Magic
Capítulo Único.
Leitora/Sam Winchester.
~~
Norman, Oklahoma.
Abri a pequena caixa de metal e peguei cinco balas mata-bruxas, usando-as para recarregar minha pistola. Estava tão irritada por ter deixado a desgraçada escapar da primeira vez que me enrolei toda na hora de coloca-las.
— Relaxa, eu faço isso – Sam apareceu do meu lado e pegou as balas e a arma da minha mão.
— Eu a deixei fugir, Sammy! Ah! Isso é tão frustante!
— Ta tudo bem, bruxas são escorregadias. Dean foi atrás dela e quando encontra-lá vamos poder acabar com ela.
— SAM! CUIDADO!
Ouvimos o grito vindo de trás de uma série de árvores, era de Dean e não conseguimos enxerga-lo no escuro. Me virei à tempo de ver a bruxa vindo na nossa direção, ela fugia de Dean e suas mãos brilhavam com uma luz esquisita, sua boca não parava de se mexer e ela acelerava ainda mais, não acreditava que alguem poderia ser tão rápido.
Ela lançou o que pareceu um feitiço, e Sam que estava mais próximo estava prestes a ser acertado por ele. Puxei minha arma da mão de Sam que por sorte estava carregada com uma bala, empurrei Sam para trás e entrei na frente. O feitiço me acertou e foi como se estivesse recebendo uma descarga elétrica forte o bastante para derrubar um elefante. Antes de cair no chão, atirei contra a bruxa e acertei seu ombro.
A desgraçada não caiu, ela tapou o ferimento com a mão e entrou na floresta pelo lado esquerdo. Eu ainda sentia os espasmos provocados pelo feitiço. Sam tentou me ajudar, mas eu o impedi:
— Vá atrás dela!
— Mas, S/n...
— A bruxa, Sam! Vá atrás dela!
Rolei no chão de terra, sentindo como se todos os meus músculos estivessem derretendo, uma dor horrível se instalou no meu ombros, eu estava trincando os dentes para não gritar. Sam me olhou incerto mas saiu atrás da bruxa, entrando na mata. Dean também estava atrás dela.
Parei de costas no chão, com meu peito subindo e descendo velozmente, já sentindo o suor frio escorrer pela minha nuca. Eu não sabia o que aquela infeliz fez comigo, mas com certeza não foi algo bom, sem contar que ainda estou sentindo a dor no meu ombro.
Eu tinha perdido a noção do tempo quando Dean e Sam voltaram. Estava deitada no meio das folhas encarando o céu escuro, sem conseguir mover um só músculo.
— S/n, tudo bem? Você ta bem? – Sam perguntou apreensivo.
— E-eu não sei...– Respondi, ainda sem conseguir mexer. – Sam, eu não sei o que aconteceu. Eu não consigo andar.
— A bruxa fugiu – Dean falou.– Mas nós vamos encontra-lá, você pegou ela de jeito com aquele tiro, a perda de sangue no vai levar ela muito longe.
Sam se abaixou e me pegou no colo. Senti um dor horrível no ombro e acabei gritando. Sam me olhou preocupado. Afastei minha jaqueta e abaixei um pedaço da camiseta, revelando um furo que parecia ser feito a bala em meu ombro. Buraco não sangrava, mas tinha veias escuras em volta.
— Parece que ela também me pegou de jeito – Falei, olhando o ferimento.
Sam e Dean seguiram meu olhar e viram o ferimento.
— Como aconteceu isso? – Dean perguntou.
— O feitiço que ela jogou em mim... – Falei.
— Não – Sam disse.– Acho que tem a ver com o feitiço, mas não foi ele quem fez isso. Vamos voltar para o motel, você precisa descansar.
— Mas e a bruxa? – Perguntei.
— Cuidamos dela depois – Ele afirmou.
Dito isso, Sam voltou comigo para o carro e Dean noa seguiu.
~~
No motel, Sam me levou para o quarto. Na metade do caminho acabei ficando com febre e delirando um pouco. Ele me deitou na cama e sentou-se ao meu lado.
— Você esta queimando em febre, S/n.
— Obrigado por me avisar – Resmunguei, virando para o lado onde ele estava e evitando ficar ensina do ombro ferido.
— Dean está tentando encontrar a bruxa. Ele nos deixou aqui e voltou para a mata. Não se preocupe, vamos descobrir o que aconteceu.
— Você tem alguma ideia?
Sam parou um pouco e pareceu pensar. Uma onda de dor me invadiu e soltei um gemido, ele me olhou preocupado.
— Vou buscar um remédio, não vou demorar.
— Não – Segurei o braço dele.– Fique comigo.
Sam sentou-se novamente, passou a mão pelo meu rosto.
— Você ainda esta quente, S/n, preciso dar algo para a febre baixar.
— Ela não vai baixar – Falei. – Sam, esse foi o lugar onde a bala acertou a bruxa. Logo depois que o feitiço me pegou, isso não é coincidência.
Cheguei a essa conclusão quando a febre estava no auge. Podia ser só uma ideia maluca, mas fazia sentido. Eu não recebi nenhum tiro, mas tinha um buraco de bala no ombro bem onde atirei na bruxa.
Sam ergueu as sobrancelhas e me encarou preocupado.
— S/n... O que você acha que aconteceu?
— Estou sentindo os efeitos do tiro que dei nela. Ela esta enfraquecendo, eu posso sentir, Sam. Está acontecendo o mesmo comigo.
— Você não tem certeza disso – Sam falou, ele estava calma, mas senti sua mão apertar a minha.– Dean vai encontra-lá e obrigar a dizer o que fez com você, então vamos curar isso e tudo vai acabar.
— Isso se ela não morrer antes...– Murmurei, sentia minhas pálpebras pesarem, estava tão cansada.
— Não vai – Sam se abaixou próximo a mim. Eu não sabia se estava delirando ou se realmente estava acontecendo. – Vou cuidar de você, nada vai te acontecer.
— Só fique aqui, eu só preciso disso.
Parecia que haviam dois pesos de concreto noa meus olhos, pois assim que os fechei não consegui abri-los novamente e logo estava dormindo tão pesadamente que nem se um terremoto sacudisse tudo a minha volta eu teria acordado.
~~
— ...ela não pode morrer, Dean! Não sei... eu não sei, Dean. Vá aos hospitais, curandeiros, não importa, você tem que encontrar esse bruxa e traze-lá viva. S/n depende disso.
Antes de abrir os olhos eu já escutava a voz de Sam entrando por meus ouvidos. Ele parecia falar no celular. Sentei na cama, ainda sentindo a dor no ombro, mas a febre pareceu ceder, já conseguia pensar direito.
— O que aconteceu, Sam? – Perguntei. Ele me olhou surpreso e guardou o celular, vindo até mim.
— Eu só estava falando com Dean. Ele ainda esta atrás da bruxa – Ele tocou meu rosto.– A febre baixou. Você parece melhor.
— Ainda estou com dor.
— Eu fiz algumas pesquisas – Ele falou pegando seu notebook.– Você tinha razão, S/n. O feitiço que ela jogou conectou vocês duas. Tudo o que ela sentir você vai sentir.
— Então se ela morrer...
— Isso na vai acontecer. Não antes de você estar curada do feitiço. Dean esta procurando por ela, vamos mante-lá viva até que nos diga como reverter e salvar você.
— Ela nunca vai dizer, Sam. Ela sabe que assim que eu estiver bem vocês vão mata-la. Qual a vantagem que ela teria entregando a cura pra vocês?
Perguntei. Sam respirou fundo.
— É culpa minha, S/n. Aquele feitiço era para mim.
— Eu não podia deixar que você se ferisse – Falei, segurando a mão dele. Eu adorava quando minha mão ficava entre as dele, pois ela era enorme e embalava a minha por completo. – Eu não suportaria ver você machucado.
— Eu não consigo ver você assim – Falou.– Ver você sofrer... S/n, isso esta me matando por dentro. Proteger você é a minha função, não o contrário.
— Por que, Sam? Eu quero cuidar de você... mas você esta sempre tão distante.
Seu olhar fixou-se no meu por alguns segundos.
— Porque eu amo você, S/n. E coisas ruins sempre acontecem com as mulheres que amo. Eu não suportaria se alguma coisa acontecesse com você, ainda mais por minha culpa. Eu não quero perder você também.
Ajoelhei na cama e o abracei, ignorando a dor em meu ombro que insistia em incomodar. Sam envolveu meu tronco com seus braços e me puxou para mais perto, afundando o rosto na curva do meu pescoço.
— Nada vai acontecer, Sam, você não vai me perder – Eu não tinha tanta certeza disso, mas ver Sam tão frágil daquele jeito, temendo por mim, me fez querer que tudo fosse diferente. Me afastei dele e tirei algumas mechas do cabelo castanho dele que estavam em seu rosto, para poder ve-lo.
— Eu amo você – Falei.– Sam... eu amo você acho que desde sempre, e eu tinha medo de assustar você...
Um espasmo de dor me fez virar o rosto e fazer uma careta. Eu estava sentindo minha energia acabar, como se a bruxa estivesse ficando mais fraca.
— Você esta bem? – Ele perguntou preocupado.
— Sim, eu estou.
Falei, respirando fundo. Sam me empurrou delicadamente para que eu deitasse outra vez.
— Você precisa descansar. Vai ficar tudo bem – Disse aproximando o rosto do meu.– Eu vou cuidar de você.
Seus olhos sempre me chamaram a atenção mais do que qualquer outra parte do corpo dele. Agora estavam em um tonalidade tão curiosa que prenderam meu olhar nos dele. Por um minuto esqueci da dor, das veias escuras que se alastravam por meu corpo, eu apenas encarei os olhos de Sam e esperei o que eu sabia que ele faria agora. Sam me beijou, calmo e delicado. Suas mãos grandes me seguravam, uma minha cintura e a outra meu rosto, como se eu fosse deita de porcelana.
Levei minhas próprias mãos até os ombros dele, em seguida subi para seus cabelos, beijando-o de volta com mais intensidade.
De repente, uma dor tão horrível e forte me faz gritar. Sam se afastou assutado e me olhou preocupado enquanto me retorcia na cama. A ferida estava doendo tanto, que era como se alguém estivesse enfiando alguma coisa dentro dela... talvez tentando tirar alguma coisa.
— O que foi? – Sam perguntou.
— A bruxa. Ela deve estar tentando tirar a bala.
Outro grito, o suor frio já estava escorrendo pelo meu rosto e eu tenho certeza de que estava pálida como um espírito.
Eu sabia, sabia que ela estava morrendo, talvez uma hemorragia ou a perda de sangue mas ela não ia durar muito, comecei a delirar outra vez e não conseguia mais compreender o que acontecia a minha volta. Sam estava com o celular na mão, parecia tentar ligar para Dean, ele se voltava para mim e falava coisas, mas eu não conseguia ouvir, sentia como se minha cabeça estivesse embaixo d'agua.
Eu preferiria a morte, eu realmente esperava a morte. Qualquer coisa que não doesse tanto quanto a dor desse ferimento, seria aceitado por mim. Fechei os olhos e travei o maxilar, parando de gritar, Sam veio ate mim e se ajoelhou ao lado da cama, ele falava furiosamente no celular, mas eu não conseguia ouvi-lo, ele pousou a mão na minha cabeça. Febre, ele estava checando se eu estava com febre.
Outra vez fechei os olhos, vendo nada além do escuro que existia no interior de minhas pálpebras.
~~
Os sons voltaram a invadir minha mente quando recuperei a consciência. O bombear do meu sangue nos ouvidos parecia dez vezes mais alto.
Meu ombro ainda doía, claro que doía... aquela maldita ainda devia estar viva e esse era a única razão para que eu estivesse viva. Eu não quero morrer, eu não posso morrer, não agora que Sam se declarou para mim.
Abri os olhos e a primeira coisa que percebi foi algo macio pressionado contra meu rosto. Quando olhei melhor e descobri o que era, meu rosto se abriu em um sorriso largo. Sam estava deitado ao meu lado e dormia tranquilamente.
Um estrondo na porta fez com que eu me sobressaltasse e encarnasse a porta, assustada. Sam acordou também e levantou da cama. Encaramos a porta que foi aberta de repente e assistimos Dean entrar pela mesma arrastando a bruxa.
— Você conseguiu – Falei, sorrindo fraco.
— Claro que consegui – Dean falou orgulhoso enquanto amarrava a mulher em uma cadeira. – Ela até tentou fugir.
Sam se aproximou da mulher presa e se abaixou, ficando frente a frente com ela.
— Tire o feitiço que jogou em S/n.
A mulher riu tao alto que soou estranho.
— E quem vai me obrigar? Você? O loirinho? Vocês estão de mais atadas. Tudo o que fizerem comigo, a amiguinha de vocês também vai sofrer.
Sam e Dean se entreolharam, claramente eles não fariam nada com ela, ela tinha razão. Levantei da cama e caminhei até ela.
— Mas eu posso obrigar você – Falei. – Tudo o que fizerem com você, eu sinto. Vamos descobrir se funciona de outro jeito também.
Abaixe minha camisa e respirei fundo antes de começar a apertar o buraco em meu ombro. A bruxa começou a gritar, seu grito era tao alto que quis tapar os ouvidos. Travei o maxilar e não soltei qualquer som.
— CHEGA! – Ela gritou. – PARA!
Apertei mais forte, tendo minha visão obstruída pelas lágrimas, mas ainda assim não parei.
— Se eu morrer, você também morre! – A bruxa cuspiu as palavras entre os gemidos de dor. Apertei novamente o ferimento.
— Ta, para com isso, S/n, você ta se machucando também – Sam interferiu. Ele segurou meu braço e me fez parar.
— Ela ia ceder, Sam, eu sei que ia.
— Você só estava se machucando. Ela não vai falar o feitiço, S/n.
— Então o que fazemos? Sentamos e esperamos que ela morra?
— Não – Dean falou se juntando a nós. – Damos anistia a ela.
— O que? Não! Eu não vou permitir isso – Falei.– Depois de tudo o que ela fez, você quer deixar ela ir embora?
— É a única opção, S/n. Se dermos algo que ela quer... ela vai no dar algo em troca – Sam concordou com o irmão.
— Mas... mas – Eu falava inconformada. – Ela estava machucando pessoas. Ela vai voltar a machucar.
— Não estamos dizendo que não vamos atrás dela novamente – Sam diz.– As vezes temos que ceder por um bem maior.
Eles se viraram e seguiram até onde a bruxa estava presa. Ele conversaram com ela, pelo que percebi houve pouca resistência da parte dela, mas ela concordou.
Sam soltou ela da cadeira e ficamos frente a frente. A mulher começou a resmungar e murmurar algum tipo de encantamento em latin, baixo demais para que ouvisse com clareza, fechei os olhos enquanto uma forte luz emanava dela e vinha até mim. Dessa vez não doeu, muito... na verdade. Quando acabou, abri os olhos e a encarei.
— Foi um prazer fazer negócio com vocês – A mulher sorriu enquanto seguia para a porta. Dei um passo em sua direção mas Sam me segurou.
— Não, S/n.
— Sam, eu posso pega-lá. Ela ja fez o feitiço, não precisamos...
Um barulho de tiro fez com que eu me calasse. Olhei para os lados procurando a origem do som.– Onde esta Dean?
Sam deu um meio sorriso e puxou a cortina. Dean estava do outra lado do estacionamento, levantando o corpo da bruxa do chão, ela estava morta.
— Como? – Perguntei.
— Ele saiu na metade do feitiço. Ela estava de olhos fechados e não percebeu – Explicou. – Assim que teve certeza de que você estava curada... acho que você já entendeu.
— Vocês são impressionantes – Falei, suspirando aliviada.
Sentei na cama, sentindo que um enorme peso saiu das minhas costas.– Acabou.
Sam sorriu também.
— É, acabou – Concordou.
Segurei sua mão e o puxei até que estivesse ao meu lado, então fiz com que ele se sentasse na cama também.
— Eu disse que você não iria me perder – Falei.
— Eu disse que cuidaria de você – Ele sorriu segurando minha cintura e me puxando para sentar no colo dele.
— Você se lembra daquela conversa? – Ele perguntou, incerto.
— Claro que sim, como me esqueceria?
— Você estava queimando de febre, talvez não saiba o que aconteceu direito.
Segurei seu rosto entre minha mão e dei um selinho em seus lábios.
— Eu me lembro de cada palavra, Sammy – Falei, em seguida dei outro selinho nele. – Eu me lembro principalmente do "eu te amo".
Ele sorriu e suas bochechas ficaram levemente vermelhas. Sam apertou mais os braços em volta de mim e me beijou.
— Quanto tempo temos até Dean se livrar do corpo da bruxa? – Pergunto.
— Uma hora, talvez... por que?
Sorri maliciosa e o empurrei devagar até estar deitado na cama.
— Não é o bastante, mas da para começar – Sorri antes de me inclinar e começar a beija-lo. Sam segurou forte minha cintura e nos virou na cama, ficando por cima e descendo os lábios pelo pescoço. Ele desceu pelo meu ombro e chegou onde estava o furo da bala, agora não tinha mais nada. Sam depositou um beijo ali e depois voltou a descer.
— Não sei você, mas eu quero todo o tempo do mundo pra ficar com você – Sam murmurou com os lábios na minha pele.
— Você tem – Falei, gemendo baixo enquanto Sam abria cada botão da minha camisa, deixando um beijo em cada pedaço de pele liberado. – Eu sou sua.
Depois de abrir o ultimo botão, ele subiu até meus lábios, beijando-me lentamente.
— Você não sabe o quanto sonhei em ouvir isso – Ele diz.
Voltei a beija-lo, ficar longe de seus lábios havia se tornado uma tarefa praticamente impossível. A camisa de flanela de Sam caiu ao lado da cama quando a tirei, sendo seguida pela camiseta branca que ele vestia por baixo, meus dedos trilharam caminhos por cada músculo e veia saltada nos braços e ombros de Sam. Nem escutamos a porta ser aberta.
— Sam, você sabe da pá... Opa! – Ouvimos Dean da porta e em seguida ela ser batida. – Eu volto mais tarde... bem mais tarde.
Comecei a rir, Sam estava vermelho e com um sorriso sem graça.
— Ele sempre chega na hora errada – Falou.
— Mas agora temos mais do que uma hora – Digo, mordendo seu lábio.
Sam concordou, animado, voltando a me beijar em seguida.
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Pedido da LucianaSaad571
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