Apocalipse, Bitch!

Capítulo Único;
Leitora/Dean Winchester

***

- S/n...
Uma voz baixa penetrou meu subconsciente. Algo me dizia que eu conhecia aquela voz, mas estava com tanto sono que apenas apertei mais os olhos e tentei voltar ao meu sonho.
- S/n... acorda.
Essa não, outra vez...
Agora estou parcialmente desperta, apesar dos olhos ainda fechados. Dean não desistiu da tarefa de me acordar, agora eu sentia suas mãos em meus ombros enquanto ele me balançava levemente.
- Dean, por favor, eu estou com sono - Resmunguei virando-me na cama com os olhos fechados e sentindo seu corpo junto ao meu.- Vamos dormir.
- Desculpe, mas não podemos dormir agora, Baby. É melhor abrir os olhos.
Me sento na cama, estava irritada e cansada. Mal lembrava a ultima vez que dormi uma noite inteira. Assim que meus olhos estavam abertos, descobri a razão de toda a preocupação impressa na voz de Dean.
Todo o quarto estava destruído, completamente em ruínas. As paredes estavam com marcas escuras e o papel de parede rasgado, caído até o chão. O piso lascado e quebrado cobria toda a extensão do quarto.
- O que infernos aconteceu aqui? - Pergunto baixo.
- Eu não tenho ideia. Acordei e tudo estava assim.
- O que aconteceu durante a noite?
- Algum tipo de apocalipse - Falou passando as mãos pelos cabelos.
Levantei da cama e olhei em volta. Todas as nossas roupas e bolsas haviam sumido, felizmente eu havia dormido com roupas comuns e não pijamas.
- Vamos lá fora, com certeza deve haver uma explicação - Falei saindo do quarto e encontrando um cenário ainda pior do lado de fora.
Continuamos caminhando até sairmos do hotel. As ruas estavam horríveis, não tinham nem mesmo uma alma viva andando por lá. As calçadas estavam quebradas, lojam com fachadas destruídas e letreiros caídos. Haviam vários locais queimados como se tivesse havido um incêndio de grande porte em algum momento.

Um forte vento gelado passou a minha volta, abracei meu próprio corpo devido aos fortes calafrios que me tomaram. Alem do frio, outra coisa me causou um frio incomodo na espinha: Estava sentindo algo estranho. Não era apenas todo esse cenário apocalíptico bizarro, mas outra coisa.
- Dean, tem algo ainda mais errado do que parece - Falo, parando ao lado de meu namorado. Dean me olha preocupado, ele sabiana respeito da minha mediunidade, sempre ficava ansioso quando eu manifestava algum tipo de pressentimento.
- Pior que isso? - Indagou. Ele olhou em volta nervoso e passou as mãos pelo rosto.
- Sim - Confirmo. Outra vez senti um calafrio.
- Vamos procurar alguem, deve ter alguém vivo nesse lugar além de nós.
Sendo assim, saímos a procura de outras pessoas.
~~

Não tivemos muito sucesso, era impressionante como parecia não ter mais ninguém naquela maldita cidade.
Dean e eu estávamos andando à mais de meia hora e não encontramos absolutamente ninguém.
- Dean, olha isso.
Ao passar diante de um beco sem saída, encontrei algo que me fez entender a sensação ruim que estava sentindo.
- Croatoan - Ele leu a palavra pichada no muro de tijolos expostos.
- Isso não é nada bom - Digo mais para mim mesma do que para ele.
- Precisamos sair daqui...- Dean que começou a falar é interrompido por um som semelhante a passos. O problema era: Eram muitos passos.
Dean e eu nos entre olhamos e ao mesmo tempo olhamos para trás. O que parecia uma orla de zumbis ou sei lá o que, se aproximava rapidamente de nós. Percebi quando Dean assumiu uma posição protetora com relação a mim, revirei os olhos e agarrei sua mão. Comecei a correr na direção oposta aos zumbis e o levei comigo.
- O que esta fazendo? - Perguntou.
- Fugindo. Não percebeu? Aliás, acho melhor correr mais rápido.
Outros zumbis, muitos mais começaram a surgir por outros becos e travessas, nos estávamos completamente cercados.
Paramos no meio da rua, haviam tantos deles que eu não conseguia pensar em uma forma de escapar dalí.
- Por aqui!
Dean falou me puxando até um beco próximo, corremos até o fim dele e alcançamos uma grade alta.
- Como vamos passar por ai? - Peguntei socando a estrutura de metal, frustrada. Os espaços eram muito pequenos, era impossível escalar. Os zumbis estavam cada vez mais próximos.
- Aqui! - O ouvi gritar. Olhei na sua direção e o encontrei debruçado em um pequeno espaço da grade.- Vai primeiro.

Olhei para trás e vi que estavam ainda mais perto. Me abaixei e passei pelo espaço, em seguida levantei mais a malha de aço para que Dean pudesse passar.
Assim que ele passou pela grade, respirei com alívio.
- Que droga foi essa? - Dean praticamente gritou irritado.
- Que coisas eram aquelas? Zumbis? E Crotoan? - Começo a disparar andando de um lado a outro.
Começamos a atravessar o pequeno trecho de estrada. De repente, Dean apressou o passo, olhei mais adiante e entendi o motivo. Estacionado não muito longe estava o Impala, no entanto alguma coisa parecia ter acontecido pois o carro estava quebrado e sujo.
- O que aconteceu? - Pergunto me aproximando junto com Dean.
- Não tenho ideia mas quem quer que tenha feito isso, vai se arrepender.
Me afasto um pouco de Dean. Novamente um forte pressentimento me atinge, por um momento acredito que irei desmaiar, mas acabo e recuperando.
- Dean, é melhor seguirmos...- Volto-me novamente para onde Dean estava, mas acabo presenciando algo extremamente esquisito.

Dean estava em pé, no mesmo lugar que a um minuto atrás, no entanto suas roupas eram outras, totalmente diferentes da que usavam agora a pouco.
- Dean?
Ele me encara e sua expressão se transforma, seu rosto que antes estava duro, agora segurava uma expressão de completa supresa. Baixei meu olhar e foi quando pela segunda vez contemplei a razão por meus maus pressentimentos: Dean, com as roupas certas, estava caido no chão aos pés do segundo Dean. Havia um pequeno filete de sangue escorrendo pela testa do que estava desmaiado.
- O que é você? - Pergunto recuando, mas eu queria ajudar Dean.
- S/n? Deus...- Falou.
- O que é você? - Perguntei outra vez, agora com voz mais firme.
Ele veio até mim e eu não tive tempo para fugir, fui prensada contra uma parede com algo pontiagudo apertando minha garganta.
- Me solta! - Grito.
- Só um segundo...
Ele faz um pequeno corte com a faca no meu braço, depois de rasgar um pedaço da manga da minha camisa. Reconheci a faca sendo de prata. Mas eu não era nenhum metamorfo.
Quando ele constatou isso, guardou a faca e afrouxou o aperto.
Encarei seu rosto por um momento, enquanto ele fazia o mesmo comigo. Era Dean. Um Dean diferente do que eu conhecia, talvez um pouco mais velho e cansado, mesmo assim eu tinha certeza que ele não era nenhum monstro.
- É você...- Sussurrou com o rosto tao próximo ao meu que seu hálito quente bateu em meu rosto. Uma de suas mãos acariciou minha bochecha, sua outra mão segurava firme na minha cintura.- É mesmo você.
- Quem é você?
Ele olhou confuso para mim.
- Não se lembra de mim?
- Eu...
Ele começou a me beijar, sem que eu terminasse de dizer qualquer coisa.
Seu beijo era voraz. Dean me beijava com força, sua mão segurava meu rosto me puxando para sí. Acertei uma joelhada em sua barriga, fazendo com que ele me soltasse e gemesse de dor.
— Eu não disse que podia me beijar – Falei, lançando um olhar irritado para ele.
— Sem dúvida nenhuma você é mesmo a S/n – Ele riu, mas não era a risada que eu estava acostumada.
De repente ele parou, com uma expressão de dor ele murmurou:
- Desculpe.
Ele tirou sua arma do cós da calça, dei um passo atrás, mas Dean foi mais rápido e acertou uma coronhada em minha cabeça.
~~

Assim que abri os olhos senti uma forte dor na lateral da cabeça. Também notei estar amarrada.
Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, quando olhei para o lado, Dean, o meu Dean, estava amarrado também. Olhei para os lados e estávamos em um tipo de escritório, na verdade parecia mais um QG.
- Dean - Chamei. Ele ainda estava inconsciente.- Dean! Droga, acorda!
Ele não acordava. Comecei a chuta-lo.
- Dean, acorda!
Ele abriu os olhos confuso e olhou para os lados sem saber o que estava acontecendo.
- O que aconteceu?
- Você tem um minuto, genio - Falo revirando os olhos.
- Eu devo estar louco. Eu vi um clone meu.
- Não sei se era um clone, Dean - Eu falo.
- Como assim?
- Eu não sei... só sinto. Ele é humano. Foi ele quem nos trouxe para cá e... ele me beijou.
- Ele beijou você? Desgraçado!
- Ele me conhecia. Agia como se não me visse a anos...
A porta do comodo se abre e o outro Dean entra. Agora vendo com clareza, suas roupas parecem com vestes militares surradas. Havia pistolas presas a vários coldres por todo seu corpo, junto com facas também. Era uma versão "Resident Evil" de Dean Winchester.
- Bom que estejam acordados - Falou no encarando com uma expressão nada amistosa. Eu conhecia aquela expressão, era a mesma que Dean usava quando interrogava os monstros.- Temos muito o que conversar.
- É, pode começar com por que bateu em nós, nos amarrou, trancou e beijou minha namorada - O Dean ao meu lado falou.
- O que são vocês? - O outro perguntou, ignorando tudo o que Dean havia dito.- Já testei tudo. Aguá benta, sal, prata... nada teve efeito. Que tipo de aberrações são vocês?
- A única aberração é você, querido - Retruquei.- Você até pode ter nos testado, mas não fizemos o mesmo com você.
Ele se aproximou de mim e ficou frente a frente. Dean pegou o colar em forma de cruz que eu carregava no pescoço, ele era de prata pura. Nada aconteceu.
- Provado?
- Como sabia sobre o colar? - Pergunto atônita.
- Eu sei tudo sobre você, S/n.
O Dean que estava do meu lado soltou um pigarro. Os olhos do clone se deslocaram do meu rosto e foram parar nos dele.
— Como vieram parar aqui?
— Não sabemos – Dean respondeu.
— Como podem não saber? Isso aconteceu de algum jeito.
— Sério, gênio? – Perguntei em tom irônico. – Acha que um guia turístico apareceu e deu instruções de viagem?
— Não, S/n... Zacarias. Eu tenho certeza que foi Zacarias quem fez isso – Meu Dean falou.
— Você pode falar com ele? – Dean do futuro perguntou.
— Não. Ele noa arracou no passado e nos trouxe pra cá, não tenho como falar com ele.
— Deve ter trazido vocês aqui para verem o tamanho do estrago – Resmungou se afastando. Ele foi até uma mesa e começou a mexer em diversas armas, jogando-as em uma bolsa.
— Tenho algo para fazer agora. Uma missão que já estou trabalhando à um tempo... Tenho que resolver isso – Falou sem nos olhar. – Vocês ficam aqui.
— Tem a ver com aquelas coisas lá fora? – Dean pergunta.
— Não. Os croats não são nada perto da verdadeira causa.
— Que merda são "croats"? – Perguntei.
— Croatoan – Respondeu, agora ele estava me encarando. – Zumbis, infectados pelo vírus demoníaco. Pensei que soubessem.
— Viemos de 2009, – Dean falou.– A situação ta bem menos tensa lá.
— É, mas em 2014, as coisas são como você pode ver. Aquele maldito vírus esta em toda parte agora. Se espalha rápido e é mortal.
Dean e eu nos entre olhamos, ele estava tentando tirar um prego meio solto da madeira. Comecei a distrair o Dean do futuro:
— E como isso aconteceu? Digo... como o vírus se espalhou?
— É o apocalipse. Simples assim. Depois que Lúcifer atingiu o auge, tudo deu oque poderia dar errado deu, não tem muito o que dizer.
Olhei para o lado e Dean me olhou de volta, um pedido silencioso por mais tempo.

— Então o que você esta indo fazer? Você nos deve alguma explicação, não acha? – Falei.
— Vou atrás do Colt. Ele é o único que pode acabar com essa guerra sem fim.
— Onde esta Sam? Ele vai com você? – Dean perguntou.
Dean do futuro não respondeu, ele virou a cabeça e começou a caminhar até a porta.
— Ei, aonde vai? Você não nos respondeu – Chamei. – Onde esta Sam? E eu? Cadê a minha versão The Walking Dead?
Vi os ombros dele subirem e descerem com um suspiro, Dean virou-se para mim.
— Houve um duelo de gigantes em Detroit. E pelo que eu sei... Sam não venceu.
— E por que não estava com ele? – Dean perguntou.
Ele se virou para nós, sua expressão era dura.
— Sam e eu... não nos falamos a sei lá, uns cinco anos.
— A gente não foi atrás dele? – Dean perguntou, sua voz estava fraca.
— A gente tinha outras pessoas pra cuidar – Falou, seu olhar recaiu em mim.
Ergui o olhar, encarando-o.
— Vai contar o que aconteceu comigo? – Perguntei, minha voz tremida. – Explicar o motivo de ter ficado tão assustado quando me viu.
— Você não tem que saber. Você não precisa...
— Eu preciso – Digo.– Dean, eu tenho que saber.
— Não, você não tem.
Ele se virou e saiu pela porta.
Olhei para Dean que estava com a mesma expressão confusa que eu:
— Entendeu alguma coisa? – Perguntei.
— Nada.
— Ótimo, vamos sair logo daqui.
Dean conseguiu soltar o prego e usou a ponta para cortar a corda, quando se libertou pegou uma das facas encima da mesa e me soltou também.
— Qual o plano? – Dean perguntou para mim.
— E eu que sei?
Ele revirou os olhos e saiu pela porta, sai atrás dele e fiquei surpresa com onde nos encontrávamos. Realmente estávamos em uma guerra. Tinha carros e caminhonetes camufladas por toda parte e pessoas armadas por todo lado.
— Uau – Soltei.
— Vamos sair desse antro de malucos o mais rápido possível e voltar pro nosso ano – Dean falou se virando e descendo as escada de madeira.
— Tem alguma ideia de como faremos isso?
— Castiel. Ele pode viajar no tempo, lembra?
— E o que garante que Castiel esteja aqui?
— Isso.
Ele tirou uma foto do bolso e me mostrou. Nessa foto estavam eu, Dean, Bobby, Castiel e alguns outros caras, eu reconheci até mesmo Chuck. Todos nós usavamos roupas militares e  armas pesadas.
— Onde arrumou essa foto, Dean? – Perguntei enquanto olhava admirada para a foto.
— Na mesa do Rick Grimes – Respondeu revirando os olhos.– O cara é um babaca.
— O cara é você.
Falei guardando a foto.
— Não mesmo, eu nunca vou me transformar nele, esse Dean nunca vai existir, acredite em mim.
— DEAN!
Olhamos ao mesmo tempo e vimos uma mulher vindo na nossa direção, ela parecia bem nervosa.
— Dean! – Repetiu. – Viram você entrando na cabana da Cherry ontem a noite.
— Viram, é? – Dean perguntou.
— Qual é a sua, Dean? Pensei que tivéssemos um lance – Ela empurrou o ombro dele.
— Certo... olha... – Ele apontou para ela, sem saber o que dizer. A mulher interpretou diferente.
— Leona. Meu nome é Leona. Nem isso você é capaz de lembrar? – Ela gritou socando o ombro dele.– Seu imbecil.
— Certo – Interferi. Se alguém ali podia espancar e xingar Dean Winchester, esse alguém era eu.– Querida, ele não sabe quem você é, não percebeu? Da o fora.
Ela me olhou, os olhos arregalados por um minuto e depois recuou indo embora.
— Garota louca – Dean Resmungou.
— Ela não é louca, Dean. Ela só não sabe que existem dois Dean's andando por ai. Vamos procurar Castiel logo.

Continuamos andando até um homem se aproximar de nós, demorei uma pouco mas consegui reconhece-lo. Era Chuck Shurley.
— Ei, sargento – Falou, balançando a cabeça para cumprimentar Dean, ele olhou para mim e teve mesma reação da garota: arregalou os olhos.
— Oi, Chuck – Levantei a mão.
— S/n?
— Isso ai – Conformei.
— Você... não pode ser você – Ele falou.
Continuei encarando-o, mas ele não disse mais nada. Sinceramente, se o pessoal do futuro for mesmo desse jeito, prefiro morrer no passado.
— Pode me dizer onde posso encontrar Castiel? – Perguntei.
— Na cabana dele...– Respondeu.
— Que seria?
— 13.
Toquei seu ombro e o encarei docemente.
— Obrigada.
Chuck arregalou ainda mais os olhos e olhou para Dean que deu de ombros. Em seguida, virou-se e foi embora.
Dean e eu trocamos olhares.
— Olha, eu não sei o que acontece comigo no futuro, mas com certeza foi horrível – Falei, sentindo algo ruim.
— Seja o que for, eu não vou deixar acontecer – Dean falou, puxando-me para um abraço. – Eu prometo, vamos fazer diferente.
Seguimos até alcançar um chalé de madeira com o numero 13 na porta. Dean bateu e a voz conhecida de Castiel mandou que entrassemos. Assim que passei pela porta comecei a tossir pelo cheiro forte e a fumaça, pareciam incenso e... maconha?
— Ótimo, parece que o nosso ilustre líder deseja uma reunião comigo – Castiel, praticamente irreconhecível, falou. Ele estava sentado no chão em uma roda de garotas, vestia roupas largas e estava com uma barba enorme. – Podem se lavar para a orgia.
Olhei para Dean, formando a palavra "uau" com os lábios sem que saísse qualquer som.
Castiel ficou de pé e caminhou até nós.
— De que ano vocês são?
— Como você sabe? – Dean perguntou.
— Considerando que o Dean desse ano não usa essas roupas, não age desse jeito e S/n esta morta, foi uma conclusão bem obvia – Castiel explicou.
— Como é? Eu estou o que?
Perguntei com um sobressalto.
— Você não sabia?
— Mas é claro que não! Eu odeio esse ano – Falei pondo as mãos na cabeça.
— Somos de 2009 – Dean explicou. – Precisamos voltar para o nosso ano, pode nos levar, você é um anjo.
— Não, eu não sou mais – Castiel disse.– Eu perdi toda a minha graça celestial, os prazeres da vida humana me consumiram.
— Como eu morri? – Perguntei.
— Ahn... você...– Castiel olhou primeiro para mim e depois para Dean.– Você foi baleada em combate.
— Castiel, você sabe que eu não acreditei nisso, não é? – Perguntei.
— Eu não posso contar, as pessoas não devem saber dos seus futuros, é contra as regras.
— Que regras?! Não tem mais regra nenhuma. Eu não sei se você percebeu, seu anjo chapado, mas o mundo está uma droga, e Dean e eu temos a oportunidade de voltar ao nosso ano e mudar tudo isso! Então me fala logo o que aconteceu e se tem como evitar.
Castiel me olhou como se tivesse voltado a realidade, ele respirou fundo.
— Desculpe, S/n, mas eu não tenho como leva-los de volta. Eu perdi meus poderes.

Fechei minhas mãos em punho, sentindo minhas unhas se cravarem em minha carne. Do lado de fora, ouvimos o som de um motor de carro. Saímos do chalé e da pequena varanda de madeira consegui enxergar o Dean do futuro chegando com outros caras em um jipe camuflado. Descemos e fomos ao encontro dele.
Na metade do caminho, Dean e eu paramos de andar e observamos a cena que acontecia a nossa frente. Dean chamou um dos caras que estava com ele e lhe entregou uma lata de cerveja, pareciam amigos, ele deu um tapa no ombro do homem como se estivesse parabenizando-o por algo. Assim que o cara virou de costas, Dean puxou uma arma do coldre e atirou na cabeça do homem, a sangue frio sem nem mesmo piscar.
O Dean que estava comigo arregalou os olhos e saiu andando em direção ao outro Dean.
— O que foi isso? Você matou ele a sangue frio!
— Ele foi infectado, não tinha nada a ser feito – Ele respondeu. Era tão estranho ver dois dele conversando frente a frente.
— Sempre tem algo a ser feito. Você atirou nele! Nós nunca faríamos algo assim, ele era um homem comum.
— Ele ia se transformar em um monstro se não fizesse isso. E você vai aprender que nós vamos precisar mudar alguns conceitos se quisermos sobreviver nessa merda de mundo!
Enquanto escutava a discussão dos dois cheguei a uma conclusão. Castiel falou que eu havia sido morta em combate, com um tiro, e esse Dean não quis me dizer o que aconteceu comigo. Vendo a postura dele agora, vendo todo esse sangue frio... Dean teria sido capaz de me matar se eu estivesse infectada?
Me aproximei dos dois e agarrei o Dean do futuro pela jaqueta militar.
— Dean, eu vou te perguntar uma coisa, e eu quero a verdade, quero toda a verdade – Falei. – Você me matou?
A boca dele se abriu e Dean desviou o olhar, para não me encarar nos olhos.
— Quem falou isso pra você?
— Não importa. Você me matou? Dean, você atirou na minha cabeça que nem fez com aquele homem?
Seu silêncio foi minha resposta, a culpa em seus olhos também.
— Você é o monstro aqui, Dean – Falei me afastando dele e passando pelo outro Dean, indo para a grade que nos separava dos croats.
Eu estava quase passando para o outro lado quando alguem segurou meu braço.
— Me solta – Mandei, olhei para trás e me deparei com os olhos verdes de Dean... mas qual deles? As roupas apontavam para o meu Dean.
— Não pode sair, eles vão massacrar você.
— E o que acontece se eu ficar? Não vamos conseguir voltar para o nosso ano, Dean. Zacarias nunca nos levara de volta se você não aceitar Miguel.
— Vamos voltar, eu vou nos levar de volta, você precisa confiar em mim.
— Como devo ter confiado antes de você atirar na minha cabeça? – Falei, pegando-o de surpresa. – Como você deve ter me oferecido uma cerveja e depois quando estava distraída você apertou o gatilho?
— S/n, eu nunca faria isso, você sabe que eu nunca faria, eu amo você já disse isso antes, eu morreria se algo acontecesse com você.
— Não foi o que aconteceu – Soltei.
— Posso explicar como tudo aconteceu? – Vindo a passos lentos, era o outro Dean.
— Não tem o que explicar.
— Eu tentei de tudo para salvar você. Acha mesmo que se houvesse outra saída eu teria te matado? S/n você era a mulher da minha vida, e foi infectada. Eu fiz tudo o que estava ao meu alcance... eu morreria no seu lugar se tivesse como. Ainda tenho pesadelos.
Ele ia se aproximando enquanto falava, parando bem próximo a mim.
— Atirar em você, mesmo com você me implorando para fazer, foi a pior coisa que já tive que fazer na vida.

Era difícil ouvir aquilo, ouvir que Dean me matou e que eu pedi. Olhei para o meu Dean e ele parecia fora do próprio corpo, com um olhar perdido.
Era isso que Zacarias queria? Obrigar Dean a aceitar ser a marionete de Miguel, nesses termos?
— Tudo bem – Falei, ambos me encararam surpresos. – Eu perdôo você, Dean.
— Foi o que você disse, quando pediu que eu fizesse... disse que me perdoava. Mas eu nunca vou me perdoar pelo que eu fiz.
Ele olhou para trás quando ouviu alguem chamando-o.
— Eu tenho que ir.
Ele se virou e saiu com passos rápidos e a cabeça baixa.
— S/n...
— Não – Eu o interrompi.– Eu sei o que você vai dizer, e você não precisa. Eu duvidei de você, Dean, sinto muito.
Dean me abraçou e pousou o queixo no alto da minha cabeça.
— Vamos voltar, e vai ser diferente. Eu prometo.
Voltamos para a casa onde eles usavam de QG e descobrimos que eles tinham um plano para ir atrás de Lúcifer e usar o Colt, que aparentemente Dean havia conseguido recupera-lo na missão.
— Então o plano de vocês é atirar na cabeça do diabo? – Dean que estava comigo perguntou.
— Isso mesmo – O outro confirmou.
— Gostei.
— Então vamos logo, não podemos perder ainda mais tempo – Falei.
— Você não vai – Dean do futuro falou.
— Tente me impedir – Rebati, guardando uma pistola no cós da calça.
Sem mais oposições, sai da casa e desci as escadas seguindo para o carro.
~~

Dean do futuro dirigiu até uma casa, grande e até que bonita. Ela estava protegida por muros altos e grades, sem contar alguns homens andando envolta, guardando os muros. Os guardas eram demônios.
— Vamos só invadir? – Questionei.
— É, mas vamos com cuidado, se houver alarde pode vir mais demônios – Ele respondeu.
Descemos do carro e passamos até uma área cheia de arbustos e arvores.  Dean mandou o resto da equipe ir pelo outro lado, enquanto nós fomos pelo caminho mais próximo.
— Vamos esperar aqui? – Perguntei.
— É, vocês vão – Respondeu.
— Como assim – Dean perguntou.
— Vocês não vão vir comigo.
Ele acertou uma coronhada na cabeça do outro Dean e o fez desmaiar, em seguida se virou para mim.
— Serio? Outra vez isso? – Perguntei recuando.
— Essa luta é minha.
— Essa luta é nossa.
— Você não compreende. S/n, eu perdi tudo. Eu devia ter dito Sim a Miguel, quatro anos atrás. Se eu tivesse dito você ainda estaria comigo, e nada disso teria acontecido.
— Se você tivesse sito Sim a Miguel, você teria acabado com a sua vida. Dean, esse não é você.
— Esse é o que eu sou agora.
Dean me prendeu contra uma arvore e levantou a arma para acertar minha cabeça, fechei os olhos apertado antes que ele me acertasse.
~~

Rolei no chão repleto de folhas e abri os olhos, sentindo minha cabeça doer. Dean que estava caido do meu lado também acordou.
— Filho da puta...– Resmungou. – Você ta bem?
— Estou, e você?
— Meio puto, mas bem. Vamos.
Ele me ajudou a levantar e seguimos o caminho entre as arvores, durante o percurso encontramos os corpos de Castiel e Chuck, caídos em locais pouco afastado um do outro, percebi com horror que Dean os havia usado como distração.
Saímos do meio das folhagens, dando de cara com uma cena no minimo perturbadora. Dean estava caido no chão e o colt não estava a vista. Havia um homem todo de branco, com o pé no pescoço dele, sem qualquer esforco ele quebrou o pescoço de Dean.
Quando o homem se virou para nós, tudo fez sentido. Era Sam. Sam dissera Sim para Lúcifer em Detroit.
— Dean Winchester – Falou olhando para nós, seus olhos moveram-se para mim e sua voz impassível continuou: – S/n S/s.
— Sam...– Dean chamou.
— Não é mais o Sam – Falei.– Ele esta morto?
— Ele esta em um lugar melhor – Lúcifer me respondeu com um sorriso frio.
— Eu vou acabar com você – Dean rosnou.
— Dean, você perdeu sua chance. Você e seu orgulho, foram vocês que destruíram esse mundo.
— Seu hipócrita – Digo.– Vocer fez tudo isso. Você não tem qualquer propósito, apenas quer ver dor e destruição, morte e sofrimento. Você fez isso, e Sam... ele tentou salvar a humanidade de você. Se ele não foi forte o bastante para isso, pelo menos tentou.
— Sua fantasia é reconfortante para você? – Perguntou, olhando tão profundamente em meus olhos que me senti desconfortável.
Era perturbador ver Sam em uma situação como aquela.
— Você não é diferente dos vermes que estamos acostumados a matar – Dean disse.– Só o ego que é maior, mas escuta, e escuta bem, vou pisar em você como fiz com todos os outros que cruzaram meu caminho.
— Sam também pensava assim – Lúcifer retorquiu.

De repente tudo parou. Lúcifer não se mexia mais e o tempo parecia ter congelado. A voz que nunca gostaria de ouvir surgiu junto o barulho de passos.
— Espero que essa pequena amostra grátis seja o suficiente.
Zacarias apareceu do nosso lado, as mãos nas costas e sua expressão de superioridade.
— Eu odeio você – Falei. Ele sorriu.
— Você odiaria ainda mais o seu futuro. Então, Dean, já está disposto a dizer Sim e evitar tudo isso?
Olhei para Dean, torcendo para que ele fosse esperto o bastante para não ser manipulado por Zacarias.
— Não – Respondeu.– Essa é minha resposta final. Não.
Zacarias se irritou, estava prestes a fazer algo quando com um solavanco estávamos de volta ao quarto de hotel. Ele estava intacto, como antes e Zacarias tinha sumido.
— Vou acabar ficando maluca. O que diabos aconteceu? – Perguntei.
— Tínhamos um encontro – Castiel que estava parado no centro do quarto falou. – Esta na hora.
— O que aconteceu com Zacarias? – Dean perguntou.
— Eu o mandei para longe. Não vai ficar por muito tempo, mas o bastante para encontrar outro lugar seguro.
Concordamos com Castiel em arrumar nossas coisas e irmos para outro local, enquanto o fazia comecei a pensar em como evitar que aquele futuro terrível se tornasse de fato o nosso futuro. Talvez nem mesmo fosse o futuro, Zacarias podia estar manipulando nossas cabeças para acreditar naquilo. Ainda assim, parei na porta do quarto e tirei do bolso a foto que Dean me mostrou, ela não tinha mudado, ainda estávamos todos lá com nossas expressões duras e as roupas de guerra. Perdi a noção do tempo enquanto observava a foto, Dean voltou até onde eu estava e me chamou:
— S/n? Algum problema?
Guardei a foto no bolso.
— Muitos, mas por enquanto esta tudo bem – Disse saindo do quarto e trancando a porta.– Vamos?
Dean sorriu e me deu um selinho.
— Vamos.

*****

Antes de mais nada quero dizer que é difícil pra C@r@lho escrever diálogos quando existem duas pessoas iguais e cm o mesmo nome na cena. Tipo dois Dean's.

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