|| capítulo um
A DEPRESSÃO É UM CONJUNTO DE CONDIÇÕES associadas ao rebaixamento do humor, a perca de interesses em atividades. O sentimento de medo, culpa, desesperança, desamparo e vazio são constantes na vida com quem leva essa doença, mas o principal sentimento é a tristeza que parece ser eterna. Parece que nunca passará, não enquanto você continuar vivendo, você acaba pensando que o único jeito de acabar com aquele sofrimento, é morrendo.
Caroline foi diagnosticada com depressão aos dez anos de idade, quando tentou se matar pela primeira vez, tomando o desinfetante de seu banheiro. Ela tomava remédios para controlar aquele sentimento, juntamente com os do seu transtorno alimentar. A primeira hipótese de uma doença, era o transtorno bipolar, a doença que sua mãe tinha, e seria o pior pesadelo de Caroline ter herdado aquela doença, ela ficava desesperada só de pensar em ter o mesmo transtorno que sua mãe, e quando o psiquiatra confirmou para ela que ela não tinha, ela sentiu um alívio muito grande. Mas depois o psiquiatra disse que ela tinha depressão e ansiedade, mas que não prejudicaria sua vida.
Depois de dois anos, Caroline foi diagnosticada com bulimia, um tipo de transtorno alimentar. Primeiro você se sente completamente ansiosa, e acaba descontando na comida, se sente livre comendo aqueles alimentos, e as vezes são alimentos que você nem gosta normalmente, mas pela sensação de se sentir bem comendo, você não para, e quando para, você se sente culpada por ter comido tanto, e o medo de engordar ecoa em sua cabeça, e quando você vai ver, você está na frente de um vaso, forçando seu próprio vomito.
Caroline estava indo bem tão, estava feliz. Mas em menos de quatro meses, ela voltou ao estado que não desejava nem para seu pior inimigo. A crise depressiva.
No começo, Caroline só sentia vontade de ficar deitada, apenas de dormir, ela sentia aquela tristeza em seu peito, mas ainda sim fazia suas atividades normalmente. O começo de um episódio depressivo.
E de repente, a garota não tinha mais forças para se levantar da cama, ela passava dias dormindo. Tonya ia até seu quarto, tentar levantar a garota, mas nunca conseguia. Seus amigos iam até a porta de sua casa, mas sempre eram recebidos do mesmo jeito, Caroline deitava no escuro de seu quarto.
Quando Caroline tinha forças pra levantar de sua cama e se olhar um pouco no espelho, ela via seu corpo fino, com seus ossos aparecendo, enquanto via seus patins apodrecerem do outro lado do quarto.
Caroline sentia que só era digna do sentimento de tristeza, que aquilo era supostamente tudo que ela deveria sentir. Ela não era digna de felicidade, apenas do vazio, do escuro que seu quarto a proporcionava.
Caroline encarava seu reflexo, sentindo nojo do que via. Ela
colocou a mão em suas olheiras, vendo que estavam grandes, ocupando três dedos. Ela via seus cabelos caindo a cada passo que dava, enquanto suas pensas imploraram para voltar para sua cama.
Tonya sempre tentava conversar com Caroline, se sentando na beira de sua cama, vendo Caroline enrolada até a cabeça com seu cobertor. Ela nunca tinha uma resposta falada, mas o choro de Caroline era a mais clara resposta de algo.
No vazio da noite, a Casteli havia se perguntado, onde sua mente estava?
Seu olhar era vago, como se apenas seu corpo estivesse ali, sua alma não. Os olhos verdes de Caroline haviam se tornado um preto sombrio.
A garota viu todos os seus dias se misturando, criando um mesmo ciclo. Ela tentava se lembrar do que a fazia feliz antes do acidente, mas ela não conseguia se lembrar, era como se seu cérebro estivesse apagado tudo, e bom, ela não tinha muito o que fazer, a não ser chorar.
A pior parte da depressão, é você querer melhorar, querer voltar a ser como era, querer voltar a sorrir, mas não conseguir.
Ela não queria morrer, claro que não. Mas não queria continuar vivendo daquele jeito.
—— Você tem dormido, Caroline? —— O sétimo psicólogo que Tonya contratava estava parado na frente da garota, com um bloco de notas em suas mãos.
Caroline que antes olhava para o chão, com sua cabeça baixa, olhou para ele. Sua boca estava ressecava, enquanto seus olhos estavam fundos, e suas olheiras bem marcadas. Seu olhar era vago, ela encarava o homem em sua frente, mas parecia que não passava disso. Um par de olhos olhando para alguém, não uma pessoa olhando para alguém.
—— Sim. —— Ela o respondeu
—— Não parece que você tem dormido. —— O psicólogo não obteve uma resposta, o que o fez suspirar —— Você tem visto seus amigos?
Caroline segurou seu dedinho, o apertando. A memória de Samuel estava fresca em sua memória.
O garoto não havia cumprido sua promessa.
Caroline limpou a lágrima que escorreu em sua bochecha, respirando fundo ao olhar para o psicólogo.
Caroline nunca havia se sentindo tão sozinha. Ela sabia que tinha diversas pessoas ao seu redor, mas nunca havia se sentindo tão solitária.
—— Acho melhor acabar por hoje. —— Ela se levantou
—— Caroline. —— O psicólogo chamou —— Você sabe que não merece esse sofrimento, sabe?
A loira apenas concordou com sua cabeça, subindo para seu quarto novamente.
Ela se deitou em sua cama, olhando para o teto. Sempre que ela se deitava, se lembrava da conversa com Jonh B, dizendo que iria o visitar, e que Samuel voltaria para mais uma competição, o que nunca aconteceu.
Caroline pegou seu celular, abrindo no instagram de competições de patinação. Ela viu sua maior concorrente, Sofia, conseguir fazer um axel, viu o mundo se mover em sua volta, menos ela.
Havia dois meses que Caroline não colocava os pés no gelo, ela mal se lembrava do porquê patinava, e não via incentivo algum. Tonya tentava convencer a garota de patinar, fazer ela tentar voltar as suas atividades, ou pelo menos sair da cama, mas nunca tinha sucesso. Caroline havia se afundando, e seus patins continuavam parados.
Ela desceu um pouco mais, abrindo em um vídeo chamado "a dupla", onde ela e Samuel se apresentaram.
"Eles são uma dupla incrível. Vimos poucas duplas terem uma confiança tão grande uma na outra, o que é incrível." O narrador dizia, enquanto Caroline olhava fixamente para o vídeo
A loira jogou seu celular longe, começando a gritar desesperadamente. A garota se batia, enquanto o narrador ainda estava falando. Tonya subiu desesperadamente até o quarto da loira, vendo ela deitada na cama, chorando, completamente perdida.
Sua treinadora a abraçou, sentindo as lágrimas de Caroline tomarem conta de seu peito. A mulher passou a mão nos cabelos loiros de Caroline, segurando suas costas, as apertando com força.
—— Me desculpa... Eu queria fazer a coisa certa. —— Caroline repetia, enquanto as lágrimas tomavam conta de sua fala
—— Eu sei pequena. Eu sei. —— Tonya a segurou mais forte, a deitando em sua cama
Caroline se encolheu novamente em sua cama, se cobrindo com o cobertor.
Quando você se vê perdida, em um abismo, você não vê apenas você, você vê todos ao seu redor. Caroline não respondia nenhuma mensagens de seus amigos, ela havia se isolado do mundo.
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Tonya ajudou Caroline a se trocar para o velório da xerife, já que a garota não tinha nem forças para levantar de sua cama.
Teresa não iria para o velório, disse que nem conhecia a mulher, então não faria questão. Caroline também não a conhecia, mas presenciou sua morte.
A palidão no rosto de Caroline entregava que ela não dormia a dias. O círculo em seus olhos estavam ficando cada vez maiores, e a cada passo a garota ouvia o barulho do barco caindo na água, ouvia os policiais dizendo que não acharam os corpos. Ou ela dormia muito, ou ela não dormia. Parecia um ciclo. Pesadelos e flashbacks assombravam Caroline, e sempre que se lembrava, uma lágrima escorria de seus olhos
Ao caminho do carro, Caroline estava andando lentamente com seus braços cruzados, quando Tonya tocou em seu ombro, chamando sua atenção
—— Você tem que comer. —— Caroline observou Tonya falar, mas não prestou atenção. Era como se a boca de Tonya se mexesse, mas não saia nenhum som —— Você não come a três dias. —— A última frase de Tonta fez com que Caroline voltasse a escuta-lá —— Eu tive que obrigar você a comer da última vez.
—— Eu vou comer quando chegar. —— Caroline se virou, mas Tonya segurou seus ombros, mas Caroline se afastou rapidamente, descruzando seus braços, começando a gesticular com suas mãos —— Eu disse que vou comer quando chegar. —— Caroline disse rudemente, caminhando até o carro.
Tonya olhava para Caroline, mas ao mesmo tempo não olhava para a garota. Tonya não conseguia mais enxergar Caroline, apenas seu corpo. Era como se toda a essência da garota havia ido embora. Ela não a reconhecia mais, e nem Caroline conseguia olhar para seu reflexo, e se ver.
Ao chegar no velório, Caroline encarou a família Cameron, que parecia transparecer a tristeza. Ela mordeu seus lábios, sentindo uma faísca de raiva se acender em seu peito, mas logo voltou a sentir uma tristeza, quando olhou para a foto da xerife.
Caroline olhou para Rafe, que estava encarando a foto da xerife fixamente. A loira olhou para Tonya, e sem dar explicações, caminhou até Rafe
Ward observou a loira se aproximar, ela estava com seus braços, e ficou ao lado de Rafe, que a encarou de canto. Caroline olhou para frente, sem trocar uma palavra com o Cameron por um longo período.
—— Você sabe que é tudo sua culpa. —— A garota sussurrou, apenas para o loiro escutar. Ela não desviou seu olhar do caixão da xerife
—— Porque você não volta para o seu quarto? —— Rafe também não a olhava
Caroline sentiu raiva. O primeiro sentimento sem ser tristeza que tomava conta de seu coração todo santo dia.
—— Seu pai está te amando mais depois de você ter matado alguém? Ou ele ainda te olha com desdém? —— Caroline umedeceu seus lábios
—— E mesmo quando você está há um passo de morrer, a sua mãe não se importa com você. —— Rafe olhou para Caroline de canto, voltando a olhar para frente logo em seguida —— Engraçado, não?
Provavelmente Rafe sabia do momento que Caroline se encontrava, ela não era vista na rua, e ficava em seu quarto todo dia.
—— Eu não quero a atenção dela. Mas você... Precisou matar quatro pessoas, e uma delas foi sua irmã, só para ter a atenção dele. —— Caroline o olhou de canto, dando um sorriso sarcástico
—— Eu não tenho culpa se seus amigos quiseram ir para o mar. Eu não os obriguei.
Caroline engoliu seco, e ficou em silêncio. O delegado começou a dizer o quão a xerife era corajosa, fazendo uma homenagem para ela.
—— Eu espero que o próximo velório que eu vá, seja o seu. —— Caroline se virou para Rafe, trombando em seu peitoral antes de sair
Rafe voltou a olhar para frente, respirando fundo.
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Depois do velório, Caroline se deitou em sua cama, e nem viu o tempo passar. Quando acordou, já haviam se passado dois dias. Ela havia perdido seu primeiro dia de aula, mas ela nem se quer deu importância.
Antes que ela pudesse voltar a dormir, Kiara bateu na porta de seu quarto, com um sorriso grande em seu rosto. Caroline estava deitada, seu corpo todo estava coberto, menos sua cabeça.
—— Você perdeu o primeiro dia de aula. —— Kiara se sentou na beira da cama, fazendo Caroline se sentar também —— Como você está? Não respondeu minhas mensagens.
Caroline olhou para a janela, vendo o sol bater contra o seu rosto. Ela fechou seus olhos, desejando que Kiara fosse logo embora, assim ela poderia voltar a dormir
—— Eu sei que você não está no seu melhor momento...
—— Kiara eu 'tô com sono. —— Caroline olhou para ela —— O que foi?
Kiara abriu seu celular, mostrando uma foto de Jonh B e Sarah. Caroline soltou uma risada - sem humor ou felicidade - para a foto. Mas quando Kiara desceu um pouco a conversa, e Caroline conseguiu ler a mensagem de Jonh B, exatamente o que ele havia dito para Jj "deu um trato na minha prancha?" ela sorriu de canto
—— São eles? —— Caroline sorriu para o celular da garota —— Onde eles estão?
—— Em Bahamas. —— Kiara guardou seu celular, sorrindo ao ver que Caroline também sorriu —— Vem comigo, e a gente vai ver eles.
Caroline estava contente ao ver a foto dos dois, mas não estava feliz. Era como se seu cérebro não permitisse a garota sentir felicidade.
—— Cadê o Samuel? —— Caroline tentou se levantar, mas suas pernas ficaram bambas, e antes que a garota caísse no chão, Kiara a segurou —— Ele não apareceu na foto.
—— Ele deve estar com eles. —— Kiara segurou o cotovelo de Caroline —— Eles estão vivos, Carol.
Kiara ajudou a garota a se trocar, a levando até o local de encontro.
Jj olhou para Caroline, a garota precisava de ajuda para andar, já que suas penas não tinham forças o suficiente. Ele tentou esconder, mas o garoto não a reconhecia mais.
—— Então, vamos para Bahamas ou não? —— Jj se aproximou de Caroline, segurando suas mãos, dançando com ela até um banquinho, que Caroline se sentou, cansada.
—— O Jonh B vai ser preso, cedo ou tarde. A gente deveria ter limpado o nome dele ontem. —— Kiara sorriu
—— Vamos fazer o seguinte...
—— Então você já planejou tudo? —— Pope sorriu ao ver Jj se levantando, pronto para explicar um plano.
—— A gente sequestra o Rafe, põe uma arma na garganta dele, e ele vai ter que confessar.
Ninguém riu do plano de Jj, mas Caroline sabia exatamente quem teria rido, e ainda teria falado que Rafe tinha músculos grandes. Samuel.
Os pogues começaram a falar diversas coisas, mas a mente de Caroline se perdeu. Ela não estava pensando em nada, apenas encarava um lugar fixo
—— Vamos Caroline? —— Jj tocou em sua coxa, fazendo a garota voltar a prestar atenção.
Caroline balançou a cabeça, não sabendo o rumo que estava aceitando.
Quando todos estavam dentro do carro, eles explicaram que o piloto de Ward deveria ser muito discreto, e Jj pegou a arma, colocando mais bala
—— Jj guarda isso —— Caroline olhou para o loiro
—— As coisas tem que ser simples Caroline! Se não eu nunca vou livrar a cara do Jonh B! —— Jj olhou para ela, dando de ombros
—— E se você livrar a cara de Jonh com isso, a próxima cara que terá que ser lavada vai ser a sua! —— Caroline balançou a cabeça negativamente
Pope explicou o plano. Ele iria colocar uma escuta no carro dele, enquanto os pogues iriam escutar tudo de fone bluetooth.
Logo quando ele saiu, ele sorriu para Kiara, o que deixou um clima no ar
—— E na cama é meio esquisito? Porque é com o Pope? —— Caroline olhou para Jj, sentindo a vergonha de Kiara —— Eu só tô tentando puxar assunto.
—— Não precisa puxar assunto. Estava ótimo o silêncio. —— Kiara respondeu
—— Mas o Jonh B ele é melhor? Em uma escala ele... —— Jj gesticulou com suas mãos
—— Por favor Kiara conte sobre sua vida sexual para o Jj. —— Caroline encostou sua cabeça no banco, a tombando para o lado, olhando para Jj —— Ele quer muito saber.
—— Eu também quero saber da sua vida sexual... Você já transou com muitos Caroline? —— Jj virou seu corpo
—— Ai minha nossa. —— Caroline deu um sorriso de canto
Quando Pope entrou no carro, um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente.
—— O que foi gente?
—— Pope você transa com muitas pessoas? —— Caroline olhou para o garoto, que a encarou erguendo suas sobrancelhas
—— Oque?
Quando carro voltou a andar, Caroline voltou a olhar para a janela.
Jj olhava para ela, as vezes ele até pensava em fazer alguma piada, para ver se conseguia retirar uma risada de Caroline, mas sempre desistia.
Depois que Kiara ligou para o homem, dizendo que sabia o que havia acontecido, ele ligou desesperado para Ward, dizendo que queria mais. Mas quando Kiara teve que virar a rua, para não gerar suspeitas, um carro parou atrás deles, fazendo com que Pope começasse a correr desesperado.
Kiara correu desesperadamente atrás de Pope, mas Jj viu que Caroline mal conseguia sair do carro sozinha.
—— A gente fica aqui. Espera eles voltarem —— Jj sorriu para Caroline, que retribuiu o sorriso
Um silêncio ficou no carro, era como se ambos quisessem conversar, mas não tinham assuntos.
—— Ei. —— Jj a cutucou, fazendo Caroline o olhar —— Eu sei que você ficou afastada e... Está triste. Mas eu ainda estou aqui com você. —— Caroline olhou diretamente para os olhos azuis do garoto. Jj se arrepiou ao receber um olhar tão profundo de Caroline —— Pra tudo.
—— Obrigada Jj.
Caroline se esticou um pouco, fazendo um pequeno esforço para o abraçá-lo
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Depois de algum tempo, Kiara e Pope voltaram, dizendo que ambos iriam se encontrar ainda hoje. Caroline e Jj então foram para o local, se escondendo ao lado de Pope e Kiara.
Como estava chovendo, Jj retirou seu moletom, entregando para a loira, que colocou em seu corpo com um sorriso de canto.
—— Porque não grava com seu celular? —— Caroline perguntou, seu tom de voz ainda estava baixo, mas Pope conseguia ouvir
—— Isso é uma tela objetiva, posso filmar em longa distância. —— Pope explicou para Caroline —— Para provar, temos que usar uma boa lente.
—— Mas o celular tem uma boa câmera —— Jj deu de ombros
—— É como se fosse as lâminas para os patins. —— Caroline olhou para Jj —— Ou uma maconha boa para o cérebro.
—— Agora eu entendi. —— Jj fez um joinha com sua mão
Todos se abaixaram ao ver Ward correndo na chuva. Quando eles entraram na pequena casa, Jj correu até os fundos, mostrando que tinha um espaço para eles irem, ficando bem ao lado do local.
Pope começou a filmar. Ward parecia estar se descontrolando, enquanto o homem ao seu lado dizia diversas coisas. Caroline olhava para os dois, e seus olhos se arregalaram ao ver os dois começando a brigar.
—— Briga de velhote. —— Caroline sussurrou, fazendo Jj rir
Mas todas as bocas ficarem entre abertas quando o homem bateu a cabeça em uma mesa. Seu sangue começou a se misturar com as gotas de chuva, Ward o olhava assustado.
Os barulhos de tiro fizeram com que Caroline se lembrasse de Rafe assassinando a xerife.
Os pogues se abaixaram, completamente assustados. Caroline sentiu seu corpo todo começar a tremer, e ao olhar para suas mãos, ela viu as mesmas ensanguentadas. A loira respirou fundo, repetindo em sua mente que aquilo era apenas uma ilusão, mas sabia que sua mão sempre estaria ensanguentada pelo sangue da xerife.
—— Você vai pagar pelo que fez! Assassino! Você vai pagar por isso! —— Kiara gritou, fazendo Caroline voltar a realidade.
Ward começou a correr em direção aos adolescentes, fazendo todos se desesperarem.
Quando Kiara foi descer a escada, ela acabou pisando na mão de Caroline, que chutou o rosto de Jj que estava atrás dela, e Jj acabou derrubando Pope, juntamente com a gravação.
Jj puxou o Pope, que voltaram a correr. Caroline ficou com um pouco de dificuldade para pular o muro, Jj tentou a ajudar, mas isso só estava atrapalhando o grupo
—— Vão. —— Caroline mandou, mas quando Pope e Kiara foram, e Jj ficou ali, parado, ela respirou fundo —— Jj vai! Eu encontro vocês depois.
Jj balançou a cabeça, voltando a correr.
Quando Caroline ouviu os passos de Ward, ela se virou, vendo o rosto do Cameron.
—— Você. —— Ward jogou a bolsa no chão, respirando fundo
—— Tenho uma pergunta Ward. —— Caroline cruzou seus braços —— Como é ter o sangue de... —— Caroline contou nos dedos, mostrando seus cinco dedos para o homem —— Cinco pessoas na sua mão?
Ward se aproximou de Caroline, ele levantou um pouco sua camisa, mostrando a arma que estava em sua cintura. Caroline sentiu suas penas enfraquecerem, mas mesmo assim continuou de pé
—— Você não parece forte. —— Ward olhou para Caroline, vendo seus olhos fundos —— Porque não esquece o que viu na pista?
—— Porque você não se entrega? —— Caroline sussurrou —— E entrega o Rafe?
As mãos de Ward foram parar no pescoço de Caroline, que tentou ao máximo se debater. As mãos grandes de Ward, apertavam seu pescoço, fazendo a garota perder o ar. Caroline arregalou seus olhos, sentindo o ar faltar em seu nariz, a loira tentou esticar suas mãos até os olhos de Ward, mas cada vez seu corpo ficava mais fraco
Os olhos de Caroline estavam completamente arregalados, enquanto sua mão passava pelo rosto do mais velho.
Caroline sentiu sua visão embaçar, e o rosto do Cameron ficar cada vez mais distante.
Quando seus joelhos encontram o chão, Caroline colocou a mão em seu pescoço, respirando desesperadamente, sentindo todo o ar voltar para sua garganta.
Ao olhar para frente, ela viu Jj, prendendo o pescoço de Ward com uma corda. Ward começou a dar várias cotoveladas no loiro, enquanto ele gemia de dor
Caroline se arrastou um pouco no chão, pegando uma pedra que estava perto dela. Ela correu até ele, dando diversas pedradas no rosto de Ward. Ela só parou quando Jj segurou sua mão, a impedindo que continuasse.
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Rafe estava deitado em sua cama quando sentiu seu pai tocar em seu ombro. Ward estava dizendo que precisava de ajuda, e Rafe se levantou rapidamente.
Ao ver um corpo em seu carro, o garoto entrou em desespero, perguntando de quem era o corpo. Mas sua visão foi até o rosto de seu pai, que estava completamente machucado.
—— Quem fez isso? —— Rafe tocou no rosto de seu pai, fazendo o mais velho gemer de dor
—— A Caroline... É uma longa história. —— Ward deu um passo para frente, mas Rafe o puxou pela camisa. —— Ela me atacou Rafe. 'Tá legal?
—— Porque? —— Rafe olhou para os olhos de seu pai
—— Ela viu Rafe. Ela viu eu matando ele. —— Rafe cambaleou para trás —— Eu não entendo por qual motivo a gente tem que salvar a pele dessa menina. —— Ward olhou para seu filho, dando de ombros —— Eu tive muito trabalho para tirar as digitais dela do corpo da xerife. E ela está aí, nos ameaçando.
Rafe se aproximou de seu pai, ele começou a gesticular com suas mãos, as levantando enquanto fazia movimentos circulares.
—— Deixa ela fora disso. —— Rafe olhou para seu pai, balançando sua cabeça negativamente —— Ela não tem nada haver.
—— Rafe, a garota sempre ameaça a gente. Ela vai nos entregar em algum momento e... —— Ward não conseguiu terminar sua frase, já que foi cortado por Rafe
—— Deixa ela fora disso. —— Reforçou o garoto —— Eu pego a cabeça —— Rafe se referiu ao cadáver que estava em seu carro
o primeiro capítulo da 2 temporada está entre nós!!
confesso que eu não gostei desse capítulo, mas é a vida
a caroline ia dar um pau no rafe se não tivesse fraca
até o próximo capítulo!!
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