|| capítulo dois

POR MUITO CAROLINE NÃO conseguia dormir tão bem quanto aquela noite. Por três meses na ilha, ela mal fechava seus olhos, ela tinha medo de dormir, e acabar sonhando com Samuel, ou com Jason, o homem que havia matado. Ela não se arrependeu de ter o matado, e nem seu irmão, mas se arrependia amargamente de ter deixado Samuel subir naquela lancha.

Nessa noite, Caroline havia dormido como um bebê. Rafe só conseguiu realmente dormir quando viu que a Casteli já estava dormindo. Ele se deitou ao lado da loira, sorrindo para ela, observando a baba escorrer de sua boca, enquanto ela roncava.

Caroline acordou primeiro que Rafe, conseguindo ter a visão dele dormindo. As mãos de Rafe agarram a cintura de Caroline, de um modo que ela não conseguia se mexer, não sem o acordar. Era como se ele estivesse a prendendo, e a qualquer passo que ela daria, ele iria sentir, e iria acordar.

Caroline se levantou, Rafe acordou no susto, arregalando seus olhos e olhando para Caroline. Caroline o encarou, deixando o contato visual durar por alguns segundos, Rafe desviou seu olhar, ficando em pé na frente da garota

—— Você dormiu? —— Rafe colocou suas mãos para frente, Caroline concordou com sua cabeça, vendo Rafe dar de ombros —— Então porque você acordou? —— Uma risada fraca saiu dos lábios de Caroline, pensando que o garoto estava brincando, mas ao ver a expressão séria de Rafe, ela ergueu suas sobrancelhas, segurando a risada

—— Eu acho que é porque eu 'tô viva —— Seu tom foi sarcástico, Rafe tombou sua cabeça para o lado, observando a garota falar —— Quer dizer, uma hora eu tenho que acordar, né?

—— É... É óbvio. —— Rafe gaguejou, coçando sua nuca —— Mas você dormiu bem?

—— Dormi sim —— Caroline fez um joinha com sua mão, sorrindo para o garoto, que retribuiu o joinha

Caroline andou até a porta, batendo diversas vezes. Rafe encarou a garota confuso, enquanto via Caroline gritar o nome de Carlos Singh.

—— Caroline que porra você está fazendo? —— Rafe aumentou seu tom de voz, andando rapidamente até a loira

—— Não grita comigo! —— Caroline se virou para ele, franzindo sua testa. Ela se virou de novo, voltando a bater na porta —— Eu estou tentando chamar ele, ou você ainda não percebeu?

Rafe se encostou na parede ao lado de Caroline, a garota o olhou de canto enquanto batia na porta, vendo Rafe a encarar. O garoto cruzou seus braços, esperando a garota parar de bater na porta

—— Você está mentindo sobre esse negócio do diário —— Caroline foi diminuindo a intensidade das batidas na porta, até parar. —— Não está?

—— Não estou não —— Caroline deu de ombros, caminhando até a janela

—— Não? Então tá —— Rafe deu de ombros, andando atrás da garota. Caroline se virou rapidamente, observando o garoto caminhar até ela. Rafe parou de andar, fingindo que não estava indo até ela —— Caroline... Eu não vou te julgar, 'tá bem? Nem nada. Eu só quero saber onde está esse diário, para talvez não morrer

—— Rafe eu acho que nem você contaria para si mesmo se soubesse onde está o diário —— Caroline abriu um pouco a cortina, observando os homens ainda ali parados

—— Você tem razão, eu não contaria —— Rafe a respondeu. Caroline começou a bater no vidro, Rafe correu até ela, segurando as mãos da garota e tirando de perto da janela —— Ele não vai acreditar se não soubemos de nada!

—— Cala a boca! Eu não consigo pensar! —— A Casteli não disse aquilo em um tom rude, mas estava cansada de escutar a voz de Rafe falando sobre o diário. Ela não conseguia pensar com o garoto falando em sua orelha, e não conseguir pensar, a irritava.

Na verdade tudo irritava ela. Só não irritava o suficiente.

—— Desculpa —— Rafe se afastou da garota, ouvindo a garota respirar fundo

Caroline se sentou na cama, se sentando em perninha de índio, ela colocou uma toalha no meio das pernas, para impedir que Rafe visse "demais", mas se bem que ele já tinha visto aquilo tudo. A loira apoiou seus cotovelos em suas coxas, passando a mão em seus fios loiros.

A loira tentou organizar seus pensamentos. Ela poderia dizer que estava com a cópia do diário, prometendo que entregaria em suas mãos, mas no fim fugiria com Rafe.

—— Você não precisa falar comigo, e você também não quer, eu suponho... —— A fala de Rafe foi interrompida por Caroline, que se virou, encarando o Cameron

—— Eu tenho um plano —— Ela sorriu, se levando da cama. Rafe sorriu para a garota, e seus olhos a seguiam, não desviando o olhar em nenhum momento

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Carlos encarava os dois adolescentes em sua frente. Caroline encarava Singh, apertando a palma de sua mão

—— Eu menti. Sei sobre o diário —— Carlos respirou fundo, encarando a loira em sua frente —— Eu não tenho o original, é claro, mas eu consigo a cópia.

—— É um alívio ouvir isso —— Carlos sorriu para a Casteli, se esticando e pegando uma uva verde —— Quer algo para comer? —— Caroline balançou sua cabeça negativamente —— Não quero que vocês fiquem desconfortáveis. Estão cooperando. Sabia que pegar a antiga paixão seria uma ótima ideia.

—— Você não quer o diário? Conseguimos ele. Só liberta a gente —— Rafe ergueu suas sobrancelhas, gesticulando com suas mãos

—— Eu e o Rafe escondemos ele. Precisamos ir lá —— Caroline arrumou sua postura, vendo Carlos se levantar da mesa

—— Como eu sei que vão voltar? —— Carlos soltou uma risada áspera, começando a andar em volta dos dois —— Preciso de uma garantia

—— Eu. —— Rafe disse em excitar. Caroline olhou para o Cameron, ele estava decidido a ficar ali, se aquilo fosse libertar Caroline —— Eu fico.

—— A gente tem que ir junto, eu... —— Singh colocou a mão para frente, impedindo que a garota terminasse de falar

Por alguns segundos, o local ficou em silêncio. Caroline olhou para Rafe, que mantinha seu olhar fixo em Carlos, esperando por alguma resposta

—— Eu prometo que se a gente for juntos, eu trago o diário. —— Caroline deu um passo a frente, olhando fixamente para Carlos —— Sem ele, eu não vou, e você não vai ter o diário. —— Ela disse firmemente, e Carlos conseguiu sentir que se ela e Rafe não fossem juntos, ela não iria, mesmo se isso a custasse sua vida.

Carlos colocou suas mãos para trás, respirando fundo. Ele deu alguns passos, até invadir o espaço pessoal de Caroline. Ambos se encararam, suas expressões estavam sérias, e Carlos não sabia exatamente o que dizer. O olhar afiado de Caroline dava arrepios em qualquer pessoa, era como se seus olhos fossem rasgar sua pele, o deixando sem palavras.

—— Pensei que estava farda de promessas que não podem ser cumpridas —— Carlos se afastou de Caroline. A loira engoliu seco, confusa com a frase de Carlos —— Sobre Samuel. Ele não jurou voltar?

—— Cala a boca —— Rafe interrompeu Carlos, que o encarou. O Cameron deu um passo a sua frente, virando seu rosto e olhando para Caroline. Parecia que a garota havia parado no tempo.

Caroline permanecia em um imenso e profundo silêncio, como se suas palavras fossem pesadas demais para serem ditas. Rafe conseguia ver que Caroline - mesmo que estivesse com seus olhos para frente - não estava olhando nada, seu olhar era vago, enquanto Rafe conseguia observar uma lágrima escorrer pela sua bochecha

—— Acho que atingi o ponto, não? —— Carlos deu um sorriso, encarando a afeição de Caroline

—— Eu mandei você calar a boca —— Rafe invadiu o espaço pessoal de Carlos, ficando extremamente perto do homem.

Carlos encarou o garoto, um pouco surpreso com tal atitude. Rafe havia visto ele matando outra pessoa, e mesmo assim estava o desafiando

—— Se você me ajudar, Caroline, eu posso procurar o corpo dele. Pelo que eu soube, nunca foi achado —— Carlos empurrou levemente Rafe para o lado, conseguindo ver o olhar de Caroline desviar para ele. Seus olhos se arregalaram com a revelação do homem, que deu um sorriso satisfeito —— Eu procuro. Eu te prometo.

Caroline deu um passo para frente, mas que foi interrompido por Rafe. O garoto colocou sua mão na barriga da garota, a empurrando um pouco para trás.

Rafe se aproximou da garota, colando seus corpos. Ele abaixou um pouco sua cabeça, deixando sua boca ao lado de seu ouvido

—— Não tem corpo, Caroline. —— O Cameron sussurrou aquelas palavras no ouvido dela. Caroline levantou seu olhar, encarando o perfil de Rafe —— Vai fazer dois anos. —— Rafe encostou sua testa na da garota, segurando a mão direita dela —— Não deixa ele usar seu amor contra você.

—— Caroline, eu sei que você mais que qualquer pessoa deseja encontrar o corpo do Samuel. Eu sei que eu consigo o encontrar. Eu...

Carlos não conseguiu terminar sua fala. Rafe se virou brutalmente, e em um ato rápido, seu punho acertou o rosto de Carlos, que cambaleou para trás, tonto com a intensidade do soco. Caroline abriu sua boca, arfando de surpresa. Rafe não deu tempo para Carlos se levantar, ele correu até Carlos, o empurrando contra o chão, subindo em cima dele, começando a dar uma sequência de socos no rosto de Singh, que depois do terceiro golpe, já estava desacordado.

Vários guardas entraram no cômodo, retirando Rafe de cima de Carlos, que parecia relutar para sair de cima do homem. Caroline correu até Rafe, mas foi acertada por uma cotovelada de um dos guardas. Ao ver aquela cena, Rafe colocou suas mãos no pescoço do guarda, pronto para o enforca-lo, mas outros guardas começaram a pular o garoto. Caroline foi puxada para se afastar de Rafe, enquanto ela estava sendo puxava contra sua vontade até a escada, ela gritava o nome de Rafe, se debatendo para ir até o garoto.

Um dos guardas socou o rosto de Rafe, quando o garoto foi levantar seu rosto, outro guarda o socou. Caroline gritou em desespero ao ver os guardas socando Rafe, o homem que segurava Caroline, colocou as mãos em volta de sua cintura, a impedindo que corresse até o garoto.

—— Não machuca ele! —— Caroline gritou em um completo desespero e angústia. Ela observava os guardas baterem em Rafe, e quando garoto se ajoelhou, ela conseguiu ver o rosto dele. O rosto dele estava ensanguentado, seus olhos estavam roxos, sua boca cortada, enquanto ele tentava encontrar forças para deixar seus olhos abertos —— Para! Eu imploro! Não machuca ele! —— Caroline tentou correr até o Cameron, mas ela foi puxada pelo guarda, que a segurou mais firme —— Não machuca ele! Por favor! —— Caroline começou a ser puxada até a escada. Ela tentou segurar no corrimão, mas o guarda a puxava, tão forte que ela mal conseguia pisar no chão —— Por favor!

Quando ela foi jogada novamente no quarto, ela caiu de joelhos no chão. Caroline olhou para o chão, se levantando rapidamente, encarando o guarda em sua frente. Ela correu até a porta, mas ela não chegou a tempo. O guarda fechou a porta, a trancando dentro do quarto novamente

—— Não, não, não, não... —— Caroline começou a mexer na maçaneta da porta, tentando a abrir, quando não obteve sucesso, ela encarou em volta, tentando procurar algo que conseguisse usar —— Por favor! Não machuca ele! Por favor! —— Ela bateu algumas vezes na porta, gritando o nome de Rafe, que nunca a respondia.

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A garota estava ajoelhada na cama, ela apoiava seus cotovelos em seus joelhos, colocando uma mão em sua boca, roendo suas unhas. Havia algum tempo que Caroline não tinha notícias de Rafe, e isso a deixava mais ansiosa ainda.

Quando a porta se abriu, Caroline se levantou rapidamente, observando o mesmo homem que havia a levado a força até o quarto há horas atrás. A loira passou a mão em seu corpo, vendo o homem tombar sua cabeça para o lado. Ele levava uma arma consigo, ele a segurava em frente ao seu corpo

—— O senhor Cameron está indisposto a voltar no momento. Talvez ele não volte mais. —— O homem se virou de costas para Caroline, que correu até ficar em sua frente

—— Vocês machucaram ele? O que aconteceu? —— Caroline encarou o homem em sua frente, que suspirou ao escutar as perguntas da loira —— O que aconteceu? Me fala! Ele está bem?

—— Eu não estou autorizado a falar com você. —— O homem deu um passo para frente, Caroline o empurrou para trás, e em um ato rápido, ele apontou a arma para a loira —— Você não quer ter o mesmo destino que ele.

—— Por favor, só me responde se ele está bem —— Caroline esticou suas mãos para cima —— Eu só quero saber isso.

O homem andou até Caroline, segurando a garota pelo braço e a colocando atrás da porta. Quando ele a abriu, Caroline segurou a porta com força, batendo com força no homem. Ela segurou o uniforme dele, dando um soco no em seu rosto. Quando o homem caiu no chão, ela segurou um vaso, jogando nas costas dele. Caroline se abaixou, pegando sua arma

—— Cala a boca —— Caroline se levantou, apontando a arma para o homem —— Fica bem quietinho, entendeu?

Ela não sabia por onde ir, então desceu as escadas correndo. A garota segurava a arma em suas mãos com firmeza, olhando em volta, tentando encontrar Rafe, mas que parecia ter sumido.

Caroline andou lentamente até uma pequena porta, ao se aproximar e colocar seu olho perto da pequena entrada que tinha, ela viu que era uma cozinha. Havia vários homens ali, rindo e conversando. Caroline chutou a porta, e com a arma em suas mãos, ela apontou para todos ali, que se levantaram da mesa ao ver a loira entrando agressivamente dentro do local

—— Cadê ele? Cadê o Rafe? —— Caroline apontou a arma para um homem ali, que se levantou da cadeira rapidamente. —— Eu perguntei onde está a porra do Rafe! —— A garota gritou, balançando a arma em suas mãos.

Ao apontar a direção para um dos homens ali, o homem no qual agrediu Rafe, seu sangue correu mais rápido pelas suas veias, ela se segurou para não atirar no homem, mas isso não a impediu de caminhar agressivamente até ele, apontando a arma diante de seu peito. Ela o encarou intensamente, se lembrando dos socos que o homem dava em Rafe.

—— Cadê ele? —— Caroline perguntou com sua voz rígida, vendo o homem tremer em sua frente. Ela se virou para trás, ela viu que um dos guardas estava tentando pegar uma arma silenciosamente. Caroline apontou a arma para ele, travando sua mandíbula —— Se você encostar nessa arma, você morre. —— Ao ver que o homem havia voltado a sua posição, Caroline se virou novamente, mantendo seu olhar fixo no guarda em sua frente —— Eu perguntei onde ele está.

—— No hablo su idioma! —— "Não falo o sua língua" o homem havia respondido para Caroline em espanhol.

—— Por suerte para tí, hablo español con fluidez. —— "Por sua sorte, eu falo espanhol perfeitamente" a loira respondeu, se lembrando das aulas que fez para uma competição —— Pregunté... Dónde está el ninõ? —— "Eu perguntei, onde o garoto está" Caroline afundou a arma no peito do homem, esperando uma resposta. O homem a encarou, seus olhos estavam arregalados, e o seu corpo tremia tanto, que a arma também tremia —— No vas a hablar? Está bien. —— "Não vai falar? Está bem"

Caroline trocou a direção da arma, encarando o lugar, seu olhar se desviou até o fogão, vendo seu reflexo pelo forno, conseguindo ver que o botijão de gás estava a alguns metros dela. Ela se virou agressivamente, atirando em direção ao botijão de gás. Todos começaram a gritar no cômodo, gritando que a mansão iria explodir, mas não iria. Caroline sabia que apenas o gás iria sair do botijão, claro, se ninguém acendesse um isqueiro ali.

Enquanto os homens gritavam, pedindo para ligarem para o corpo de bombeiros, Caroline empurrou o homem que havia batido em Rafe contra a parede, colocando seu braço  direito na frente de seu pescoço, impedindo que o homem corresse.

—— Ele está na casa de trás! —— O homem disse completamente desesperado, tentando se soltar dos braços de Caroline —— Por favor me deixa ir! Eu não quero explodir!

—— Pensei que você não falasse meu idioma —— Um sorriso maldoso escapou dos lábios de Caroline

A garota o soltou, correndo até a casa que ele havia dito. Ao chegar, viu que era como se fosse uma cabana, extremamente pequena, parecendo mais um cativeiro. Caroline se aproximou, encostando seus ouvidos na porta. Ela conseguia escutar alguns barulhos de socos, com gemidos de dor. Aquilo a irritou mais ainda.

Ela fechou seus punhos, dando um soco na porta. Ela se escondeu atrás da parede, e quando um dos homens foi abrir a porta, ele olhou para os lados, não vendo ninguém, mas foi surpreendido por Caroline, que acertou um golpe no rosto dele com o corpo de sua arma. O homem cambaleou para trás, Caroline entrou na pequena casa, vendo Rafe sentado em sua cadeira no centro, enquanto Carlos estava em sua frente. Os punhos de Carlos estavam cheios de sangue, e a boca de Rafe sangrava, cortada pelos socos que o homem dava.

Caroline apontou a arma para Carlos, que deu um passo para trás

—— Bater em um homem sozinho, não parece digno de fortuna alguma, senhor Singh. —— Caroline apontou a arma para Carlos, que soltou uma risada, dando um passo para trás, se afastando de Caroline

Caroline olhou para Rafe, seus olhos estavam fixos nos machucados do Cameron. Ela se sentiu aliviada pelo garoto estar vivo, mas seu peito se apertou só de ver o garoto machucado em sua frente.

Rafe fez um esforço para olhar para trás quando reconheceu a voz da Casteli, e ao se virar, viu que a garota estava com uma arma em suas mãos, apontando para Carlos. Ele não se conteve e deixou um sorriso apaixonado sair de seus lábios. Ela era louca, e era dele.

—— Abaixa isso —— Carlos colocou suas mãos para frente, pedindo para que ela se acalmasse —— Caroline, abaixa isso.

—— Ou você solta o Rafe, ou você morre. —— A Casteli deu de ombros, desviando seu olhar para Rafe. O garoto estava completamente machucado, mas ainda sim a olhava

—— Você não é uma assassina, Caroline. —— Carlos disse convencido, mas ao mesmo tempo sabia que Caroline era capaz de muitas coisas.

A garota se aproximou de Carlos, apontando a arma embaixo de seu queixo. Caroline o encarou, suas íris estavam escuras, mostrando a fúria que estava sentindo naquele momento

—— Eu estourei um botijão de gás, provavelmente nessa altura o gás já deve estar completamente espalhado na sua linda mansão. Se eu atirar em direção a mansão, mesmo que eu erre, irá explodir tudo. —— Um sorriso maldoso escapou dos lábios dela, desviando seu olhar para a janela, observando os homens saírem da casa desesperados —— Um fósforo, e toda a sua riqueza explode.

Carlos encarou o lado de fora, vendo todos saírem desesperados. O homem a empurrou, Caroline deu um passo para trás, e Carlos chamou um dos homens que estavam ali, estralando seus dedos

—— Você vai se arrepender por isso, Casteli —— O Singh disse antes de sair, deixando os dois sozinhos.

Caroline se ajoelhou na frente de Rafe, deixando a arma ao seu lado. A Casteli segurou o pescoço de Rafe, virando seu rosto para ela. Rafe olhou para os olhos de Caroline, e mesmo que estivesse extremamente machucado, eles ainda brilhavam. Caroline sorriu para Rafe, ele tentou sorrir para ela também, mas sentiu seus lábios arderem por conta do corte. Caroline se levantou, colocando os braços de Rafe em volta de seu pescoço, o ajudando, mas Rafe caia, não conseguindo manter suas pernas esticadas por muito tempo

—— Rafe por favor —— Caroline sussurrou. Rafe caiu de joelhos no chão, soltando um gemido de dor. Caroline se ajoelhou na frente dele, segurando o rosto do garoto de novo —— Rafe eu estou aqui, 'tá bem? —— Caroline escutou a voz de Carlos, ele gritava para os homens irem até a casa onde Rafe estava, e punir os dois. —— Rafe eu preciso que você se levante, por favor.

Rafe concordou com sua cabeça, fazendo um grande esforço para se levantar. Caroline o ajudou a se levantar. Ela andava rápido, forçando Rafe a andar na sua velocidade. Caroline olhou para trás, vendo todos os homens irem procurando por eles na casa, e quando um dos homens apontou para a garota, gritando que ela estava fugindo, ela segurou Rafe mais firmemente, correndo até uma caminhonete.

Caroline subiu em cima da caminhonete, ajudando Rafe logo em seguida. Quando ela deu partida, Rafe se encostou no carro, não segurando a risada. Caroline encarou o garoto confusa, enquanto ele gargalhava ao seu lado

—— Eu sempre soube que você era louca, mas não tanto —— Rafe olhou para a garota, colocando uma mão em sua boca, sentindo o gosto de sangue —— Sempre gostei de você.

—— Obrigada?... Eu acho —— Caroline olhou para Rafe, soltando uma risada nasal em seguida. Rafe não desviou seu olhar dela, e riu depois que escutou sua risada. Os dois começaram a rir sem parar, como se alguém tivesse contado uma grande piada

————————— ⛸️ —————————

Ao chegar até a costa, Rafe levou Caroline até um pequeno barco. O Cameron subiu com dificuldade em cima dele, tirando as costas que os prendiam. Caroline subiu até o leme, dando um sorriso ao tocar no objeto.

—— Ou, toma cuidado —— Rafe subiu as escadas, olhando para o perfil de Caroline —— Ele tem piloto automático, não precisamos dirigir...

—— Eu dirijo —— Caroline virou seu rosto. Seu rosto com o de Rafe estavam a centímetros de distância, e ela deu um sorriso largo, mostrando seus dentes para o garoto, vendo que o garoto também sorriu logo em seguida —— Eu consigo. Só você me ensinar

—— Você não sabe nem o que é direita ou esquerda —— Rafe olhou para as mãos de Caroline, apoiadas no leme do barco. Ele levou uma de suas mãos até seus dedos —— Iriamos morrer aqui dentro

Caroline desmanchou seu sorriso, se lembrando que Samuel havia morrido dentro de uma lancha. A garota olhou para frente, afastando suas mãos de Rafe, que manteve seu olhar fixo na garota, vendo ela se afastar do leme. A garota andou um pouco para frente, ficando na ponta do barco, observando a água que ia sempre no sentido oposto.

—— E se você dirigir, quem iria cuidar dos meus machucados? —— Rafe se aproximou por trás da garota, segurando uma das mãos de Caroline. A loira se virou para ele, ficando em sua frente, Rafe colocou uma mecha de seus cabelos loiros atrás de sua orelha, dando um sorriso para a garota —— Você colocou medo em todo mundo, pra não cuidar de mim? Isso eu não aceito. —— Caroline abaixou sua cabeça, rindo da piada de Rafe. O garoto sorriu ao escutar a risada de Caroline, a encarando com brilho em seu olhar. Quando a loira levantou sua cabeça novamente, seus olhares se encontraram, ficando por alguns segundos em silêncio, apenas sentindo a conexão vinda de uma troca de olhares

—— Aqui tem algum quarto? —— Caroline tombou sua cabeça para o lado, não desviando seu olhar do de Rafe, que sorriu ao ouvir a confirmação da garota

Rafe ligou o piloto automático do barco, segurando a mão de Caroline, a levando até o andar de baixo. Caroline abriu um sorriso ao ver que era como se fosse uma casa ali, com alguns quartos e uma cozinha.

—— Caramba Rafe! Isso aqui é... Incrível.

A Casteli começou a andar por toda a pequena sala, passando a mão em tudo. Ela conseguiu observar um pequeno brinquedo de um carrinho. Era o carro de um filme da Disney, chamado Relâmpago McQueen. Ela começou a correr com o carrinho na bancada da sala. Quando ela tocou na parte de trás, ela levou um pequeno susto - no qual fez ela dar um pequeno pulinho para trás - vendo que o carrinho falava "Eu sou o Relâmpago McQueen"

—— Caroline, você me escutou? —— Rafe chamou a atenção dela. Ela se virou rapidamente, guardando o carrinho de volta.

—— Claro que escutei. —— Mentira. Ela nem escutou o que ele dizia. - ela nem sabia que ele estava falando - —— Mentira não escutei não.

—— Está doendo. —— O Cameron apontou para o rosto

Caroline se virou, vendo Rafe se sentado no sofá. Caroline deu um sorriso para o garoto, andando até a pequena cozinha, ela se abaixou, pegando um kit médico. Ao se aproximar de Rafe, ela se sentou ao seu lado, dando um sorriso de canto para o garoto

Suas mãos tocaram a bochecha do Cameron, que gemeu de dor ao sentir o toque. Caroline afastou sua mão de seu rosto, mas Rafe segurou sua mão, impedindo que a garota se afastasse. A Casteli sorriu, massageando a bochecha do loiro

Caroline colocou um pouco de álcool em um pequeno pano, passando no rosto de Rafe, que soltava alguns gemidos baixos de dor. O Cameron a encarava, não tirando seus olhos das íris verdes de Caroline.

—— Eu senti muito a sua falta. —— Rafe sussurrou, seu olhar se encontrou com o de Caroline, que sorriu ao ouvir o garoto dando ênfase em "muito" —— Eu... Eu me arrependo, de ter mentindo para você, sobre a cruz. —— Caroline prestou atenção em cada frase de Rafe, sentindo o brilho tomar conta deles —— Eu faria diferente.

A garota colocou um curativo no canto da boca de Rafe.

—— Obrigada por ter... Me defendido hoje. —— Caroline sorriu para ele, começando a andar pela pequena lancha.

—— Obrigada por ter me defendido —— Ele soltou uma risada baixa, olhando para a loira em sua frente —— Acho que devo mil agradecimentos.

—— Não deve mais do que você pode me dar, senhor Cameron —— Caroline se virou, dando um sorriso que mostrava seus dentes

Depois de algum tempo, Caroline encontrou um baralho. Ela correu até Rafe, mostrando as cartas em suas mãos.

—— Uma partida, o que acha? —— Caroline ergueu suas sobrancelhas, Rafe deu de ombros, sorrindo para a garota —— Se prepara para perder!

ai que top esse capítulo!
a caroline metendo medo em tudo,
só pra defender o rafe!
eu amoooo esses dois!!!

espero que tenham gostado do capítulo
mores!!

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