𝟏𝟓. Pedro Guilherme | Flamengo

Sinopse: Onde Você e Pedro, lesionado, passam um tempo fofo juntos com as gêmeas

PEDRO GUILHERME POINT OF VIEW

Ficar fora da temporada por causa de uma lesão foi como perder um gol debaixo da trave: frustrante. Eu já estava acostumado a viver com a adrenalina de jogos, a pressão da torcida, e agora estava preso no sofá com a perna imobilizada, assistindo reprises na TV e sendo chamado de "craque do fraldário" pela S/N.

- Então, "craque", você vai trocar essa fralda ou vai ficar aí fazendo cosplay de estatística do banco de reservas? - S/N passou pela sala, carregando uma das gêmeas com uma expressão debochada no rosto.

- Ei, isso foi golpe baixo! - Protestei, mas com um sorriso. - Só não me mexo porque o médico mandou eu descansar.

Ela arqueou a sobrancelha, entregando a bebê nos meus braços com uma precisão cirúrgica.

- Descansar não inclui fugir das fraldas, Pedro. Vai lá, pai do ano.

Com a pequena no colo, fui até o trocador improvisado na sala. Era impossível não sorrir, mesmo com o cheiro... peculiar que vinha da fralda.

- Certo, minha campeã, vamos resolver isso. - Falei para ela, enquanto S/N se inclinava no sofá, segurando o riso.

- Boa sorte. A última vez que você tentou, quase colocou a fralda ao contrário.

- Foi estratégia de jogo, tá? Testando novos métodos. - Brinquei, enquanto trocava a fralda com precisão cirúrgica (ok, quase). Quando terminei, ergui a bebê como se fosse um troféu. - E está feito! Mais um desafio superado por Papai Pedro.

- Uau, impressionante. Quer que eu chame a torcida para aplaudir? - Ela revirou os olhos, mas dava para ver o sorriso disfarçado.

Depois que as duas estavam alimentadas e limpinhas, voltamos ao sofá. S/N trouxe uma bandeja com café e biscoitos para nós, enquanto eu segurava as meninas, uma em cada braço.

- Sabe o que é engraçado? - Comecei, olhando para as gêmeas.

- O fato de você estar com cara de quem perdeu a final do campeonato só porque não conseguiu fazer as duas dormirem ao mesmo tempo? - Ela respondeu, com aquele humor ácido de sempre.

- Não. O fato de que elas são tão pequenas e já mandam mais em mim do que o técnico.

- Isso é verdade. - Ela riu, se recostando no sofá. - Mas, sério, Pedro... Você é um pai incrível.

Sorri, mesmo sabendo que ela estava me elogiando para balancear as provocações.

- Obrigado. E você é a melhor mãe do mundo. Quero dizer, tirando o fato de que me chama de "craque do fraldário".

Ela gargalhou, e eu percebi que aquele som era melhor do que qualquer gol que já marquei.

Mais tarde, quando as meninas finalmente dormiram, ficamos no sofá, planejando o futuro.

- Já imaginou elas jogando futebol? - Perguntei.

- Claro. Mas eu tenho uma condição.

- Qual?

- Que elas sejam craques. Nada de jogador mediano, Pedro. Se é para jogar, tem que ser no nível Marta.

- Fechado. Mas vou treinar elas para serem atacantes, tá? Nada de zagueira. Quero ver gol.

- Então você cuida da técnica, e eu ensino como lidar com a imprensa. - Ela riu, me cutucando de leve.

- Fechado. Time completo.

Ficamos ali, sonhando alto e rindo das nossas próprias ideias absurdas, até que uma das gêmeas soltou um pequeno choro e S/N suspirou.

- Lá vamos nós de novo.

- Quer revezar? - Perguntei, já me levantando com cuidado.

- Não, dessa vez é minha vez. Mas só porque você trocou a fralda mais cedo sem fazer drama.

E assim seguimos, dividindo as tarefas, os sorrisos e as piadas ácidas. Porque, no final, mesmo fora de campo, a vida era uma partida que eu estava mais do que feliz em jogar com o melhor time do mundo.

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