Don't Remember (Part.2 Final)
Semanas depois;
Entrei com o carro no estacionamento do prédio onde estava morando. Eram quase onze da noite e eu me sentia um caco, pois o bar onde estou trabalhando estava um verdadeiro inferno. Subi para o meu apartamento e entrei, estava tudo escuro e do jeito que eu tinha deixado.
Deitei no sofá, sentindo a que toda aquela monotonia estava me deixando deprimida, na verdade eu tenho certeza de que isso esta me deixando deprimida. Juntamente pelo fato de ter passado todos os dias das últimas semanas tendo sonhos estranhos com a minha antiga vida, sonhos com pessoas que eu não conhecia e lugares que eu não me lembrava.
O da noite passada fora um bar de estrada, parecido com o que eu trabalho, mas eu uinha certeza que não era o mesmo. Nele tinha duas mulheres que eu não me lembrava dos nomes, mas que com certeza certezas eu conhecia. Eram loiras, uma mais nova que a outra, mãe e filha, disso eu sei. Elas estavam conversando até que me viram, as duas vieram até mim e me abraçaram.
Eu senti uma onda enorme de afeição por elas, saudade também, gostaria muito de me lembrar de ambas.
Haviam outros rostos que eu não conseguia me lembrar dos nomes.
Eu não entendia porque Sam mentiu tanto para mim, ele não deveria ter feito isso, ter escondido toda a minha vida de mim. Mesmo assim foi melhor não ter dito nada, ainda que eu não o agradeça por isso, já que essa minha antiga vida era tão cheia de sofrimento e morte... estou melhor agora. Ou não? Isso não importa mais, já estou aqui, não tem mais volta.
Rolei no sofá, sentindo o sono chegar aos poucos.
Quando estava quase completamente inconsciente, um sonho começou a formar-se a partir das poucas lembranças que me restavam.
" Eu estava em um lugar, era escuro, escuro demais, não podia enxergar nada a um palmo. Ao longe se podia ouvir o som de agua pingando, constantemente, enchendo minha mente silenciosa com o barulho. A partir disso eu contava os segundos, sabendo assim o tempo que me deixavam naquele maldito lugar.
Eu sabia que alguem me deixou lá, eu estava consciente de que era um sonho e ao mesmo tempo uma lembrança de algo que wu vivi. Estava em espectativa, como se algo estivesse prestes a acontecer, no entanto, eu não conseguia lembrar se era bom ou ruim.
A expectativa aumentava, até que pude ouvir passos cada vez mais altos se aproximarem. Uma brecha de luz entrou no local, possibilitando que eu visse onde estava. Era uma cela, o chão era liso de óleo, as paredes destacam enferrujadas, com certeza pela infiltração.
— Esta vazia, Sam!
Uma voz gritou depois de um tempo, a pequena portinhola foi fechada e novamente mergulhei na escuridão. Foi quando encontrei minha voz, percebendo que ficaria alí para sempre.
— HEY! – Tentei gritar, minha garganta doía, minha voz quase não saia.– Eu estou aqui... volta!
Os passos que já diminuíam retornaram, para meu alívio a portinhola foi aberta.
— Você esta bem? Vou abrir a porta.
Uma voz masculina falou. Pouco depois a porta foi aberta, um homem entrou e veio até mim, junto com ele a luz me alcançou e fui obrigada a fechar os olhos decido ao ardor.
— Esta tudo bem – Ele me tranquilizou. – Você está livre, acabamos com eles.
— Eles? – Perguntei. Eu não lembrava como cheguei aqui, nem quem me trouxe.
— Os vampiros. Eles estão mortos, vou tirar você daqui.
Abri os olhos e minha primeira visão foi um par de olhos verdes brilhantes.
— Quem é você?
— Eu me chamo Dean Winchester, qual o seu nome?
— S/n... S/n/c."
Abri os olhos e me encontrei deitada no tapete. Então foi assim que eu o conheci? Ele me salvou de um clã de vampiros?
Eram 04:23 A.M, o relógio brilhava na escuridão.
Eu não sou capaz de ignorar essa lembrança, nem se eu quisesse. Dean salvou minha vida! Se não fosse por ele eu teria apodrecido naquela cela. Eu devo minha vida àquele homem.
Lutei por alguns minutos contra a vontade de pegar o número que foi deixado comigo e ligar para ele, contar do que havia lembrado e que estava agradecida, dizer que havia me lembrado pelo menos um pouco de nós, mas ao mesmo tempo existia algum bloqueio que me impedia.
Ainda era muito cedo, mesmo assim acabei cedendo, talvez ele nem atendesse e eu poderia deixar um recado, com certeza seria mais fácil... não precisar ouvir sua voz.
Peguei meu celular, a mensagem com o numero dele estava alí, provavelmente Bobby dera meu numero a ele, ou Sam... ai, Sam, outro problema a ser pensado.
Era o quarto toque e parecia que ninguém iria atender, estava pronta para deixar a mensagem, quando um voz naturalmente rouca, que agora eu era capaz de reconhecer até mesmo no meio de uma multidão, atendeu:
— Dean Winchester, quem fala?
Respirei fundo, Dean ficou atento quando ouviu minha respiração.
Antes que eu perdesse a coragem, comecei:
— Dean...– Sussurrei.– Eu lembrei.
— S/n – Falou, eu pude perceber a alegria e o alivio em sua voz. – Lembrou? De tudo? De mim?
— Não de tudo. Lembrei de como salvou minha vida, de como... me resgatou daquele lugar horrível – Respirei fundo. – Dean, eu não sei o que aconteceu pra gente acabar desse jeito, e por todo esse tempo eu não quis saber, mas... eu quero saber como, e porquê.
— É tão complicado, S/n, eu quero te contar tudo.
— Você sabe onde eu moro? – Perguntei, surpreendendo até a mim mesma por isso, não eram nem cinco da manha e eu o estava chamando para minha casa.– Pode vir para cá?
— C-claro... estou estou indo, eu estou na cidade então... eu estou indo.
Ele desligou o telefone e eu o deixei cair sobre o sofá. Subi para tomar um banho, precisava me livrar do suor que o sonho deixou.
***
Quando ouvi as batidas na porta, deixei a cozinha onde preparava um café forte e fui atender a mesma. Dean estava encostado na batente, com uma expressão tão compenetrada que parecia nem estar com a cabeça nesse mundo. Assim que me viu ele sorriu, achei que isso me traria novas lembranças, mas não. Ou invés disso, trouxe a sensação de que eu estava sendo recebida de volta em casa depois de muito tempo fora, como se... como se ali fosse o meu lar.
— Entra.
Me afastei um pouco atordoada e dei passagem a ele, fechei a porta.
— Eu... eu fiquei tão surpreso quando você ligou.
— Eu também fiquei, sabe... por ter ligado – Falei.– Foi tão de repente.
Fui até a bancada, tomando um gole da xícara se café.
— Aceita?
— Não, obrigado – Falou, sentando na minha frente.
— Dean – Comecei, prendendo uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.– Eu não lembrei de muita coisa, na maioria das vezes são flashes de memória sem nexo ou sentido, eles acabam chegando durante o sono. Foi assim que eu lembrei de como nos conhecemos.
— Você estava trancada em uma cela, num armazém em Seattle. Um grupo de vampiros haviam pegado você e levado para o ninho... Sam e eu invadimos e tiramos você de lá.
— Você me salvou – Falei, pegando na mão dele, outra vez a se sensação de conhecido, sua mão era quente e agradável.
— Já tivemos uma conversa assim antes – Ele sorriu.
Sorri também.
— Dean... eu estava furiosa, furiosa por terem escondido minha vida de mim mesma. Eu acabei descontando em tudo e todos ao meu redor. Quando soube que Sam havia mentido, e que você nem mesmo tentou saber de mim esse tempo todo, foi tanta coisa que eu precisava assimilar que acabei pirando.
— Eu pensei em você o tempo inteiro, eu queria falar com você, saber de você, mas eu fui covarde – Falou com um suspiro pesado, ele estava se sentindo culpado, eu podia ver. – Achei que você me odiava por ter ido embora, tinha receio de como você reagiria se eu telefonassem, tinha... tinha medo, medo de você bater o telefone na minha cara e de dizer que nunca mais queria ver a minha cara na sua frente, porque é isso o que eu realmente mereço, eu mereço a sua raiva.
— Eu estava com raiva de você, se isso te conforta – Falei.
— Um pouco.
Estávamos tendo essa conversa quase seis da manhã, minha cabeça ainda estava bastante confusa e por não lembrar bem dele... Dean ainda era um estranho para mim, eu precisava saber mais antes de descobrir o que aconteceu direito. Eu sabia que assim que Dean me contasse tudo eu iria conseguir me lembrar, ou pelo menos ter alguma noção da minha vida antes do acidente, já que tudo o que Sam me contou foi uma mentira.
— Me conte tudo – Peço. – Tudo o que você sabe sobre mim, sobre nós, eu preciso lembrar.
Ele balançou a cabeça concordando.
— Seu nome é S/n/c. Você tem 27 anos, cursava jornalismo na universidade da Pensilvânia. Seus pais foram mortos qua do você tinha 16 em um assalto, foi quando você resolveu que queria ser uma jornalista investigadora. Você foi fazer uma matéria em Seattle, descobrir porque as pessoas estavam sumindo, então foi pega pelos vampiros.
Escutei atentamente, parecia com o que Sam me contou, tirando a parte dos vampiros. Ele disse que tínhamos nos conhecido na faculdade.
— Depois que salvamos você dos vampiros, eu tive que convence-la a não escrever uma matéria sobre isso – Ele riu.– Você custou a aceitar guardar o segredo, mas fez. Alguns meses depois, Sam e eu estávamos na Pensilvânia cuidando de alguns lobisomens, e encontramos você outra vez. Você tinha largado a faculdade e começado a caçar na região. Cuidamos juntos do caso dessa vez e depois nos separamos novamente. Na terceira vez que nos encontramos, foi você quem nos ajudou – Ele fez uma pausa, quando voltou a falar estava nostálgico. – Sam tinha desaparecido. Ele tinha sido levado por demônios. Você me ajudou a encontra-lo.
— Azazel? – Perguntei, sem saber ao certo de onde aquele nome surgirá.
O rosto de Dean se iluminou.
— Isso, Azazel. Você lembrou?
— Não, quer dizer... ele surgiu na minha mente e de alguma maneira eu sabia. Minha memoria é como um quebra- cabeça. Existem varias peças soltas espalhadas.
— Eu posso ajudar a junta-las.
Dean levantou-se do banco e passou para o lado onde eu estava.
— Posso ajudar você e juntar todas elas, a reconstruir uma por uma.
Aparentemente eu deveria ama-lo muito no passado, pois me sentia ofegante perto dele. Mas eu ainda me sentia insegura. Sam mentiu para mim, quem pode garantir que ele não fara o mesmo?
— Eu não sei... Dean, eu não sei em que acreditar. Passei meses confiando em alguem que mentiu para mim, acreditando em uma vida que não era a minha.
— Sam... ele nunca faria aquilo. Aconteceram algumas coisas com ele também, coisas horríveis – Ele respirou fundo antes de continuar. – Ele perdeu a alma, quando o trouxeram de volta do inferno. O Sammy nunca mentiria para você.
Aquilo era horrível! Sam... esse tempo todo estava sem a alma? Eu estava ainda mais confusa agora, nem conseguia pensar direito.
— Uau... eu preciso de um copo de whisky – Falei me levantando. — Sério? São seis da manhã, S/n.
Dean falou franzindo as sobrancelhas.
— São três da tarde em algum lugar – Falei cobrindo até a metade do copo com o liquido âmbar. Dean soltou uma gargalhada tão alta que até me assustou. – O que foi isso?
Dean parou de rir.
— Parece que a sua memoria esta voltando aos poucos, isso é bom – Disse. – Tenho certeza que é a minha presença.
— Você é sempre tão convencido? – Perguntei, depois de dar um gole. Dean se aproximou de mim e segurou minha cintura, ele estava visivelmente mais a vontade comigo, e eu também, mas não completamente.
— Você sempre gostou.
— Tenho quase certeza de que não era bem assim.
Dean pegou o copo da minha mão e pos encima da mesa, uma de suas mãos foi para minha nuca e adentrou nos meus cabelos, a outra se fixou mais na minha cintura.
— Posso fazer você se lembrar de tudo o que mais gostava em mim – Sussurrou enquanto se aproximava. Antes que ele me beijasse eu coloquei minhas mãos espalmadas em seu peito e o impedi.
— Vamos com calma, Dean. Não é assim que as coisas funcionam. Eu namorava seu irmão, você é casado, eu ainda não tenho a menor ideia da razão por termos terminado. Não é melhor esclarecer tudo antes?
Ele parou e soltou um suspiro.
— Primeiro, eu não estou casado com a Lisa, eu não estou mais com ela. Segundo, você e Sam foi um grande erro, você não sabia o que estava fazendo e Sam no momento é um babaca desalmado, e eu já dei alguns socos nele por ter mentido para você. Terminamos porque eu sou um imbecil, deixei a mulher da minha vida escapar e quase a perdi, primeiro para um acidente e agora por pura burrice. E eu não vou fazer isso outra vez.
Antes que eu o impedisse novamente, Dean estava me beijando. Minhas mãos ainda estavam no peito dele prontas para afasta-lo de novo.
Durante essas semanas, vi alguns filmes de desmemoriadas. Neles, a garota sempre se lembrava de toda a sua vida quando era beijada pelo príncipe dos sonhos. Claramente Dean não era um príncipe, e seu beijo não trouxe minhas memorias de volta como pensei que traria. Mas enquanto sentia sua mão segurar minha cintura e puxar para sí, colando nossos corpos e seus dedos pressionarem minha nuca... eram sensações como nenhuma outra. Minhas mãos tremeram, e antes que eu notasse já estavam deslizando pelo peitoral rígido dele até os ombros largos.
Eu retribui o beijo, porque era familiar, porquê era bom. Dean sorriu entre os beijos seguintes e mordeu levemente o meu lábios inferior.
Uma sensação de nostalgia tomou meu corpo, pela primeira vez uma lembrança completa sem nenhuma falha apareceu, era de nós dois, uma noite antes de Dean ir para o inferno, a primeira vez que fizemos amor.
Eu não sabia se me lembraria de tudo, mas uma coisa era fato, eu realmente o amava, e nem a perda de memoria mudou isso, eu precisa estar com ele.
— Eu te amo, S/n – Dean falou.– Eu nunca devia ter duvidado disso. Eu juro que vou fazer com que você se lembre de cada detalhe de nós dois.
— Faça isso – Peço, olhando-o nos olhos. – Me faça lembrar.
Ele voltou a me beijar ferozmente apertando minha cintura contra sí, descendo para meu pescoço.
Eu ainda quero recuperar minhas memorias antigas, mas, na verdade, nesse momento a única coisa que eu quero é criar novas memórias, ao lado de Dean.
Fim.
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