0.3¹
O sol brilhava no meu rosto, os raios espiavam pelos galhos das árvores. Meus olhos se abrem lentamente, respirando o ar fresco pelo nariz e pelos pulmões, eu ainda não tinha superado essa sensação. Minhas mãos se firmaram firmemente no chão enquanto eu me puxo para cima da árvore em que estava deitado, minha jaqueta caindo levemente até a cintura, que foi a única coisa que me manteve aquecido na noite passada.
Meus olhos examinam o lugar, Miles e Tate já devem ter se levantado, vendo os espaços vazios ao lado das árvores ao meu lado. Um suspiro cansado sai dos meus lábios enquanto me levanto, carregando minha jaqueta nas mãos.
Eu ando pela multidão de pessoas inquietas, muitas me encaram enquanto passo, principalmente porque me reconhecem de ontem. Eu me pego parando por um momento do lado de fora do módulo de transporte, observando Bellamy surgir com uma garota ao seu lado. Meus olhos percorrem seu peito nu, embora meu rosto ainda esteja estóico.
Eu balanço minha cabeça, revirando os olhos. Ele era um mulherengo e eu odiava isso. Eu paro para sentar em um dos troncos do lado de fora da floresta aberta, em algum lugar quieto e longe de todos.
Eu apenas sento e admiro tudo, absorvendo tudo. No fundo, eu tive muita sorte de sair daquela cela desolada e cair no chão ainda mais bonito do que eu poderia ter imaginado, e eu tinha que agradecer aos meus irmãos por isso.
Eu envolvo meus dedos em volta da faca ao longo da minha cintura, ouvindo gritos do outro lado da floresta. Eu me levanto, caminhando em direção a ela. Meus olhos se fixam em Murphy e Wells lutando, Wells puxando uma faca para a garganta de Murphy.
Eu pulo do lugar em que estava, pousando meus pés ao lado de Tate e Bellamy. Enquanto isso, Miles tentava empurrar Wells para longe de Murphy. — O que caralhos está acontecendo? — perguntei bruscamente, indo em direção a eles para ajudar Miles
Tate agarrou meu pulso, — Gabi, não. — Ele avisou, soltando meu pulso quando teve certeza de que eu não iria a lugar nenhum.
— Wells! — Clarke gritou, descendo com Finn. — Deixe-o ir.—
Wells empurrou Murphy para Miles imediatamente, Miles o pegou e o levantou. Murphy tentou se lançar para Wells novamente, mas Miles o pegou e o arrastou para longe, — Murphy, pare. — Miles disse bruscamente, puxando-o para longe de Wells.
Olhei para a minha esquerda, vendo Octavia mancando em direção a Bellamy, — Octavia, você está bem? — Ele perguntou, ajudando-a a descer da saliência.
— Sim.— Ela respondeu, simplesmente.
Bellamy soltou Octavia e então se virou para Clarke e Finn, — onde está a comida? — Ele questionou firmemente.
Eu me virei para Octavia, que lutou para mancar até nós, gentilmente puxando seu braço em volta do meu pescoço para suportar seu peso e ajudá-la. Ela sorriu, — obrigada.—
Eu concordei caminhando ao lado de Tate e Bellamy novamente com ela — Não mencione isso. — Eu respondi com um pequeno sorriso.
— Nós não chegamos ao monte Weather. — Finn acrescentou, sentando-se em um dos troncos.
— Então o que diabos aconteceu lá fora? — Bellamy perguntou, impaciente.
— Fomos atacados. —Clarke esclareceu, olhando entre todos nós.
— Atacados? Por quê? —
— Não o quê. Quem. — Finn corrigiu, fazendo meus olhos se arregalarem. — Acontece que, quando o último homem da terra morreu na arca, ele não era o último terrestre. —
— É verdade — Clarke concordou, — Tudo o que pensávamos que sabíamos sobre a terra está errado. Há pessoas aqui, sobreviventes. A boa notícia é que isso significa que podemos sobreviver, a radiação não vai nos matar. —
— Sim, a má notícia é que os terrestres vão. — Finn acrescentou.
— Onde está o garoto com os óculos? — Wells perguntou, olhando ao redor para ele.
— Jasper foi atingido, eles o levaram.— Ela suspirou com uma carranca, então olhou para baixo, avistando a pulseira faltando de Wells, — Onde está sua pulseira? —
— Pergunte a eles. — Wells acenou para Miles, Tate e Bellamy.
Clarke se virou para eles com um olhar severo, — quantos? —
— 24 e contando. — Murphy respondeu por eles, uma expressão presunçosa estampada em seu rosto.
— Seus idiotas. — Ela bufou, — O suporte de vida na arca está falhando. É por isso que nos trouxeram aqui. Eles precisam saber se o solo é sobrevivente novamente, e precisamos da ajuda deles contra quem quer que esteja lá fora. Se vocês tirarem suas pulseiras, não estarão apenas matando-os. Vocês estarão nos matando! — Ela gritou enquanto falava com todos.
Meu rosto se contorceu em realização, embora eu odiasse o fato de que eles podem estar retornando ao chão também, essas pessoas podem estar certas. Continuo segurando Octavia enquanto ela olha para Bellamy com descrença. — Quando você está planejando me contar isso? — Eu digo, minha cabeça balançando em descrença, meus olhos disparam de Tate para Miles.
Os dois ficaram ali, olhando um para o outro e depois para mim com um suspiro. — Gab — Tate começou, mas eu o interrompi enquanto balançava a cabeça com um olhar severo.
— Somos mais fortes do que vocês pensam. — Bellamy diz virando-se para Clarke e depois para a multidão, — não dêem ouvidos a ela, ela é uma das privilegiadas. Se eles descerem, ela vai se dar bem. Quantos de vocês podem dizer o mesmo? Podemos cuidar de nós mesmos. Essa pulseira no seu braço, faz de você um prisioneiro. Não somos mais prisioneiros! Eles dizem que perdoarão seus crimes. Eu digo que vocês não são criminosos! Vocês são lutadores, sobreviventes! Os terrestres deveriam se preocupar conosco! —
Bellamy falou por cima de toda a multidão, fazendo as pessoas gritarem em concordância e encorajamento. Soltei um suspiro, talvez ambos estivessem certos. Mas eu sabia de fato que, embora eu não desse a mínima para aquelas pessoas lá em cima, algumas delas ainda mereciam uma chance de vir aqui.
Meus olhos seguem Clarke enquanto ela sai furiosa, enquanto as pessoas continuam a aplaudir. Ajudo Octavia a sentar em um dos troncos ao nosso lado, — deixe-me ajudá-la. — Eu ofereço.
Ela dá um sorriso doloroso, — Você não precisa fazer isso, obrigada... — Ela agradece, olhando para mim enquanto eu pego algumas coisas para ajudar seu ferimento.
Eu olho para ela por um momento, oferecendo-lhe um sorriso gentil, — Gabriella. — Eu informo, ajudando-a a puxar a perna da calça.
— Octavia. — Ela me diz, embora eu já soubesse quem ela era por observar suas interações com seu irmão — Onde você aprendeu a fazer essas coisas? — Ela pergunta curiosamente, enquanto eu gentilmente limpo seu ferimento e preparo os curativos.
Bellamy estava atrás de nós com Miles e Tate, eles estavam conversando, mas de vez em quando eu sinto os olhos de Bellamy em mim. Eu consigo enrolar gentilmente o curativo em volta de sua perna ferida com força suficiente antes de olhar para ela com um sorriso, — Minha mãe me ensinou. — Eu digo, eu não queria que as palavras saíssem tão lentamente, mas só agora me dei conta do quanto eu realmente sinto falta dela.
Ela abaixa a perna da calça com um olhar suave, ela olha para mim, — Ela deve ser uma ótima médica. — Ela assumiu, me oferecendo um sorriso doce.
Eu olho para baixo por um momento, então de volta para ela com um sorriso triste puxando meus lábios, — Ela era. — Eu assenti.
Eu olhei para baixo por um momento antes de me levantar e oferecer minha mão para ajudá-la, o que ela aceitou. Eu a ajudei a se levantar, certificando-me de que ela estava bem para ficar de pé antes que os três se virassem para nós.
Bellamy falou primeiro, — O que diabos aconteceu? — Ele pergunta a Octavia, gesticulando para sua perna com um olhar firme.
Ela deu de ombros com um pequeno suspiro, — Eu não sei, os outros disseram que parecia uma cobra gigante. — Ela informou, me fazendo arregalar os olhos quase como se ela estivesse brincando.
— Terrestre assassino, agora cobras assassinas gigantes. Não foi para isso que me inscrevi. — Tate disse, balançando a cabeça com um olhar de desgosto estampado em seu rosto. Eu dei uma cotovelada em seu braço, revirando os olhos enquanto balançava a cabeça.
— Você poderia ter morrido. — Bellamy acrescentou protetoramente, olhando para Octavia com um olhar severo.
Clarke veio atrás de nós com Wells atrás dela, — Ela teria morrido se Jasper não tivesse pulado para tirá-la. —
— Vocês estão indo embora? Eu também vou. — Octavia disse, notei as mochilas que eles estavam usando e ambos pareciam prontos para ir.
— Não, não. De jeito nenhum. De novo não. — Bellamy disse, colocando uma mão no ombro de Octavia.
Eu odiava admitir, mas ele estava certo, — Ele está certo, sua perna precisa de um tempo para descansar. E além disso você nos atrasaria.— Eu disse em um tom gentil, dando a ela um olhar de desculpas.
— Espere. Nós? — Miles disse, estreitando os olhos para mim.
Eu balancei a cabeça, — Sim, eu quero ir com eles. — Eu disse, olhando para Clarke em busca de aprovação, que apenas assentiu. Eu virei minha cabeça de volta para meus irmãos inclinando minha cabeça com um pequeno sorriso, — viu — Eu gesticulei para sua aprovação, fazendo-os bufar em derrota.
— Estou aqui por você. — Clarke começou, olhando para Bellamy apesar dos protestos de Wells, — Ouvi dizer que você tem uma arma. —
Bellamy olha para sua cintura, levantando sua camisa ligeiramente para revelar a arma enfiada em suas calças. Meus olhos se arregalam, olhando diretamente para sua linha V agora ligeiramente revelada. Ele percebe isso dando um pequeno sorriso para si mesmo, eu lentamente volto meu olhar para Clarke.
— Ótimo, siga-me. — Clarke ordena, indo embora. Eu sigo atrás, Bellamy logo atrás de mim enquanto eu caminho.
Meu pulso é agarrado por alguém, me fazendo girar para encará-los, — Você está tentando se matar? — Miles disse severamente, olhando para mim.
Eu arranco meu braço do aperto do meu irmão, — Não, eu estou tentando ajudar. Agora, se você não se importa, eu tenho que ir agora. — Eu respondo, minhas palavras cheias de teimosia de que eu iria.
Tate dá um suspiro frustrado, Miles ainda me encara com o mesmo olhar severo. Tate suspira enquanto se vira para Bellamy, — Não deixe ninguém tocar nela, entendeu? — Tate disse a ele.
Eu balanço minha cabeça com um suspiro teimoso, Bellamy me observando antes de olhar de volta para Tate, — Não se preocupe, se alguém tocar nela, eles respondem a mim. — Bellamy informa, suas feições frias.
Tate dá um último aceno para Bellamy, Miles olha deles para mim, sua expressão nunca mudou, mas desta vez ele não me impediu.
— Vamos. — Bellamy acena para Murphy nos seguir, ele andou bem atrás de mim com Murphy. Eu podia sentir seus olhos frios queimando em mim.
— Desde quando estamos no ramo de resgate, hein? — Murphy comenta.
Eu saio do acampamento, eles me alcançando como eu fiz, — a arca acha que o príncipe está morto. Uma vez que eles acham que a princesa também está, eles nunca mais descerão. — Bellamy diz, — Eu vou pegar essa pulseira, mesmo que eu tenha que cortar a mão dela para fazer isso. —
Eu solto uma risada, pensando que seu plano era ridículo, — Você realmente acha que seu plano de garotão vai funcionar. — Eu digo, virando minha cabeça para trás para balançar minha cabeça para ele.
Ele me alcança caminhando ao meu lado agora,
— Você realmente acha que é alguma coisa, não é, princesa? — Ele diz, levantando as sobrancelhas.
Eu zombo olhando para ele, — Eu pensei que tinha dito para você não me chamar assim. — Eu digo, meus olhos escuros se estreitando enquanto olho para ele.
Ele dá uma risadinha que só aumenta ainda mais a raiva, — E eu pensei que tinha te dito, a menos que você tenha coragem de me matar com essa sua faca de manteiga, eu vou parar. Mas até lá, fica. — Ele responde, apontando para a faca no passador do cinto da minha calça com olhos frios.
Eu levanto minhas sobrancelhas balançando a cabeça, revirando os olhos levemente. Eu começo a andar na frente novamente, deixando Bellamy e Murphy para andar logo atrás.
Eu começo a correr até o riacho quando ouço Clarke gritar por nós, Bellamy e Murphy tentando me alcançar. Eu consigo chegar até eles, eu suspiro quando vejo o sangue escorrendo pela rocha. Meus dedos gentilmente o traçam, Clarke acena para mim para confirmar que Jasper estava aqui.
Começamos nossa jornada novamente, caminhando sobre pequenos seixos ao lado do riacho. Meus dedos traçam as folhas enquanto passo por elas, admirando a água que flui por todo o riacho.
Os olhos de Bellamy seguiram cada movimento meu atrás de mim, meus olhos se voltaram para ele, nossos olhos se encontraram por um momento. Bellamy solta um suspiro, seu pomo de adão balançando, então seus olhos caem de volta para o grupo.
Meus pensamentos são interrompidos pela voz de Murphy, — Ei, como sabemos que este é o caminho certo? — Murphy perguntou.
— Não sabemos, o astronauta pensa que é um rastreador. — Bellamy comentou.
— É chamado de sinal de corte, habilidades terrestres do quarto ano. — Wells informou.
Finn bufou, — Você quer manter isso baixo ou devo pintar um alvo em suas costas? — Ele diz, me fazendo fungar uma risada.
— Sim, por favor, faça isso. — Eu rio, cruzando os braços sobre o peito. Bellamy me lança um olhar furioso enquanto caminho.
De repente, Finn para de olhar para uma das folhas que estavam pingando sangue nas pedras abaixo. Ele e Clarke se agacham juntos para inspecioná-la mais de perto.
— Viu? Você é invisível. — Bellamy se inclinou para Wells enquanto falava, obviamente tentando tocar em um nervo.
Eu dou a Bellamy um olhar severo, defendendo Wells, — Dá um tempo, Blake. — Eu estalo.
Ele estreitou os olhos frios para mim, abrindo a boca para retrucar. No entanto, de repente, um gemido distante de dor soou pela floresta.
— O que diabos foi isso? — Murphy questionou, olhando para a floresta com os olhos arregalados.
— Agora seria uma boa hora para sacar essa arma. — Clarke informou, gesticulando para Bellamy enquanto falava.
Eu sigo o grupo atrás de Wells enquanto eles aceleram o ritmo e correm pela floresta em direção ao som. Bellamy seguiu logo atrás do meu corpo, segurando a arma firmemente em suas mãos. Meus dedos agarram minha faca quando paramos, vendo Jasper amarrado a uma árvore, gemendo de dor.
Eu suspiro, segurando minha faca, olhando para ele preocupada e pronta para ajudar, — Ai meu Deus. — Eu digo, o primeiro a dar um passo à frente e começar a andar em sua direção, os outros seguindo.
— Jasper? —
Eu começo a correr em sua direção, Bellamy me seguindo como eu fiz. Meus olhos nunca deixando Jasper, tudo que eu queria fazer era ajudá-lo. De repente, o ar foi arrancado dos meus pulmões quando o chão abaixo de mim cedeu, uma armadilha.
Eu soltei um suspiro agudo, fechando meus olhos com força. Uma mão agarrou a minha firmemente, meus olhos se abriram lentamente para encontrar os de Bellamy. Ele olhou para mim com os mesmos olhos escuros, mas desta vez com proteção escondida.
Nossos olhos se encontram por um tempo, sua mão ainda segurando firmemente meu peso acima dos espinhos abaixo, — Gabriella! Puxe-a para cima, puxe-a para cima, puxe-a para cima! — Todos disseram com medo enquanto assistiam.
Todos ajudaram Bellamy agarrando meu braço também e o corpo de Bellamy para usar sua força para me puxar para cima, meus olhos ainda presos aos de Bellamy. Bellamy passou um braço em volta da minha cintura quando eu estava fora do buraco, me colocando de pé com um braço.
Ele olhou para mim, seus olhos examinando minhas feições, em busca de quaisquer ferimentos, — Você está bem? — Ele perguntou, suas sobrancelhas franzindo com preocupação, mas seus olhos ainda permaneciam frios.
Eu ofeguei com um aceno lento, ainda abalada pela adrenalina. Meus olhos caindo para seu braço que ainda serpenteava um aperto firme em volta da minha cintura, percebendo isso, nós dois nos afastamos rapidamente com um grande suspiro, engolindo o nó na garganta antes de olhar para o resto do grupo, minha respiração ainda rápida.
Clarke acena para mim antes de olhar para Jasper mais uma vez, — precisamos derrubá-lo. —
— Vou subir lá e cortar as videiras — . Finn disse, indo em direção à árvore com Wells seguindo logo atrás.
— Sim, sim, estou com você —
— Não, fique com Clarke — ele exigiu, olhando para Clarke e depois de volta para Wells — E observe-o. Você, vamos lá. — Ele termina, acenando para Murphy segui-lo enquanto ele começa a caminhar até a árvore.
Clarke desvia o olhar para Jasper, — Há um cataplasma em seu ferimento. — Ela diz, meus olhos olham para onde ela estava olhando, vendo-o cobrindo seu ferimento, eu assenti em compreensão. Eu tinha visto isso sendo usado por minha mãe.
— Medicina? Por que eles salvariam a vida dele só para pendurá-lo como isca viva? — Wells questionou, confuso.
— Talvez o que eles estejam tentando pegar seja como se o jantar estivesse respirando. — Bellamy diz, seu corpo alto ainda perto do meu atrás de mim, meu rosto se contorce em um olhar de desgosto com seu comentário.
— Talvez o que eles estejam tentando pegar sejamos nós. — Finn diz.
Todos ficaram em silêncio, olhei para o grupo, meus olhos se encheram de dúvida. Eu tinha uma sensação muito estranha sobre essa situação agora, e eu odiava isso.
Murphy e Finn conseguiram chegar até onde Jasper estava, desamarrando cuidadosamente as videiras para soltá-lo. Meus braços se cruzaram sobre o peito enquanto eu esperava impacientemente, eu já tinha uma sensação estranha e esperar tanto tempo estava me matando.
À distância, um rosnado irrompeu, minha cabeça virou em direção ao som, — Que porra foi essa? —, perguntei, preocupado.
— Terrestres? — Bellamy perguntou, me fazendo olhar para ele incrédula. Esse cara era de verdade? Terrestres?
Deixei escapar um suspiro arrastado, — Claro, Blake. Só vai ter terrestres fazendo barulhos de rosnado. — Eu retruco sarcasticamente, balançando a cabeça levemente. Ele desvia os olhos escuros para mim, dando um olhar severo.
Todos nós olhamos para longe e atrás das árvores da floresta, uma grande onça apareceu. Ela começou a correr em nossa direção, eu dou um passo para trás e meus olhos se arregalam de medo.
— Bellamy, arma! —
Bellamy tenta alcançar sua arma na cintura, que havia desaparecido. Ele olhou direto para mim, antes que eu pudesse protestar, tiros vieram de Wells enquanto ele segurava a arma para atirar.
Eu tiro minha faca da calça, segurando-a firmemente enquanto observava o jaguar. Ele começou a correr na minha direção e na de Bellamy, fazendo Bellamy procurar por algo que pudesse ajudar enquanto Wells continuava atirando, quase errando.
Por um momento, a onça desapareceu de vista, fazendo minha cabeça virar em todas as direções para procurá-la, minha respiração começou a acelerar. Seguro firme minha faca, só por precaução, mantendo meus olhos abertos.
De repente, ele pulou de trás dos arbustos e se lançou em mim e Bellamy. Bellamy me empurrou para trás de seu corpo para me proteger, a onça agora morta pousando no chão na frente dele,
— Agora ela vê você. — Bellamy se virou para Wells enquanto falava.
Minha respiração começou a ficar mais lenta, meu olhar vagou de Bellamy para o jaguar. — Bem, pelo menos temos comida. — Dei de ombros, e os outros concordaram com a cabeça.
Murphy concorda, — Ela acertou. — Ele diz, sorrindo enquanto olha de mim para a onça morta.
Tanto Finn quanto Murphy conseguem derrubar Jasper, com alguma ajuda de Wells. Ele geme de dor, Finn e Wells começam a segurar uma perna cada com os braços de Jasper enrolados em volta dos pescoços deles. Murphy se aproxima de mim e Bellamy com um sorriso no rosto enquanto olha para o jaguar.
Bellamy gesticula para o jaguar para que Murphy o ajude, os dois o embrulham e começam a carregá-lo para fora do carro.
Assim que entramos no acampamento novamente, estou prestes a entrar no módulo de transporte para ajudar com Jasper quando meus irmãos param na minha frente, seus olhos percorrendo meu rosto.
— Você está ferida? — Tate pergunta
Cruzo os braços sobre o peito e suspiro: — Estou bem — Respondo, com o rosto desinteressado diante das preocupações deles.
— Gabi, precisamos conversar. — Miles diz, seus olhos suavizando enquanto ele olha para mim. Eu aceno, caminhando em direção a um espaço tranquilo, então sento em um dos troncos. Miles senta de um lado de mim, então Tate do outro.
— Escute, nós íamos contar a você sobre a falha da arca, mas não tivemos a chance. — Miles continua com um suspiro profundo, eu balanço a cabeça descartando sua explicação.
— Estamos aqui embaixo agora, e se eles virão aqui ou não, não me importa —" Dou de ombros.
Tate olha para o chão antes de olhar para mim: — E o papai? — , Tate pergunta, com os olhos
preocupados.
Só de ouvir esse nome, me sinto fisicamente doente. Faz meu sangue ferver, e eu odiava isso. Cerro os dentes, meus olhos fixos no chão.
Vendo isso, Miles suspirou, — Gabriella, precisamos conversar sobre o que aconteceu naquela noite. O que ele fez com você? — Ele diz suavemente, Tate colocando uma mão no meu ombro gentilmente.
Eu respiro porque eu sabia que eles estavam certos, mas me recusei a sequer mencionar isso novamente. Tudo o que eu queria fazer era fingir que aquela noite nunca aconteceu, mesmo que ela voltasse para me assombrar o tempo todo.
Meus olhos se fecham por um momento, então eu me permito falar, — Eu não a matei... eu não matei a mãe. — Eu disse, olhando para o chão, — Eles começaram uma discussão enorme quando vocês dois foram embora... eu não pensei que ficaria pior até que ele sacou e apontou uma arma para ela. — Eu balancei minha cabeça, lágrimas nublando minha visão, — Eu implorei para ele me matar, mas ele não fez isso... ele atirou na testa dela na minha frente. Então teve a coragem de mentir para todo mundo e culpar sua própria filha. — Eu cuspi, lágrimas caíram dos olhos agora deslizando pelo meu rosto.
Eles sabiam exatamente como era nosso pai e como ele tratava a mim e minha mãe, seus rostos endureceram por um momento olhando entre si. Meus olhos fitaram o chão, lágrimas encharcando minhas bochechas
— Gabi, está tudo bem, nós sabemos. — Tate diz, colocando um braço em volta dos meus ombros e me puxando para seu peito, eu podia sentir Miles esfregando minhas costas e dando um beijo suave na minha têmpora.
Soltei um soluço trêmulo, lágrimas inundaram minha visão. Essa foi a primeira vez real que desmoronei depois do que aconteceu e as pessoas estavam lá para me confortar, fiquei feliz que eram meus irmãos.
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