La La Land [Livre]

Leitora/Dean Winchester

***

Estava chegando em casa depois de um dia daqueles no trabalho. Entrei com o carro no estacionamento de casa, mas antes que as portas da garagem se fechassem, ouvi um barulho.
Desci do carro e fui checar, no entanto tudo parecia perfeitamente normal. Acionei o controle para que as portas se fechassem e dei as costas para a entrada, seguindo para o acesso que dava para dentro de casa. 
Não tinha dado nem um passo quando senti novamente a presença de alguem alí, comigo. Virei-me rapidamente e encontrei Kyle, respirei aliviada.
— Nossa, Kyle, você assustou! – Falei, passando as mãos pelo cabelo, ainda tentando me recuperar. Kyle Hensen é meu empresário, ele costuma ligar antes de aparecer em plenas meia-noite na minha porta.
Ele sorriu, mostrando uma fileira de dentes muito brancos.
— Desculpe, querida, mas é uma emergência.
— Tudo bem – Concordo, ainda meio incerta peço para que ele me acompanhe para dentro de casa. Kyle sempre foi gentil e prestativo, um ótimo empresário, talvez esse impressão seja apenas isso, uma impressão.

Na sala de estar, Kyle sentou-se na poltrona onde sempre costumava ficar e entrelaçou os dedos.
— Então.... que emergência era essa? – Pergunto.
— É sobre o lançamento de gala em que você participará amanhã, temo que....
Ouve um estrondo. Soltei um grito de susto pois parecia um tiro. Kile levantou-se alarmado e começou a vir na minha direção, pegando meu braço e em seguida me puxando para outro cômodo.
— O que foi isso? – Perguntei.
— Era essa a emergência. Dois fãs obcecados por você estavam tentando encontra-lá, e parece que queriam invadir o lançamento.
— Ahn? Eu não...
Outro estrondo e parece que minha porta foi arrombada. Passos rápidos puderam ser ouvidos e eu ainda estava com Kyle na cozinha.
— Parado! – Uma voz masculina gritou no portal entre a cozinha e a sala.– Solta a garota e se afasta.
Eram dois, um mais alto e um menor, mas ainda assim alto o suficiente, eles estavam armados e pareciam muito nervosos.
— S/n, vem comigo – Kyle falou.– São eles.
Levantei as mãos, com as palmas viradas para frente. Nunca estive em uma situação como aquela. Se eu tentasse fugir e algum dos dois atirasse?
— Vamos todos tentar manter a calma – Falei, respirando fundo.– Soltem as armas, por favor.
— Se afasta dela – O loiro mandou para Kyle, ignorando o que eu disse.
— Não vou deixar que a machuquem. Vou chamar a polícia.
Kyle ameaçou, apertando meu braço.
— Tem certeza que quer chamar a polícia? – O de cabelos longos perguntou. Pela primeira vez um dos dois me olhou. – S/n, ele não é Kyle Hensen. É um monstro, um metamorfo. O verdadeiro Kyle está em casa, em choque, o encontramos amarrado.
Meu corpo congelou, eu não sabia se acreditava ou não, mas definitivamente Kyle estava diferente.
— Somos do FBI – O loiro mostrou uma credencial.
O aperto de Kyle... ou o que quer que aquela coisa fosse, se intensificou, estava me machucando.
— Sabem como isso vai acabar – Ele falou. Já não estava mais tentando esconder, seu tom era horripilante.
Tentei me soltar, mas ele não permitiu. O loiro atirou e a bala acertou o ombro dele, que gritou e acabou me soltando. Os dois gentes saíram correndo atrás do falso Kyle, que arrombou minha porta dos fundos e correu para a noite, sendo seguido por eles

Fiquei em choque parada no centro da minha cozinha, tentando processar tantos eventos em um curto espaço de tempo. Esse dois agentes iriam me explicar tudo, com certeza ou eu mesma acabaria chamando a polícia.
— Ele escapou, você esta bem? – Uma voz distante penetrou a nevoa mórbida que envolvia minha mente. Balancei a cabeça e foquei no par de olhos verdes diantes de mim, aquilo me tirou o fôlego, que já não era muito àquela altura.
— S-sim – Respondi. – O que aconteceu?
— Ele queria leva-la para longe daqui – O loiro falou.– Queria... queria sumir com você, se é que me entende, e ficar no seu lugar.
— Ficar no meu lugar? – Perguntei.
— É, um metamorfo pode tomar a forma das pessoas que querem imitar. Ele escolhia alguem, depois sumia com a verdadeira pessoa e então assumia sua vida. Quando cansava, bem...
Olhei para o rapaz  de cabelos cumpridos e nem precisei que ele terminasse.
— Vocês não são do FBI, são? – Perguntei. O FBI investiga monstros? Acho que não.
Eles se entre olharam e eu tive minha resposta.
— Por que mentiram?
— Você não confiaria em nós se dissessemos que eramos caçadores de monstros – O loiro deu de ombros.
— Ta, mas aquela... coisa fugiu. O que eu vou fazer? Se ele vier atrás de mim de novo?
— Não vamos deixar que aconteça algo a você – O mais alto falou.– Não se preocupe.
— Quem são vocês? – Pergunto, cansada de defini-los pela cor dos cabelos ou pela altura.
— Eu sou Dean Winchester, esse é meu irmão Sam.
— Obrigada, vocês me salvaram – Agradeço abraçando Dean, em seguida Sam.
— É o nosso trabalho – Sam sorriu.

Olhei a hora, era bem tarde, eu precisaria levantar cedo amanhã. — Eu estou muito cansada, preciso dormir. Mas... vocês podem ficar? Para o caso de aquela coisa voltar?
— Sim, sem problemas – Dean concordou.
— Ótimo – Sorri. Segurei a mão dele e chamei seu irmão. Cruzamos a sala e percebi que o trinco da minha porta fora arrombado.
Parei e olhei de forma reprovadora.
— Olha, tudo bem que eu moro em un bairro calmo, mas ainda é Los Angeles. Eu não quero acordar com um paparazzo no meu sofá.
— Ah, desculpe por isso – Sam pediu. Ele foi até a porta e improvisou um trinco.
Subimos para o primeiro andar e eu apontei os quarto onde cada um poderia ficar, que eram próximos ao meu. Antes que Dean entrasse no quarto, segurei seu ombro.
— Ahn... eu não sei se isso é pedir demais – Digo. Eu havia tido uma ideia, pois estava apavorada com a ideia daquele monstro aparecer novamente e fazer sei lá o que comigo, e Dean me passou uma certa segurança. – Você entraria comigo amanhã na premiere do meu filme? Você sabe... por segurança, aquele monstro pode aparecer.
— Na premiere?
— É, amanhã é a primeira premiere do lançamento do filme. Eu não queria estar lá sozinha. Eu sei que pode parecer assustador, com os fotógrafos e tudo o mais, mas você pode ir como um segurança ou guarda-costas, não precisa ser como par.

Ele pareceu pensar bem, mas para meu alívio, sorriu.
— Claro, eu estarei lá com você.
— Ah, meu deus, obrigada – Agradeço abraçando-o mais uma vez. Dean envolveu minha cintura e retribuiu o abraço.– Então, até amanhã.
Me afasto dele e deixo um beijo em sua bochecha.
— Até.

***

Eu estava terminado de me arrumar. Sempre gostei de eu mesma fazer a minha maquiagem e cabelo antes dos lançamentos, era quase como um ritual. O vestido salmão com uma fenda do lado esquerdo era justo até a cintura e com um decote ( n/a: GNT, quem aqui lembra de um vestido que a Demi Lovato usou em uma premiação que bate nessa descrição? Pois é, é esse ai msm.).

Eu havia encomendado um terno para Dean. Ele e o irmão combinaram que enquanto ele me vigiava de perto, Sam ficaria esperando do lado de fora com as armas, porque obviamente ele não iria poder entrar armado.
Dean também já estava pronto e me esperando na sala de estar, quando desci para encontra-lo quase tropecei na barra do vestido. Ele estava lindo, e eu tinha um ótimo gosto para ternos.
O olhar de Dean parou sob mim por um bom tempo. Quando me aproximei, Dean segurou minha mão.
— Você está linda, S/n.
— Obrigada – Agradeci, com um sorriso.– Caiu muito bem. Comentei enquanto ajeitava a gravata azul.
— Eu preciso do lencinho? – Perguntou.
Dei um sorriso.
— Você ficou charmoso com ele – Observei. – Mas e os óculos escuros?
— Sou seu guarda-costas, não sou?
Dei una gargalhada alta.
— Ótimo, homem de preto. Vamos – Digo pegando sua mão e sendo acompanhada até o meu carro do lado de fora. O motorista nos esperava.
— E o meu carro? – Dean perguntou.
— Esta com Sam. Ele disse que iria mais cedo e tentaria se infiltrar na produção – Respondi entrando nos bancos de trás e puxando Dean comigo.

***

Chegamos no local da festa e estava tudo como estou acostumada. Fotógrafos, câmeras, os atores e a produção que chegavam no tapete vermelho.
Dean desceu primeiro e me deu a mão, para me auxiliar. Desço do carro e caminhando juntos pelo mar de flashs. Fiz questão que ele viesse ao meu lado, pois me sentia bem com ele próximo.
Paramos para que eu pudesse responder algumas perguntas, o reporter deu o largo sorriso malicioso quando nos viu de braços dados.
— S/n S/s, então finalmente podemos afirmar um relacionamento sério para você?
Dean e eu nos encaramos e eu comecei a rir, ele apenas abriu um pequeno sorriso.
— Não – Falei, virei o rosto e cobri parte dele, como se sussurrasse para o repórter – Ainda.
Ele riu e passou para a próxima pergunta. Alguns minutos depois estávamos livres para entrar no salão.
A noite seria longa, e tensa, pois por mais que eu disfarçasse estava muito nervosa com a possível presença do metamorfo. Dean estava ao meu lado, e nós conversavamos o tempo inteiro. Até que precisei ir ao banheiro e retocar a maquiagem.
Dentro do banheiro, que era bem espaçoso, eu estaca encarando minha imagem no espelho quando a porta se abriu. Não dei muita atenção para quem entrava, até que ela apareceu no campo de visão do espelho. Meus olhos se arregalaram e eu me virei imediatamente em sua direção.
— Surpresa, vadia – Disse a mulher parada na minha frente. Era idêntica a mim, minha cópia exata.
— Como você entrou?
— Entrada dos fundos, conhece? – Perguntou, baixando o capuz.
— Você não vai conseguir o que quer, monstro. Sam e Dean estão lá fora, e se eu demorar....
— Você confia muito nesses caçadores – O monstro riu friamente. – Eles não conseguiram me pegar antes, não vai ser agora que vão pegar.
Ela veio na minha direção e me agarrou pelos ombros, me empurrando para a parede e cravando as unhas compridas na minha carne.
— Ah! – Exclamei de dor quando bati na parede.
Fiz o mesmo, empurrei a criatura para trás pelos ombros, tentando escapar do seu aperto.
— Não pode lutar comigo. Você é fraca.
— Vamos ver.
Impulsionei meus braços para frente, fazendo com que o metamorfo se desequilibrasse e batesse contra a pia.
Ela levantou e rosnou, se preparando para vir mais uma vez ao meu encontro. Peguei a pequena faca de prata, que Dean havia me dado e mandado que eu escondesse.
— Dessa vez não – Falei.
Uma batida na porta nos faz lançar um olhar para a mesma.
— S/n? É o Dean. Esta tudo bem?
— Dean...
O metamorfo aproveitou minha distração e me desarmou, correndo até mim e tampando minha boca.
— Estou bem, Dean – Respondeu por mim.– Já vou encontra-lo.
Mordi a mão que me impedia de falar e acertei uma cotovelada nas costelas dela.
— Dean! – Gritei correndo até a porta e a destrancando. Ele estava parado do lado de fora, assim que viu minha duplicata, entrou, levantando uma pistola.
— É ela! – A outra apontou para mim, tentando se fazer de vítima. – Ela me bateu, acertou minha cabeça e trocou o vestido.
— O que?! Não. Dean, ela esta mentindo! – Falei.
Ele olhou para mim e depois para ela, claramente em duvida.
— Dean, sou eu, por favor – O metamorfo disse.– Não faça isso.
Ele olhou para mim e levantou a arma.
Levantei as mãos.
— Eu confio em você, FBI – Falei, dando um pequeno sorriso.
Dean retribuiu, no segundo seguinte apontou a arma e atirou no peito do metamorfo que caiu morto.
Eu sabia que ele entenderia. Dean me falou que só disse que eram do FBI, porque se dissesse outra coisa eu não confiaria neles. O metamorfo não estava lá quando ele me falou isso.
— Obrigado – Agradeci, respirando fundo.– Você é meu herói.
Ele riu e mexeu nos óculos escuros.
— Homens de preto, lembra?
Ri mais uma vez e o abracei, aproveitando que estava de saltos, puxei um pouco sua nuca para beija-lo.
Seu beijo era ótimo, Dean era bom em tudo o que fazia aparentemente.

— Como vamos nos livrar do corpo? – Perguntei, lançando un olhar ao metamorfo morto.
— O chefe da limpeza cuida disso – Falou piscando para mim e pegando o celular. – Sammy, temos um probleminha aqui no banheiro.

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