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Crystal Fletcher

Olha, vou dizer uma coisa. Usar roupas da década de cinquenta não são tão confortáveis como você pensa. A camisa é um pouco colada e me incomoda, mas estou usando isso por um ótimo propósito.

E com os dias se passando, estava mais perto de todo o elenco seguir caminho para Lexington. E olha que é só para algumas cenas e voltarmos para Salem encerrar as gravações. Pelo menos a Warner Brothers está colaborando na obra.

Eu e Venice fomos procurando por apartamentos, mas como será em um mês, é melhor viver no trailer até voltar. E claro, aproveitei muito bem em conhecer a cidade e é incrível, como o Brian havia dito em uma das nossas ligações. Sim, ele não para de me perturbar.

E hoje, vai ter uma reportagem sobre o filme que em breve vai estrear. Eu percebi de que a imprensa só ia para os atores que já fizeram vários sucessos, e não ligavam muito pra mim e foi que me dei conta: eu fiquei por último talvez para o público me conhecer. Até que foi legal.

Brian Littrell

As gravações do nosso clipe já encerraram, nunca imaginei que iríamos ficar caracterizados, mas foi muito divertido. E agora a Crystal está em Kentucky pra gravar algumas cenas, e essa garota me deixa curiosa de tudo sobre o filme.

Mas eu não imaginava de que ela ia fazer isso.

Crys me enviou uma carta. Fiquei imaginando algum insulto dela, mas estou completamente enganado. Eram desenhos que a mesma fez de onde está e havia um bilhete.

“E aí, seu patético! Eu adorei esse lugar, tão tranquilo e aconchegante. Então eu acabei fazendo esses desenhos e percebi de que faz um tempo que você não volta pra sua cidade natal. Enfim, vire o bilhete que tenho outro recado.”

Ai meu Deus, o que será agora? Virei e comecei a ler atentamente.

“Semana que vem estarei de folga e me lembrei de que você precisava da minha ajuda para ir à Nova Zelândia conhecer a Lis. Se tiver condições por causa do seu trabalho, nós poderíamos ir e conhecermos ela, o que acha? Não me deixa sem respostas, seu doido.”

— Lis… — Deu um vazio agora ao me lembrar da garota. Nem sei como ela está mais e talvez nem queira mais me ver.

Resolvi responder o seu bilhete e enviei no mesmo dia. Desci as escadas e os rapazes estavam assistindo um jornal?!

— Brian, você vai perder! — Alex olhou pra mim e me aproximei. — Estão falando do filme da Crystal e daqui a pouco vão entrevistar ela!

Resolvi logo me sentar para saber como ela está indo com o seu novo trabalho. Ela já está com o cabelo um pouco maior, alcançando os seus ombros, mesmo com algumas curvas que fizeram em seu cabelo por conta da época que se passa.

— Estão em Kentucky. — Kevin disse ficando todo vermelho quando a Venice apareceu ajudando a Crys com a roupa.

— Acho que agora vão entrevistar ela! — Nick disse e aumentou o volume da TV.

— “A atriz de dezoito anos nascida na Nova Zelândia, Crystal Fletcher, será pela primeira vez protagonista e a garota parece tão confiante em seu papel e ansiosa pelo dia da estréia.”

Nova Zelândia?! Talvez seja informação errada.

— “Crystal, nos diga como será esse filme.”

— “Bem, esse filme terá um pouco de ação, comédia, drama e muito romance.” — A atriz afirmou com um sorriso estampado em seu rosto. — “É uma incrível aventura para todas as idades.”

— “Qual seria a sua reação se o filme ganhar um Oscar?”

— “Eu iria explodir de emoção!” — Disse e começou a rir logo em seguida, ela parece tão alegre.

Então teve um corte e foram falando a data da estreia, de quando poderia sair a fita cassete. Ver ela tão empolgada com o seu trabalho me deixa tão feliz por ela. Não espero o dia de ver a mesma e lhe dizer o que andei sentindo ultimamente. Todavia, estou chocado de que talvez a Crys seja neozelandeza.

Uma semana depois

Depois de tanta insistência, consegui comprar passagens para Wellington e peguei o vôo sozinho, algumas pessoas do avião olhavam pra mim, mas nem liguei tanto pra isso. Quando cheguei lá, a Crystal me esperava junto com o Ronnie.

Meu Deus, como ela está linda.

— Fiquei achando que você não viria mais. — Ela sorriu e apertou a minha mão.

— De jeito nenhum. — Sorri de volta e depois acenei para o Ronnie.

— Vamos? — Ele perguntou e pegou uma de minhas malas.

Nós três fomos andando e entramos em uma caminhonete do mesmo, que já ligou e acelerou. Eu não conseguia parar de olhar a paisagem afora, é de fato um lugar muito bonito.

— Brian? — Ouço a voz da mesma no passageiro e olhei pra ela que me observava pelo retrovisor. — Como se sente de que vai conhecer a garota?

— Eu nem consigo imaginar de que isso está acontecendo. — Ela assentiu e olhou para outro lugar. — Vou dizer que… fiquei surpreso por ter se oferecido para me ajudar depois daquele dia.

— Até eu mesma fiquei surpresa com isso. — Respondeu ainda olhando para outro canto, parecia pensativa. — Como eu te disse antes, aconteceu algo que me deixou muito estressada pouco antes de você aparecer.

— Ah, tá tudo bem então. — Sorri pra ela. — Ronnie, como anda a sua banda?

— Já fizemos várias apresentações aqui na cidade.

— Vão se apresentar nesta semana? — Perguntei e o loiro assentiu. — Quero ouvir, hein?

— Espero que você goste. — Disse e a Crystal riu fracamente. — Chegamos.

O Fletcher mais velho estacionou a caminhonete de frente à uma casa bem bonita, então saímos. Crys me ajudou com as coisas e entramos nessa casa que era mais bonita ainda por dentro.

— Eu já adorei esse lugar. — Digo olhando em volta e os irmãos sorriam com isso. — Os seus pais moram aqui também?

— É… — Ronnie olhou para a Crys e a mesma esperou ele responder. — Eles moram na cidade vizinha, não é tão longe daqui.

— Essa é a casa do Ronnie. — A mesma completou sorrindo para o seu irmão. — Vem Brian, vou te amostrar o seu quarto.

Deixei ela me guiar até a terceira porta do lado esquerdo e entramos. O Ronnie tem uma ótima noção de decoração, era até melhor do que o meu quarto em Orlando e em Lexington, da minha própria casa.

— Pelo visto você gostou daqui. — Ela sorriu pra mim. — Essa porta é o closet e a outra porta é o banheiro. Fique a vontade e… o quarto do lado é o do Ronnie e de frente é onde estou, caso você precise da gente e não estejamos em outros pontos da casa.

— Nossa. Crys, o que mais tem nessa casa?!

— Tem o estúdio do Ron lá no porão, uma pequena estufa, a cozinha, debaixo da escada tem um armário de livros, sala de estar, de jantar e o quintal lá trás. — Disse e riu ao ver a minha reação. — A casa não é tão grande, mas nós dois reformamos essa casa no final do ano passado.

— E que reforma, vocês são muito talentosos! Sério, posso morar aqui?!

— Se não me irritar, quem sabe? — Disse e foi andando até a porta. — Eu vou sair agora e o Ronnie está lá embaixo, provavelmente na estufa. Ele não cansa de cuidar das suas plantas. Acho capaz dele apresentar o seu pequeno estúdio pra você depois.

— Okay.

— Eu não demoro. — A mesma foi descer as escadas e ouvi ela se despedir do irmão, saindo de casa.

Crystal Fletcher

Entrei na caminhonete e dirigi até um pet shop veterinário buscar o meu pacote. Alguns clientes da loja ficaram chocados a me ver, até falaram comigo e fui para o lado de dentro.

— Crys!

— E aí, Ben. — Acenei para o mesmo. Eu o conheço desde do ensino médio e sempre saímos para qualquer lugar daqui de Wellington. — Ela já está pronta?

— Ah, com certeza! — O de cabelos escuros afirmou sorridente e foi até uma grade, tirando a filhote que adotei. — Está cheirosa, com a vacina em dia e doidinha para conhecer a sua nova família. Já sabe o nome que vai dar à ela?

— Vai se chamar Summer. — Digo pegando a mesma no braço e comecei a acariciar. — Ela é muito fofa.

— Summer. — Disse escrevendo o nome dela na carteirinha de vacina e no pingente dourado de sua coleira branca. — Pronto, está tudo feito. As coisas que você encomendou também estão prontas e vou te ajudar a pôr no carro.

— Valeu, Ben. — Sorri e peguei os documentos e a minha carteira.

— Vai passar quanto tempo aqui dessa vez?

— Só uma semana. — Afirmei e o mesmo fez um sorriso triste. — Mas a gente marca um dia de ir para um clube ou um cinema.

— Assim espero, Crys. Você se esqueceu de mim na última vez que veio!

— Deixa de drama, eu só vim pra ver os meus pais. — Ri do mesmo que fechou a porta do passageiro.

— Como andam a Venice e a Nivea?

— Elas estão bem. — Afirmei entrando no banco do motorista. — Marca a data e a hora de sairmos.

— Okay, sua mandona. Até logo.

— Até. — Acenei para o mesmo e acelerei a caminhonete de volta para casa.

A Summer estava dormindo quando cheguei. Carreguei ela e as coisas que coloquei dentro da gaiola. Entrei em casa e os meninos conversavam lá da estufa e fui até eles.

— Olha quem chegou. — Digo e Ronnie foi logo pegando a cadela, brincando com a mesma. — O nome dela é Summer.

— Caramba a raça dela é bem bonita. — Brian afirmou querendo pegar nela. — Deve ter custado uma fortuna.

— O que custou foi as coisas dela. Ela foi abandonada quando era bem novinha pelo antigo dono e a galera do pet shop a encontrou. Aí o Ben me ligou quando eu tava gravando lá em Salem e me disse que ela precisa muito de um lar, então eu reservei pra buscar hoje.

— Agora ela vai ser bem feliz. — Ronnie disse sem querer soltar ela por um minuto.

— Quem é Ben?

— Um amigo, ué. — Respondi o Brian que assentiu meio sem graça. — Vou colocar um pouco de água pra ela.

— Quer ajuda? Com a Summer? — Ele se ofereceu e fiz que sim.

— Separa um pouco de ração pra ela e depois você me ajuda a montar o cantinho dela lá no meu quarto.

— Okay.

Enquanto a pequena se alimentava, subimos com as coisas dela. Tirei alguns objetos que ocupavam o espaço da parede perto do closet e coloquei a caminha dela bem ali. Brian foi me passando os brinquedos e outras coisas para ela.

— Pronto. — Me levantei rápido e senti a minha visão escurecer um pouco, além de sentir uma pancada na cabeça. — Ai, fiquei tão desastrada assim?!

— Meu queixo… — Brian falou sentindo um pouco de dor, mas ele me segurou e quando a minha visão voltou, me deparei com os seus olhos bem azulados. — Você está bem?

— Eu estou, eu só me levantei antes da hora. — Digo me sentindo hipnotizada por esse olhar e vi que ele olhava pra mim daquele jeito de novo. — E o seu queixo?

— Tá tudo bem. — Sorriu e fiz o mesmo. — Falta mais alguma coisa?

— Deve estar no carro. — Fiquei olhando em seus lábios, agora eu entendi porque ele fazia isso, mesmo negando que gosta de mim.

— Crys, eu tenho algo pra te contar. — Disse e ainda sinto as suas mãos segurando os meus braços com o maior cuidado possível para não acabar apertando. — Eu quero te dizer que… que eu vim pensando e…

O mesmo ficou tentando terminar de falar e senti uma de suas mãos subir para o meu rosto, o seu polegar passava levemente na maçã do meu rosto e isso era muito, mas muito confortável.

— Eu não consigo, mas… é tão complicado falar isso o que tá preso na minha garganta há muito tempo, Crystal. — Brian não tirava os olhos de mim, juro que estou nervosa com isso, o que é muito estranho. — Crystal, eu estou… oh droga, não consigo!

— Você está apaixonado. — Digo e ele ficou surpreso. — Os seus olhos falam por si.

— Não vai me bater por isso?

— Não há nada de errado em você, há em mim. — Afirmo e o Littrell ficou sem entender. — Você não quer isso, Brian. Eu sempre trago problemas às pessoas e…

— Você se importa com isso?! Crys, todo mundo traz problemas e existem várias pessoas que pode resolver, e eu quero ser alguém que te ajude a resolver.

— É, mas esse problema é muito sério e você não vai ficar feliz ao saber. Guarde os seus sentimentos para outra pessoa, não à mim.

— O que você tem? — Perguntou ficando um pouco mais perto de mim e tentei ignorar ele, mas foi impossível.

— Várias ideias que parecem geniais na mente e quando já são executadas se tornam uma tormenta que começa a crescer como um sentimento de culpa e arrependimento. Pior que… o que eu fiz, eu me arrependo totalmente, mas ainda e talvez sempre fique como uma grande culpa. Eu fui além de uma imbecil, Brian. E não sei se estou pronta para enfrentar outra consequência.

— Qual?

— A rejeição, que anda bem grudada com a culpa. — Respiro fundo e me afasto do mesmo. — Não queira algo comigo, nem que seja uma amizade comum que só conta histórias sem nexo. Eu só vou piorar a sentir esse fardo.

Ele ia falar algo, mas fui logo sair logo do quarto e desci para ver a minha mascote que já havia terminado de comer.

Brian Littrell

Crystal já sabia que eu tenho algo por ela. Provavelmente o Nick contou ou eu sou muito péssimo em disfarçar as coisas. Eu juro que não entendi nada sobre o que ela disse que tinha algo que a atormentava e que talvez poderia fazer mal, mas o quê afinal?! Do que ela sabe que não quer dizer sabendo que eu posso ajudar?

Quando eu estava saindo de seu quarto, eu trombei em um móvel e caiu uma bolsa no chão que infelizmente estava aberta e caíram várias cartas.

Fui colocando tudo de volta na bolsa sem dar muita importância; deixei aonde estava e saí do local para procurar um dos irmãos.

Vou dizer que o jantar estava em uma completa harmonia. Para não falar o contrário. A Crys estava desanimada e o Ronnie conversava sobre várias coisas comigo completamente animado pela minha visita.

— Crys, a macarronada está ótima. — Ele olhou para a irmã que só olhava para a sua refeição. — Que foi, anã?

— É nada demais, Ronnie. Só estou me sentindo cansada. — A mesma sorriu fracamente e enroscou o seu garfo na porção de macarrão no seu prato.

— Tudo bem. — Ronnie assentiu e se levantou para a cozinha, pegando a jarra de suco. — Espero que você goste, Brian.

— É de quê? Existe fruta verde aqui na Nova Zelândia? — Perguntei o mesmo riu, dizendo que não.

— É de maçã verde. — Disse servindo o meu e o dele, quando foi para a Crystal, ela rejeitou. — Você só pode estar com verme, Crys! Você adora esse suco!

— Eu não quero, Ronnie. — Disse seriamente e se levantou.

— Por que?! O que sente?

Abelhas. — Afirmou olhando para o irmão, pegou a cadelinha e subiu as escadas.

Ronnie abaixou a cabeça e soltou um suspiro. Eu entendi foi nada agora.

— Brian, não liga. — Disse calmamente e se sentou em seu lugar, dando um gole em seu suco.

— Por que ela disse abelhas? — O loiro ficou pensando em responder a minha pergunta e olhou para as escadas.

— Quando nos conhecemos, a Crystal era muito… sozinha na sua turma da escola. E em um dia horrível, um menino empurrou ela de um brinquedo e machucou o queixo. Foi um corte feio. E eu vi isso tudo e fui ajudar ela, levei para a enfermeira que limpou e ligou para a sua mãe, e eu fiquei por perto a distraindo da dor que sentia. Eu desenhei várias abelhas pra ela que gostou muito, daí viramos melhores amigos e “abelhas” se tornou o nosso código secreto.

— Nossa, então ela não está se sentindo bem?

— Exato. Pelo visto ela precisa ficar sozinha agora. Talvez amanhã ela esteja melhor. — Sorriu e voltou a tomar o seu suco.

Terminei o meu jantar e o suco estava ótimo. Subi para o meu quarto e fui me ajeitando para dormir e tentar conversar com os rapazes, já que são mais de doze horas de diferença e talvez acabe cobrando mais caro na conta. Então é melhor deixar pra contar tudo quando eu voltar na semana que vem.

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oi galerinha, espero que estejam bem.

deve estar estranhando por eu estar postando no dia de hoje, mas é por um bom motivo.

essa segunda fase é extensa, tem uns vinte capítulos que inclusive escrevi o último desta fase na última sexta/sábado. e tbm pq estou organizando uma estória que fiz de halloween na outra conta e vou estar mais lá do que aqui a partir desta sexta. então por esse período (que serão 10 dias), não vai sair capítulo aqui e o que eu vou fazer? somente nesta semana 18-22 (segunda a sexta) sairá um capítulo por dia para vocês maratonarem a vontade pq vai acontecer mta coisa e já prevejo algumas revoltas nos comentários. e a fic vai voltar a ser nas sextas e sábados no primeiro final de semana de novembro, fiquem atentos.

e tbm pra falar que já são +300 visualizações em apenas um mês! esse foi um ótimo recorde e é bom saber de que estão gostando.

enfim, esse é o recado ou até mesmo posso chamar de mimos.

tenham um bom dia, uma boa semana e um beijo ❤️

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