Like a Virgin

Capítulo Único.
Leitora/Dean Winchester.

***

Quinze dias. Era o tempo que eu estava enclausurada em um convento no Nebraska. Tudo porque eu tive a brilhante ideia ridícula de me fazer de noviça e me enfiar aqui, tudo para resolver um caso de mortes sem explicação.
Eu me sentia como uma prisioneira, contando os dias para sair daqui. O caso estava em um beco sem saída, não tinha uma solução, não tinha as minhas armas e nem material de pesquisa e para piorar tudo, as freiras mais velhas não me deixavam ir até as áreas restritas do convento, onde obviamente teriam coisas suspeitas e onde poderia ter alguma pista.

Mesmo que hoje me parecesse só mais um dia quieto e monótono, alguma coisa aconteceu. As outras noviças estavam assanhadas demais para o meu gosto, geralmente elas passam o dia rezando ou fazendo tarefas, porem neste momento elas estavam reunidas na cozinha fofocando. Me aproximei do pequeno grupo.
- O que foi? - Perguntei para Mary, uma das amizades que eu tinha feito.
- Estamos recebendo a visista de dois padres. Eles vieram da matriz.
- Só isso? - Pergunto, perdendo o interesse.
- Amélia disse que são lindos - Ela sussurrou, corando em seguida.- Estão conversando na biblioteca com a Madre Superiora.
- Não fazem ideia do motivo de estarem aqui? As mortes, talvez?
Pergunto. Todos aqui fingiam que nada estava acontecendo, diziam que era acidentes, mas acidentes não são tão... bem feitos.
Todas as mortes era muito bem feitas, todas para parecerem acidentes.
- Talvez... eu não consegui me aproximar deles para descobrir algo. Nenhuma de nós conseguiu na verdade.
Concordei silenciosamente com a cabeça, imaginando o que tanto esses padres e a bruxa velha da Madre estariam conversando. Descido subir até a biblioteca, talvez não seja tão impossível descobrir o que estariam falando lá. Me afasto das outras noviças e subo sorrateiramente até o andar da biblioteca.
Eu ouvia murmúrios virem de dentro, vozes mais grossas e a voz da Madre Superiora. Posso jurar a ter ouvido essas vocês antes, porem nenhum nome me ocorria. Quando dei por mim, os passos já estavam na porta e eu nao teria tempo para descer as escadas e sair dali à tempo, mas eu teria de tentar.
Assim que virei de costas e me aproximei da escada, as portas se abriram e o tom severo da Madre chamou-me:

- Você. O que faz aqui?
Me voltei na direção do trio e perdi a fala. O que aqueles dois faziam aqui? O que aquele canalha fazia aqui?
- Eu estava procurando pela senhora, Madre, - Falo, me esforçando para manter meu tom calmo.- Houve um problema na cozinha.
- Que tipo de emergência? - Me encarando severa. Eu simplesmente baixei a face, ela bufou.- Os senhores terão de me desculpar, mas eu precisarei me ausentar brevemente. S/n, faça companhia aos senhores.
Concordei com a cabeça e mordi meu lábio inferior para faze-lo parar de tremer com a raiva que eu sentia.
Assim que os passos da Madre chegaram as escadas e desapareceram, ergui meu olhar até os dois caçadores que me encaravam estupefatos.
- S/n? Uau... você por aqui...
O tapa que acertei no rosto do loiro foi tão forte que imediatamente sua face tingiu-se de vermelho.
- Okay, eu merecia essa - Falou. Logo em seguida eu o atingi novamente. - E essa também.
Ergui minha mão mais uma vez porém Dean a segurou.- Certo, agora chega.
- O que diabos fazem aqui? - Pergunto irada.
- Soubemos das mortes e achamos suspeito - Sam explicou brevemente.- E você?
- A mesma coisa, com a diferença que eu cheguei aqui primeiro. Então sumam.
- Três caçadores é melhor que um, S/n, vamos nos ajudar - Dean argumentou. Lancei um sorriso de escárnio em sua direção, admirando por alguns instantes a impressão perfeita dos meus cinco dedos em sua bochecha.
- "Nos ajudar"? Eu prefiro morrer do que aceitar trabalhar com você outra vez, Winchester.
Dean suspirou.
- S/n, tem pessoas morrendo aqui, achamos que pode ter algo a ver com Abaddon, é mais inteligente trabalharmos em equipe - Sam falou com seu tom apaziguador.
- E eu já me desculpei pelo que aconteceu - Dean fala.
- Você mandou um SMS, três dias depois! - Falei mais alto do que deveria. Sam olhou aborrecido para o irmão.
- Foi mal, eu só percebi que as suas coisas estavam lá quando chegamos em Oregon.
- Sabe que quanto mais eu olho para você, mais sede pelo seu sangue eu tenho?
Ficamos em silêncio.

- Quero os dois fora daqui agora - Digo, ao ouvir os pés da Madre subirem as escadas, definitivamente era ela voltando.
- Desculpe faze-los esperar - Ela me encarou fria.- Estava tudo em ordem na cozinha.
Eu abaixo a cabeça.
- Desculpe Madre, acredito que tenha me enganado.
Ela faz uma careta de aborrecimento, mas logo disfarça.
- Cuido de você depois.
Eu me virei rapidamente e desci as escadas.
Sigo direto para o dormitório onde estarei sozinha.
Eu nao acredito que Dean Winchester está aqui. Achei que quando o visse novamente estaria sem reação, mas aparentemente meu primeiro impulso foi bater nele! Não que eu esteja arrependida, ele merece mais que dois tapas, porem esse não é meu estilo de lidar com as cosas.
No entanto, quando se trata de Dean Winchester eu nunca consigo fazer nada o jeito certo. Estou sempre metendo os pés pelas mãos e me ferrando no final.

Minha história com Dean é confusa, cheia de decepções e magoas. Começou à três anos quando nos conhecemos durante uma caçada em Líbano, onde tivemos de lidar com espíritos vingativos.
De inicio eu não me interessei por Dean, pois apesar de ser lindo ele ainda tinha um jeito de canalha que sobressaia a todo resto, então prometi a mim mesma não me envolver com ele. Eu até consegui, daquela vez pelo menos, nós nos encontramos diversas vezes depois daquilo, sempre ajudando uns aos outros. Até uma noite, à pouco menos de um ano, quando caçavamos lobisomens.
Quando se convive com Dean Winchester é impossível nao se apaixonar. Primeiro veio a amizade, e logo depois disso um sentimento ainda mais forte.
Depois de uma noite em um bar qualquer, conversando, bebendo... fomos até o hotel onde os rapazes estavam e acabamos... bem, acho que já deu para entender.
No outro dia quando acordei por volta das nove da manhã, Dean não estava mais lá e nem o impala. Dean deixou um bilhete escrito "Desculpe, tivemos uma emergência."
Se eu quis mata-lo? O inferno era pouco para ele. Eu estava sem minhas roupas, que haviam ficado no impala, e todas as minhas malas estavam no meu hotel, do outro lado da cidade.

Desde aquele dia nunca mais falei com nenhum dos Winchester. O que é uma pena já que Sam não merece o irmão babaca que tem. Agora os dois estão aqui.
A porta do quarto foi aberta de repente e Mary entrou, praguejando como eu nunca vi antes. Assim que me viu, ela tratou de se recompor, voltando a sua expressão doce de sempre.
— Pensei que estivesse no pátio, ou até mesmo espiando os visitantes.
— Eles não me interessam – Resmunguei de volta, tentando não soar muito desconfiada.– Mas o que faz aqui? Hoje é seu dia com as crianças, não?
Todos os dias fazíamos uma espécie de revezamento para cuidar da creche da igreja, admito que no começo pensei que seria um saco, mas não é tão ruim assim.
— Ah, sim, eu estava indo para lá agora mesmo, eu só... – ela olhou de um lado para o outro, por fim me lançou um sorriso malicioso. – Eu só vim mudar de roupa.
Franzi o cenho e a encarei sem entender, Mary piscou e seus olhos ficaram completamente negros. Ela abriu a boca e uma densa fumaça escura saiu de dentro de sua garganta, porem ao se aproximar de mim ela bateu em minha proteção e voltou para dentro de Mary.
— Então é você – Digo. Ela me encara em um misto de medo e surpresa. Dessa vez eu sorrio de forma maliciosa. Puxo a longa manga de minha roupa e revelo o selo anti-possessão tatuado em meu pulso.– Surpresa, vadia!
— Foi você que os trouxe – Ela praticamente rosnou.– Os caçadores, os Winchester.
— Você os viu?
— Padres – Ela riu alto.– Aqueles dois carregam mais pecados que todo o inferno junto.
Dei alguns passos para trás, eu estava sem qualquer armamento aqui, exceto por uma coisa: Uma faca de prata fundida com sal e banhada em agua benta. Eu poderia não ter certeza do que assolava o convento, mas meu principal palpite eram demônios.
— Como esteve aqui por todo esse tempo?
Ela sorriu.
— Evitando as missas, mentindo nas confissões, e principalmente evitando a agua benta, claro.
— Mary sempre esteva nas missas – Lembro-me.
Ela ergueu uma sobrancelha, e foi quando dei por mim. Mary sempre esteve em todas as missas, até essa manhã.
— Quem era antes dela? – Pergunto ficando ainda mais próxima da cama.
— Leona – Respondeu. Leona era uma das jovens noviças, era ruiva e sardenta. Como nunca reparei que era diferente?– E logo ela será encontrada.
— Sabe que não vai se livrar tão fácil não é? Eu estou aqui para acabar com você.
Em um rápido movimento me abaixo e apanho a faca escondida, apontando para Mary.
— Outros irão vir depois de mim, a Rainha tem muitos planos – Ela falou, sem se mover.
— Rainha?
— Abaddon – Respondeu, seu tom era de reverência. – Ela tem demônios por toda parte. Não existem caçadores o bastante para todos nós.
Avanço em sua direção e ela desvia, minha lâmina passa direto por sua bochecha. Antes que ela se afastasse mais, agarro suas roupas e a puxo para trás, tentando derruba-la.
Ela era bem rápida, conseguiu se soltar e me lançar metros para trás, me fazendo bater contra o armário. Segurei forte a faca, de modo que ela não se perdesse.
— Você sabe que eu também não estou sozinha – Falo, entre dentes. – Sam e Dean vão pega-la.
— Não se alguém acabar com eles primeiro – Ela riu.
Merda, merda, merda. Ela não estava sozinha.
— Tem outro?
— Eu disse que eramos muitos.
Ignoro a dor em minhas costas e me lanço novamente contra Mary, derrubando-a no chão e subindo encima dela.
— Não pode me matar!!
— Não, mas posso manda-la de volta ao inferno!
Cravo a faca em seu ombro, tão forte que ela se prende a madeira e impossibilita que ela fuja. Mary sofreria com aquilo, mas é por uma boa causa.
Exorcizamus te, omnis immundus spiritus, – Começo, o demônio começa a gritar em protesto, contorcendo-se embaixo de mim.– Omnis satanica potestas, omnis incursio infernalis adversarii, omnis legio, et secta diabolica, Ergo draco maledicte et sectio, Ergo draco maledicte et legio secta diabolica, Ut Ecclésiam tuam secúra tibi fácias servire libertáte, te rogámus, audi nos." 

Ela gritou, tão alto que precisei tampar meus ouvidos. A fumaça saiu por inteira e desapareceu no chão. Arranco a faca da carne de Marry e arranco um pedaço de minha longa roupa, usando para amarrar em seu ombro e estancar o ferimento. Ela estava viva, parecendo extremamente traumatizada, mas viva.
— Aquela coisa... ela...
— Ei, calma – Falo, ajudando-a a se deitar na cama.– Ela foi embora agora. Escute, tenho que ajudar alguns amigos meus agora, mas prometo mandar ajuda.
Ela balançou a cabeça fraca e concordou. Apanhei minha faca e sai do quarto. Preciso encontrar os rapazes.
~~

Rodei por todos os lugares, faltava apenas o escritório da Madre. Alcancei a porta de carvalho e antes que eu a abrisse ouvi um grito, era Dean.
A porta estava trancada, e os gritos continuavam, eu não conseguiria arrombar, é muito pesada. Respirei fundo e chamei em tom calmo:
— Madre?
A resposta veio em seguida.
— Estou ocupada, volte mais tarde.
— É urgente! Por favor.
— Se for alguma de suas brincadeiras, S/n, você....
Ela abriu a porta, olhando rapidamente por cima de seu ombro não consegui ver nada.
— O que houve com suas roupas?
Imediatamente acerto seu nariz com o punho da faca, ela rosnou e recuou. Entrei no escritório.
Sam e Dean estavam amarrados em cadeiras no canto da sala.
— Eu mandei irem embora – Digo, encarando-os aborrecida.
— Não é hora para isso S/n! – Dean gritou.
Revirei os olhos e me preparei para aparar o golpe que o demônio desferiu. Ela estava armada com uma faca que eu reconheci por ser a faca de Sam.
— Eu sempre soube que você não era coisa boa – Ela cuspiu as palavras.
— E eu sempre achei você meio demoníaca – Sorrio quando ela tenta me atacar outra vez. Ela arranca a parte da roupa que cobria meu cabelo e os segura com as mãos, solto um grito.
Ela me arrasta até a janela e abre, me colocando na beirada. Senti o ar gelado envolver meu rosto.
— Você não imagina o prazer que isso vai ser para mim.
Ela falou. Antes que me empurrasse, ambas fomos arrastadas para trás, eu acabei caindo por cima dela.
Dean e Sam haviam conseguido se soltar, Sam agarrou o demônio e a jogou contra a parede.
— Oh, por favor, me deixe fazer isso – Peço, pegando a faca de suas mãos e me aproximando do demônio. Antes de acertar seu peito, me aproximo de seu rosto: – Você não imagina o prazer que isso vai ser para mim.

Sam deixou o corpo morto cair no chão.
— Vocês são teimosos como mulas – Comento. Eles sorriem.
— Você nos conhece bem – Sam pousou a mão em meu ombro e apertou. No geral ele estava bem, já Dean estava acabado.
— A vadia velha pegou pesado com você, hein – Falo, olhando para o loiro. Ele deu de ombros.
— Nada que eu já não esteja acostumado.
Reviro os olhos e digo:
— Vem comigo, vamos costurar você um pouco.
Saímos do escritório e eu o guiei ate a enfermaria, Sam ficaria para se livrar do corpo e depois verificaria o estado de Mary.
Dean sentou-se em uma das macas enquanto eu buscava os materiais de primeiros socorros. Quando voltei, com parte da batina abaixada, revelando um largo corte no ombro forte.
— Isso está horrível – Falo, observado o longo corte em seu ombro largo.
— Vou precisar de uma bebida.
— Estamos em um convento, Dean  – Falo, revirando os olhos.– Morde isso.
Dei um bolo de gaze para ele e limpei a área do corte com álcool para poder suturar. Depois de um tempo nessa vida, nós aprendemos a ser médicos nas horas vagas.
Quando terminei a sutura e estava partindo para o curativo, Dean chamou-me e tom baixo.
— Sim?
Ele hesitou.
— Você realmente me odeia, não é?
Não respondi de imediato, pensei alguns minutos.
— Não que eu não tenha me esforçado para isso, mas eu nao consigo odiar você.
— Isso é uma coisa boa?
— Você me humilhou, Dean. Sabe como eu tive que sair daquele lugar? Com as roupas da camareira.
Ele baixou a cabeça.
— Pode não parecer, mas não foi de propósito. Eu... eu iria voltar, eu estava louco para voltar, mas vi sua mensagem de voz e o quanto você estava furiosa. Então eu fui covarde demais para encarar você.
— Por que me diz isso agora?
— Porque senti sua falta. Nesse ultimo ano, em todos os dias, não pude deixar de pensar como poderia ter sido se eu nao tivesse sido um imbecil com você.Terminei o curativo e comecei a me afastar, Dean segurou meu pulso.
— Em algum momento você vai conseguir me perdoar, e tudo voltar a ser como era antes?
— Dean, eu gostava muito de você, e o que aconteceu foi uma decepção imensa, eu posso até perdoar você, mas não posso prometer que tudo será como antes.

O Winchester suspirou, seus olhos verdes denunciavam sua culpa e rapidamente o sentimento de pena surgiu em meu peito. Dean foi um verdadero babaca, e todo o meu lado racional estava urrando para que eu o deixasse falando sozinho e fosse embora dali, pois com o caso encerrado não haveria mais motivos para ficar. No entanto, o outro lado, meu lado emocional, o lado que sentiu falta dele durante todo esse tempo e que estava sempre reproduzindo nossa noite juntos, entrou em conflito com o racional.
— Eu posso entender você – Ele balbuciou soltando meu braço e ficando de pé. Ele vestiu novamente a roupa. Eu terminei de arrumar tudo e quando me virei novamente em sua direção Dean estava extremamente próximo.
— Eu só... quero tentar algo – Falou, envolvendo minha cintura. Apoiei minhas mãos em seu peito e o impedi.
— Não, por favor.
Ele parou e me encarou firme.
— Então acabou?
— Nunca começou, Dean, você não permitiu.
— Porque eu sou um idiota – Ele falou, fechando os olhos e encostando a testa dele na minha.– Eu perdi você.
Ele estava realmente arrependido, isso pesou a balança... para o lado dele.
— Não perdeu ainda.
Murmurei, envolvendo sua nuca com minhas mãos e o puxando para que eu pudesse beija-lo. Imediatamente Dean me puxou para unir nossos corpos.

— Vocês vão para o inferno, sabiam? – A voz de Sam veio da porta.– Um padre e uma freira? Não tem fetiche mais bizarro.
Me afasto de Dean e lanço um breve sorriso para Sam.
— Como se já não fossemos de qualquer jeito, pelo menos chego lá com estilo – Pisco para ele.– E como está Mary?
— Abalada. Ela quer ir para casa e nunca mais por os pés em um convento ou igreja outra vez.
— Compreensível – Dean da de ombros.
— Melhor irmos embora, se pegarmos a estrada agora não teremos de lidar com a polícia – Sam sugeriu.
— Vem conosco?
Mordi meu lábio inferior e ponderei brevemente.
— Tudo bem – Concordo.– Eu não tinha outros planos mesmo, vai ser bom uma carona para casa.
— Não pretendia seguir a linha religiosa? – Sam brincou.
— Você está cheio de graça hoje, hein, Samuel? – Pergunto, seguindo ao lado dele para a saída.
Passos pelas outras noviças, todas nos encarando sem entender nada. Eu estava com a roupa rasgada e os cabelos desgrenhados. Dean com a batina suja de sangue e rasgada nos ombros. Sam era o único composto.
Do lado de fora encontramos o Impala, admito ter sentido falta daquele carro.
— Não vai apanhar suas coisas lá dentro?
Dean perguntou.
— Eu não tenho nada lá. Não se chega em um convento carregando uma mala.
— Sério que você só usou isso o tempo todo?
— Entra nesse carro, Winchester – Resmunguei, revirando meus olhos diante sua inconveniência.
Dean entrou no motorista, Sam no passageiro e eu no banco de tras. Dean ligou o carro e em seguida o som, a canção que imediatamente detectei sendo "Like a Virgin", da Madonna.
— Ei, adoro essa música – Falo.
— Sério?
Sam perguntou sorrindo.
—  Sério, eu amo a Madonna.
Dean me lançou um olhar através do retrovisor e eu completei: – E essa letra tem um grande significado para mim.
Dean esboçou um breve sorriso e voltou a dirigir.
~~

No caminho do bunker, Dean deixou-me no meu apartamento. A viagem não durou tantas horas assim, mas o suficiente para nos deixar exaustos. Já era noite, então convidei os rapazes para ficarem até amanhecer, já que como começo Dean, com certeza ele passaria a noite inteira dirigindo.
— Tem certeza? – Ele pergunta.
— Fiquem, é melhor que passar a noite em claro ou em algum motel por ai.
Ele concordou e seguiu até meu apartamento juntamente com Sam.
— Vocês se importam de dividir o quarto de hóspedes, certo? – Pergunto com um sorriso sarcástico.
— Se Sam não importar de dormir no chão – Dean bateu no ombro do irmão.
Balanço a cabeça e vou para o meu quarto, que estava do mesmo mesmo jeito que havia deixado antes de iniciar o caso no convento. Entro no banheiro me livrando da roupa de freira de filme de terror, e indo tomar um banho longo.
Assim que terminei de me vestir no quarto, alguém bate à porta.
— Entre – Digo, e Dean coloca a cabeça para dentro. A julgar por seus cabelos molhados ele também tomou banho.– Precisa de alguma coisa?
— De uma cama.
Ele entrou de vez no quarto.
— Boa tentativa, mas não vai funcionar, gracinha.
Ele me encarou fixamente por.alguns instantes, o suficiente para fazer meu corpo inteiro tremer. Dean não deve ser desse mundo, não com esses olhos e rosto... e Deus, esse corpo!
Poderia ser cedo demais para dormir com Dean, mas definitivamente eu não aguentaria muito tempo.
— Acho que Sam precisa de privacidade.
— É só por isso que quer dormir aqui? – Pergunto, erguendo uma sobrancelha. Ele já estava no meio do quarto, e eu resolvi desistir de afasta-lo. O que conversamos na enfermaria ainda estava valendo, por mais magoada que eu tenha ficado, Den esta arrependido, e eu nunca consegui apagar o que sinto por ele.

— Não, e você sabe.
Dean estava ao meu lado agora, então apenas soltei um curto suspiro de redenção e segurei sua mão, trazendo-o para a cama comigo.
Dean é mais rápido do que aparenta. Ele me deitou na cama e logo estava ao meu lado, puxando meu corpo para o dele e depositando um beijo em minha nuca.

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