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Brian Littrell
Mais tarde

Crystal não apareceu depois que fui falar pra ela sobre as fotos. Até agora não consigo acreditar de que eu a elogiei sobre os olhos dela, a garota vai achar que sou biruta ou algo parecido. E que droga, sei de nada sobre a Lis ainda. Talvez ela já tenha respondido e a carta chegou lá em Orlando, queria que fosse transferido pra cá para eu ler e responder de imediato.

E agora de noite, tem o jantar com a galera da marca e da produção. E só para piorar, a Venice e o Kevin tiveram uma brilhante ideia de saírem para um encontro justamente hoje! Eu não sei sobre o que vou conversar na mesa e também tenho que evitar alguma discussão com a Crys, caso ela compareça.

Eu cheguei a ver o meu primo lá na frente do resort esperando a Venice aparecer enquanto eu andava até a sala de jantar que era do lado de dentro.

O pessoal foi chegando aos poucos e na minha frente só faltava um lugar. Quando eu ia perguntar se viram a atriz, ela entrou na sala usando um vestido preto e bem básico, com os seus cabelos soltos e uma leve maquiagem em seu rosto. A Fletcher parecia pálida, como não tivesse se sentindo bem.

Eu me levantei e a ajudei a se sentar na cadeira e voltei para o meu lugar.

Obrigada. — Disse sem emitir som e acenei com um sorriso.

Então a reunião começou. Uma assistente elogiou nós dois e disse que a Venice estava completamente certa por ter nos escolhidos e pediu desculpas pelo ocorrido das fotos. O jantar foi servido e a Crystal só comia amêndoas e tomava um copo de água, ela não está bem, de fato.

— A atitude da Venice com o Cliff foi de pura responsabilidade e compromisso, só ela viu que tinha algo de errado acontecendo…

— Senhor… — Crys chamou atenção do cara da produção. — Perdão, mas… até um cego iria perceber de que estávamos desconfortáveis com as fotos. A Venice e o Kevin notaram esse erro drástico e ela como sócia, foi resolver da melhor maneira que tinha. Você contratou um péssimo fotógrafo, porque ele obrigou a gente a fazer essas poses e ele disse mais ou menos assim: “vocês estão sendo pagos”. Nós estamos sendo pagos por um serviço desconfortável da sua empresa ou pelo seu funcionário inútil e idiota?!

Eu gosto quando ela é sincera.

— Senhorita Fletcher, nós pedimos desculpas pela atitude do Cliff e podemos contratar outro fotógrafo para trabalhar com vocês…

Ela se engasgou com uma amêndoa e começou a ficar com a cara completamente vermelha. Os imbecis do lado dela não estavam ligando, achando que era ironia da mesma. Então me levantei, a tirei da cadeira a deixando em pé, fiquei atrás dela e fui pressionando a sua barriga até dar sinal de que isso passou.

Mas ela tava começando a se desesperar com o sufocamento.

— Crystal, fique calma, estou te ajudando. — Digo em seu ouvido e sentir a sua mão segurar em braço. — Você vai melhorar.

Continuei com a pressão e a mesma tossiu, foi quando eu vi que a amêndoa saiu de sua garganta. A garota já tava chorando e me abraçou. Ela tava muito quente e o seu corpo estava fraco. Eu sabia de que ela não está se sentindo bem.

— Eu sinto muito, mas… sobre o novo fotógrafo, vocês devem resolver isso com o Kevin ou com a Venice, já que ela é a sócia. E também sinto muito, mas vou ajudar a Crystal aqui, tenham um bom jantar e boa noite. — Fui segurando a mesma e saímos da sala. — Como se sente?

— Me leva pro meu quarto? — Disse lentamente e assenti. Crys se segurou no meu braço e fomos andando com cuidado até o seu quarto. — Obrigada, Brian. Você salvou a minha vida.

Disse se sentando na beirada da cama.

— Crystal, você tá bem?

— Eu tô ficando gripada. — Disse e espirrou. — Eu levei muito sol lá fora e acabei tomando um banho frio logo depois, aí… o corpo está reagindo muito mal.

— Choque térmico, Crys. — Me aproximei dela e toquei em seu pescoço e sua testa. — Você tá com febre. Olha, eu vou lá na farmácia comprar algumas coisas pra você e pedir alguma coisa leve pra você comer.

— Não precisa, eu tô bem.

— Não seja teimosa. Eu volto logo. — Saí do quarto e fui até para pegar a minha carteira e ir até uma farmácia mais próxima.

Tinha me esquecido que o resto da turma foi para uma festinha lá no centro da cidade se divertir.

Kevin Richardson

O restaurante que a Venice escolheu é um espaço bem aconchegante e bem administrado, o jantar está sendo ótimo e eu vendo ela bem na minha frente conversando sobre tudo o que o vento trazia.

— Como você acha que estão o Brian e a Crys? — A morena perguntou me encarando.

— Acho que eles se saíram bem no jantar. A Crystal estava bem focada.

— É, ela abriu mão de ir passar o resto do dia na piscina e foi fazendo as suas coisas. Ainda bem que ela está ficando cada vez mais responsável, eu vivia dando puxões de orelha.

— Tendo alguém como você por perto, é impossível não mudar sobre várias coisas, Venice. — Sorri para a mesma que sorriu. — Talvez seja cedo de eu estar falando isso, mas… eu espero que tenhamos mais encontros como esse futuramente.

— Eu também espero por isso. Nunca se sabe, Kev. Pode aparecer mais oportunidades mais parecidas como essa. — V afirmou e deu um gole em seu vinho. — Vai querer ir para mais algum lugar depois daqui?

— Que tal darmos uma volta lá na praia antes de voltarmos ao resort? — Peguei em sua mão e a mesma entrelaçou. — Sabe, debaixo das estrelas.

— Pressinto de que teremos uma noite inesquecível, Kevin. — Sorriu com o seu rosto corado. — Isso vai ser incrível.

Terminamos o jantar, apreciamos a sobremesa que foi por conta da casa e várias conversas e risadas foram compartilhadas, de fato estou amando esse momento. Eu nunca imaginei que eu iria precisar de alguém como a Venice na minha vida.

Brian Littrell

Voltei ligeiro da farmácia e fui direto até o dormitório, parando no quarto da Crystal. Bati na porta e ela pediu que eu entrasse. Fletcher já usava moletom e assistia televisão.

— Trouxe um termômetro pra ficar checando, xarope e remédio para a sua febre. — Digo tirando tudo da sacola e fui lendo a bula dos medicamentos. — E eu já pedi uma sopa de legumes pra você.

— Não precisava disso tudo, cara. Eu poderia acabar melhorando sem tomar essas coisas.

— Mas isso é pra previnir antes de você piorar, Crystal. — Olhei para a mesma que se tremia de calafrios. — Vou limpar o termômetro pra você usar.

— Sério?! É meio perceptível de que estou com febre, Brian! — Retrucou. — Me dá logo o remédio de febre.

Lhe dei um comprimido e tirei uma garrafa d'água do frigobar para a mesma tomar. A sopa chegou logo depois e servi a mesma.

— E o jantar? — Perguntou, olhando pra mim.

— Sei lá, acho que já encerraram faz tempo.

— A Venice vai dar bronca na gente por termos deixado a sala.

— Pelo o quê?! Você não está se sentindo bem e ainda se engasgou com uma amêndoa, não vejo nenhum motivo dela reclamar com você.

— Mas por que você não voltou, seu patético?!

— Porque estava um tédio infernal lá dentro. Nem tudo vai sair bem planejado, que nem foi com as fotos. Eu nem estava afim de estar naquele jantar, eu queria ficar com os rapazes e a Nivea lá na festa.

— Então por que não foi? — Essa pergunta me pegou de surpresa.

— Porque… — Soltei um suspiro e olhei para esses olhos azuis que esperavam pela minha justificativa. — Porque eu iria ficar com um peso na consciência de não estar aqui cuidando de você. Mesmo você não querendo ser a minha amiga, eu estarei por você.

Crys não fez nada e começou a se alimentar, assistindo a programação da televisão. Fui terminando de ler as bulas e lhe dei a dose certa do xarope, a atriz reclamou do gosto porque havia misturado com o da sopa.

— Bem, acho que não tenho mais nada a fazer aqui. Descanse, Crystal.

— Mas já? — Ela disse assim que virei as costas. — Vai passar um filme bem legal e a Nivea iria acompanhar, mas veio aquela festa… você pode ficar. Se quiser, não tô te obrigando a nada.

— Olha que é você quem está falando isso. — Me sentei ao lado dela na cama e começou a passar um filme de suspense.

Nivea Valentine
Enquanto isso na festinha

Eu nunca imaginei de que um dia eu estaria no meio de tanta gente dançando com três integrantes da minha boyband preferida, é meio surreal.

Agora para o Ronnie, ele parecia meio preocupado com algo, ele estava no canto pensativo. Então fui andando até ele que me deu atenção.

— Tomou alguma coisa que te fez mal? — Perguntei e o loiro negou. — Que foi, amigo?

— Eu acho que a Crys precisa de mim, eu tô com essa sensação. — Disse olhando para o relógio. — São quase onze horas, acho bom voltarmos.

— E os rapazes? Será que eles vão querer voltar com a gente?

— Provavelmente não. Mas vamos tentar.

Nós dois andamos até eles três e pela nossa surpresa, concordaram e voltamos andando de volta para o resort já que achamos na hora que saímos de que seria perto, mas daqui pra lá são uns trinta minutos de expresso canelinha.

Pior que eu deixei a Crys na mão, pois iríamos assistir um filme de suspense que está passando nessa hora pela televisão. Espero que ela não tenha ficado chateada comigo.

Venice Fordman

Eu e o Kevin fomos dar uma volta lá na areia da praia e era bem confortável, o problema era que estava ventando muito e comecei a sentir um pouco de frio, mas além disso não há nada me impedindo.

— Está tremendo, V. — Kevin tirou o seu casaco e pôs acima dos meus ombros e envolveu o seu braço em mim, agora estou tremendo mais ainda. — Eu já te falei de que você está a coisa mais linda nesta noite?

— Várias vezes. — Ri de nervoso. — Mas parece que soa cada vez melhor toda hora que você repete essa frase.

— O seu sorriso também, querida. — Ele beijou o topo da minha cabeça. Ai droga, a Crys não vai sair do meu pé se eu contar. — Pode parecer muito rápido da minha parte, mas… o que acha de saímos de novo neste final de semana?

— Saiba Kev, de que eu nunca direi não para passar algumas horas apreciando a sua presença. — Toquei em seu rosto e o rosto dele ficou vermelho, junto com um sorriso. — Não vai ser fácil ficar longe de você.

— Você só pode estar lendo os meus pensamentos. — Disse ficando bem perto de mim. — Será que… essa é a parte em que toda a magia acontece?

— Eu não sei… acho que isso depende da autora se vai incluir essa cena ou não. — O mesmo gargalhou.

— Se ela não incluir, vou ficar muito chateado.

— Seu bobo. — Puxei a gola da sua camisa e juntei os meus lábios nos seus e isso parecia um sonho de tão surreal que se tornou.

Quando me afastei um pouco, Kevin segurou delicadamente o meu rosto e voltou a me beijar, como o próprio prometeu, debaixo das estrelas que brilhavam no céu e refletiam no mar.

Brian Littrell

Eu não estava entendendo nada sobre o filme, e ainda dava alguns sustos desnecessários quando o protagonista ficava olhando para o porão da casa. A Fletcher estava tão entretida que conversava com o filme e isso era muito engraçado.

Assim que o personagem arranjou uma lanterna que funciona e entrou no porão, fiquei me preparando para o susto, até que a trilha ficou alta e a sombra do suposto assassino apareceu bem atrás dele.

— Misericórdia! — Crystal levou um susto e agarrou o meu braço como reflexo. — Você viu?! Ele já era!

— Quando vê, nem é o assassino. — Digo e a de cabelos curtos assentiu, voltando para o seu canto.

A hora se passava e o meu sono pesava, e esse filme não acabava.

— Crys, vou para o meu quarto… — Foi quando eu percebi de que ela dormia, a sua cabeça apoiava em meu ombro e os seus braços não soltavam o meu braço direito. — Eu te avisei que tinha antialérgico nesse xarope.

Com o maior cuidado do mundo eu consegui tirar o meu braço e a deitei fazendo de tudo para não a acordar. Peguei o cobertor e coloquei até a sua cintura. Ela dormindo assim nem parece que é rude de vez em quando.

— Durma bem, Crys. — Falei acariciando o seu cabelo, desliguei a TV e fui andando até a porta do quarto, apagando a luz.

Assim que saí, dei de cara com o Ronnie.

— O que você estava fazendo no quarto da minha irmã?! — Ele cruzou os seus braços e olhava seriamente pra mim.

— Ronnie, a Crystal tá gripada.

— Que gíria estranha pra isso, de onde você é?!

— Eu tô falando sério! Ela passou mal no jantar e fiz o favor de ajudar a sua irmã. Ela dormiu agora e eu não fiz nada além de cuidar dela.

— Calma, colega. Eu tava te zoando. — O Fletcher mais velho riu. — A representante da marca me disse sobre o ocorrido do jantar quando cheguei. Bem, obrigado pela sua gentileza, tenha uma boa noite.

— Boa noite, Ronnie. — Que alívio, pensei que ele iria me esganar nesse momento.

Quando entrei no meu quarto e troquei pelo meu pijama, eu me senti estranho, mas no bom sentido. Bem, hoje o dia foi longo e passei praticamente o dia todo com a Crys e ela acabou amostrando quem realmente é por dentro. Pela primeira vez me senti confortável em estar por perto dela, mesmo com todas as discussões que temos.

E que droga, a visão do rosto dela um pouco próximo do meu no ensaio não sai da minha cabeça e sim, cheguei a pensar de que queria dar um selinho de nada em seus lábios, mas isso poderia complicar as coisas entre eu e a Lis, mesmo eu não havendo me declarado pra ela ainda.

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