|| capítulo dez : part 2
CAROLINE ANDOU SEM uma direção. Não tinha para onde ir, e nem conhecia Marrocos, então andou – talvez até em círculos – ela estava encolhida, segurando seus próprios braços pelo frio. Seus olhos estavam vermelhos, e a ardência em sua bochecha não havia parado em nenhum momento.
Rafe havia mentido. Ele poderia ter dito a ela desde o momento que descobriu, poderia ter evitado que sua mãe tivesse ido embora, ou que Jj estivesse sendo acusado de assassinato. Ele poderia ter evitado muita coisa, mas não evitou. Rafe escolheu não contar, escolheu deixar ela descobrir sozinha, e a pedir em casamento, e não contaria a verdade. Talvez, ele tenha pedido em casamento por se sentir culpado por não ter contado, e queria fazer algo para se redimir consigo mesmo.
Os olhos de Caroline se arregalaram, assim que sentiu uma mão afundar em sua boca. Por alguns segundos, ela se permitiu se relaxar no braço do estranho. Não lutaria, não faria nada. Se uma facada a acertasse ali, também não seria o fim do mundo.
––– Caroline, sou eu. ––– A Casteli se virou para o Maybank, vendo o garoto sorrir para ela. Logo em seguida, viu os pogues em cima de uma caminhonete, e Sarah a chamou com os dedos, dizendo para subir lá ––– O que foi? Realmente achou que iríamos abandonar você?
Caroline sorriu para ele, e subiu em cima da caminhonete. Os pogues explicaram para onde estavam indo, uma grande pedra que tinha no topo, Jonh B apontou para lá, eles conseguiam ver de primeira, mas Caroline teve que apertar seus olhos para conseguir ver.
––– A gente vai ter que seguir a pé ––– Jonh B ajudou as garotas a descerem da caminhonete. Por alguns segundos, seu olhar caiu na bochecha de Caroline ––– Seu pai é um cuzão.
––– É… É sim. ––– Ela forçou um sorriso, andando na frente de Jonh B.
Não queria conversar, e talvez nunca quisesse conversar sobre aquilo.
Todos se abaixaram ao escutar o barulho de tiro. Caroline levou suas mãos até a cintura, olhando para os lados, vendo da onde o barulho estava indo. Os pogues se esconderam atrás de algumas árvores, conseguindo ver Rafe do outro lado, há alguns metros de distância.
Ele estava rendido. Caroline se arrependeu de ter o abandonado lá, de ter o deixado sozinho sem uma arma, ou uma proteção. Ela estava brava, mas nunca deveria ter o deixado ali.
Ela tocou sua bochecha, ao ver William descer ao lado da gangue de ladrões. Ele desceu da caminhonete, e dessa vez, Regina estava do seu lado.
––– A gente só quer o mapa, já que vocês roubaram meu caderno. ––– William revirou os olhos, exatamente do jeito que a Casteli costumava fazer ––– Passa logo.
Sarah olhou para Caroline, como se estivesse perguntando o porquê deles estarem separados. Porque eles estavam sozinhos.
––– Eles vão matar o Rafe. ––– Cléo murmurou, como se aquilo fosse um segredo, que Caroline não poderia saber em hipótese alguma.
––– Mas quem se importa? ––– Pope perguntou, esquecendo que Caroline estava bem ao lado deles.
Ao ver o grupo de seu pai se aproximando, o coração de Caroline se acelerou. Ela estava com raiva, muita raiva, mas não poderia o perder. Aquilo era fora de cogitação.
––– Eu me importo. ––– A Casteli murmurou, retirando a arma de sua cintura.
Caroline olhou para Sarah, e era como se as duas estivessem se comunicando com o olhar. Elas sabiam exatamente o que fazer, e como salvar o garoto daquela situação. Era o irmão dela, e seu noivo.
O tiro de Caroline foi certeiro no pé de um dos ladrões, fazendo com que ele soltasse a arma logo em seguida. Sarah pegou a arma da mão de Caroline, e acertou o pneu do caminhão, fazendo com que pegasse fogo, na verdade, explodisse.
––– Puta merda. ––– Jonh B murmurou, olhando surpreso para as duas.
O olhar de Jonh B caiu apenas em Caroline. A voz de Rafe ecoou pela sua cabeça “ela não é tão santa quanto você pensa” “É mais fácil dela me machucar do que eu machucar ela” Por mais difícil que fosse admitir a si mesmo, tinha um lado que ele não conhecia da Casteli. Um lado sombrio, que se parecia muito com Rafe. Porque ela tinha aquelas armas? Como sabia como esconder um corpo? Porque ela atirou no barco em mar aberto, sabendo que iriam afundar? Ela acabou de atirar no pé de alguém.
Caroline pareceu perceber o olhar duradouro e assustado de Jonh B, e se virou para ele. O Routhegle desviou seu olhar rapidamente, conseguindo ver o Cameron correr.
Todos correram. E no fim, se encontraram no mesmo lugar. Rafe tentou fechar a porta, mas Kiara foi mais rápida, abrindo a porta com força. Ela gritou alguma coisa, mas Caroline não conseguiu ouvir. Eles corriam, corriam tanto que Caroline mal conseguia respirar, eles fechavam as portas, e continuavam correndo.
Cléo gritou algo para Jj, o que deu brecha para Caroline segurar a mão de Sarah, a puxando para dentro de uma pequena casa. Rafe entrou, correndo também, e era como se ele não conseguisse enxergar mais nada, como se estivesse perdido no meio daquele lugar.
Como se sua mente não estivesse no lugar.
Sarah puxou a camisa do irmão, fazendo com que ele se virasse para ela. Rafe parecia desesperado, sua respiração estava ofegante, e em um ato rápido, ele apontou uma pequena faca na garganta de Jonh B, quando ele pediu o pergaminho.
––– O pergaminho era de vocês. Eu comprei por quatrocentos mil. ––– Rafe apontava a arma para os dois, não sabendo para quem mantinha a ameaça
––– Eu acabei de salvar a sua vida.
Caroline ficou no canto, apenas observando os dois ali. Ela engoliu seco, respirando fundo.
––– Você tinha uma coisa para ganhar. Não faça como se tivesse. Tá bom? Eu não posso confiar em ninguém aqui. ––– A respiração dele estava ofegante, e seu olhar caindo em todos naquela sala
Até cair em Caroline. Sua respiração não ficou mais acelerada, e ele pareceu relaxar por alguns momentos. A briga que tiveram ainda estava refrescante em sua memória, e por alguns segundos, Rafe teve a sensação que ela iria dizer algo para ele, mas ela não disse. Ela se virou de costas, e foi até a porta, fingindo olhar se alguém estivesse chegando.
Rafe sentiu seu peito doer mais uma vez.
Quando Sarah pediu desculpas, por Rafe ter visto a morte de seu pai, ver o homem se sacrificar por ela, o clima ficou mais leve, mas ao mesmo tempo pesado. Caroline se virou para os dois, e todos os olhares foram para eles. Rafe iria chorar, e Sarah o abraçou. Foi a coisa mais bonita que Caroline já viu.
Os seis começaram a correr, logo quando perceberam que os ladrões estavam corre do atrás deles. Jonh B, Sarah e Rafe foram para um lado, e Jj, Kiara e Caroline para o outro.
William parecia saber que a garota iria se perder, e estava esperando por ela, atrás de uma parede. Quando ela passou por ele correndo, ele apenas colocou o pé na frente dela, fazendo com que ela caísse de boca no chão, gemendo de dor.
––– Você é muito previsível. ––– William disse, e com os pés, virou o corpo da Casteli para cima ––– Machucou os dentinhos?
O sarcasmo nos lábios de William fez Caroline revirar os olhos, o olhando seriamente. Ela tentou se levantar, mas o homem deu um chute em sua testa, fazendo com que ela voltasse ao chão
––– Onde está o pergaminho, ou o meu caderno? Ou qualquer coisa? ––– William gritou, chutando o estômago de Caroline. A Casteli colocou sua mão ali, gemendo de dor ––– Qual é, me diz….
A parede que William estava, caiu em cima dele, e por pouco não caiu em cima de Caroline. A Casteli se levantou rapidamente, olhando para o casal que havia feito aquilo.
Kiara segurou as mãos de Caroline, vendo que ela ainda estava sonsa pelo chute em sua cabeça. Elés voltaram a correr, até encontrar Jonh B, Sarah e Rafe.
––– Você está bem? ––– Rafe foi o primeiro a notar a cabeça dela sangrando. Ele tentou e aproximar, mas ela deu um passo para trás, se recusando a ter contato.
––– A coroa está lá em cima. Temos que escalar! ––– Jonh B gritou, apontando para cima
Uma chuva de areia fez com que Caroline caísse para trás, se sentindo ainda mais sonsa pelo chute na cabeça. Ela sentiu a areia entrar em seus olhos, se abaixando por alguns momentos.
––– Eu vou dar uma olhada. ––– Rafe gritou.
Caroline se virou rapidamente, cerrando o olhar para ele. Ele estava louco? Por algum motivo, aquilo aumentou sua raiva, e ela o empurrou. Rafe deu um passo para trás, deixando um sorriso latino aparecer, percebendo que ela não havia o ignorado
––– Vem Jj ––– O sorriso dele se desmanchou ao ouvir aquilo. Ela não havia o ignorado, havia feito pior. ––– Kiara também. Jonh B, protege a Sarah, a gente acha a coroa.
Os quatro começaram a escalar, Rafe estava na frente, ele fechou seus punhos, tentando segurar o impulso de se virar para trás, e ajudar a Casteli a subir.
Ele tentou escalar, mas logo caiu para trás. O garoto mostrou sua mão, dizendo que não conseguia subir. Jj disse algo para Kiara, não entendeu o começo, mas entendeu quando disse “temos que ir até lá”
Caroline se virou para Rafe, não era um olhar de raiva – mesmo que estivesse sentindo muita naquele momento – mas um de apego. Rafe a olhou, não sorriu, mas Jonh B jurou que viu os olhos de Rafe brilharem genuinamente ao olhar para a Casteli: assim como sempre era. Rafe a olhava como se ela fosse o seu tesouro, não a cruz, não a coroa, ela.
––– Eu vou com ele. ––– Caroline disse para Rafe, olhando fixamente para suas pupilas azuis
––– Toma cuidado ––– Rafe travou a mandíbula, não por raiva, mas não sabia o que falar. Estava com medo de a deixar mais irritada.
Mas ele não se segurou. Quando ele estava com Caroline, ele não conseguia se controlar, seus músculos tinham uma função própria, e suas mãos a puxaram para um abraço apertado – mesmo sabendo que ela não o queria abraçar naquele momento – ele a manteve ali em seus braços.
––– Eu já volto. ––– Caroline se afastou de Rafe, e levantou seus lábios, os curvando levemente. Se Rafe não a conhecesse tão bem, diria que era uma careta – mas era um sorriso –
Caroline ainda estava com raiva, mas não queria ir embora sem se despedir. Ela era péssima em ficar com raiva do Cameron. Ele a olhava com aqueles olhos, os mesmos olhos que sempre estavam brilhando em sua direção, mesmo com raiva e tristeza. Ele sempre a olhava como se fosse a única mulher no mundo, e isso tornava impossível ela ficar brava por muito tempo.
Jj deu pezinho para Caroline, a ajudando a subir. Ela segurou as pedras tão forte, que nem o suor a fazia escorregar. Ela imaginou estar em uma apresentação, dando um anel duplo, o equilíbrio e a força eram essenciais para não cair no gelo. Era essencial para ela não cair metros de altura e quebrar um joelho em Marrocos.
Quando Jj se desequilibrou, Caroline foi rápida em se apoiar apenas com uma mão, segurando um dos braços de Jj. Todo o treino de musculação que Caroline fazia, ela depositou ali, o ajudando a subir até o degrau onde a estátua ficava.
Jj e Caroline subiram um pouco mais, quase chegando no topo. Caroline mal conseguia escutar as coisas pela tempestade de areia entrando em seus ouvidos, mas conseguiu escutar o grito de Rafe
––– Eu vou descer lá e ganhar tempo! ––– Caroline se desequilibrou ao ouvir aquilo, voltando rapidamente a concentração.
––– Eles vão matar você! ––– Kiara gritou
––– Você esquece que eu também sou um assassino! Eu não tenho nada a perder.
––– Você sabe que a Caroline vai te perdoar! Vai demorar, você sabe, mas vai acontecer. Não vai. Não de motivos para ela ficar mais irritada. ––– A Casteli quase caiu quando escutou aquilo, e seu olhar foi rápido até Rafe, vendo ele se virar de costas e partir.
Jj esticou suas mãos para Caroline, chegando finalmente no topo.
––– Tem duas pessoas Will. Não tem só uma. ––– O grito saiu de baixo, mas Caroline olhou em direção, vendo os homens armados
––– Caroline.
Ao dizer o nome da filha, o vento fez com que os cabelos loiros de William aparecesse. Ele olhou diretamente para ela, e deixou um sorriso maldoso em seus lábios.
Caroline voltou a olhar para Jj, esticando suas mãos, e pegando a coroa azul.
Ela era brilhante, e azul. Tão azul que os olhos de Caroline brilharam. O vento ainda impedia que eles a vissem com clareza, mas era real, verdadeira. A coroa azul estava em suas mãos.
Jj mostrou para Caroline, tão animado que soltou um grito alegre. Caroline fez a mesma coisa, levantando seus braços para cima.
––– Jj, eu vou descer ––– Caroline gritou, segurando os ombros do Maybank. Jj ergueu a sobrancelha, mostrando a coroa em suas mãos ––– O Rafe está lá embaixo. Ele pode precisar de mim.
Jj engoliu seco, vendo Caroline tirar uma de suas armas de sua cintura. A garota colocou em sua mão livre, vendo Jj concordar com a cabeça
––– Eu te encontro mais tarde. ––– Caroline sorriu, segurando com uma de suas mais o rosto do Maybank ––– Você conseguiu Jj. ––– A Casteli balançou o rosto dele, escutando a gargalhada de Jj em meio a areia.
Caroline desceu devagar, indo em direção ao lado oposto dele Jj. Ele iria conseguir descer e entregar a coroa para Kiara, ela confiava nele para isso.
Ao ver uma mulher apontar a arma em direção aos dois adolescentes, Caroline chutou suas costas, a fazendo ir para frente e derrubar a arma. Ela retirou a outra arma de sua cintura, atirando na mão da mulher, que gritou agonizante de dor.
Ela abaixou, pegando a arma que ela utilizava. Ao ouvir um pequeno grito, reconheceu na mesma hora. Rafe. Ela correu em direção a ele, vendo ele deitado no chão, e um dos homens apertando seu pescoço.
William havia dito que ela não era uma assassina, mas talvez fosse. Talvez aquele fosse seu maior instinto: proteger quem ama acima de tudo. Talvez ela fosse violenta, talvez ela não fosse a melhor pessoa como imaginava, talvez ela não fosse a heroína, mas com toda a certeza também não era a indefesa.
William estava certo, ela era filha dele.
Os fracos são a carne que os fortes comem, e Caroline sempre quis ser forte, já que sua carne era devorada no passado.
Quando o cano da arma bateu na cabeça do homem, ele caiu ao lado, desmaiado. Sua cabeça sangrava, enquanto os olhos do Cameron se abriam lentamente, vendo uma deusa em sua frente – ou era só sua noiva –
A garota foi pega de surpresa quando as mãos de William agarraram seu pescoço. Ele a pegava como se fosse um mata-leão, pronta para a matar. A faca em sua garganta estava fresca de sangue, e só de pensar que poderia ser de um de seus amigos, ela se sentou desesperada.
––– Se você se mexer, eu mato ela. Se ela se mexer, eu mato você. ––– William disse aquelas palavras diretamente para Rafe, que já estava pronto para o atacar.
Os olhos de Rafe olharam para Caroline, seu rosto não era desesperado ou com medo. Ela não estava com medo. Ela estava louca. A insanidade em seus olhos era nítida, e Rafe não sabia dizer do que ela. Se estava com raiva da sua mãe ter ido embora, com raiva do seu pai nunca ter sido o que esperava, que no fim ela sempre estava nos braços de alguém tentando ser assassinada, se era porque não estava treinando para as Olimpíadas. Ou era tudo misturado.
––– Você tem sorte da coroa está nas mãos do meu aliado. ––– William murmurou para Caroline, vendo a garota o olhar de canto ––– Eu sinto muito pelo seu amigo e meu sobrinho.
Caroline arregalou seus olhos.
Porque ele sentia muito?
Caroline jogou sua cabeça para trás, dando uma cabeçada em William. O mesmo deu um passo para trás, e Rafe teve a oportunidade de segurar Caroline em seus braços.
Ele a segurou, impedindo que ela caísse para frente pelo impulso. O Cameron a agarrou em seus braços, a segurando como se ela fosse a coroa azul, como se ela fosse seu tesouro.
Caroline olhou para o Cameron, desviando seu olhar para o pai, que não parecia querer lutar ou contrariar. Ele já tinha a coroa.
––– O que você fez? ––– Caroline murmurou baixo, erguendo suas sobrancelhas para o pai.
Seu pai sorriu.
“Jonh B! Pope!...” Caroline arregalou seus olhos ao ouvir o grito angustiante de Kiara. Era como se ela estivesse chamando Jonh B para a ver, e Pope para resolver alguma coisa, como ele sempre fazia. “Caroline!” ela gritou uma última vez, e o grito saiu tão agudo, parecendo que ela queria que alguém estivesse ali, como Caroline sempre estava.
Seu pai sorriu mais uma vez. Mais abertamente, mais maliciosamente.
Como sempre estava para Jj em qualquer ocasião.
Caroline correu. Tão rápido que não conseguia sentir seus pulmões.
E ela não conseguiu sentir mais nada.
Seu peito parou. Tudo parou. Seu sistema nervoso pareceu não funcionar. O mundo pareceu não girar, seus pés não conseguiam se mexer.
Era como se tudo tivesse parado, e a única coisa que não conseguia parar, era o choro de Kiara.
A arquibancada se tornou única, com os gritos de Jj e a grande placa que ele carregava. Ele subindo na árvore da poguelandia, os dois na festa da fogueira, se embebedando como se não houvesse o amanhã. Jj contando sobre a mulher que morreu com jacaré.
Os dois brigando.
Agora, aquela briga parecia a mais fútil do mundo.
Jj parecia outra versão de Caroline. Eles eram iguais, os mesmos problemas, mesmos jeitos de os resolver, o humor duvidoso. Ela não conseguia se mover, não quando viu seu irmão ali, morto.
Ela se abaixou, em direção ao corpo de Jj. Sua mão pousou em cima do sangue, enquanto uma de suas mãos estavam no rosto dele.
––– Você conseguiu Jj. ––– A garota murmurou para o Maybank, mesmo sabendo que ele não ouviria
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Caroline estava na frente da fogueira, sentindo o fogo bater em seu rosto. Todos estavam quietos, tentando processar aquela informação, mas não dava para processar. Jj estava morto.
Por mais que quisesse chorar, ela não conseguia derramar uma lágrima. Ela sentou seu rosto inchado, mas não pelo excesso de lágrima. Seu coração batia mais forte, e seu sangue fervia que ela só queria gritar. Gritar de raiva, não de tristeza.
As memórias de Jj invadiram sua mente. O sorriso do loiro, como ele gostava de descendentes, ele surfando. Tudo invadiu sua mente como um furacão, mas ela não conseguia sentir tristeza, mas sim raiva. Uma raiva diferente de qualquer coisa que já havia sentido. Ela queria estrangular qualquer pessoa que tivesse envolvida naquilo.
Se Groff e William achavam que poderiam sair sem perder algo, estavam enganados, e a coisa que perderiam seriam suas vidas.
Enquanto mexia em um pedaço de madeira, Caroline jurou a si mesma que mataria os dois, e qualquer um que entrasse em seu caminho. Eles cruzaram uma linha, mexeram com seu irmão.
Seus olhos transbordaram de raiva, sua expressão estava séria, tão sombria que seus olhos esmeralda se transformaram em preto sólido. O fogo queimando em seu rosto, fazia a mesma coisa que o sangue de Caroline. Queimava como fogo.
––– Vamos dar o troco. ––– Caroline se levantou lentamente, jogando o pedaço de madeira na fogueira. Seus olhos fixos no fogo, e por algum motivo, ela já conseguia escutar o pai implorar pela própria vida.
––– Vingança. ––– Kiara respondeu, tão ardente e vingativa quanto.
As duas se entreolharam, concordando para si mesmas.
Eles morreriam.
o último capítulo de ice curse está entre nós,
e com ele quero dizer algumas palavras, já que
teremos que esperar alguns anos para ver Caroline de volta a ativa.
a Caroline sempre foi uma personagem que eu amava escrever, boa parte pode ser porque foi inspirada em mim, e outra parte foi que quando eu estava lendo, percebi que ela era imprevisível. você não sabia o que ela iria fazer, ou quando iria fazer, as vezes ela nem fazia, deixava passar. outra coisa que me cativa nessa personagem, é como ela coloca os outros a sua frente, algo que muitos fazem, e nem percebem, assim como ela.
quando eu comecei a escrever, não dava dando fé na história e nem na minha escrita, na verdade, até hoje não ponho. mas conforme eu lia os comentários de vocês, via que vocês estavam tão apaixonados quanto eu na história, eu percebia que não poderia simplesmente a retirar do ar com uma pequena explicação. essa história se tornou mais do que uma história para mim, se tornou o que muitos gostam de dizer de "ponto seguro".
o rafe e a caoline são especiais para mim por diversos motivos, alguns deles são a evolução durante os atos. como os dois conseguem se entender também é uma parte que me pega de um jeito diferente. ele entende a raiva dela, e ela entende a tristeza dele. são duas coisas que geralmente um casal não entende, mas eles se conhecem, tão bem que podem dizer o quanto for, mas poderiam escrever uma biografia inspirada um no outro.
desenvolver a amizade da caroline com os pogues, foi algo divertido no começo, por mais que agora, eu perceba que a Caroline está fazendo muitas escolhas erradas por conta disso - como não treinar para as Olimpíadas - eu ainda acho que a amizade desse grupo é uma das melhores. com toda a certeza minha amizade favorita de escrever foi a da Caroline com o Jonh B. eles não tem tanto tempo de tela, mas se conhecem como ninguém. Jonh B é seu melhor amigo desde que se conhece por gente, e eu amo isso, amo eles e o "continua uma vadia" que eles dizem.
eu acho que essa fanfic não aborta só o relacionamento dela com o rafe, mas outras coisas, não só ruins, mas diversas outras coisas. a Caroline representa muitas coisas na minha opinião, não é uma personagem malvada, ou uma heroína, ela é apenas ela, e protege quem ama, não importa o que e como.
aliás, não se esqueçam que no próximo ato,
ou seja, na próxima temporada, a Caroline terá uma cicatriz no rosto, sendo levada do olho até o queixo! obrigada William pelo presentão!
caroline e rafe, vocês sempre estarão no meu coração, meus filhos mais velhos que levam meu legado, meus bebês que jaja estão fazendo mais bebês. ele sempre acompanhando as apresentações dela, sempre a incentivando. a tonya sempre sabendo que os dois teriam algo.
eu não coloquei, porque não achei que precisasse, mas a Caroline ainda está irritada com o rafe, e ele tentou a abraçar quando eles enterraram o jj, mas a Caroline recusou o abraço. Isso é cânon, eu só não escrevi porque não achei necessário na cena. ( me senti numa série calma ) provavelmente eu vou escrever essa cena no tik tok, e publicar um vídeo com ela como legenda pra vocês entenderam melhor, mas ela aconteceu de fato.
não vou parar de escrever, atualmente estou trabalhando em uma fanfic do jacaerys e em uma do stiles. ambas com aesthetic e personagens diferentes. se quiserem continuar acompanhando meu trabalho, podem sempre dar uma olhada no perfil :)
rip Samuel, você teria amado gritar com o jj
que estava com a coroa azul nas mãos.
○ ○ ○
"qual é a sua linguagem de amor rafe?"
" o que é isso?"
"uma vez você me perguntou qual é minha
linguagem de amor, e ela é você caroline"
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