078

A princesa estava sentada na cabine da frente, entre a aristocracia e a nobreza. Ao seu lado, Jacaerys se encontrava com olhos fixados no grande campo de torneio, onde estava lotado.

Ela observava as multidões se reunindo e a equipe do torneio preparando o terreno para o início das competições. A princesa estava ansiosa e animada, sabendo que logo assistiria aos bravos cavaleiros competirem no torneio para determinar o melhor dos melhores.

Rhaenys gostava muito de torneios, os assistia desde criança. Ela até mesmo os assistia secretamente nas sombras, quando não tinha permissão para fazê-lo.

Embora estivesse sentada entre a nobreza, ela parecia mais interessada nas pessoas comuns lá embaixo, e um leve sorriso passou por seu rosto quando sua atenção foi atraída para as pessoas que estavam assistindo ao torneio com entusiasmo.

Enquanto assistia ao início da primeira rodada de justas, Rhaenys se viu torcendo pelos cavaleiros e sentiu-se emocionada enquanto eles duelavam na arena. Ela sabia que essa era a chance de eles mostrarem suas habilidades e determinação, e esperava que eles se empenhassem de corpo e alma no torneio.

Rhaenys percebeu que seu coração batia cada vez mais rápido enquanto assistia ao início do torneio, não apenas pela expectativa das partidas, mas também pela energia contagiante da multidão.

A primeira batalha seria um soldado da Casa Tyrell e um soldado da Casa Baratheon.

— Você quer apostar? — disse a princesa enquanto se inclinava para sussurrar para o irmão, estendendo a mão. — Vinte moedas de ouro para quem ganhar.

O príncipe Jacaerys sorriu de canto para a irmã, claramente não sendo do tipo que negava uma aposta ou um desafio, por mais estúpido que fosse.

— Aposto no soldado Tyrell. — ele disse por primeiro enquanto apertava a mão dela. A princesa suspirou e retribuiu o aperto de mão do irmão, piscando.

— Certo, então eu aposto no soldado Baratheon. — disse ela, se acomodando em seu lugar e sorrindo largamente enquanto esticava um pouco a cabeça para olhar os soldados se colocando em posição.

Rhaenys sabia que esse seria um confronto intenso, já que os dois soldados tinham algo a provar para suas casas. Ela observou atentamente enquanto os dois lutadores assumiam suas posições e se preparavam para o combate.

Quando a trombeta soou para indicar o início da luta, os dois combatentes não perderam tempo e correram um para o outro em cima de seus cavalos. A princesa assistiu ao confronto feroz entre a espada e o machado, com os dois homens se esforçando ao máximo para vencer na frente de um público tão prestigiado.

Durante toda a partida, a princesa torceu pelo time escolhido, querendo que ele saísse vitorioso.

Ela prendeu a respiração quando a partida se aproximou do fim.

A partida terminou em um clímax repentino quando o soldado da Casa Tyrell conseguiu passar pela defesa de seu oponente e desferir um golpe decisivo. Jacaerys soltou um grito de alegria quando seu campeão se ergueu sobre o soldado caído, vitorioso diante do público entusiasmado.

Rhaenys olhou para o irmão, que estava sorrindo amplamente, feliz por ter vencido a aposta.

— Não comemore tão cedo, talvez ele decida ir para as justas. — comentou a princesa, mexendo seus ombros de forma despreocupada.

— As justas são apenas para os cavaleiros que tem seu ego partido por perderem para um oponente, ou então apenas com um senso de ódio. Esses dois? Não, eles não vão ir para as justas, vão apenaa continuar a competição.

Rhaenys revirou os olhos dela diante da explicação do irmão, porém mais tarde ela pagaria a aposta perdida.

A princesa se sentiu levemente triste enquanto se preparava para a próxima partida entre mais dois soldados de casas diferentes.

A próxima partida seria da Casa Targaryen e da Casa Arryn.

Aparentemente, o Príncipe Aemond ainda não havia escolhido o duelista de que desejava, mas deixaria o melhor para o final.

— E agora? Sua aposta vai para o nosso tão dócil e amado tio? — Jacaerys perguntou com uma baixa risada, seu tom mais sarcástico do que nunca.

Rhaenys girou a cabeça para o lado e cerrou os olhos enquanto encarava o irmão, sua mão dando um tapa fraco no ombro do garoto.

— Por que em sã consciência eu apostaria em Aemond? Se ele perder, poderiamos até fazer uma festa mais tarde. — mentiu a princesa, que no fundo secretamente torcia para que o tio ganhasse sem dificuldades.

O som de trompete foi alto dessa vez.

— Príncipe Aemond Targaryen, da Casa Targaryen. — anunciou o homem de altura baixa, um anão.

A princesa imediatamente levou sua mão para segurar o colar de lua que usava ao redor do pescoço, girando o pingente entre os dedos enquanto observava o príncipe se posicionar em seu lado do campo.

Um cavalo branco vestido em armadura prateado, alguns símbolos vagamente lembravam a dragão Vhagar, assim como o elmo que o homem usava.

Quando a luta começou, os dois lutadores não perderam tempo e avançaram rapidamente, com as espadas se chocando e os escudos ricocheteando, protegendo-se enquanto lutavam. Rhaenys observou como os combatentes pareciam mais equilibrados nessa batalha, tomando seu tempo para analisar cuidadosamente e desviar os ataques de seus oponentes.

Na primeira rodada, príncipe Aemond teve um quase sucesso ao conseguir desestabilizar o oponente, porém não o suficiente para que o soldado caísse ao chão e ele ganhasse a partida.

Enquanto os dois combatentes duelavam, a princesa se viu cada vez mais ansiosa. Ela se sentia nervosa pelo tio, que sabia que tinha algo a provar nesse torneio. Essa partida significava algo para Aemond, e parecia que seu oponente estava travando uma luta difícil.

Ela não pôde deixar de prender a respiração enquanto os soldados se enfrentavam mais uma vez. Ela percebeu que seu coração estava acelerado enquanto observava cada movimento de Aemond, esperando que ele saísse ileso da luta e vencesse a partida.

Quando a luta entrou em seu estágio final, Rhaenys pôde ver que Aemond estava em vantagem. Ele conseguiu bloquear e se esquivar de cada um dos ataques do oponente e, ao mesmo tempo, desferiu alguns golpes bem-sucedidos.

A multidão aplaudiu ruidosamente, feliz por ver o príncipe ganhar o controle da partida.

Aemond aproveitou esse momento, usando a oportunidade para terminar a luta e sair vitorioso. Ele rapidamente desferiu um último golpe em seu oponente, fazendo com que o soldado caísse no chão juntamente de seu cavalo e a luta terminasse.

A multidão foi ao delírio ao aplaudir o príncipe, que se ergueu acima de seu oponente caído com um olhar de satisfação determinada em seu rosto. Ela estava orgulhosa dele por seu desempenho, sabendo que o príncipe tinha muito a provar nesse torneio de alto risco, porém não concedeu palmas a ele.

Se manteve em silêncio e séria.

Muitas partidas aconteceram no campo, com reviravoltas impressionantes a cada minuto. Diversos soldados estavam morrendo para o deleite e a diversão de alguns espectadores, com desmembramentos constantes e golpes mortalmente fatais.

Um dos soldados havia tido sua cabeça explodida com golpea desferidos de um escudo Dornes, seu cérebro estava espalhado pelo chão.

A penúltima rodada estava para ocorrer, dessa vez entre um Lorde da Casa Stark e um soldado da Casa Blackwood.

O vencedor lutaria com o Príncipe Aemond Targaryen no penúltimo jogo e, consequentemente, o vencedor desse jogo participaria da última partida com um soldado da Casa Tully.

Cregan Stark, o lobo de Winterfell, ergueu seu elmo e guiou seu cavalo para perto da cabine da princesa, com um grande sorriso no rosto ao observar a beleza da garota, prestes a pedir seu presente.

Rhaenys sentiu-se corar levemente ao ver Cregan, que era, sem dúvida, um dos homens mais bonitos do torneio. Algumas das memórias de seus momentos compartilhados veio a mente da princesa, e ela deu um sorriso educado ao homem.

Acompanhada de Baela, Rhaenys seguiu para o outro lado sa cabine para conseguir se manter mais perto do Lord.

Ela não pôde deixar de se sentir um pouco nervosa quando ele se aproximou e desmontou do cavalo, mas ainda assim conseguiu sorrir para ele.

— Princesa Rhaenys Targaryen, você me daria a honra de receber a sua prenda, como um presságio de boa sorte? — perguntou o nortenho, seu charme capaz de derretee até as mulheres casadas da corte.

Rhaenys deu uma baixa risada para o Stark e assentiu levemente com a cabeça, voltando ao seu assento para pegar a prenda. Uma pequena coroa enfeitada em flores vermelhas e pretas, com decorações douradas ao redor de cada uma delas. A princesa cuidadosamente voltou ao lugar de antes, inclinando um pouco o corpo para colocar a prenda em sua arma.

Alguns sussurros se espalharam pelas cabines.

— Boa sorte, Lord Stark. — disse a princesa, seu sorriso radiante e bochechas vermelhas ao olhar o homem.

Cregan sorriu ao receber a prenda da princesa, sentindo uma sensação de honra com esse gesto. Ele sabia que esse sinal de favor significava muito em um torneio como esse. Ele acenou humildemente para a princesa, agradecendo o presente, enquanto cavalgava em direção à sua posição, sentindo uma renovada sensação de energia.

Isso lhe deu um impulso extra de confiança, sabendo que ele tinha uma chance de lutar para garantir a vitória. Quando a partida começasse, ele canalizaria sua força e determinação para superar um oponente tão habilidoso quanto o soldado da Casa Blackwood.

A luta entre Cregan e o soldado foi intensa desde o início, com ambos os combatentes exibindo um nível feroz de habilidade e velocidade. Enquanto suas espadas se chocavam e eles dançavam para dentro e para fora, abrindo caminho para dentro e para fora de suas defesas, o público assistia com expectativa.

A princesa prendeu a respiração, sentindo a tensão e a pressão crescerem na multidão, pois um deslize poderia custar a vitória de qualquer um dos combatentes.

Ambos estavam provando ser oponentes dignos, e a partida poderia ser de qualquer maneira.

Rhaenys estava na ponta da cadeira, sem conseguir tirar os olhos da ação, sentia a tensão da multidão aumentar a cada momento. Essa era uma das lutas mais acirradas que ela já tinha visto e os dois soldados estavam se dedicando de corpo e alma a esse combate.

Cregan era o lutador mais experiente, mas o soldado era jovem e cheio de energia. Sua juventude compensava sua falta de experiência, e ele não era alguém a ser superestimado.

O Nortenho conseguiu avançar e encontrou uma abertura na defesa do oponente, desferindo um golpe decisivo no soldado, fazendo-o cambalear contra uma tábua de madeira. A força do golpe fez com que rachaduras atravessassem a tábua, ameaçando rompê-la.

Com a multidão em delírio, Cregan finalmente conseguiu conquistar a vitória, tornando-se vitorioso em sua luta.

Agora estava pronto para avançar para a próxima rodada, onde teria a chance de enfrentar o Príncipe Aemond.

Uma coincidência do destino.

Ele se voltou para Rhaenys com um sorriso cansado, agradecendo-lhe antes de se sentar para descansar e recuperar o fôlego.

Quando foi declarado que Cregan Stark lutaria contra Aemond Targaryen, a princesa sentiu o coração apertar no peito. Seus pensamentos estavam confusos enquanto ela resolvia qual dos dois homens ela iria apoiar secretamente.

Rhaenys queria que Cregan vencesse a partida, mas ao mesmo tempo ela também não queria que Aemond se ferisse e perdesse. Sua mão segurou o pingente de lua com robustez entre os dígitos, sua frequência cardíaca acelerando de forma inquietante e alarmante.

Enquanto observava os dois competidores assumirem suas posições no campo, ela prendeu a respiração, sem ter certeza de quem sairia vitorioso no final da partida.

Cregan e Aemond tinham algo a provar nessa luta, e as apostas eram altas após as outras rodadas. Rhaenys rezou pela segurança deles e esperava que a partida transcorresse sem problemas e, com isso, o sinal da trombeta soou, anunciando o início da partida.

Quando a partida começou, Rhaenys ficou nervosa rapidamente, achando difícil se concentrar na luta. Ela notou que Cregan era mais habilidoso e experiente nesse confronto, e Aemond estava começando a se cansar a essa altura do torneio.

Com o coração pesado, a princesa começou a temer quem levaria a vitória.

— Aposto cinquenta moedas de ouro que Aemond vai perder de forma humilhante. — sussurrou o príncipe Daemon no ouvido da esposa, soltando uma risada logo em seguida. A herdeira deixou um belisco no braço do homem, e ele se calou quase que imediatamente.

As multidões estavam enlouquecidas enquanto o príncipe e o lorde duelavam na partida mais intensa da noite. Enquanto a batalha se desenrolava, Aemond finalmente cometeu o erro de se deixar livre, e o Stark rapidamente aproveitou essa oportunidade para desferir um golpe decisivo.

O príncipe caiu de seu cavalo com alguns giros e um baixo gemido de dor, sendo protegido apenas pela armadura que vestia. Dois guardas vieram para perto do príncipe para o levantar do chão, temendo que o Targaryen tivesse ferido severamente.

Aemond empurrou ambos para trás e se levantou do chão usando os dois punhos, o príncipe puxou uma espada do cinto da armadura e demandou que ganhasse um escudo.

Havia pedido uma justa.

A multidão ficou em silêncio quando o príncipe se levantou após a queda, parecendo determinado a continuar lutando mesmo ferido. Muitos nobres e pessoas comuns sussurravam uns para os outros, espantados com sua resistência e coragem.

— Confio na sua capacidade, irmão! — gritou Daeron de uma das cabines, batendo fortes palmas e assobiando para tentar incentivar o irmão a manter a determinação dele.

Aemond recebeu rapidamente um escudo de um soldado da arquibancada e retomou a luta com Cregan. Com energia renovada, o príncipe estava mais agressivo do que nunca, não querendo deixar espaço para que Cregan se recuperasse do ataque anterior.

A multidão foi ao delírio enquanto a partida continuava em sua terceira rodada. Tanto Cregan quanto o príncipe estavam começando a mostrar sinais de exaustão e cansaço, mas também continuavam a demonstrar sua habilidade e determinação. Rhaenys não pôde deixar de ficar tensa enquanto assistia à luta, desejando apenas o melhor resultado, mas sabendo que seria difícil determinar quem sairia vitorioso.

Os socos desferidos por Aemond eram agressivos, estava conseguindo retirar sangue do oponente dele com facilidade, como se estivesse sendo movido por uma raiva pessoal.

Cregan continuou a lutar com a habilidade e a experiência que demonstrou nas rodadas anteriores, mas sua exaustão crescente estava começando a aparecer. Aemond estava começando a parecer mais confiante, percebendo que Cregan estava começando a ter dificuldades para manter a guarda alta.

À medida que a luta continuava, Rhaenys e o resto da multidão prendiam a respiração enquanto os combatentes pareciam cada vez mais exaustos. Apesar disso, eles não mostraram sinais de desistência ou rendição, optando por continuar com sua luta agressiva e impiedosa.

Rhaenys ainda estava na borda de sua cadeira, observando com extrema atenção a cada movimento dos dois homens. Seus dígitos apertavam com o colar com força, e sua perna balançava incessantemente devido ao nervosismo e ansiedade que estava sentindo.

A determinação de Cregan diminuiu quando ele começou a perceber que a derrota estava começando a parecer uma possibilidade real. O príncipe começou a perceber isso e rapidamente capitalizou sua fraqueza, aumentando sua vantagem e atacando novamente.

Finalmente, a luta terminou quando Cregan baixou a guarda e foi atingido por um golpe decisivo.

Cregan finalmente se rendeu, incapaz de continuar lutando por mais tempo. Aemond rapidamente abaixou seu escudo e foi até o lorde derrotado. Quando o príncipe se aproximou dele, Cregan se curvou e ofereceu sua espada em sinal de rendição.

Rhaenys sorriu ao ver Aemond aceitar a rendição de Cregan, e todos os olhares da multidão estavam voltados para os dois combatentes, enquanto todos esperavam para ver quem o príncipe escolheria para lutar da Casa Tully.

Aemond rapidamente tirou o capacete, revelando cabelos platinados cuidadosamente trançados e seu elegante tapa-olho preto cobrindo seu impressionante olho de safira.

Testemunhar Aemond, seu rosto brilhando de calor e sua trança desgrenhada, trouxe uma sensação de formigamento entre as pernas de Rhaenys, fazendo com que suas bochechas ficassem vermelhas em resposta. Rapidamente, ela cruzou as pernas e limpou a garganta discretamente, tentando recuperar a compostura depois da excitação momentânea que a percorreu.

Rhaenys continuou assistindo a última batalha que era entre a Casa Targaryen e a Casa Tully.

A multidão aplaudiu ao ver o príncipe fazer sua escolha e estavam ansiosos para ver quem sairia vitorioso no confronto.

Os dois combatentes assumiram suas posições e começaram o duelo para determinar o campeão final do torneio. Todos observavam apreensivos, sentindo seus corações acelerarando à medida que os combatentes se chocavam com as espadas e a batalha chegava ao clímax.

Infelizmente, o príncipe Aemond já estava cansado demais para se empenhar na vitória do torneio.

A vitória foi concedida ao soldado da Casa Tully devido ao exaustão do príncipe e alguns machucados de seu corpo, esse mesmo que ganhou a prenda maior e a ofereceu para a princesa Rhaenys Targaryen, a nomeando como Rainha do Amor e da Beleza do torneio.

Rhaenys ficou surpresa ao se ver sendo chamada de Rainha do Amor e da Beleza do torneio e corou levemente com o gesto. Ela sorriu e fez uma pequena reverência para o soldado, aceitando o elogio e o presente com humildade.

Ela gostava de atenção.

Em seguida, voltou seu foco para o príncipe. A partida foi uma batalha intensa e exaustiva, e ela estava orgulhosa dele por ter dado tudo de si, apesar da exaustão e do cansaço. Seus esforços não foram em vão, pois muitos entre a multidão o aplaudiram quando ele saiu do torneio.

Mesmo que o príncipe não tenha saído vitorioso, ele ainda demonstrou sua força, coragem e determinação no campo de batalha, e todos na plateia sabiam que ele havia dado tudo de si durante o torneio.

Quando o torneio foi chegando perto de seu encerramento, Rhaenys se engajou em uma longa conversa com o Lobo de Winterfell.

Conversaram sobre diversos assuntos do passado e assuntos do presente.

O Nortenho foi chamado para passar a noite no castelo, mas o pedido da princesa foi negado pois o Lord afirmou que havia muitos problemas e assuntos para se resolver em Winterfell, portanto sua estadia seria praticamente impossível com a quantia de trabalho pesando em suas costas.

Rhaenys entendeu a recusa de Cregan em passar a noite no castelo durante o torneio. Ela sabia que, como Senhor do Norte, ele tinha muitas responsabilidades e o respeitava por sua decisão.

Embora a princesa esperasse passar mais tempo com o lorde do norte, ela ficou feliz por ter tido a chance de conversar com ele. Cregan era um lorde impressionante e um lutador habilidoso, e Rhaenys não duvidava que seus deveres o manteriam ocupado em casa.

O torneio foi uma experiência estimulante e emocionante para a princesa. Ela gostou de ver os combatentes lutando com habilidade e determinação, e ficou impressionada com o espírito esportivo que eles demonstraram durante a competição.

Apesar do príncipe de sua casa não tenha vencido o torneio, ela ficou satisfeita com o fato de ele ter conseguido, pelo menos, fazer uma exibição impressionante e lutar bem.

De modo geral, Rhaenys ficou entusiasmada com o resultado do torneio e teve o prazer de ver seu tio voltar para o quarto em segurança com um dos grandes prêmios.

[...]

A atenção do príncipe rapidamente se voltou para o som de três batidas distintas ressoando em sua porta. Apesar da presença de uma faixa no ombro, indicando uma lesão recente, seu físico quase nu exalava uma sensação de vulnerabilidade. A sala estava impregnada com o aroma revigorante de cabelos recém-lavados e com a essência persistente de seu ritual de limpeza.

Avançando com determinação, ele seguiu em direção à entrada oculta, destrancando-a cautelosamente para revelar a princesa parada diante dele, vestida apenas com uma camisola delicada, seus cabelos prateados sem adornos de tranças. O príncipe ficou momentaneamente sem fôlego com a visão encantadora, assim como o físico parcialmente exposto de Aemond deixou Rhaenys momentaneamente sem palavras.

Aemond não pôde deixar de admirar a princesa, notando como ela estava deslumbrante em seu vestido de dormir. Seus cabelos prateados iluminavam a escuridão do quarto, lançando um feitiço hipnótico sobre ele. Ele sentiu uma sensação avassaladora de admiração e entusiasmo ao olhar para ela, achando difícil acreditar que uma mulher tão bonita estivesse diante dele.

— Entre. — disse ele em um tom de voz baixo, deixando espaço para que ela pudesse entrar.

A princesa assentiu com a cabeça e suspirou baixo enquanto entrava no quarto de Aemond, sua mão imediatamente procurando a dele e o trazendo mais para dentro também. Seu pequeno sorriso decorou o rosto corado, e tinha uma certa malicia no brilho dos olhos.

Como pequenos demônios.

Magia suja, sombria e linda.

— Sinto muito que não tenha ganhado o torneio. — começou ela, dando uma breve pausa. — Mas, sua prontidão nos ataques foi admirável. Deixou alguns... machucados no rosto de Cregan.

Uma risada ecoou pelo quarto.

— Talvez se eu tivesse ganhado sua prenda, minha sorte teria duplicado. — disse ele de forma sarcástica, sobrancelhas erguendo enquanto conversava com a sobrinha.

— Se tivesse pedido...

— Se eu tivesse pedido, você daria?

A princesa ficou em silêncio quando Aemond lhe perguntou isso e aos poucos o sorrisinho torto surgiu no rosto, se sentindo travessa com o rumo que a conversa estava começando a tomar.

— Não, é claro que não. — disse ela como se fosse o fato mais óbvio do mundo. — Perdão pela demora, eu estava conversando com Daeron no caminho do salão, ele pode ter uma língua bem solta de vez em quando.

Aemond ergueu as sobrancelhas novamente, seu olho de safira descoberto deixou refletir uma luz azulada contra o rosto de Rhaenys, a deixando ainda mais bela.

— De fato, especialmente ao seu redor. — o príncipe falou com uma baixa risada, caminhando em direção a sua pequena mesa e servindo duas taças de vinho Dornes. — Ele gosta de você, caso não tenha notado.

— Está confundindo gentileza com paixão, Aemond. Seu irmão apenas tem muito mais empatia que você, por isso você tira suas conclusões precipitadas. — a garota se sentou na cama de Aemond, olhando ele bebericar do vinho. Seus olhos ágeis, capturaram cada movimento do corpo semi nu dele, seu corpo começando a dar impulsos sozinhos. — Inclusive, sei que não preciso oferecer explicações mas gostaria de deixar claro como a água que eu não me envolvi em qualquer atividade extra com ele, ou qualquer outra pessoa enquanto estive na baixada.

Rhaenys podia sentir a tensão e a excitação crescendo na atmosfera. Os dois ficaram ali parados, observando um ao outro, enquanto o ar entre eles começava a ficar denso e pesado.

Aemond deu um passo em direção a ela, sentindo-se atraído pela beleza da princesa. Não havia como negar a atração que Rhaenys exercia sobre ele, e ele não queria nada mais do que tê-la em seus braços.

— É mesmo? E o que mais, minha princesa? Se divertiu naquele... estabelecimento agradável? — perguntou ele lentamente, com o coração batendo um pouco mais rápido do que o normal enquanto esperava pela resposta dela.

— Não exatamente, uma mulher tentou me convencer a ir para a cama com ela. — ela disse cruzando os braços e olhando Aemond novamente. — Ela era muito bonita, mas eu não estava interessada naquele momento.

Ele assentiu com a cabeça e soltou um baixo suspiro, guardando a taça de vinho na mesa e caminhando ainda mais perto dela. Ao se sentar na cama, o príncipe a puxou pelos quadris e a colocou sentada em seu colo, apreciando sentir a proximidade deles.

A ação repentina do príncipe desequilibrou Rhaenys por um momento. Com uma risada, ela se acomodou no colo dele, envolvendo o braço em seu pescoço e puxando-o para mais perto.

Seus corações começaram a bater forte enquanto a tensão no ar atingia o máximo. Aemond colocou as mãos firmemente na cintura de Rhaenys, deixando-a ainda mais perto dele. O corpo dela era macio e quente contra o dele, e ele podia sentir o doce aroma de baunilha e canela que vinha dos cabelos dela.

Com a outra mão, Aemond passou suavemente o cabelo de Rhaenys para trás da orelha.

Rhaenys por sua vez, segurou o rosto dele com as mãos enquanto ele olhava profundamente em seu olho singular, e ambos compartilharam um momento de silêncio enquanto se aqueciam no calor do momento. Então, Aemond se inclinou para frente e encostou os lábios nos dela, iniciando um beijo longo e intenso.

A princesa retribuiu o beijo com a mesma intensidade, seus lábios se demorando nos dele à medida que a sensação de desejo se tornava mais forte. Ela podia sentir o coração de Aemond batendo rapidamente enquanto as mãos dele percorriam o cabelo dela, explorando cada fio e cada reentrância de seus prateados. Era como se o mundo inteiro tivesse desaparecido, e tudo o que importava era aquele momento entre os dois.

Enquanto o beijo continuava, Rhaenys sentiu as mãos de Aemond começarem a passear por seu corpo, provocando-a e acariciando-a de maneiras novas e excitantes.

Finalmente, eles se separaram, ambos sem fôlego e corados de excitação. Rhaenys encostou a cabeça no ombro de Aemond, sentindo-se satisfeita e segura em seus braços.

— Talvez você possa me oferecer outro tipo de prenda. — sussurrou o príncipe, depositando um outro beijo perto da orelha dela. — Uma em que ambos vão terminar satisfeitos.

Os dois ficaram sentados em silêncio por um momento, com a respiração voltando lentamente ao normal enquanto saboreavam o calor que tinham acabado de compartilhar. Depois de um tempo, Rhaenys se endireitou e se inclinou para perto do ouvido de Aemond.

— Eu quero você. — ela sussurrou. — Agora.

A respiração de Aemond ficou presa em sua garganta, seu coração martelando quando ele percebeu o que ela queria. Sem hesitar, ele se levantou e pegou Rhaenys em seus braços, levando-a para o centro da cama.

O príncipe deitou Rhaenys na cama macia, inclinando-se sobre ela enquanto seus lábios encontravam os dela mais uma vez. Dessa vez, o beijo foi ainda mais intenso do que antes, como se seus desejos estivessem ficando mais fortes a cada toque.

Enquanto estavam deitados juntos, Aemond começou a tirar os laços da camisola dela, enquanto Rhaenys passava as mãos na pelo peito nu dele, apreciando a sensação e tomando cuidado para não retirar a faixa que ele usava.

Ela não podia esperar mais e alcançou a fivela do cinto dele, soltando-a lentamente.

O príncipe ficou com a respiração presa na garganta quando sentiu o cinto ser aberto, e seu coração começou a bater forte dentro do peito. Ele não queria nada mais do que fazer Rhaenys se sentir tão bem quanto ela o fazia se sentir, mas também queria saborear esse momento.

A sensação das pontas dos dedos macios de Rhaenys contra sua pele estava deixando Aemond louco.

Com um olhar faminto no rosto, Aemond passou a mão pelo vestido dela, os dedos explorando as curvas do corpo de Rhaenys até encontrarem a fonte do desejo dela. Ela soltou um suave suspiro de prazer enquanto eles a acariciavam, puxando-o ainda mais para perto. Foi apenas alguns instantes depois que a mão do príncipe desapareceu por baixo de sua roupa, e a respiração de Rhaenys se encurtou quando seu corpo reagiu ao toque dele.

Desesperada por mais, pela liberação da paixão que corria em seu sangue, Rhaenys abriu as pernas, permitindo que Aemond tivesse acesso às suas partes mais sensíveis.

Levantando a camisola dela acima dos quadris, Aemond usou a outra mão para tirar as calças e o cinto, removendo-os rapidamente e voltando para a cama junto de Rhaenys.

O príncipe hesitou por um breve momento, querendo saborear o momento. Mas quando viu o olhar de Rhaenys, a necessidade de mais, ele soube que havia sido escolhido para lhe dar o que ela mais queria.

Com a mão livre, ele conduziu seu comprimento já duro e orgulhoso para dentro de Rhaenys, sua boca encontrando a dela mais uma vez, enquanto todo o calor e a paixão que haviam se acumulado dentro deles eram finalmente liberados. A princesa soltou um gemido de prazer, seu corpo se retesou ao sentir Aemond dentro dela mais uma vez, e ela envolveu suas pernas com mais força em torno dele, querendo nada mais do que sentir seus corpos juntos.

Os dedos de Rhaenys se enroscaram nos cabelos de Aemond, puxando seu pescoço para mais perto, enquanto ambos encontravam satisfação e alívio.

O príncipe e a princesa estavam muito desesperados e não tiveram preparação prévia. A única coisa que queriam era sentir um ao outro, tinham chegaram ao ponto de um desejo quase incontrolável.

O príncipe soltou um gemido profundo e seus olhos se reviraram quando o calor do corpo de Rhaenys o envolveu. Ao se mover dentro dela, ele sentiu como se não estivesse mais na Terra, mas em um mundo de êxtase e prazer.

Rhaenys cravou suas unhas nas costas de Aemond, seus lábios úmidos e avermelhados estavam partidos com baixos gemidos e choramingos saindo deles. Toda a musculação das coxas dela pareciam estar tensos, apertando ao redor do corpo de Aemond como se a vida dela fosse acabar quando ela soltasse.

A cama logo embaixo deles fazia um baixo ranger, e a cabeceira batia contra a parede de pedra, fazendo ecos em todo o quarto. A princesa inclinou o corpo um pouco para frente, tentando mexer os quadris junto com Aemond para que o prazer aumentasse. O príncipe usou suas fortes mãos para manter ela no lugar certo, dobrando uma das pernas dela com o joelho ficando quase no estômago dela, para que assim ele pudesse penetrar mais fundo nela.

Rhaenys desceu as mãos das costas de Aemond e foi para as coxas, seus dedos apertando tão forte que deixaram marcas vermelhas na pele tão pálida do príncipe.

— Rhaenys! — exclamou o príncipe.

Enquanto o príncipe arfava e se retesava dentro dela, Rhaenys sentiu-se caindo no limite quando a onda de prazer fez sua mente girar em êxtase. Seus dedos e pés se curvaram enquanto seu corpo tensionava, atingindo profundidades de prazer que ela julgava impossíveis.

Ela soltou respirações profundas e ásperas, incapaz de recuperar o fôlego, com as costas arqueadas e os olhos revirados.

Aemond soltou outro gemido enquanto os dedos dela se apertavam ainda mais, seus corpos se movendo juntos em uma dança harmoniosa que parecia durar horas. Ele moveu a mão para baixo, massageando os quadris e as coxas de Rhaenys, provocando-a ainda mais.

À medida que o ritmo deles aumentava, Rhaenys estava chegando ao fim, e ela sabia disso. Ela podia sentir isso na forma como seu corpo tremia, na forma como sua respiração se tornava curta e irregular e na forma como o prazer a dominava.

As mãos do príncipe apertaram suas coxas, mantendo-a no lugar enquanto ele se movia dentro dela com força crescente. Ele queria lhe dar tudo, e se recusava a se conter.

Quando o clímax de Rhaenys se aproximou, ela soltou um gemido alto e envolveu os braços ao redor do pescoço de Aemond. Seu corpo convulsionou e se apertou ao redor dele, e sua mente estava nublada pela satisfação e pelo prazer avassalador da liberação. Ela sentiu os movimentos de Aemond diminuírem e pôde ouvi-lo murmurar seu nome contra sua pele.

O príncipe esqueceu de sair de dentro dela, estava focado demais no prazer para se lembrar de sair antes de gozar. Rhaenys sentiu o corpo do príncipe ficar tenso quando ouviu um gemido baixo sair dos lábios dele. Em resposta, ela apertou o pescoço de Aemond, enterrando o rosto nele enquanto ele a preenchia.

O rosto de Aemond estava corado e quente, e ele olhava para Rhaenys com um sorriso suave enquanto ela se recuperava da última onda de prazer. O ar na sala ainda estava carregado com o calor de suas ações, e Rhaenys sentiu a respiração quente do príncipe em seu pescoço.

Ela o manteve ali por um momento, saboreando a sensação de satisfação e euforia que percorria seu corpo. Então, ela se afastou gentilmente e se virou para ele.

— Isso foi... magnífico. — sussurrou Rhaenys, olhando para o rosto corado do príncipe. — Exatamente como as outras vezes.

A princesa rolou para o lado e se aconchegou a Aemond.

Ela estava cansada e exausta, mas muito satisfeita.

Enquanto Rhaenys passava os dedos pelos cabelos de Aemond, sua mente se encheu de pensamentos sobre o que o futuro poderia lhes reservar. Ela não conseguia acreditar que havia encontrado alguém que a fazia se sentir assim, tão desejada.

— Deveríamos fazer isso de novo. — sussurrou Aemond. — E de novo e de novo...

Rhaenys soltou uma baixa risada enquanto Aemond falava, sua respiração ainda pesada quando ela deitou a cabeça no peito e puxou os lençóis para cobrir os corpos deles. Era tarde da noite, mas eles ainda tinham tempo sobrando, fora que ninguém procurava pela princesa quando já era tão fundo da noite assim.

— Sim, claro. Mas, por enquanto... — respondeu ela, puxando-o para perto de si e descansando a cabeça em seu peito. — Vamos aproveitar o momento. — ela continuou, depositando um beijo gentil na bochecha dele

De repente, ele entendeu o que aqueles sentimentos significavam, aqueles formigamentos quentes em seu coração, aquela sensação de vazio no estômago, ela sempre se sentiu tão em conflito entre o amor e o medo, e agora, finalmente, o sentimento de afeto era mais forte do que o medo, ele sabia agora.

Ele estava realmente apaixonada por aquela pessoa.

Ele havia se esquecido por tanto tempo, mas agora ele finalmente percebeu quando viu o sorriso brilhante dela iluminar a sala, sentindo seu coração bater mais forte ao se deparar com o olhar caloroso dela.

Ela era a pessoa certa.

Isso assustava o Targaryen, pois ela era a única pessoa que o príncipe não podia se permitir amar, de todas as mulheres do mundo.

Ela era a última pessoa por quem ele esperava se apaixonar, mas, olhando para trás, ele agora podia ver as pistas que havia perdido o tempo todo. Durante semanas, ele havia tentado reprimir seus sentimentos, mas agora isso não era mais possível. Quanto mais tempo passava com ela, mais fortes eram seus sentimentos, e ele teve de admitir que ela era sua alma gêmea.

Aemond percebeu que nunca poderia ter um relacionamento com ela, porque a posição dela tornava impossível que a história deles tivesse um final feliz.

Mas isso não iria impedir o príncipe de amá-la.

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