Sinopse: Onde você e Gavi saem para jantar e o Espanhol declara-se para você.

Dizem que quem vê cara não vê coração. No caso de Pablo Gavi, quem vê a cara brava em campo não imagina o quão irritantemente engraçado ele pode ser fora dele. E lá estava eu, sentada no carro dele, enquanto ele dirigia para o restaurante que havia escolhido.

- E aí, pronta para o melhor jantar da sua vida? - ele perguntou, um sorriso convencido nos lábios.

- Desde que você não me faça passar vergonha, talvez eu sobreviva.

Ele soltou uma risada, daquele jeito despreocupado que ele sempre tinha.

- S/N, se eu quisesse te envergonhar, já teria feito isso há muito tempo.

- Você já faz isso só de existir, Pablo.

Ele fingiu um olhar ofendido.

- Vou lembrar disso quando eu estiver ganhando a Bola de Ouro e recusando de propósito um autógrafo para você.

Eu revirei os olhos, mas não pude evitar sorrir. Ele sabia exatamente como me tirar do sério e, ao mesmo tempo, me fazer gostar disso.

Quando chegamos ao restaurante, Gavi parecia mais animado do que o normal. Escolheu uma mesa ao fundo, longe de todo mundo, e fez questão de puxar a cadeira para mim, algo que ele nunca tinha feito antes.

- Olha só, que cavalheiro. - Eu zombei, enquanto me sentava.

- Hoje é um dia especial. - Ele respondeu, misterioso.

- Especial por quê?

- Você vai ver.

Eu arqueei a sobrancelha, desconfiada, mas deixei passar.

Depois que pedimos a comida, Gavi começou a falar sobre o jogo da semana passada, quando ele tinha dado uma assistência incrível.

- Não que eu queira me gabar, mas... aquilo foi genial. Você viu?

- Vi. E só vou admitir que foi bom porque estou de bom humor hoje.

- Sempre com essa dificuldade de elogiar, hein, S/N?

- E você sempre tão modesto.

Ele riu, e, por um momento, o olhar dele ficou mais sério.

- Sabe, é disso que eu gosto em você.

Eu franzi a testa, surpresa com a mudança de tom.

- Gosta do quê?

- De como você me provoca. De como não deixa eu me levar tão a sério.

Minha respiração ficou um pouco mais pesada, mas eu mantive o tom leve.

- Só estou cumprindo meu dever como sua amiga, Gavi.

Ele balançou a cabeça, um sorriso surgindo no canto dos lábios.

- Não é só amizade, S/N. Você sabe disso.

Meu coração deu um salto, mas eu fingi indiferença.

- Que dramático.

- Não estou sendo dramático. Estou sendo honesto.

Antes que eu pudesse responder, o garçom chegou com a comida, e o momento foi interrompido. Mas, enquanto comíamos, eu sentia o olhar de Gavi em mim. Era intenso, como se ele estivesse tentando ler meus pensamentos.

Depois que terminamos, ele se inclinou para frente, os cotovelos apoiados na mesa.

- S/N, você pode fazer piada o quanto quiser, mas eu estou falando sério.

- Sobre o quê? - perguntei, tentando parecer desinteressada.

- Sobre gostar de você. Sobre querer algo mais.

Minha boca abriu, mas nenhuma palavra saiu.

- Sei que sou irritante e falo demais às vezes... - ele continuou. - Mas quando estou com você, sinto que posso ser eu mesmo. E quero que você saiba que não preciso de mais ninguém.

Eu pisquei, tentando processar o que ele tinha acabado de dizer.

- Isso foi... direto. - Consegui responder, finalmente.

- Eu sou direto. Não gosto de enrolar.

Ele estava sério agora, o que era raro de se ver. Eu respirei fundo, sentindo o peso do momento.

- Pablo, você sabe que eu gosto de você também, certo?

- Então por que a cara de dúvida?

- Porque você me pegou de surpresa.

Ele sorriu, e era aquele sorriso confiante de sempre.

- Isso é bom. Gosto de te deixar sem palavras.

Eu revirei os olhos, mas, dessa vez, não consegui conter o sorriso.

- Você é insuportável, sabia?

- E você adora isso.

Eu ri, e ele estendeu a mão por cima da mesa.

- Vamos dar uma chance a isso?

Olhei para ele, para a sinceridade nos olhos dele, e percebi que, por mais que ele me tirasse do sério, não havia ninguém no mundo com quem eu preferisse estar.

- Tá bom, Gavi. Vamos tentar.

Ele sorriu como se tivesse acabado de marcar o gol da vitória, e eu soube que estava completamente ferrada - no melhor sentido possível.