Caramba. E como foi?
— A peça foi um desastre. Quem atuasse melhor iria conhecer vocês lá em Miami, mas foi o meu primeiro papel e fui reprovada, fiquei com muita raiva por não ter conseguido. — Comecei a rir lembrando do meu surto. — Mas a Venice apareceu e disse: “você tem potencial para chegar além do topo.” Ela acredita em mim, fiquei surpresa com isso.
— Você tinha…
— Quinze anos, Brian. Eu era muito trouxa naquele tempo e é daí que começou o caos.
— O que aconteceu? — Perguntou me devolvendo o diário.
— Eu comecei a escrever cartas. — A expressão dele começou a mudar e parei por alguns segundos. — Cartas monótonas de como era a minha rotina e fui mandando para várias pessoas que nem me responderam. No ano seguinte, fui longe demais e comecei a mandar cartas para Miami, eu estava sedenta de atenção, sabendo de que haviam quatro pessoas que eu tenho como família. E por segurança, inventei um pseudônimo…
— Chamada Lis Parker. — O tom de voz do Brian mudou da água para o vinho agora. Eu sabia que ele não iria gostar de saber a verdade. — Era você o tempo todo, Crystal?!
— Sim, era eu. E me arrependo de ter feito isso e essa sensação vai passar nunca. — Fiquei olhando em seus olhos que estão começando a se encher de lágrimas. — Eu era muito medíocre, imbecil e ingrata pelo o que tinha o tempo todo e eu queria algo a mais, como fosse melhorar alguma coisa nessa… nessa bagunça que é a minha mente! E eu não estava bem, obviamente. Quando eu comecei a treinar, me falaram várias coisas negativas, até falaram sobre a última bolacha do pacote que sempre vão jogar fora! Foram as mesmas palavras que você falou pra mim naquele dia e isso me deixava muito mal.
— E por que você agia desse jeito grosseiro quando nos conhecemos?!
— Porque eu não queria me machucar novamente. Eu nem imaginava que eu iria conhecer vocês. Eu nem sequer me lembrava da burrada que eu fiz e ouvir você falando da Lis é um… — Soltei um suspiro que tava preso em mim. — Pesadelo. A cada dia que você falava dela, eu te achava mais idiota por estar se iludindo com alguém que não existe e eu não sabia como fazer isso parar, estava me enlouquecendo.
— Aí você teve a brilhante ideia de me fazer escrever mais cartas para você e ainda por cima deu um endereço! Me diga, esse endereço era para eu me perder e não saber voltar, não é?!
— É o endereço desta casa. — Respondi. — A ideia das cartas, era pra dar tempo de eu pensar em como contar isso a você, Brian. E seja realista, eu não sou mais daquele jeito de contar a minha vida como alguém se importasse.
— Eu me importava! — Ele me interrompeu. — Eu me importo com você, Crystal. A sua vida antes da fama era incrível, você tem três pessoas que amam você e depois surgiu a Venice… e agora, tem a mim.
— Não, pare com essa besteira. — Me afastei dele. — Eu não posso ficar com você, Brian. Eu já te falei antes, isso vai ficar como um peso pelo resto da minha vida. Você não merecia esse tipo de coisa e também, eu não sou… digna de ser alguém que goste de você. Eu não tenho tempo pra isso e também…
— Pare se cobrar tanto, Crystal! — Brian falou alto e já fui limpando o meu rosto. — Eu não queria ter falado dessa maneira, me desculpe. Só me responda uma coisa. Por que você tinha tanto medo de que eu não entendesse você?
— Porque eu menti, Brian. Você não tem cara que aceita isso facilmente. — Me sentei de volta na cadeira e fiquei relutando em não chorar. — E também, você tinha cara de gostar de uma “perfeitinha” como a Lis, você não parava de falar dela e olha só! Eu sou ela e sou uma tremenda atriz que não sabe o que fazer com as consequências do que fez há dois míseros anos!
— Crystal, eu não tô decepcionado com você. Você se abriu pra mim e estou… grato por saber que está contando a verdade. — O loiro sorriu e pegou em meu rosto. Impossível. — Você só queria ter um amigo esse tempo todo e eu de uma amiga, que me fizesse sentir melhor em todos os tipos de situações. Você dizia que não queria me ter porque eu poderia desistir de você, certo? Eu jamais seria assim com alguém, principalmente tratando de você. E também, você não tem só a mim! Tem os rapazes e as garotas. Você conheceu pessoas que nunca vão deixar você na mão porque você é fantástica em tudo. Eu sempre estarei aqui por você não só porque sou o seu amigo, é porque eu me importo muito com o seu estado. Passar quatro meses sem saber como você estava foi horrível, eu não tava me sentindo bem. É como você curasse todas as possíveis dores.
Eu não sabia o que falar e não consigo acreditar de que o Brian está me perdoando pela merda que eu fiz. Eu merecia ouvir de que está decepcionado comigo, que se arrepende de ter me conhecido, que acreditou feito um idiota com uma grande lorota, mas não. Ele me perdoou.
— Por curiosidade, como você inventou o nome e como respondia as minhas cartas? — Perguntou e foi limpando o meu rosto.
— Meu segundo nome é Elisabeth, nome da minha avó. E ela me chamava de Lis de cristal, fazendo trocadilho com o meu nome. E Parker é sobrenome do Ronnie. Ele e o Darius aderiram o sobrenome da minha mãe. — Expliquei e o loiro sorriu. — E eu respondia lá de Seattle, com cartas já prontas para qualquer resposta sua. Eu tinha até uma carta respondendo os seus foras.
Pronto, ele gargalhou alto agora. Isso me alivia o bastante.
— Eu jamais daria um fora à uma garota!
— Você deu e foi com a barraqueira da Sherry! — Ri da cara dele que assentiu todo sem graça.
— Porque foi necessário… ela falou de você e não gostei. — Respondeu, e voltou a me encarar daquele jeito.
— Pare de olhar assim para as minhas espinhas, Littrell! — Hoje ele ainda para de rir.
— Eu não canso de olhar para os seus detalhes. — Disse suavemente, ajeitando o meu cabelo. — Eu percebi a sua surpresa de que eu compreendi totalmente sobre o seu fardo, você pensou no pior. E provavelmente quem teria essa reação era o imbecil do primo do Nick.
— Sobre o Sawier…
Brian revirou os olhos e olhou pra mim no maior tédio. Não aguentei e comecei a rir do mesmo.
— O jeito dele me amostrou como é ser um verdadeiro patético.
— E eu continuo sendo um?! Você não para de me chamar de patético.
— É metáfora. — Sorri para ele que não entendeu nada. — Eu te chamo porque… eu já estava contaminada com o… ai doideira, é que eu gosto de ver a sua reação quando te chamo assim. É isso!
— Você tá ficando vermelha e está fofa.
— Pare de me chamar de fofa, não sou ursinho de pelúcia!
— Okay, eu paro. Fofa.
— Quer levar outro tapa na cara?!
— Crystal, fica fria. — Sorriu e puxou a cadeira em que eu estava, me deixando perto do mesmo. — Eu te chamo assim porque eu te amo, é isso.
— Isso é patético. — O rosto dele ficou todo corado depois de perceber o que havia acabado de falar.
— Eu consegui. — Sorriu e olhava bem nos meus olhos. — Crystal, eu te amo. Mesmo com tudo isso, eu te amo e sabe, eu lutaria contra o mundo inteiro por você porque sempre vou deixar tudo certo pra você ficar bem e eu vou te ajudar a se livrar dessa culpa, querendo ou não.
— Não exagere. — Sorri e o mesmo ficou esperando eu falar alguma coisa. — Eu não só te chamei para contar sobre isso, eu te chamei porque eu queria ver você de novo, quando você me ligou foi uma surpresa e senti muita falta de conversar ou até mesmo discutir com você. Eu sou assim contigo porque eu vejo a sua paciência e meio que acaba sendo divertido, como foi a noite de ontem.
— Nós ficamos rindo com tratores esmagando carros.
— Sim, foi muito estúpido. Mas era porque estávamos aproveitando o tempo juntos e tudo se torna um arco-íris porque eu te acho um patético.
— Ah, por isso.
— É porque eu te acho estonteante, seu idiota. — Peguei em seu rosto e sorri por causa da sua reação. — Você se tornou quem eu menos esperava.
— Um amigo?
— Uma coisa nova chamada paixonite.
— Quem eras tu, Crystal Fletcher. Sério mesmo que você tá falando isso pra mim?
— Cala a boca. — Senti o meu rosto esquentar e a sua mão pousava sobre a minha.
— Tá tudo bem ficar assim depois do que aconteceu. — Como ele pode ser tão nobre? — E também, não consigo parar de te olhar desde do aeroporto, me segurando pra não acabar roubando outro beijo seu.
— Mesmo?! — Olhei pra ele perdida da vida.
O loiro assentiu e não sei o que deu em mim, mas acabei puxando ele para um beijo. Acho que não haviam borboletas em meu estômago e sim andorinhas, nunca me senti tão leve por estar beijando esse garoto, é como ele tivesse tirando tudo que tem de ruim em mim só com um simples beijo.
— Crystal! — Nos separamos no susto com o chamado do meu pai. — Não vai amostrar a fazenda para o B-Brian não?! A chuva já passou!
— Estamos indo! — Me levantei e puxei o loiro para descermos. — Brian, fica neutro!
Sussurrei para o mesmo que ainda estava vermelho, sorrindo bobo.
— Eu tô tentando, mas é que… — Respondeu e segurou a minha mão. — A ficha tá caindo e eu tô ao ponto de surtar.
— Eu também, mas…
— Você é atriz, consegue disfarçar.
— Eu sei, mas se o meu pai estiver lá em baixo e ver a sua cara, vai pensar em milhões de coisas! Você ainda quer voltar para Orlando vivo, não é?!
— Sim, eu quero. — Assentiu e as suas expressões foram voltando ao normal. — A gente finge uma conversa.
— Ótimo! Vamos. — Fomos andando devagar e fui me lembrando de algo aleatório. — Eu escondia as coisas do Ronnie no meu quarto quando brigávamos, ou até mesmo lá no sótão.
— E ele sabe disso? — Perguntou bem atrás de mim e os meus pais estão na cozinha conversando.
— Não sabe até hoje. — Comecei a rir e ele também. — Mas ele enterrava os meus brinquedos.
— Filha, não vai ver a Storm? — Mãe perguntou e senti aquela nostalgia de novo. — Ela está no celeiro e provavelmente sente muito a sua falta.
— Aproveita na volta, traz algumas frutas que caíram das árvores para eu fazer uma boa torta e mandar para o seu irmão.
— Sim, pai. — Peguei a cesta e puxei o Brian para o lado de fora. — Para o meu irmão.
— Você, o Ronnie e o B-Brian. — Meu pai sorria e neguei com a cabeça.
— É só Brian, pai.
— Ah tá, é que vocês têm essa modinha de criar apelidos, até que era descolado o B-Brian.
— Vamos, Brian.
Saímos na porta da frente e fomos andando até as árvores frutíferas que de fato, uma boa parte já tinham caído do pé. Nós dois fomos pegando e colocando na cesta, conversando aleatoriamente. Depois de pronto, andamos pelas plantações e fui dizendo o nome de todos e suas funções, no fim, fomos para o estábulo, pois começou a chover de novo.
— Storm! — Vou andando até a corça que criei quando filhote. — Será que você se lembra de mim?
Fui acariciando o rosto dela e pelo visto me reconheceu. Os pêlos negros dela brilhavam por conta da escovação que ela tanto adora.
— Brian, me traz algumas maçãs.
— Aqui. — Ele me deu quatro e a Storm comeu tudo. — Você andava nela?
— Não cheguei a andar porque eu fui pra Seattle com a Venice assim que ela completou seis meses. — Afirmei me afastando da mesma. — Toca nela, é mansa.
— Ah… okay. — O loiro estava com medo da mesma que só estava o conhecendo. Peguei a sua mão e pousei sobre o focinho. — Que pelo macio. Oi, Storm.
Brian ficou acariciando a mesma que foi abaixando um pouco a cabeça para ele ir perdendo o medo.
— Existe algum motivo dela chamar assim? — Ele perguntou olhando pra mim e assenti.
— Tava um temporal horrível quando ela nasceu e esse nome veio na minha mente no momento em que um raio caiu e disparou o gerador daqui. — Explico e fiquei olhando para o lado de fora vendo a chuva engrossar um pouco.
— Esquecemos da capa, Crys. — Olhei para o mesmo concordando. — Vai esperar? Eu não me importo com a chuva.
— O Ronnie importa se ver o banco da caminhonete molhada. — Ri e peguei uma ameixa e fui lavando com a água da chuva. — É passageira.
— Como achar melhor. Aliás, quando vamos voltar para a América do Norte?
— Na terça, tenho que levar muita coisa inclusive a Summer. E também, vamos pegar aviões diferentes, sabia?
— Eita, é mesmo. — Sorriu tristemente. — Quando vamos poder nos ver de novo?
— Eu não sei, na realidade. Mas acho provável conseguir ir a um show de vocês cinco quando a turnê começar. — Respondi.
— Eu espero que sim, Crys. — Ele sorriu. — Vai ser incrível te ver lá da platéia.
Comecei a rir me lembrando do Ronnie que desde do ano passado tenta ir para algum show deles. Tenho certeza de que o meu irmão irá surtar com o seu ingresso em suas mãos.
✦ ✧ ✦ ✧ ✦ ✧✦ ✧ ✦ ✧ ✦
eita...... já tô vendo vocês querendo me bater kkkkkk
e só avisando aqui que em capítulos futuros vai vir muita treta mesmo, preparem a pipoca, guaraná ou até mesmo lenços.
provavelmente todo mundo surtou ontem com o show deles lá em SP daqui a dois anos, mas eu moro mto longe e enfim, vou ficar no aguardo de novas datas e vou ficar feliz pra quem vai e tals.
enfim, beijos, abraços, bebam água
gabs
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top