070
Rhaenys estava abraçada em Baela a quase dez minutos sem intervalos após a princesa anunciar a gravidez no meio do jantar, as bochechas dela coradas de tanto que ela chorava da emoção em finalmente ser tia.
Parecia mais feliz do que o próprio casal.
Jacaerys não escapou os braços da irmã; também acabou sendo preso em um abraço forte e longo dela.
Rhaenys envolveu Jacaerys com os braços, abraçando-o como uma mãe faria com seu filho recém-nascido. O jovem príncipe estava gostando muito do carinho e do calor da irmã, mas tentou manter a calma e não deixar transparecer o quanto estava gostando.
Uma parte da família comemorou com brindes e saudações, enquanto uma parte se manteve quieta e sem reação alguma, não querendo se envolver na festividade da gravidez de Baela e Jacaerys.
Jacaerys olhou para Rhaenys e sorriu com carinho. Apesar de todos os defeitos e indiscrições dela, ele nunca poderia negar que ela era sua irmã e que eles sempre se amariam.
Ele a abraçou, finalmente retribuindo seu calor e afeto.
— Estou feliz por você e Baela. — ela chegou a sussurrar para o príncipe, dando um grande beijo estralado em sua bochecha. — Você será um ótimo pai, assim como será um ótimo rei e é um marido perfeito. Perfeito em todos os quesitos, Jace.
O rosto de Jacaerys fica levemente vermelho.
— Tentarei ser, Rhaenys. — ele cora, um pouco tímido em relação à sua irmã mais nova, que sempre foi perfeita demais para ser verdade. — Tentarei ser tão incrível quanto você, em todos os sentidos. — ele sussurra nos ouvidos de Rhaenys.
— Eu sei que sim, Jace! — Rhaenys sorriu para o irmão dela, seu coração se derretendo com as palavras de Jacaerys. — E você será, não se preocupe com isso. Ainda mais perfeito do que você diz que eu sou. — ela respondeu docemente, dando outro abraço em seu irmão mais velho.
Eventualmente o abraço entre os dois irmãos acabou, alguns brindes a mais foram desejados pela saúde da gravidez de Baela e a felicidade do casal.
Rhaenys sorriu enquanto se posicionava num canto, seu sorriso de ponta a ponta pelas grandes notícias.
A pouquíssimos metros de distância, Aegon havia bebido um pouco demais e viu Rhaenys parada ao lado.
Ele teve uma ideia.
Aproximando-se lentamente de Rhaenys, Aegon sorriu de forma maliciosa enquanto se esgueirava na parede na direção dela. Não querendo causar uma cena, ele se aproxima o máximo que pode sem parecer suspeito, tramando se inclinar e sussurrar no ouvido de Rhaenys sobre alguns assuntos.
Porém, o príncipe mais velho teve seu corpo puxado pelo braço por Aemond, que o manteve longe de Rhaenys para que não houvessem interações entre os dois Targaryen. Aemond sabia que Aegon iria provocar ela, e também sabia que Rhaenys não tinha boa tolerância com as provações do tio mais velho.
E, além disso, o príncipe também não queria o irmão tão perto da sobrinha deles.
Por razões privadas.
A princípio, Aegon resistiu, tentando se libertar das garras de Aemond, mas, quando não conseguiu, parou de resistir e sua boca se transformou em um sorriso malicioso. As pessoas ao redor deles não notavam tal comportamento, presos em suas próprias conversas e sorrisos pelas novas notícias.
Enquanto tentava se aproximar de Rhaenys mais uma vez, ele se virou para Aemond e deu uma piscada. Os dois irmãos saíram poucos segundos depois pela porta principal, sendo acompanhados pelo olhar de Rhaenys que seguia os movimentos de Aemond com pupilas dilatadas e respiração levemente irregular.
A atenção de Rhaenys foi capturada pela forma como seus longos cabelos caíam sobre o rosto, pela forma como suas mãos fortes repousavam casualmente ao seu lado. A maneira como seus ombros subiam e desciam suavemente enquanto ele respirava, a maneira como seu peito largo se expandia e contraía com a respiração.
Ela não queria nada mais do que estar em seus braços, pressionar seu corpo nu contra o dele, sentir suas mãos grandes e fortes correrem para cima e para baixo em seu corpo, ouvi-lo dizer seu nome repetidamente...
Seus olhos perseguiram a linha da cintura do príncipe e as mãos dele agarrando o braço do outro antes dela se virar e voltar sua atenção para as comemorações pela gravidez de Baela.
Rhaenys se sentiu estranha pelos pensamentos que estavam passando pela sua mente tão de repente até que ela escutou seu nome ser chamado, e esses pensamentos desapareceram tão rapidamente quanto apareceram.
— Rhaenys? — ela foi chamada por Rhaenyra, que se aproximou da filha com passos silenciosos e um pequeno sorriso em seus lábios, sempre maternal. — Venha mais perto, minha doce menina. — disse ela com o mesmo sorriso decorando seus lábios, apertando a mão da filha enquanto a puxava para perto de Baela e Jacaerys.
[...]
A chuva havia dado uma trégua na cidade, e um forte sol brilhava entre as nuvens brancas que passeavam pelo azul do céu. As ladies e lords da corte andavam livremente pelos corredores, jardins e pátios do castelo enquanto conversavam e fofocavam sobre os mais diversos assuntos atuais.
Enquanto Rhaenyra e Daemon participavam da parte política do castelo, entrando em discussões com Otto e Alicent, seus filhos estavam espalhados pelo pátio de treinamento fazendo cada um suas próprias coisas.
Rhaenys e Lucerys estavam em um canto enquanto tentavam ajudar Joffrey a aprender seus golpes com a pequena e inofensiva espada de madeira. Jacaerys treinava com sua própria em alguns bonecos de palha, sendo observado pelas gêmeas Targaryen.
Daeron e Aemond estavam em outra parte do pátio, mas perto. Ambos conversavam de vez em quando e então faziam uma pausa para treinar seus golpes com as mais diversas armas; adagas, estiletes, arco e flechas e espadas.
O mais velho deles, Aegon II também estava agraciando o pátio com sua presença por alguma razão a qual ninguém sabia, já que era raro o príncipe ser visto no castelo nesse horário da tarde e ainda mais sóbrio, sem escapadas noturnas. Alguna já espalharam rumores dizendo que o príncipe havia mudado pela volta do irmão caçula, outros disseram que era apenas um início da cura de seu alcoolismo.
Mas na verdade ele já havia alguma porcentagem de álcool no sangue e estava lá apenas para criar discórdia.
Seu jogo preferido.
Daeron estava com sua espada no punho enquanto a girava de um lado para o outro em uma espécie de aquecimento para começar seu treino, porém seu olhar estava focado na princesa Rhaenys e não em seu treinamento. O príncipe observava a forma dócil que ela cuidava do irmão mais novo e ria junto com Lucerys das coisas mais bobas possíveis, o jeito como as bochechas dela facilmente coravam pelo mormaço do sol e seu cabelo voava na fraca brisa de primavera.
Ela era como uma pintura das galerias do castelo.
Ainda mais bonita que uma pintura.
— Está admirando nossa sobrinha, irmão? — Aegon chegou por trás de Daeron, o assustando, fazendo com que ele desse um passo para frente e batesse contra o corpo de Aemond. O príncipe bufou alto por ter sido empurrado no exato momento em que ajustava a sua mira, mas continuou em seu típico silêncio absoluto.
— Não, eu estava apenas vendo o que ela fazia. — Daeron disse, tentando dispensar o assunto.
— Ou seja, estava admirando!
Aemond escutava a conversa dos dois atentamente, tentando se concentrar no arco e flecha que ele apertava entre os dedos até que seus nós ficassem brancos. Ele estava ciente de que o irmão caçula havia criado algum laço repentino com a sobrinha no momento em que ele aleatoriamente decidiu que não voltaria para Oldtown e permaneceria no castelo, mas não poderia dar sua opinião quanto a isso, e estava torcendo para que Aegon não abrisse a boca para dizer asneiras sobre o assunto.
— Acredito que temos duas visões diferentes da palavra admirar, irmão. Observar e admirar são coisas diferentes, saberia disso se tivesse se importado mais em estudar do que escapar para se divertir com seus vinhos e meretrizes. — ele comentou casualmente, segurando um sorriso nos lábios.
— Mm, eu acredito que não.
— Ela sabe lutar com espadas? Talvez eu pudesse ajudar ela em algo, uma princesa precisa estar preparada para se defender. — Daeron perguntou tentando achar um pretexto para se aproximar de Rhaenys no pátio, ao mesmo tempo que procurava uma maneira de fugir do assunto de Aegon.
Mas Aegon era persistente, difícil de se livrar quando colocava algo na minúscula mente.
— Oh, que tipo de espadas e treinamentos estamos falando? Tenho certeza que ela adoraria ganhar habilidades com sua... espada, Daeron. — Aemond engasgou com a própria saliva ao ouvir o que Aegon disse, já Daeron sentiu o rosto entrar em uma crise de constrangimento e tons de vermelho. Certamente, ele não quis dizer treinamento com espadas em um sentido diferente do que normalmente tinha.
— Vocês fariam a grande gentileza de se manter em silêncio, por favor? Suas vozes irritantes atrapalham minha concentração e Aegon, se veio até aqui apenas para encher nossos ouvidos com suas bobagens então eu sugiro que dê as costas e volte para suas prostitutas o quanto antes.
Aegon sabia que tudo isso não se tratava da concentração em si, mas sim de irritação. O fato de Daeron ter mostrado grande interesse na sobrinha deles tinha gerado um incômodo maior do que o esperado em Aemond, o que era uma base de divertimento maior para Aegon do que quando ele estava assistindo lutas nos ringues da baixada.
— Se quiser algumas dicas, eu estou sempre a disposição para guiar meus irmãos com seus assuntos pessoais, como um irmão mais velho faz. Agora, se quiser levar isso direto ao ponto eu sugiro que faça um passeio com ela na rua da seda e...
Aemond cantarolou roucamente e jogou seu arco e flecha no chão, caminhando para longe dos dois irmãos que tiravam sua paciência e seu sossego. Daeron observou Aemond se afastar lentamente, mas em momento algum passou por sua mente que ele podia ter se irritado pelas palavras de Aegon sobre Rhaenys, afinal, seria quase impossível que os dois tivessem um caso.
Quase.
O príncipe deixou de lado o treinamento de arco e flecha e decidiu seguir para a espada, sua arma favorita depois das adagas.
Rhaenys seguiu os passos de Aemond com seu olhar, novamente, prestando atenção no que ele fazia. Mas poucos minutos depois, desviou seu olhar quando sentiu a presença de Daeron ao seu lado, cutucando seu ombro para chame a atenção da princesa que estava distraída e absorvida em seus próprios pensamentos.
Enquanto Aegon e Daeron observavam a sobrinha com um claro interesse, Aemond o observava com um olhar frio. A simples ideia de Aegon se aproximar de Rhaenys o incomodava profundamente. Se ele pudesse, cortaria a língua do irmão por ter falado o nome dela. E, no entanto, enquanto Aegon continuava a falar de Rhaenys, ficou claro que algo dentro de Aemond estava começando a se mexer.
Não era o suficiente para fazê-lo esquecer o quanto seu irmão era insuportável, mas era uma distração desagradável.
Ele observou com grande interesse para ver se Daeron consegueria a persuadir como Aegon esperava.
Rhaenys captou o olhar de Aemond. Os olhos deles fizeram contato e se mantiveram por um momento, ela praticamente podia sentir a intensidade da atenção dele.
— Daeron. — Rhaenys disse ao desviar o olhar novamente, um sorriso gentil em seus lábios naturalmente rosados. — Como você está? — perguntou de forma educada, bagunçando o cabelo de Joffrey e então se afastando um pouco enquanto conversava com Daeron.
— Estou bem, Rhaenys. — disse Daeron com seu famoso sorriso de lado e suas covinhas das bochechas. — Está treinando no pátio, ou apenas veio agraciar nossas vistas com sua ilustre e marcante presença?
A princesa soltou uma baixa risada com o comentário do tio e então olhou ao redor, mantendo suas mãos cruzadas atrás das costas como sempre estava fazendo.
— Apenas acompanhando o treinamento de Joffrey. — justificou. — E você, está treinando ou apenas jogando conversa fora para passar o tempo?
Aemond observou a conversa entre Rhaenys e Daeron. Ele viu a maneira como seu irmão sorriu para ela; ele sabia que Daeron também gostava dela. Aemond teve que reprimir um sorriso invejoso.
— Sim, continue perseguindo-a. Veremos onde você chegará. — o príncipe murmurou para si mesmo.
Daeron se aproximava de Rhaenys, falando com ela suavemente, eles pareciam estar se dando muito bem. Aegon tinha razão, era muito divertido ver seu irmão tentando conquistar o afeto de Rhaenys.
Talvez fosse hora de ele levar as coisas para o próximo nível.
Rhaenys e Daeron estavam cada vez mais próximos, e Aemond percebeu. Quando ele colocou a mão no ombro de Rhaenys, uma fúria ciumenta se acendeu dentro dele.
Ele estava desconfortável com o que estava acontecendo, mas sabia que tinha que permanecer calmo e controlado. Não permitiria que o sorriso presunçoso e vitorioso surgisse no rosto de Aegon por ter conseguido o que ele queria, jamais.
— Espadas? — Daeron disse enquanto oferecia uma a Rhaenys, que não aceitou inicialmente. A princesa lançou um olhar para o irmão mais velho e então voltou a olhar o tio, rejeitando a espada mais uma vez.
— Espadas são um perigo em minhas mãos, eu não sei manusear elas. — ela explicou, dando uma breve pausa antes de continuar. — Arco e flecha ganham meu coração.
O príncipe ergueu as sobrancelhas, uma coincidência que Daeron era quase um especialista na arte do arco e flecha, passando muitos anos em Oldtown estudando e pondo em prática o treinamento dessa arma. Daeron soltou uma leve risada com o que Rhaenys contava e depois abaixou a própria espada, guardando no cinto da cintura e cruzando os braços acima do peito.
— Eu poderia lhe ensinar a usar as espadas e adagas. Eu acredito que a princesa ainda não tenha se envolvido em situações de perigo, portanto não teve a oportunidade de usar essas armas para se defender, ou matar, estou certo? — o príncipe comentou de forma séria.
Rhaenys engoliu em seco com um outro sorriso nos lábios, e sentiu o olhar de Aemond encima dela novamente quando mencionado que ela nunca havia matado alguém. Uma mentira, Alys havia sido o primeiro homicídio que ela cometeu, e ela não sabia se acabaria cometendo outros no futuro.
Apesar de um pensamento envolvendo veneno estar martelando em sua cabeça desde que ela matou a bruxa bastarda naquele beco da Baixada das Pulgas, a quase uma semana atrás.
O corpo da mulher já devia ter sido descoberto a essa altura, ou então estava abandonada enquanto apodrecia e servia de alimento para o ratos sanguinários.
— Está certíssimo, príncipe Daeron. — mentiu. — Eu gostaria de tentar, sim. — Rhaenys disse a Daeron com um sorriso educado, referindo-se ao fato de que ele queria ensiná-la a usar espadas.
Daeron virou-se para Aegon e deu de ombros com um sorriso tímido. As sobrancelhas de Aegon se ergueram, pois ele sabia exatamente o que seu irmão estava sentindo, os dois irmãos.
— Vá em frente, Daeron. Mostre-nos os movimentos. — disse Aegon com uma piscadela e um sorriso malicioso na direção de Aemond.
A sensação de desgaste percorreu pela garganta dele, e o príncipe mordeu a língua com tanta força que ele logo sentiu o gosto de ferro se espalhar pela boca. Aemond se aproximou discretamente para o lado deles e limpou a garganta, na esperança de chamar a atenção deles.
— Vamos, Daeron, está na hora de nossa aula de arco e flecha. Estou particularmente irritado, e gostaria de liberar um pouco dessa raiva. — Aemond estava tentando usar o sarcasmo para disfarçar sua situação atual. — Talvez possamos chamar nosso sobrinho Jace para participar, ou Lucerys.
O olhar de ódio de Aemond voou em direção a Lucerys, o garoto o qual ele tanto ressentia e odiava. O culpado pela perca de seu olho, pela sua infelicidade e sua insegurança.
Rhaenys ergueu uma sobrancelha para Aemond quando ele mencionou chamar os irmãos dela para o treino, principalmente Lucerys. A princesa estralou a língua e cerrou os olhos para o tio, dando um sorriso de canto e descruzando as mãos de trás das costas, um passo em frente.
— Talvez eu possa tentar treinar com você, ao invés do meu irmão?
A cabeça de Jacaerys e Lucerys viraram com tanta rapidez quando ouviram o que a irmã disse, que se sentiram tonto por alguns segundos. Os dois Velaryon se entre olharam e telepaticamente compartilharam a mesma opinião sobre a situação.
Aemond sentiu o ar sair de seu corpo. O corpo de Aemond reagiu de forma inesperada, o que o deixou bastante perturbado, ele sentiu um calor subir pelo peito e chegar ao rosto.
Ele inspirou e expirou profundamente, tentando manter a compostura.
— Talvez você possa. — disse ele, tentando manter sua atitude fria enquanto olhava para ela. — Mas não hoje, sobrinha.
Rhaenys mordeu a bochecha e revirou os olhos com a ousadia de Aemond e a forma como ele dispensou ela, propositalmente.
Jacaerys largou a espada dele em um canto e com passos firmes marchou na direção da irmã mais nova, segurando o braço dela para chamar sua atenção e poder pedir as explicações do porque pelos Deuses ela decidiu dizer e fazer algo assim.
— Rhae, o que está fazendo? — ele perguntou com as sobrancelhas franzidas, seu olhar transparecendo a inquietação dele diante do assunto. Lucerys, não muito longe tinha a mesma expressão, as linhas das sobrancelhas apertadas juntas e os olhos com pupilas dilatadas, escondendo o fraco verde das íris.
— Ele havia dito que gostaria de treinar com Lucerys, você por um acaso acha que a situação acabaria bem? Ele machucaria Luke propositalmente e nós não poderiamos fazer nada a respeito. — explicou ele, sussurrando para o irmão.
— E o que iria garantir que ele não lhe machucasse também?
A pergunta de Jacaerys permaneceu no ar por alguns minutos enquanto a princesa tentava pensar em uma desculpa a respeito disso. A verdade era que, a princesa realmente não tinha garantias de que Aemond não a machucaria propositalmente, pois ela ainda não confiava totalmente em Aemond mesmo após tudo que eles já haviam feito juntos. Assim como Alicent dizia ao filho, Rhaenys sabia que o tio ainda era do lado contrário aos pensamentos e causas dela.
— Nada pode garantir, Jace. Mas eu iria preferir que eu fosse machucada do que qualquer um de vocês. — disse a princesa, dando um beijo no ombro de Jace e bagunçando o cabelo dele para que o clima estranho que se instalou, sumisse. — Não se preocupe, era apenas uma brincadeira.
Jacaerys manteve a postura desconfiada e protetora dele, porém foi aos poucos suavizando a medida que ele notava que Aemond não iria treinar com Rhaenys de fato, estava apenas tentando criar uma reação dos irmãos a favor da princesa.
Ele assentiu com a cabeça e deu um beijo na testa de Rhaenys, pegando a espada em mãos novamente e voltando para treinar com os bonecos de palha. Jace teve seu olhar focado na irmã por um tempo, mas eventualmente desviou sua atenção para se concentrar no treino de espadas dele.
Rhaenys por sua vez, se aproximou de Lucerys e Joffreu e ficou lá. Seu olhar no entanto, estava distante de estar nos irmãos ou em outras pessoas, mas sim focado em Aemond, focado em seus movimentos e a forma tão suave e certeira que ele distribuia seus golpes contra Daeron ou contra Sor. Cole.
A forma como a roupa de treino apertava nos bíceps e nos ombros, o olhar concentrado em derrubar o oponente. O jeito com o qual os sons de cansaço saíam dos lábios do príncipe ou o jeito que seu lábio inferior ficava preso entre os dentes enquanto ele pensava no próximo golpe ou na próxima arma, e as veias saltadaa de suas mãos pela força que ele segurava o cabo da espada.
Uma visão em tanto, a princesa pensou com as bochechas corando.
Algo estava crescendo em seu peito, mesmo que sua mente estivesse tentando ocultar esse tal sentimento, a protegendo de sofrer e se machucar.
Seu coração estava batendo contra o peito, enquanto ela lutava contra o sentimento desconhecido que surgia dentro dela. A mente continuou ocultando, com medo de abraçá-lo de verdade, da possibilidade de dor que certamente viria se ela o fizesse. Embora Rhaenys tentasse desesperadamente esconder, havia uma pequena semente de desejo que estava começando a crescer em seu peito, um sinal de algo mais profundo que ela negou profundamente.
O amor pode ser uma chama ardente que acende a paixão e o desejo, deixando-nos perseguindo seu toque fugaz, desejando mais, sempre querendo.
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