𝟎𝟏. Joaquín Piquerez | Palmeiras

Sinopse: Onde Joaquin pede você em namoro.

O Allianz Parque estava vazio. Era estranho ver o estádio assim, silencioso, sem as vozes ensurdecedoras da torcida ou o som da bola rolando. O jogo havia terminado há horas, uma vitória importante para o Palmeiras, mas minha mente não estava mais no futebol.


Eu estava nervoso. Isso não era comum para mim. Dentro de campo, tudo fazia sentido. Cada passe, cada movimento, tudo tinha uma lógica que eu compreendia. Mas agora, parado no gramado com as mãos no bolso, esperando por S/N, eu me sentia perdido.

Ela apareceu no túnel, e meu coração disparou. Era sempre assim quando ela estava por perto. S/N tinha esse jeito tranquilo, quase etéreo, que me deixava ao mesmo tempo em paz e fora de controle.

- O que estamos fazendo aqui, Joaquín? - ela perguntou, franzindo a testa de leve, mas com um sorriso curioso nos lábios.

- Esperei o estádio esvaziar porque queria um momento só nosso.

Ela se aproximou, olhando ao redor como se tentasse entender o que estava acontecendo. Eu respirava fundo, tentando encontrar as palavras certas. Para ser honesto, eu tinha ensaiado o que ia dizer, mas a presença dela sempre bagunçava meus planos.

- Lembra de quando nos conhecemos? - comecei, desviando o olhar por um segundo. - Eu estava tão focado em não errar um passe, - ...e, no intervalo, você apareceu com aquela calma de quem não tem pressa para nada. Você só queria uma foto para o seu irmão, e eu fiquei tão nervoso que quase derrubei a água que estava bebendo.

Ela riu, aquele riso doce que me fazia esquecer o mundo. - E você pediu desculpas umas dez vezes. Achei que fosse um pouco exagerado.

- Eu estava nervoso. - Sorri, passando a mão na nuca. - E talvez já soubesse que você era diferente.

Ela inclinou a cabeça, curiosa. - Por que estamos relembrando isso agora, Joaquín?

O nervosismo voltou, mas eu precisava continuar. Respirei fundo e tirei do bolso um pequeno anel de prata simples, algo que combinava com ela, que nunca gostou de extravagâncias.

- Porque você mudou minha vida, S/N. Desde aquele dia, eu soube que queria você por perto. A sua leveza equilibra toda a pressão que eu sinto dentro e fora de campo. Você é o motivo pelo qual os dias mais difíceis parecem suportáveis.

Ela ficou em silêncio, os olhos brilhando à luz das estrelas que começavam a surgir no céu.

- Joaquín...

- Deixa eu terminar - pedi, sorrindo nervoso. - Eu quero que você saiba que nada disso importa sem você. O futebol, as conquistas, o que eu sou... Tudo isso só tem sentido porque você está comigo.

Peguei sua mão, sentindo a pele macia e fria entre as minhas, e me ajoelhei no gramado onde vivi tantas emoções.

- S/N, você aceita ser minha namorada?

Ela piscou, surpresa, e depois riu, levando a mão à boca. Parecia em choque, mas aquele sorriso nunca desapareceu.

- Joaquín, você tá mesmo ajoelhado no meio do Allianz?

- E se for preciso, eu fico aqui até você responder.

Ela me puxou para cima, segurando meu rosto com as duas mãos. Seus olhos brilhavam ainda mais perto dos meus, e eu senti o coração acelerar quando ela respondeu:

- Claro que aceito.

O alívio e a felicidade vieram ao mesmo tempo, me fazendo rir enquanto a girava no ar. O mundo inteiro parecia desabar em uma celebração silenciosa naquele momento.

Eu a coloquei de volta no chão e deslizei o anel no dedo dela, que o observou com um sorriso emocionado.

- É perfeito - ela disse, tocando o anel com delicadeza.

- Não mais do que você.

Ela riu, me abraçando apertado. Ficamos assim por um tempo, o estádio vazio sendo nosso único testemunho.

Naquele momento, eu soube que não importava quantos títulos eu conquistasse ou quantos gols marcasse. Nada seria mais importante do que ter S/N ao meu lado, porque ela era meu maior troféu.

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