City Of Angels [Livre]

Leitora/ Miguel/ Lúcifer.

***

As luzes de meu apartamento começaram a piscar. Olhei em volta, isso não é bom sinal. Junto com as luzes, a TV que estava ligada em uma programa aleatório também estava sofrendo interferência, o que só me fez ficar mais alerta.
Levantei-me do sofá e como caçadora à anos já sabia o que fazer em situações como essa. Caminhei devagar pelo comodo, voltando para meu quarto e peguei o frasco de água benta.
Voltei para a sala e as luzes já estavam apagadas por completo, olhei em volta no breu e tentei identificar qualquer coisa ali, sem sucesso. Caminhei até o interruptor, mas antes que eu pudesse alcança-lo, as luzes se acenderam de súbito.
- Boa hora para um visita, não acha?- Ouvi uma voz extremamente conhecida.
- Lúcifer?!- Perguntei surpresa ao me virar e encontrar o arcanjo. - O que...?
Não fazia ideia de o que Lúcifer faria aqui, ele sabia que eu era amiga dos Winchesters, nós o estávamos caçando. Não consigo pensar em nenhum motivo para traze-lo até mim, ainda mais porque a última vez que nos encontramos eu disse que o mataria na primeira oportunidade.
- Não fique tao surpresa, você sabia que eu viria uma hora ou outra - Falou cruzando os braços e se encostando na parede, abrindo um leve sorriso.
- Como me encontrou? - Perguntei tentando manter a maior distancia possível dele, recuando para mais junto da parede.
- Foi mais fácil do que pensei - Ponderou. - Você não tem a mesma proteção que seus amigos. Não demorei mais que alguns segundos para saber exatamente onde estava.
Dean e Sam tinham sigilos gravados nas costelas que os protegiam contra qualquer anjo que quisesse localiza-los, inclusive o próprio anjo que os marcou, Castiel. Eu não fiz questão dos sigilos, pensei que seria a última pessoa no mundo que Lúcifer procuraria.
- E então? Vai me matar?- Perguntei. Minha voz estava surpreendentemente firme, mesmo que por dentro eu estivesse tremendo. Afinal, era Lúcifer. Ele poderia acabar comigo em segundos.
- Mata-la? Por que eu faria isso?- Perguntou franzindo a testa.- Não tenho motivos para isso.
Encarei-o confusa. Se ele não estava aqui para me matar, então para que veio?
Ele pareceu entender meu estado de confusão, e se precipitou em responder minha pergunta não feita.
- Eu reparei em você, S/n, bastante até. Lembro-me de como agiu em nosso primeiro confronto. Não falou muito, ficou observando. São boas qualidades.
- Estou lisonjeada - Falei com deboche, Lúcifer riu.- Mas estou esperando que você vá logo ao ponto.
- O que eu poderia querer? Nada passa pela sua cabeça?
Seu tom era explícito, mas eu realmente não entendia o porque dele querer justo a mim. Eu sou uma caçadora, ando com os caras que querem mata-lo, eu mesma pretendo mata-lo no momento em que tiver a oportunidade.
- Não vai rolar - Falei assim que cheguei a uma conclusão.
- Oh, S/n - Lúcifer riu mais uma vez e se aproximou de mim devagar.- Não acredite nas mentiras que lhe contaram sobre mim. Eu posso sentir seu medo e receio...
- Não se aproxime - Mandei interrompendo-o. Lúcifer estava cada vez mais próximo e aquilo não era bom.
Ele parou no lugar e ergueu os braços em sinal de rendição, sem parar de sorrir em momento algum. Analisei seu sorriso e seu rosto em geral, ele era bonito... ou melhor, sua casca era. Seus olhos eram azuis, não como os de Castiel, mas um azul elétrico. Seus cabelos eram loiros e estavam bagunçados de uma maneira... sexy. Droga. Foco S/n, pare com isso agora.
Mas quem disse que eu obedeço a mim mesma? Meus olhos desceram por seu corpo, não podia ver muita coisa pois as roupas que usava não o favorecia, mas mesmo assim a camiseta apertava seus braços e marcando seus músculos.

- Gosta do que vê?- Pergunta sorrindo com malícia e abrindo os braços, dando uma voltinha.
Praguejei baixo por não ter parado no rosto. Ele é Lúcifer, droga!
- Cala a boca! - Mandei, revirando os olhos.
- Ah, vamos, eu não sou tao terrível assim - Falou mais uma vez rindo alto.- Já ouvi falar que sou o mais bonito entre meus irmãos?
- Esse não é você, é algum pobre coitado idota que aceitou ser seu fantoche - Acusei.
Lúcifer ergueu as sobrancelhas, surpreso por minha resposta hostil.
- Não posso dizer que está mentindo - Falou em seguida, pensativo.
- Vá embora de uma vez - Falei dando-lhe as costas. Ele não me faria nada, agora eu sei disso. Se Lúcifer tivesse a intensão de me matar já o teria feito no primeiro momento.
Não havia dado nem meio passo, quando senti meu nariz bater em algo duro, ele havia surgido bem a minha frente. Seus braços me seguraram pela cintura e ele me levou até a parede, onde não teria como escapar.
- Não precisa resistir, S/n - Lúcifer sussurrou ao pé de meu ouvido. - Estamos apenas nós aqui, se não quiser os outros nunca iram saber.
Minha respiração acelerou consideravelmente, eu não estava conseguindo pensar direito. Ele deve ter interpretado meu silêncio como uma aceitação ou coisa parecida, pois uma de suas maos subiu para o meu pescoço e seu rosto estava cada vez mais próximo. Lúcifer não tirava seus olhos dos meus, era intimidante, não conseguia afasta-lo.
Seus lábios haviam tocados os meus, mas não durou muito, logo uma voz surgiu vindo do centro do comodo o que fez Lúcifer se afastar repentinamente:
- Eu sabia que estaria aqui.

Assim que pude ver quem era, senti um minimo de alivio. O jovem loiro, não muito mais velho que eu noa encarava a alguns metros de distância. Eu sabia quem ele era.
- Miguel - Lúcifer murmurou, o desgosto era quase palpável em seu tom de voz.- O que quer aqui?
- Parar você, é o que sempre faço - Tive a leve impressão de que seus olhos pararam em mim por alguns segundos, mas rapidamente foram desviados.- Evitar que continue poluindo a terra, que toque em outra humana e...
- Blá! Blá! Blá! - Lúcifer desdenha.- Eu não sei o que está pensando irmãozinho, mas certamente esse não é o único motivo. Eu não sou idiota.
Mais uma vez os olhos de Miguel escorregaram para mim, eu não estava entendendo droga nenhuma ali, mas fiquei calada o tempo todo, talvez conseguisse escapar.
- É isso? - Lúcifer indagou, seu tom sugeria que ele havia descoberto alguma coisa, ele parecia incrédulo.- Esta interessado nela?
- Lúcifer...
- Somos realmente muitos parecidos, não é? - Lúcifer ria, ele parecia se divertir muito com aquilo. E eu estava cada vez mais perdida em como as coisas andavam rápido alí. Miguel estava... interessado em mim? Co-como o irmão?
Eu já tinha encontrado com Miguel antes, mas ele estava com outra casca. Quando ele usou John Winchester... eu apenas achava que não havia chamado tanta atenção.
- Não sou como você. Nao me compare a você - Miguel rosnou.
- Então se não somos parecidos você não sente atração por S/n, certo? - Lúcifer ergueu uma sobrancelha e pareceu pensativo, lançou-me um olhar, o que me fez recuar um passo. Em seguida ele olhou provocativo para o irmão. - E não se importaria se eu fizesse algo assim...
Foi tao rápido, que nem pude reagir. Lúcifer laçou minha cintura e colidiu nossos corpos, puxando meu rosto para o seu ao mesmo tempo com a outra mão. No segundo seguinte ele estava me beijando.
Eu não consegui ter qualquer tipo de ração, e eu queria. Queria afasta-lo para o mais longe que conseguisse, mas ele era forte demais.
E então, tao rápido quando começou, acabou. Lúcifer estava a certa distância de mim, e encarava Miguel que estava de frente para ele com uma expressão furiosa.
- Nunca mais toque nela! - Miguel murmurou. Lúcifer abriu ainda mais seu sorriso e se virou para mim e piscando com um dos olhos, desaparecendo em seguida sem falar mais nada.
Eu ainda não conseguia mexer. Ainda estava processando todos os acontecimentos dos últimos minutos.
- S/n? - Olhei para Miguel, e o encontrei bem à minha frente. - Você não parece muito bem...
- Estou em choque, apenas isso - Falo, consigo finalmente reagir a alguma coisa.- Não esperava que aquilo fosse acontecer. Na verdade não esperava que nada do que aconteceu essa noite fosse acontecer.
- Lúcifer não deveria ter vindo aqui.
- Nenhum de vocês devia - Cruzei os braços, a confusão estava começando a se transformar em raiva. - O que faz aqui, afinal?
- Eu estava... observando você. Depois da ultima vez, eu...
- Então quer dizer que você estava me espionando? - Perguntei incrédula. - Você... você estava me espionando?! O que tem de errado com vocês?
Miguel parecia estar muito constrangido com isso. Estava começando a corar.
- Eu sei que isso é errado, pelo menos para os padrões humanos - Ele balançou a cabeça. - Desculpe-me por isso.
- Espera! - Falei, sabendo que esse era o momento em que ele iria desaparecer. Eu precisava entender o que estava acontecendo.- Por que estava me observando? O que viu de diferente em mim?
- Tudo - Respondeu, depois de alguns segundos. Como se procurasse a palavra.- Você é a única humana que chamou minha atenção desde sempre.
Primeiro Lúcifer e agora Miguel.
- Essa está sendo uma das noites maia estranhas da minha vida, e eu já tive muitas noites estranhas - Murmurei.
Meus lábios ainda formigavam devido ao beijo de Lúcifer. Inconscientemente levei os dois dedos médios até minha boca e Miguel reparou, parou onde estava e baixou o olhar.
- Veio aqui para me ajudar? - Perguntei.- Mandar aquele mala embora?
- Achei que precisaria de ajuda - Ele responde, com um pequeno sorriso.
Miguel era o primeiro arcanjo que eu conheci que não era um completo babaca.
- Obrigado - Agradeço, me aproximando e o abraçando. De início ele hesita, mas logo sinto seus braços fortes se apertarem ao meu redor. Quando noa afastamos, Miguel fixa seus olhos azuis em mim por tempo demais, o que me faz ter que encara-lo também.
Foi então que ele se adiantou e juntou nossos lábios. O beijo dele era completamente diferente do de Lúcifer. Era calmo, e ele não parecia querer levar minha alma pelo beijo.
Subi uma de minhas mais até chegar a sua nuca, e não me afastei, não queria me afastar. Era esquisito, nunca havia pensado que isso um dia viria acontecer, mas era bom.
Quando acabou, Miguel ainda sorria, ele se afastou e tirou uma mecha de cabelo que havia caído em meu rosto.
- Vou continuar a olha-la. Confie em mim, ele nunca mais ira incomoda-la. Eu prometo.
- Não tenho medo de Lucifer - Afirmei.- E irei mata-lo pelo que fez essa noite.
Miguel sorriu e concordou c a cabeça. Ele com certeza iria bora agora, e foi o que fez, depois de beijar o alto de minha cabeça.

Agora sozinha levei uma mão até minha cabeça, ainda cheia por tantos acontecimentos.
Caminhei até a mesa ao lado do sofá e peguei meu telefone e disquei o número que conhecia muito bem. Não poderia guardar isso para mim, essas visitas mexeram comigo de uma maneira estranha.
- Alo?
- Sam?- Chamei.
- S/n, tudo bem? Esta meio tarde, algum problema?- Perguntou, sua voz preocupada.
- Você não vai acreditar no que aconteceu... - Começo.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top