𝟎𝟔. Matheus Donelli | Corinthians

Sinopse: Onde você e Matheus tem uma amizade colorida

Pedido de: maizinCorinthians. Dsclp por ter errado o nome do seu user! 😁😅

O som da chave girando na porta me tirou do transe enquanto olhava pela janela do apartamento dele. Era uma tarde qualquer, e eu já estava tão acostumada a estar aqui que nem me incomodava em aparecer sem avisar. Quando Matheus entrou, com o uniforme de treino e uma expressão de cansaço, eu apenas sorri de lado.

- Achei que você fosse demorar mais. - Falei casualmente, como se estar no sofá dele fosse a coisa mais natural do mundo.

Ele ergueu uma sobrancelha, jogando a mochila em um canto e tirando os tênis com uma lentidão quase provocativa.

- Você tá bem confortável, né? Nem avisou que vinha.

- Se eu avisasse, você teria trancado a porta.

Ele riu, balançando a cabeça enquanto pegava uma garrafa de água na cozinha. - E o que te trouxe aqui hoje? Além da minha companhia irresistível, claro.

- Estava entediada. Pensei que a gente podia fazer algo divertido.

- Tipo o quê?

Um sorriso se formou nos meus lábios, e ele logo estreitou os olhos. Sabia que eu estava tramando alguma coisa.

- Que tal um filme? - sugeri, tentando soar inocente.

- Hum... Não sei se tenho paciência hoje. - Ele se jogou no sofá ao meu lado, suspirando.

- Vamos assistir um de terror. Nada melhor que gritos e sustos pra te animar.

Ele revirou os olhos, mas não conseguiu esconder o sorriso. - Você só sugere isso porque sabe que eu detesto filme de terror.

- Exatamente. - Pisquei, vitoriosa.

Depois de alguma insistência, ele cedeu. Escolhemos um clássico - um daqueles que não envelhecem bem, mas ainda conseguem arrancar bons sustos. Eu estava mais interessada nas reações dele do que na trama em si. Matheus, apesar de todo o controle que mostrava no gol, era facilmente impressionável fora de campo.

- Isso não faz sentido! Por que ela tá subindo a escada? - ele reclamou, apontando para a tela.

- É um filme de terror. Eles nunca fazem sentido.

Quando uma cena especialmente tensa apareceu, ele deu um leve pulo no sofá, e eu não consegui segurar a risada.

- Tá rindo do quê? - Ele se virou para mim, fingindo estar ofendido.

- De você. O goleirão do Corinthians, assustado com um filme de terror?

Ele balançou a cabeça, mas havia diversão em seus olhos. - Você é insuportável às vezes, sabia?

- E mesmo assim, você gosta de mim.

As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. O silêncio que seguiu foi pesado, mas não desconfortável. Ele me olhou por alguns segundos, os olhos fixos nos meus, antes de dar um sorriso de lado.

- Talvez.

Desviei o olhar, rindo para disfarçar o nervosismo. Nossa amizade era complicada. Não havia rótulos, apenas momentos como este, carregados de algo mais que nunca chegava a ser dito em voz alta.

Quando o filme terminou, a noite já tinha caído, e a cidade brilhava lá fora. Matheus desligou a TV e se recostou no sofá, me observando.

- Tá pensativa demais. O que foi?

- Só tava lembrando como a gente chegou aqui. - Respondi, sem olhar diretamente para ele. - Você e eu. Isso tudo.

- Acha que foi sorte?

- Acho que foi confusão. - Ri, me virando para ele. - Mas eu não mudaria nada.

Ele sorriu, aquele sorriso tranquilo que sempre me desarmava. - Eu também não.

O silêncio se instalou novamente, mas dessa vez, foi confortável. Eu encostei a cabeça no ombro dele, sentindo o perfume leve misturado ao cheiro de treino.

- Acho que você gosta de complicação, Matheus. - Murmurei, fechando os olhos.

- E acho que você gosta de provocar.

- Talvez.

Ele não respondeu, apenas passou o braço por cima dos meus ombros, me puxando mais para perto. Talvez não precisássemos de rótulos. Talvez o que tínhamos fosse o suficiente - pelo menos por agora. E, sinceramente, eu estava bem com isso.

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