True Blood (livre)

Leitora/Dean Winchester.

***

Não devia ser nem sete da manha quando Sam praticamente invadiu meu quarto carregando seu inseparável notebook a acendeu as luzes.
— Ah, droga, Sam! – Reclamei enquanto sentava na cama e tentava tapar os olhos e evitar que fossem derretidos pela luz forte.– Eu podia estar nua, sabia? — Eu sabia que não estava.
— Como você sabia?
— Dean esta la embaixo, e ele é o único que...
— Okay, eu já entendi – Falei me levantando e indo até o armário. – Diz logo o que você quer, Pé Grande.
— Encontrei algo que parece valer a pena checar. É um homicídio, já é o segundo na mesma semana.
— E por que parece ser coisa nossa?
— Gado morto e estripado.
— Certo, isso é coisa nossa – Falei.– Vamos sair que horas?
— Agora, Dean já está ligando o Impala. Então, vamos logo.
Sam virou-se apressado e saiu do quarto.
— Qual é, Sam?! Nem um café primeiro? São seis da manhã, sem café eu não funciono.
Ele já tinha descido as escadas.

***

Estávamos todo no carro e Dean dirigia animadamente pela estrada. No radio estava tocando AC/DC e ele parecia com mais bom humor do que em todos os outros dias.
— Olhem como ronrona...– Comentou, massageando o volante.– Não é maravilhosa? Escutem.
— Você quer um quarto pros dois? – Sam resmungou.
— Ele não nos entende, Baby, não de atenção ao homem mau.
— Dean, você ta começando a me assustar – Falei do banco de trás.
— Eu ficaria assustado se o carro respondesse – Sam riu.
— Vocês são hilários – Dean revirou os olhos.
— E você é um doido – Falei.– Mas então, o que seremos? FBI, legistas?
— Jornalistas – Sam respondeu.– Vamos dizer ao  xerife que estamos ma faculdade de jornalismo e que precisamos escrever uma coluna sobre os homicídios.
— E tem um nome? – Perguntei.
— O que tem um nome? – Dean perguntou.
— A revista, Dean. Precisamos de um nome. Quando mais específica a mentira, mais real vai parecer.
— Não existe revista, S/n, e ninguém vai perguntar nada.
— Por via das duvidas, precisamos de um nome – Insisti.
— Que tal: A Revista da Semana? – Sam sugeriu.
— Eu achei horrível – Falei.– Mas nao tenho ideia melhor.
— Eu tenho – Dean levantou a mão. – Não damos nome nenhum.
— Volte a namorar seu carro, Dean. Sam e eu cuidamos dos detalhes do plano – Resmungo.
Me volto para Sam e voltamos a falar sobre o caso.

***

Entramos na sala do xerife, Sam e Dean vestiam ternos, e eu usava um blazer e uma saia em tons escuros, eu odiava me vestir daquela maneira, mas era pelo trabalho.
O xerife respondeu as primeiras perguntas de boa vontade, mas para ele era tudo mundo comum, até mesmo a morte do gado. Quando insisti, ele nos encarou perguntando:
— De qual jornal vocês são mesmo?
Dean olhou para mim e para Sam, eu lancei aquele olhar de "eu avisei".
— É... A Semana da revista – Respondeu.
— A revista da semana – Sam o corrigiu. Dean fingiu limpar a garganta.
— É, isso ai, eu sou novo.

Era claro que não tirariamos mais nada dele, não que já tivéssemos conseguido alguma coisa útil dele. Quando saímos da delegacia eu sugeri que fossemos até o necrotério e vissemos o corpo da garota que foi morta. Sam e Dean concordaram então seguimos para o carro.

***

Dean conseguiu tirar o medico legista da sala no necrotério e então nós conseguimos chegar até o corpo que estava na gaveta metálica.
— O que procuramos? – Dean pergunta.
— Havia um grupo de cultos satânicos que marcavam as vitimas com um pentagrama na testa – Respondi.
Dean trouxe uma caixa grande onde estava guardada a cabeça decapitada da moça, abrindo-a.
— Eca – Sam virou o rosto quando vou a cabeça. Dean fez uma careta.
— Vocês são dois frouxos – Falei revirando os olhos.– Não tem pentagrama.
— Pode estar em outro lugar – Dean falou.
— Quer procurar? – Sam indagou, parecia enjoado.
Dean levantou os ombros.
— Vai na fé – Empurrou a caixa para Sam. Sam empurrou de volta.
— Vai você na fé.
— Ai, meu deus, saíam da frente – Comecei a procurar indícios de marcas, nos lábios, pálpebras.
— Acho que vou vomitar – Sam murmurou.
— Não exagera – Retruquei.
— Espera, S/n, levanta o lábio dela de novo – Dean pediu. Fiz o que ele pediu e havia um tipo de fenda ou corte na gengiva dela.
— O que é isso? – Sam perguntou. Dean apertou a fenda um dente pontudo surgiu.
— Dentes? – Perguntei.
— Presas de vampiro – Dean corrigiu.
— Então alguém esta decapitando vampiros? – Sam diz.
— É o que parece – Dean confirmou.
— Isso é bom, né? – Digo.
Os dois balançaram as cabeças, eles concordaram, mas pareciam tensos.
— Vamos atrás do caçador? – Indaguei.
— Acho melhor descobrirmos sobre a morte do gado – Dean falou. Tapamos a caixa e colocamos no lugar.

***

Chegamos no bar, que por acaso era o único em toda a cidade. Dean pediu três cervejas ao barman e como sempre começamos a jogar conversa fora, fazendo perguntas e sempre tentando descobrir alguma coisa. — Os vampiros devem estar nessa fazenda – Sam comentou, se referindo ao local comentado pelo barman.
— É provável, mas e o caçador? Sera que já foi embora? – Perguntei.
Com a minha visão periférica, consegui ver um homem sentado não muito longe do balcão bebendo uma caneca de cerveja, mas que parecia mais atento na nossa conversa do que deveria.
— Rapazes – Chamei baixo.– O cara ali atrás parece suspeito.
Não precisei dizer muita coisa. Nos levantamos e Sam pagou as cervejas, assim que saímos do bar cada um de nós se posicionou em uma ponta do perímetro, esperando que o tal curiosos passasse. Geralmente eu esperaria para ver mais e tentar ter certeza de que esse cara tinha algo errado, mas dessa vez o meu instinto de caçadora apitou, e eu aprendi a sempre dar ouvidos a esse instinto. Ele passou por mim e não perdi tempo, sai de trás do poste com minha pistola apontada para a nuca dele.
— Ei, rapaz – Murmurei.– Perdeu alguma coisa aqui atrás?
Dean e Sam saíram de seus esconderijos e se aproximaram.
— Por que no seguiu? – Dean perguntou.
— Pede pro seu cão de guarda baixar a guarda, podemos ter uma conversa civilizada, talvez eu até pague uma cerveja para vocês – O homem falou. Eu não gostei nada do tom de voz que ele usou e muito menos de como se referiu a mim.
Encostei o cano frio da arma na parte de trás da cabeça dele.
— S/n...
— Dean, se você me mandar baixar a arma, atiro em você também – Falei entre dentes.
— Não precisamos começar a conversa assim, S/a – Sam fala.
— Ele que estava nos seguindo, não foi eu quem começou – Falei baixando a arma, mas muito a contragosto.

— E então, porque nos seguiu? – Sam repetiu a pergunta.
— Não estava seguindo vocês – Ele falou, em seguida apontou para um cara se afastando a passos rápidos, sua atitude era bem suspeita.– Eu estava seguindo ele.
O homem que se afastava olhou para trás e em seguida apressou mais o passo, o que estava do meu lado puxou um facão que estava escondido em uma bainha embaixo da blusa.
— Gordon Walker – Falou.– Mas as apresentações podem esperar. — Opa, opa – Levantei novamente minha arma quando vi que ele pretendia sair.– A gente ainda não acabou aqui.
— Ele vai fugir – Ele disse.
— Seja lá quem for ele – Digo.– Não é o problema agora, você é.
— É um vampiro – Gordon falou.– Está escapando.
Dean olhou para trás, seguindo o olhar do homem.
— Deixa ele, S/a, nós vamos checar isso – Falou.
— O que? – Perguntei.– Dean, ele pode estar mentindo!
— Você vai querer pagar para ver? – Perguntou, me lançando um olhar sério.
Fiquei travada no lugar e observei Dean junto com o tal Gordon saírem atrás do cara que agora virava a esquina.
— Vamos, S/n – Sam me chamou.
Ele seguiu os outros dois e eu sem outra opção fiz o mesmo.

Perseguidos o cara até chegados no que parecia ser algum tipo de fabrica ou armazém, sei lá. O primeiro a alcança-lo foi Dean, que agarrou o homem pela jaqueta e o jogou contra uma parede. Ele mostrou as presas, é parece que o tal Gordon tinha razão.
Dean, ainda segurando o vampiro pela jaqueta, o jogou em uma mureta. Estava sem facão, sua primeira reação fora pegar uma cerra elétrica que estava jogada próximo e cortar com ela a cabeça do vampiro.
Quando terminou, a cabeça rolou pelo chão e parou próximo ao meu pé. Dean estava parado na minha frente, todo sujo de sangue e ofegante.
— Acho que vou aceitar aquela cerveja agora – Ele falou, olhando para Gordon. O caçador sorriu, triunfante.

***

De volta ao bar, Dean e Gordon já tinham se transformado nos melhores amigos. O caçador contou que ouviu nossa conversa e soube que éramos caçadores também. Eu ainda não confiava nele nem um pouco. Parece que Sam compartilhava do mesmo sentimento que eu.
— É, o papo está ótimo, mas acho que já esta na hora de irmos – Falei, deixando o copo de cerveja intocado na mesa.
— Relaxa, S/a – Dean sorriu.– Ainda está cedo.
— Isso, S/a, relaxa, bebe uma cerveja – Gordon falou sorrindo para mim.
— Não me chame de S/a – Falo.
— Por que? – Dean perguntou confuso. – Todos te chamam assim.
— Todos que eu conheço, Dean – Falei. Levantei da cadeira.– Vou pro motel, estou cansada. As chaves do impala.
Dean pegou as chaves e me entregou, passei pela mesa e sai do bar, Sam logo veio atrás de mim.
— S/a, o que foi aquilo?
Me virei para ele, sem conseguir controlar minha irritação.
— Eu simplesmente não consigo ser legal com quem não vou com a cara.
— Não é só isso. O que aconteceu?
Soltei um longo suspiro.
— Esse tal de Gordon. Sam, essa cara fede a problema.
— Você acha?
— Eu tenho certeza. Mas sei quem pode confirmar.
Peguei o celular e liguei para Ellen Harvelle.

— Alô, Ellen? É a S/n.
— S/n, querida, oi.
— Eu queria perguntar sobre um caçador. Você deve conhecer praticamente todos.
Ela riu.
— Uma boa parcela deles. Sobre quem quer saber?
— Sobre Gordon Walker, conhece?
— Claro que conheço, é um bom caçador. Por que quer saber do Gordon?
— É que Eu, e os Winchester estamos trabalhando com ele em um caso e...
— Não. S/n, não faça isso. Se afaste dele.
— Mas... porque? Você disse que ele é um bom caçador – Perguntei confusa.
— Ele é bom caçador, mas não é confiável como pessoa. Eu recomendo que se afastem dele.
— Certo, obrigado.
Desliguei voltei até Sam.
— As noticias não são boas – Disse a ele.
Expliquei o que Ellen falou, e Sam também achou melhor voltarmos ao motel e arrumar nossas coisas para irmos embora assim que Dean voltasse. Quando chegamos ao motel, senti que tinha alguma coisa diferente ali.
— Sam – Chamei.– Nós não tínhamos deixado a janela fechada?
Sam olhou para os vidros abertos, por onde entrava uma fria corrente de ar e um vinco apareceu entre duas sobrancelhas.
— Tem certeza?
— Absoluta – Afirmei.
Da sombra do quarto eu ouvi passos, um cara, que pelo que eu me lembre é o barman, surgiu do canto escuro do quarto e atacou Sam.
Os dois se atracaram, mas o barman acertou a cabeça de Sam na parede e o fez desmaiar. Ele olhou para mim em seguida, começou a caminhar em minha direção. Puxei minha arma e atirei três vezes contra seu peito. Ele parou e olhou para baixo, as balas não surgiram nenhum efeito além de aborrece-lo.
— Caçadores...– Murmurou como se fosse uma palavra suja. Ele me alcançou e me segurou pelo pescoço, me erguendo no ar com uma força inumana, começando a me sufocar até que eu perdesse a consciência.

***

Acordei e percebi que estava amarrada a uma cadeira. Sam estava do meu lado, também preso. O lugar era meio escuro e bagunçado, tinham caixas espalhadas por toda parte.
— Sam, Sam! – Chamei baixo, tentando acorda-lo. Ele acordou, tao confuso quando eu e olhando para os lados.
— O que aconteceu?
— O que parece ter acontecido, Einstein?
Ouvimos passos vindos se um corredor lateral, uma garota passou por uma porta e entrou no comodo onde estávamos, ela estava acompanhada do barman.
— Que bom que acordaram. Desculpe o mau jeito, geralmente não fazemos isso.
Ela falou, sua voz era calma e baixa.
— Ah, sem problemas, seu amigo só quase nos matou e nos arrastou para cá – Falei.
— Precisamos fazer isso, fomos obrigados – Ela falou.– Nós não queremos machucar ninguém.
— É, a gente percebeu – Sam disse em tom irônico.– Vocês são tão bonzinhos.
— Se fôssemos como pensam que somos, vocês não estariam vivos – Ela retrucou.– Vamos soltar vocês, sem nenhum arranhão, só preciso pedir algo. Saíam da cidade, nós tambem vamos embora, não venham atrás de nós.
— Por que faríamos isso? Vocês são monstros – Falei. O vampiro rosnou, já a outra vampira se manteve calma.
— Não matamos ninguém. Nós bebemos sangue de animais. Um caçador destruiu nossa família e agora está atrás de nós, só queremos paz.
Troquei um olhar com Sam.
— Isso justifica as vacas mortas – Ele falou para mim.

A vampira prosseguiu:
— Vamos leva-los se volta, só nos deixe ir embora e nunca mais cruzaremos o caminho um do outro.
Sam e eu nos olhamos outra vez, eu não sabia se acreditava mesmo nela, mas se fossem realmente ruins já teriam nos matado, e o fato de não terem... conta como alguma coisa.
— Vamos tentar – Falei. Ela deu um pequeno sorriso, em seguida mandou o que o outro nos soltasse das cadeiras.

***

Ele nos deixou em frente ao nosso quarto, fomos vendados durante o caminho inteiro. Entre no quarto sendo seguida por Sam e encontramos Dean e Gordon nos esperando.
— Onde vocês estavam? – O loiro perguntou.
— Com os vampiros – Falei.
O olhar de Gordon se iluminou.
— Vocês acharam o ninho?
— Não, eles nos acharam – Sam respondeu. – E nos levaram ate lá. Uma casa de fazenda meio afastada da cidade.
— Então vamos lá – Dean falou.
— Não, Dean, calma – Pedi.– Vamos conversar lá fora.
Saímos do quarto e Dean olhou sem entender para nós.
— O que foi? – Perguntou.
— Não vamos atrás dos vampiros – Falei.
— O que? S/n, você ficou louca?
— Eles não estão matando ninguém. Gordon nem se preocupou em checar as vacas que morreram. Esses vampiros não matam humanos, eles só bebem sangue de animais.
Dean riu.
— Ah, claro, e você acreditou no conto de fadas?
— Olha para nós, Dean. Eles nos trouxeram de volta sem nenhum arranhão – Sam disse.
— São monstros, e nós matamos monstros.
— Nós matamos o mau – Falei. – E eles não são maus, Dean. Por que irmos atrás deles?
— Gordon...
— Ah, e sobre Gordon. Eu falei com Ellen hoje, ela falou que ele não é confiável – Contei.
— E ela é? Conhecemos essa mulher a duas semanas.
— E esse Gordon é seu amigo de infância, não é?! Droga, você o conheceu há duas horas atrás! – Exclamei nervosa.– Esse cara cheira a psicopata, Dean, só você não percebeu isso, porquê está encantado por ele.
— Você está tão mal com a morte do pai que esta tentando de tudo pra superar, e agora quer colocar ele no lugar. Ele não é o nosso pai, Dean, ele nunca vai ser.
Quando Sam terminou de falar, Dean acertou um soco no rosto do irmão, tão rápido que não consegui nem segura-lo.
Depois de recuperada do susto, agarrei sua jaqueta e o puxei para trás.
— Qual é o seu problema, imbecil? – Perguntei. – Você está batendo no seu irmão por causa se um desconhecido? Por um cara que você mal conhece?

— Vamos atrás daqueles vampiros – Dean falou sem me olhar e seguiu para o quarto.
Ele voltou segundos depois.
— Gordon não está no quarto.
— Filho da puta – Xinguei. Corremos para o impala e Sam pegou um mapa.
— Vocês sabem aonde é a fazenda?
— Eu contei – Sam falou.– Segue oito quilômetros e vai ter uma ponte.
Dean seguiu o caminho e passamos a ponte, logo avistei uma fazenda e no fundo uma casa, quando desembarcamos do carro, vi o carro de Gordon estacionado próximo.
— Ele ta aqui – Falei.
Continuamos seguindo até encontrarmos Gordon com a outra vampira amarrada na cadeira enquanto era torturada por ele.
— Ótimo, vocês chegaram. Ela já esta quase abrindo o bico. Pega uma faca, Dean.
— Se afasta dela – Sam mandou.
Gordon riu, como se Sam estivesse dizendo algo muito engraçado.
— Eu disse para se afastar dela.
Sam repetiu começando a ir em sua direção, Dean segurou o braço do irmão.
— Calma ai, Sam – Gordon falou.– Ela é um monstro, isso aqui não é nada perto do que ela merece.
— Vou dizer o que você merece – Falei, indo em sua direção, Dean tentou me segurar também mas lancei um olhar mortal para ele.– Se não soltar a faca e se afastar dela, vou meter uma bala na sua perna.
Levantei a arma e apontei para ele.
— Ela não vai entregar a família – Dean falou.– Isso não vai dar em lugar nenhum, Gordon.
— Tem razão, vamos mata-la logo.
— Não! – Sam disse, firme.
— Sem tons de cinza, se lembra? – Gordon perguntou para Dean.– Só preto e branco. Ou é humano ou nós matamos. Sua amiga e seu irmão não entendem isso, eles são emocionais, mas você sim, Dean, você nasceu para esse trabalho e você sabe que ela tem que morrer como qualquer outro monstro.
— O único monstro que eu estou vendo aqui é você – Falei. Baixei a guarda por uma fração curta de tempo, Gordon aproveitou e agarrou meu braço, me puxando e me prendendo. Sam e Dean tentaram avançar mas pararam ao ver a faca na mão dele.
— Tem certeza que eu sou o monstro?
Ele puxou meu braço e cortou com a faca uma área no meu antebraço. Meu sangue escorreu e pingou no rosto da vampira.
— Ela não pode negar a própria natureza. Ela é uma assassina.
A vampira retraiu todo o rosto e suas presas saíram, mas logo voltaram ao normal, ela fechou os olhos.
— Não – Falou baixo.– Eu não vou fazer.
— Ta vendo – Falei.– O monstro aqui é você. O único assassino aqui é você.
Consegui acertar uma cotovelada nas costelas dele, me abaixando e recuperando minha pistola. Dean e Sam foram para cima dele, ambos o segurando.
No impulso atirei contra a coxa de Gordon.
— AH! – Ele gritou se abaixando. Dean me encarou com os olhos arregalados.
— Eu disse que ia atirar na perna dele – Falei, tampando o corte no meu braço com a mão.– E isso não é nada perto do que ele merece.
Repeti as mesmas palavras ditas por ele anteriormente.

Soltamos a vampira e Dean amarrou Gordon na cadeira. Ele ficaria ali, apodrecendo, se dependesse de mim.
Quando saimos da casa, Dean foi falar com Sam e em seguida veio falar comigo.
— Baby, eu... acho que te devo desculpas.
— Você acha?
— Eu devo desculpas.
— Continue – Falei, cruzando os braços.
— Eu vacilei. Devia ter confiado em você, seu instinto de caçadora já nos salvou muitas vezes, não devia ter duvidado de você.
— É, não devia – Falei, por mais que eu quisesse, não conseguia ficar com raiva dele por muito tempo, mas talvez eu me divirta fazendo com que ele sofra um pouquinho. – Eu desculpo você...
Dean sorriu e me abraçou pela cintura, me dando um beijo logo em seguida.
— Ei, ei – Interrompi.– Eu disse que estava desculpado, não perdoado, cowboy, vai com calma.
— E o que eu preciso fazer para ter o seu perdão?
— Pode começar dizendo que eu estava certa outra vez – Sugeri.– Eu gostei como soou.
Dean revirou os olhos e eu segui em direção ao Impala com ele atrás de mim resmungando.

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