Bring Me To Life (part.2) final.

Sento-me na cama arfando, estou completamente encharcada de suor e lagrimas. O que foi aquilo?!

Saio do quarto e vou até o banheiro no fim do corredor, entro e tranco a porta.
De frente para o espelho encaro o meu reflexo, estou péssima: olhos arregalados, rosto brilhando de suor, respiração acelerada e pálida como um fantasma.

Abro a torneira e coloco a cabeça embaixo d'água. Ergo a cabeça novamente para o espelho e fito meu reflexo, aquilo foi um sonho...? Não é? Não. Não é.
Minha imaginação não é tão fértil assim, não sou capaz de imaginar algo assim nem acordada. Quem dirá dormindo.
Então só pode ser uma lembrança, uma lembrança que estava afundada. Mas meus pais estão vivos, e John Winchester não existe! Como pode ser possível?!
A menos que eu esteja mesmo em coma. A ideia é tão... absurda! Mas é a única que faz sentido.
Continuo me encarando através do espelho, quando mais uma vez uma cena começa a passar diante dos meus olhos:
"- Sai da frente Dean!- Grito para o garoto loiro a minha frente. Ele tem dezesseis anos, enquanto eu quatorze.- Ou vou atirar em você.
- Duvido que você me acerte - O garoto desdenha.- Não acertaria o alvo nem que ele estivesse pintado na sua cara.

Bufo e reviro os olhos. John e Bobby saíram para caçar, e por Dean ser o mais velho ele ficou no comando. Estou tentando acertar algumas garrafas de cerveja em cima do muro, para tentar aperfeiçoar minha mira. Mas Dean não se cansa de me atormentar.
- Não esta na hora de dar almoço ao Sammy?- pergunto ignorando seu comentário. - Não quer que seu irmãozinho morra de fome quer?
Ele se vira com uma carranca para mim e depois sai em direção a porta da casa de Bobby.
- Não exploda o fogão! - grito enquanto preparo a arma e aponto para uma das garrafas. - Bobby não ia gostar se voltasse para casa e a encontrasse destruída.
Dean me manda para o inferno e eu apenas rio. Aperto o gatilho e arma dispara, acerto a garrafa em cheio.
Sorrio orgulhosa e travo novamente a arma, dando meia volta e entrando na casa.

Passo pela cozinha e encontro Sam comendo tranquilamente, alternado o olhar entre a comida e um livro.
- Hey, Sammy - Chamo adentrando a cozinha.- Onde está seu irmão?
-Não sei.- responde concentrado no livro.
Suspiro e volto pela porta saindo da cozinha. Passo pela sala e vou até a sala que Bobby costuma usar como biblioteca, o último lugar onde poderia encontrar Dean Winchester. E para minha surpresa, era exatamente onde ele estava.
- Dean?- Chamo sua atenção. Ele levanta o rosto do livro que estava lendo e me encara impaciente.
- O que quer?
- Nossa - digo surpresa por sua grosseria. Nós podíamos brigar de vez em quando, mas ele nunca falou assim comigo antes.- O que foi?
- Desculpe - ele volta o olhar para o livro.- Só estou ocupado.
- Lendo?- Ergo uma sobrancelha e me sento no sofá ao seu lado.
- Estou fazendo uma pesquisa - ele explica. - Meu pai ligou e pediu para que eu encontrasse uma maneira de matar um Vetala.
- Não é o Sam quen faz as pesquisas?
- É mas...ele ta em uma fase meio rebelde.
Fico um tempo em silencio. Pensando no que dizer, sei que Dean detesta quando o pai o deixa para trás.
- Quer ajuda?- pergunto.
Ele ergue novamente a cabeça do livro e me encara por meio segundo antes de dizer:
- Olha S/n, não sou nenhum idiota. Posso achar sozinho.
- Não é idiota mas é orgulhoso - Cruzo os braços.- Vou ajuda-lo você querendo ou não.
- Você é uma pirralha muito intrometida. - ele balança a cabeça sorrindo de lado.
- Você é um chato metido.- dou um tapinha de leve em seu ombro.
Nos encaramos um pouco, eu limpo a garganta e então estendo a mão para pegar o livro que Dean estava lendo.
- Vamos ao trabalho.- digo."

Como da última vez, todo o cenário se dissolve. É como se eu estivesse acordando de um sonho extremamente realista.
Continuo no banheiro mas agora estou deitada no chão frio de ladrilhos.
-Como pode ser possível que isso seja real?- pergunto a mim mesma em voz alta.
Me levanto e destranco a porta, voltando para o meu quarto.

Outra vez sentada em minha cama, começo a considerar minhas opções.
Estou cansada de ficar negando. Finalmente consegui aceitar o fato de que não estou louca, apenas semi morta.
Agora que a primeira parte esta cumprida - que era me convencer de que tudo era real -,começo a pensar na seguinte: Como acordar.
Cheguei a uma conclusão, essa conclusão é que as crises que eu tenho são momentos em que o mundo real penetra em minha mente. As vozes, as luzes. Eu ser viciada em um programa de TV como Supernatural. Era apenas um reflexo da minha vida verdadeira. Uma maneira de me manter ligada a ela.
Mas como irei acordar? Se Dean e Sam aparecessem novamente, ou Castiel, poderia pedir ajuda a eles.
E se for como com as lembranças? Se para que eu acorde eu precise me concentrar o suficiente?
Deito outra vez na cama e fecho os olhos. Me concentro o suficiente e agora as coisas começam a vir com mais facilidade, menos dolorosas. Novamente uma imagem começa a se formar em minha mente:
"- Deixou um anjo entrar no Sam?!- Grito furiosa para Dean que se mantem calado depois de ter me contado o que fez.- Perdeu o juízo Dean?
Ele não fala nada, só passa a mão pelos cabelos.
- Você é um idiota - Ponho o dedo em seu peito.- Tem noção do que fez? Por que não falou comigo antes?
- Porque ele é meu irmão. E ele estava morrendo, eu tinha que impedir - ele se vira para mim.- E você sabe que se tivesse perguntado antes a você, teria dito que era loucura. Teria tentado me parar.
- É claro que teria - devolvo indignada. - Acha que Sam iria querer isso se tivesse escolha?
- Mas ele não teve. Eu tive. E escolhi salvar a vida dele.
- Dean, isso foi um erro.
- O que ta querendo dizer S/N? Ta querendo dizer que salvar
o Sam foi um erro? Que deveria te-lo deixado morrer?
- Não Dean. To dizendo que deixar um anjo desconhecido possuir o Sam foi um erro, tantas coisas estão acontecendo. A maioria dos anjos enlouqueceram depois da queda, eles perderam o controle, e se esse for um dos malucos? Ele esta dentro do Sam ágora.
- Ele não é um dos malucos. Ele se chama Ezequiel, e de acordo com Cas, ele é um cara do bem.
- Devia ter me consultado antes - digo fazendo questão de expor toda a minha decepção no meu tom de voz.- Somos uma família Dean, tomamos decisões juntos.
- Eu estava desesperado.
- Eu também. E nem por isso sai por ai colando cartazes de "Aluga-se Casca".
Dean não retruca. Parece que esta cansado demais para continuar discutindo, e eu também os últimos dias foram cansativos.
- Desculpe Dean - peço me aproximando dele.- Eu não queria te acusar de nada, eu sei que você só fez o que achou certo. Fez o que foi preciso para salvar Sammy.
Pensei que ele fosse me afastar, mas ele apenas levantou a cabeça e me encarou.
- Vai dar certo - Ele diz tentando soar convicto.- O anjo vai curar Sam e depois vai embora. Não vai causar problemas.
- Devia contar pra ele.- sugiro.
- Vou contar, mas não agora,quero que ele se cure antes.
Percebo que grande parte da pose de durão acabou de ir para o ralo. Então eu o abraço e ele retribui.
- Desde que esse anjo faça um bom trabalho - começo a dizer.- Prometo não dizer nada a ele.
- Obrigado - Dean beija o alto de minha cabeça."
Novamente tudo se desfaz.

Não estou arfando dessa vez, minha respiração esta controlada e não estou pingando suor. A parte boa disto é que agora posso analisar todos os aspectos de minhas lembranças.
Eu estava brigando com Dean, brigando porque ele deixou um anjo entrar em Sam, como na nona temporada.
Olho no relógio da cabeceira da cama e já são quase uma da manhã. Mas não estou mais cansada.
Quero ver mais, quero descobrir mais sobre minha vida. Quero acordar.
Começo a revirar minha mente em busca de mais lembranças. Começo a me lembrar de coisas da minha adolescência.

"Era ano novo. John havia saído em uma caçada a uma semana e ainda não tinha voltado. Dean roía as unhas de preocupação e Sammy reclama da irresponsabilidade do pai.
- Não se preocupe Dean - Digo fechando meu livro sobre mitologia e o colocando sobre a comoda.- John sabe se cuidar, ele esta bem.
- Se ele esta bem, então por que não ligou? - Dean me pergunta.
- Talvez tenha acontecido algum imprevisto e...- começo a dizer, mas sou interrompida pelo telefone de Dean tocando.
- Alo pai?- Ele atende.- Onde você esta? Há claro. Sim estamos bem. Quando volta? Dois dias. Entendo. Vou dizer a eles. Tchau.
Esperar dias por uma ligação e ela durar menos de dois minutos. Logica Winchester.
- Disse que ele ligaria.- digo me sentando na cama.
- Ele disse que volta em dois dias - Dean comunica.- A coisa lá era mais complicada do que ele achou que fosse.
- Ótimo - Sam revira os olhos.- Mais um ano.
- Não foi culpa dele Sammy.- Eu o repreendo.
Fala serio. Já vi adolescentes tendo crises. Surtando porque os pais queriam mante-los na linha, e culpando todo mundo de não os entender. Mas Sam é o pior de todos, desde que fez treze anos ficou insuportável.
Ele da de ombros e se volta outra vez para a TV. No momento faltam dez minutos para a meia noite, e percebo que Dean saiu do quarto.
Levanto da cama e o sigo para fora. O estacionamento do hotel não é o melhor lugar para se passar a virada de ano. Mesmo assim não posso negar que a visão do céu é linda.
- Tudo bem?- pergunto me encostando na mureta ao seu lado.
- Sim - ele responde sem olhar para mim.
- Não minta para mim Dean Winchester - digo fazendo voz autoritária, conseguindo tirar um sorriso dele.- Esta triste porque John não pode vir.
- Triste não é a palavra, decepcionado pra ser mais exato.
- Também queria que ele estivesse aqui - Digo.
O silencio reina por um tempo. Olho em meu relógio de pulso e vejo que faltam menos de dois minutos para a meia noite.
- Falta pouco para meia-noite.- digo prendendo o cabelo atrás da orelha.
- Falta - ele comenta olhando para o próprio relógio.- Sabe o que dizem?
Viro para ele estranhando a mudança de assunto.
- Não, o que dizem?
- Que beijar alguém na virada de ano, exatamente a meia-noite, da sorte.
Ele esta sorrindo e eu não acredito que ele esta jogando mesmo essa cantada. Mordo o lábio e o encaro rindo.
- Pensei que eu era uma pirralha irritante.
- Você é....- ele olha o relógio. Um minuto.
Ele volta a me encara e eu o encaro também, a distancia se diminuindo ainda mais.
Meu relógio apita. É meia noite.
Sinto os lábios de Dean tocarem os meus e retribuo o beijo. Ele poe a mão e minha nuca me puxando mais para ele.
Posso ouvir o barulho dos fogos estourando no céu.
É o cenário perfeito para um primeiro beijo."

Abro os olhos outra vez, e um suspiro longo sai por entre meus dentes. Se isso aconteceu mesmo não poderia ter sido melhor.
Esfrego meus olhos, agora estou cansada. Parando para pensar, dormir enquanto estou em coma é algo muito estranho.
Ainda assim me viro na cama e fecho os olhos, apagando pouco tempo depois.

***

Acordo e ainda está escuro, olho a hora e ainda são cinco da manhã.
Tento voltar a dormir, mas não consigo. É como se minha mente ficasse fazendo loops.
Com o passar dos minutos um novo pensamento me aparece. Como eu fiquei em coma? Dean falou que foi culpa dele. Mas como?
Começo a me esforçar para me lembrar do acidente. Agora que sei que não tem nada a ver com uma queda do alto de uma árvore.
Como antes, fecho os olhos e me concentro. No entanto, tento me concentrar apenas no acidente, como se estivesse escolhendo uma cena de um filme.

"- Eu vou com vocês - Digo decidida.
- Não S/n - Sam nega pegando a bolsa.- Vai ficar aqui.
- Não espera que eu os obedeça espera?- pergunto abrindo os braços.- Vou com vocês, aquela ruiva maldita me deve muita coisa e eu quero ve-la pagar.
- Não - Dean repete. - Abaddon esta louquinha para por as mãos em você. E se você for só vai complicar tudo para nós e facilitar tudo para ela.
- Posso distrai-la.
- Não - os dois dizem ao mesmo tempo.
- Ligamos quando tudo terminar - Dean beija minha testa e sai.
- Fique aqui. - Sam adverte uma ultima vez antes de sair.
Ouço a porta bater e sei que eles saíram. Isso é ridículo! Eles acham que sou o que? Uma menininha frágil?
Corro pelos corredores do Bunker ate meu quarto e pego minha jaqueta e minha arma. Volto para a biblioteca abro as gavetas do armário atrás de minhas chaves. Que não estão lá.
- Idiotas...- murmuro.- se acham que só porque levaram as chaves do meu carro vão me parar, estão errados.
Vou para a porta do Bunker e ela esta trancada também. Óbvio.
Não adianta tentar forçar essa porta, não adiantaria. Volto para a sala e ando de um lado para o outro, tem que ter uma maneira de sair daqui. Sei para onde eles estão indo, só preciso escapar daqui antes.
Tem que ter outra saída... E tem!
Corro para os fundos do Bunker e desço as escadas até a parte subterrânea. Vou para o fim do corredor e encontro, a porta de emergência. Um escape rápido.
Eles não a trancaram, devem ter esquecido, ou pensaram que eu esqueceria.
Saio do Bunker e dou a volta chegando a rua de frente, ando mais um pouco alcançando meu carro estacionado na calçada próximo a entrada.
Com muita dor no coração arrombo a porta e faço uma ligação direta. Saio dirigindo para a cidade onde o hotel que Crowley disse que estava Abaddon.

Dirijo por um bom tempo, até que pego uma rua bem movimentada no centro da cidade. Avisto um grande hotel e deduzo que seja esse, entro na rua de trás e vejo o Impala de Dean estacionado na porta lateral, estaciono atrás do Impala e saio entrando no hotel pela porta lateral.
Não sei o quarto que eles estão. Mesmo assim subo para a cobertura, afinal é o Crowley.
Paro de frente para a porta e ela esta entre aberta. Antes de entrar espio para ver a situação.
Dean esta preso na parede, Crowley esta sentado em uma poltrona ao lado de Dean, ele segura o braço, parece ferido. Não encontro Sam.
Abaddon esta rindo enquanto fala em como irá matar Dean e a primeira espada esta caída a pelo menos uns dois metros dele.
Não espero mais nada, abro a porta e entro o mais furtiva que consigo. Passando por trás de Abaddon grudada a parede.
Dean não me vê pois esta encarando a espada, totalmente concentrado. Abaddon também o encara. O único que me nota é Crowley, faço um sinal para que ele cale a boca.
Não sei bem o que estou tentando fazer, apenas caminho devagar até o demônio. Minha intenção é distrai-la, para que solte Dean e ele pegue a espada.
No entanto tudo aconteceu rápido demais e não pude evitar o que se seguiu.
Abaddon se virou para mim tão rápido que não consegui impedir que ela me agarrasse pelos braços e me usasse como escudo no momento que Dean recupera a espada e investe contra ela.
A espada perfura meu abdômen tão facilmente como se eu fosse um pedaço de papel.
Ela ri e me joga no chão, minha cabeça bate em algo muito duro e a ultima coisa que vejo antes que tudo fique escuro é Dean apunhalando Abaddon repentinas vezes."

Deus.
É a única coisa que consigo pensar ao abrir os olhos. Então essa é historia da minha vida? Pais mortos por um demônio, crescer órfã e por fim ser morta por minha própria estupidez. Parabéns S/n sua vida é uma grande mentira.
Agora que sei como tudo aconteceu, a única coisa que tenho de fazer é acordar, a questão é: Como?
Começo a pensar em varias maneiras de acordar de meu coma. Quando cochichos invadem o quarto, murmúrios de conversa. Olho para o relógio, são 6:05 da manhã. As aulas só começam daqui a três dias, quem estaria acordado a essa hora além da maluca aqui?
Levanto da cama e caminho até a porta, abrindo-a. Não tem ninguém no corredor, e tudo está no completo silencio.
Volto para dentro do quarto e os murmúrios recomeçam. Agora não mais tão baixos.
Consigo perceber que eles estão dentro de minha cabeça e não fora.
Então eu me concentro o máximo que consigo, para ouvir melhor as vozes.
"- Acha que vai dar certo?- Uma voz masculina pergunta.
- Espero que sim. Era nossa última cartada.- Outra voz de homem responde.
- Talvez se eu tentar voltar lá... - A primeira voz começa, mas é interrompida por uma terceira.
- Não, Castiel. Você ainda não esta com força total, pode morrer. E nesse momento é a última coisa que precisamos.
Castiel? Eu posso ouvi-los. Talvez esteja a um passo da consciência, talvez eu ainda tenha uma chance.
- Dean...é a nossa única alternativa. Posso salva-la.- Castiel tenta outra vez.
- Não - Dean nega.- Isso é minha responsabilidade. Eu a coloquei nessa situação e eu vou tira-la. Ninguém mais vai se machucar.
- Dean - a outra pessoas fala. Deduzo que seja Sam.- Nós fizemos tudo que estava ao nosso alcance. Entramos lá e falamos com ela, só que não adiantou, ela tem mais uma semana antes que os médicos desistam, precisamos tomar decisões drásticas.
Dean - pelo menos eu acho que foi ele - solta um longo suspiro.
- Ta bem - cede.- Mas é jogo rápido. Entra lá ensina ela como voltar e some.
- Okay - Castiel concorda.
Todos ficam em silencio e eu espero. Se Castiel aparecer aqui, talvez eu ainda possa ser salva.
- S/n - ouço meu nome e me viro em direção a voz.- Me escute eu vou ser rápido...
- Eu sei - interrompo-o.- Sei de tudo, também sei que não temos muito tempo então seja rápido.
Castiel parece surpreso. Mas mesmo assim começa:
- Não temos certeza se esse método ira funcionar, ele já deu certo antes mas não com pessoas em coma.
- Que método é esse?- pergunto.
- Quando se esta morrendo em um sonho você acorda. É um reflexo involuntário do seu corpo...
- Então se eu morrer aqui, eu acordo lá - completo.
- Provavelmente - ele responde.
- Como no episódio do Djin - lembro. Castiel me encara confuso.- Esquece. Como vou morrer?
- Vai doer um pouco.- Castiel avisa.
- O que vai doer...- começo a perguntar, mas antes que termine a frase Castiel enfia sua lamina angelical em meu estomago. Isso dói bem mais do que parece.
Ele retira a lamina e eu tampo o ferimento com a mão, dói muito mesmo.
Fico tonta e começo a cambalear pelo quarto, Castiel me ampara evitando que eu caia.
Minha respiração está rápida e minha visão começa a ficar embaçada com borrões claros de luz. Uma som muito alto invade minha mente, ele se parede com um bip, como aqueles de aparelhos cardíacos do hospital.
O som acelera ficando mais alto e meus olhos se fecham.

***

Abro os olhos e a primeira coisa que vejo é um teto branco. O som do bip continua, com a diferença de que agora ele esta estável.
Tente me sentar mas diversos tubos e dois pares fortes de braços me impedem.
- Fique deitada - uma voz grossa manda do meu lado esquerdo. - Ainda esta tonta.
Ignoro a ordem e me sento mesmo assim, arrancando os eletrodos de meus braços.
- Parece que ela está bem - o homem volta a falar.- Já esta até desobedecendo.
Foco meus olhos ainda embaçados no ponto de onde vem a voz e encontro Dean, a ponta de seu lábios repuxados em um sorriso.
Olho para o meu lado direito e encontro Sam, sorrindo também. Castiel esta parado em frente a cama.
- Meu deus - murmuro sem acreditar que deu certo.- Me dêem um abraço logo seus idiotas.
Peço sorrindo apesar das lagrimas que começam a se formar.
Os dois se aproxima e me abraçam tão forte que por um momento fico sem ar.
- Você também anjinho - chamo Castiel que não saiu do lugar.
Ele vem e um pouco desajeitado se inclui no abraço.
Eles se afastam e eu os encaro pensando em algo para dizer.
- Um ano...- digo pensativa. - E ai? Quem venceu o estadual de Baseball?
Dean e Sam riem descrentes.
- Só você mesmo - Sam balança a cabeça. - Nem parece que estava quase morta a menos de cinco minutos. Já esta tão cheia de vida.
- É, mas parece que estou bem diferente - aliso os cabelos com as mãos. - Meus cabelos estavam acima do ombro e vejam agora estou igualzinha a Rapunzel. Os seus também não estão melhores, Sammy.
Eles riem outra vez e eu os acompanho.
- Mas e ai? Já esta bem mesmo ou isso tudo é pose?- Dean pergunta se sentando na ponta de minha cama.
- Estou ótima, aliás pronta para outra. Quero voltar a estrada o mais rápido possível.
- Hey mocinha, calma ai - Dean me censura. - Precisamos conversar e você ainda não está cem porcento curada. Quando sair daqui você vai ter umas longas férias.
- Trancada no Bunker - reviro os olhos.- Quer me por de castigo Winchester?
- Preferimos repouso - Sam diz com um sorriso.- Mas tecnicamente é isso mesmo. Está de castigo.
- idiotas.

***

- Bem vinda de volta ao lar - Sam diz abrindo a porta do Bunker para mim.
- Não sabe o quanto estou feliz de estar de volta a esse lugar - digo. E estou mesmo, sou capaz de abraçar as colunas.
- Agora vá para o seu quarto - Dean manda como um pai.- Ele esta como deixou.
Assinto e desço com Sam as escadas, ele trás minha bolsa.
Chegamos no quarto e ele a coloca encima da cama, pergunta se preciso de alguma coisa e quando digo que não ele vai embora.
Ando pelo quarto, e mal posso acreditar. Todo esse tempo em que no meu coma eu via este lugar eu sabia que aqui era meu lugar e eu estava certa.
Vou até o espelho e ergo a camisa vendo uma cicatriz que vai do meu umbigo ate os seios.
- Podemos conversar?- Dean pergunta aparecendo na porta do quarto.
Abaixo a camisa e me viro para ele.
- Claro.
Ele entra no quarto e pergunta:
- Não vai sentar?
- Não aguento mais ficar sentada ou deitada.
- Está bem - ele solta um pigarro.- S/n, eu sinto muito.
- Não sinta, não foi sua culpa.
- Foi minha culpa - ele me ignora.- Eu devia ter parado. Devia ter me certificado de que você não poderia sair.
- Não tinha como você saber. Olha Dean você se culpa muito, quer carregar o mundo nas costas. Você não tem que fazer isso, não é sua obrigação
- É minha obrigação quando coisas ruins acontecem com as pessoas que eu amo.
Ando até ele e faço com que ele sente na cama me sentando ao seu lado.
- Dean - Começo segurando uma de suas mãos e fazendo-o me encarar. - Tudo isso que eu passei, tudo o que Sam passou, nunca foi culpa sua. Nós tivemos nossas escolhas, e se deu errado foi por nossa causa. Você não tem que se responsabilizar por isso.
- Fui eu quem quase a matou S/n. Seu sangue esta nas minhas mãos.
- Porque eu fugi e me meti onde não devia. Eu não devia estar lá.
- Eu tinha que ter tido certeza de que você não...
Interrompo-o pondo a mão em sua boca.
- Chega - Digo.- Eu estou aqui não estou? Viva.
- Por muito tempo não estava.
- Dá para parar de falar como se eu tivesse morrido? Eu to aqui.
Ele ia abrir a boca novamente para se lamentar. Eu não aguentava mais.
Puxo-o pela camisa e o beijo antes que ele se culpe outra vez. Ele não resiste e apóia as mãos em minha cintura me trazendo para mais perto.
- Essa sempre foi a melhor maneira de fazer com que você cale a boca - Sorrio me afastando.
Ele apenas sorri.
- Sabe de uma coisa - recomeço.- Quando estava em coma, você deve saber que a nossa vida era projetada em forma de uma serie de TV. Acho que era uma maneira de me manter ligada com a realidade, e, eu realmente adorava a historia.
- Quem seria problemático o bastante para criar um programa de TV sobre as nossas vidas?
- Um cara chamado Eric Kripke, e ele se deu bem com isso, existiam muitos fãs.
- Fãs?
- Isso - solto uma curta risada.- Principalmente você Dean Winchester. Pode achar que não, mas as garotas se matariam por você.
- Você era uma dessas garotas?- ele ergue uma sobrancelha e seu lábio se repuxa em um sorriso.
- Não, sempre preferi o Sam - Sorrio e depois dou-lhe um selinho. - Estou brincando. Mesmo não lembrando de nada sobre o que aconteceu entre nós eu sempre senti algo diferente por você. Você sempre foi e sempre será o meu preferido Dean Winchester.
Ele me abraça outra vez. Tão forte quanto foi no hospital, coloco meu rosto na cavidade entre seu ombro e pescoço. Respirando profundamente.
- S/n, senti sua falta - ouço Dean murmura em meu ouvido.- Amo você.
Respiro fundo outra vez.
-Amo você também.
Agora eu estava no lugar onde deveria estar.

Fim.

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