𝟎𝟑. Luis Araújo | Flamengo

Sinopse: Onde você e Luís passam um tempo fofo juntos.

Eu estava sentada na arquibancada, olhando o campo que já começava a esvaziar. A torcida rubro-negra ainda cantava com força, celebrando mais uma vitória do Flamengo. O time tinha jogado bem, mas os olhos de todo mundo - e especialmente os meus - estavam em Luís. Ele marcou o gol decisivo, e sua energia contagiante parecia iluminar o estádio inteiro.

Luís Araújo era meu ponto fraco. E era engraçado pensar que, entre toda aquela multidão apaixonada pelo Flamengo, eu era a única que ele procurava quando o jogo acabava. Eu ainda sentia o coração acelerar só de pensar nisso.

Quando ele finalmente apareceu no gramado, já com o uniforme trocado por uma camiseta preta e calça de moletom, sorriu assim que me viu. Meu estômago deu um salto. Ele correu até onde eu estava, e eu me levantei, segurando o corrimão para não tropeçar na minha própria pressa.

- Achei que você fosse me deixar esperando hoje - provoquei enquanto ele subia as escadas da arquibancada, as mãos nos bolsos e aquele sorriso de quem sabia que era impossível ficar brava com ele.

- Nunca faria isso com você, amor - ele respondeu, parando à minha frente. Luís era caloroso, mesmo quando estava exausto, e isso fazia com que eu me sentisse importante de uma forma que nenhuma palavra poderia explicar.

Ele se inclinou e me deu um beijo rápido, do tipo que parecia casual, mas tinha uma intensidade que me fazia derreter por dentro. O gosto de vitória ainda estava nele, e eu queria guardar aquilo para sempre.

- Você jogou demais hoje - comentei enquanto descíamos para o estacionamento. Luís tinha a mão firme na minha cintura, como se precisasse sentir que eu estava ali.

- Só fiz o que você me pediu antes do jogo. "Dá o seu melhor, mas lembra de ser humilde", não foi?

Eu ri. - E você conseguiu?

- Mais ou menos. Na hora do gol, confesso que dei uma pequena provocada na torcida do outro time.

Revirei os olhos, mas não pude evitar o riso. Luís sempre tinha essa mistura de confiança e irreverência que o tornava irresistível.

No carro, o caminho para casa foi tranquilo, marcado por uma conversa leve. Luís reclamava de como o gramado estava escorregadio e eu fingia me importar, mesmo achando que ele estava perfeito em campo.

Quando chegamos ao apartamento, ele foi direto para o chuveiro, e eu me sentei no sofá, mexendo no celular enquanto esperava. Não demorou muito até ele aparecer, com o cabelo ainda molhado e uma expressão relaxada. Ele usava um moletom cinza que eu amava, porque o deixava com um ar caseiro, vulnerável, só meu.

- Você trouxe pipoca? - ele perguntou, se jogando ao meu lado e puxando minhas pernas para o colo dele.

- Claro que não. Depois de comer tanto no estádio, duvido que precise de mais alguma coisa.

- Mas eu preciso. Tô faminto.

Antes que eu pudesse responder, ele se levantou e foi para a cozinha. Eu o observei enquanto ele vasculhava os armários, e um sorriso escapou sem que eu percebesse. Luís era essa mistura de intensidade e simplicidade, alguém que brilhava nos holofotes, mas que parecia mais feliz aqui, comigo, no silêncio da nossa rotina.

- Achei! - ele voltou com um pacote de pipoca e colocou no micro-ondas, fazendo uma dancinha enquanto esperava.

- Você é uma criança - brinquei, jogando uma almofada nele.

- E você adora isso - ele rebateu, piscando para mim.

Quando finalmente nos acomodamos no sofá, ele passou o braço ao meu redor, me puxando para mais perto. A pipoca ficou esquecida na mesinha de centro. A TV estava ligada, mas nenhum de nós realmente prestava atenção. Luís olhava para mim, e eu para ele, como se o resto do mundo tivesse desaparecido.

- Obrigado por estar lá hoje - ele murmurou, sua voz baixa, mas cheia de sinceridade.

- Sempre estarei, Luís.

Ele sorriu, e eu sabia que ele acreditava em mim. Assim como eu acreditava nele. No amor que crescia entre nós, no jeito como ele fazia tudo parecer mais simples e ao mesmo tempo mais grandioso.

Naquele momento, enquanto estávamos ali, apenas nós dois, percebi que a verdadeira vitória não era a do Flamengo naquela noite, mas a nossa. E isso era tudo o que eu precisava.

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