067
No dia seguinte, pela manhã, a chuva forte ainda se espalhava pela capital, mas com poucos trovões e mais água. Os jardins estavam vazios, os pátios de treinamento estavam vazios e os corredores estavam cheios de pessoas da corte.
Rhaenys estava em seu canto, tentando encontrar um corredor mais desocupado enquanto carregava sua irmã recém-nascida nos braços.
Ela virou a esquina e encontrou um corredor mais isolado, silencioso e vazio. Com Visenya nos braços, ela encontrou um cantinho aconchegante, onde poderia alimentar e cuidar da irmã em particular, longe da agitação do resto do castelo.
Quando ela se acomodou, ouviu-se um suave arrulhar e gorgolejar da criança, enquanto ela mamava e tomava seu leite. Rhaenys sorriu, apesar do frio em que se encontrava, era bom saber que sua irmã estava agora em segurança.
A pequena usava um vestido vermelho com preto, uma touca branca para que o vento e o frio não prejudicassem os sensíveis ouvidos. Rhaenys tinha sua capa sobre os ombros, o qual ela usou como uma camada a mais para manter a neném quente e segura.
Ela olhou para o outro lado e viu um guarda passando no pátio próximo, e se perguntou brevemente como ele estava se comportando, tendo um trabalho importante a fazer mesmo em condições precárias. Mas logo ela voltou a cantarolar em alto valriano para a bebê.
A chuva continuava a cair, tornando os jardins mais lamacentos e os pátios mais difíceis de serem percorridos.
Rhaenys sentou-se no canto, com o bebê dormindo e a chuva caindo pela janela próxima. Rhaenys podia ver as gotas escorrendo pela janela, e isso era estranhamente reconfortante.
A princesa embalava Visenya nos braços, sorridente como nunca, feliz em finalmente ter uma menina tão pequena para carregar consigo e repassar seus conhecimentos. Ela estava na sacada onde sempre ficava ao olhar os irmãos treinar, estava conversando e rindo com a irmã nascida a algumas semanas, vendo como ela era tão linda com seu cabelo ralo e platinado, o rosto com bochechas cheias e rosadas.
Algo em Visenya lembrava muito a princesa Rhaenyra, e ao mesmo tempo lembrava o príncipe Daemon.
A neném enrolou as mãos curiosas nos platinados da irmã, sempre demonstrando o quanto era apaixonada no cabelo da Velaryon. Rhaenys riu com as ações de Visenya e retirou o leite quente das mãos incessantes da pequena, temendo que ela acabasse fazendo uma grande bagunça.
Enquanto a princesa se mantinha distraída com o olhar tão inocente e calmo da irmã, olhos azuis escuros penetrando os dela, outro Targaryen passeava pelos corredores de forma ansiosa e inquieta, botas pesadas batendo no chão como se estivesse marchando. O cantalorar familiar, mas tão baixo que se tornou impossível para que Rhaenys conseguisse escutar a pessoa que se aproximava das duas.
Aemond se aproximou de sua sobrinha Rhaenys. Ela segurava sua irmãzinha nos braços, mais linda do que nunca. Ele não imaginava que isso fosse possível.
Ele ficou parado atrás dela, a alguns passos de distância, observando-a por um momento, absorvendo cada detalhe de sua presença. Sua expressão era difícil de ler, seu olho coberto pelo tapa-olho estava imóvel, enquanto o outro a olhava fixamente, e sua boca era uma linha fina não fazendo nada para torná-lo menos ameaçador. Não havia calor em suas feições, e uma voz tão fria que era como se um mar de inverno tivesse chegado às margens de King's Landing.
Estava chovendo forte, ele não podia sair do castelo para ir voar com Vhagar e muito menos podia ir treinar no pátio ensopado de água. Então a única coisa que ele achou para se distrair do estresse interno que estava passando, foi andar pelos corredores da Fortaleza Vermelha enquanto observava ao redor, nas coisas que nunca tinha notado antes.
— Rhaenys. — o príncipe chamou baixo, o olhar vidrado na bebê. Ela se virou devagar para não assustar a irmã que parecia sonolenta, e seus olhos se encontraram com o de Aemond que estava perto de uma pilastra com as duas mãos para trás, como de costume.
— Príncipe Aemond. — disse ela, apertando os braços mais forte ao redor da irmã enquanto seu queixo se levantava para olhar o tio, um tanto quanto surpresa que ele estava próximo dela em público e ainda na presença da outra sobrinha.
— O que está fazendo com ela? — ele apontou o dedo para o bebê no colo dela, a nova sobrinha que ele ainda não tinha ido conhecer desde que aconteceu o nascimento ou o banquete de boas-vindas, não se sentindo confortável em fazer isso pelo motivo de não ser próximo da irmã mais velha, Rhaenyra.
Rhaenys ficou em silêncio por um tempo, seu dedo mindinho sendo mordido pela boca sem dentes da bebê, mais uma vez.
Aemond observou como Rhaenys sorria tão genuinamente feliz em ter a menina no colo. Ela era delicada, fazia sons estranhos para chamar a atenção da criança no colo e se mexia de um lado para o outro, a ninando.
Não parecia a mesma Rhaenys que disse ter matado Alys, não naquela noite.
— Estou ajudando minha mãe. — respondeu a pergunta de Aemond, ainda ninando Visenya em seus braços e usando a capa para deixar ela aquecida e segura dos ventos e clima frio. — E além disso, gosto de passar tempo com essa pequena dragão, o sorriso dela me faz se sentir paz.
Aemond assentiu em silêncio e permaneceu encarando a Targaryen sendo embalada, balbuciando sons sem sentido algum e logo em seguida soltando uma risada. Mãos tão pequenas mas ao mesmo tempo tão expressivas, abanando no ar e puxando as mechas prateadas.
— Que maravilhoso e comovente. — Aemond disse em uma voz que pingava sarcasmo.
Era adorável. Inocente demais.
Um silêncio desconfortável tomou conta do corredor, e ele decidiu tomar uma decisão que iria se arrepender no momento em que a fizesse, mas fez mesmo assim.
— Posso segura-lá?
Rhaenys levantou seu olhar com surpresa, sem esconder o choque que sentiu quando escutou a pergunta do tio. Relutante, ela moveu Visenya em seus braços e olhou para a neném que mantinha o sorriso de orelha a orelha, caminhando para perto de Aemond para que pudesse entregar ela em seu colo, mesmo que estivesse desconfiando do súbita desejo do príncipe em se aproximar ou se comunicar com a nova sobrinha, ou prima.
Aemond não tinha experiência com crianças, as únicas que ele havia pegado no colo foram os gêmeos e o mais novo de Helaena, e ainda foram pouquíssimas vezes.
Assim que posta nos braços dele, Visenya se amargurou em ir para o colo de um estranho, o jeito de Aemond em segurar ela também não ajudou muito. Mas, com alguns ajustes e a ajuda de Rhaenys, ele pegou a prática e apoiou a cabeça da neném em um braço, o outro descansou nas costas dela.
Aemond estava assustado com o que estava fazendo, era fácil perceber apenas olhando a expressão de olhos arregalados e lábios entre abertos enquanto segurava a prima, ou sobrinha, em seus braços. Seus olhos eram azuis escuros exatamente como os de Rhaenys mas assim como a princesa dizia, algo em Visenya lembrava muito a herdeira do trono.
Talvez fosse o nariz, ou talvez fosse o formato dos olhos. Mas de qualquer forma, ela tinha as típicas características Targaryen, com pele pálida e cabelos prateados.
Discretamente, ele soltou um meio sorriso vendo aqueles olhos azuis o encararem tão intensamente, ela era tão pequena e mesmo assim ele conseguia notar que suas expressões diziam o que ela estava sentindo no momento, que em seu ponto de vista parecia ser felicidade e curiosidade.
— Visenya, como a conquistadora. — disse ele em voz baixa, olhando estranho para a neném com se ela fosse um animal de outro mundo. Mas não, era apenas a sobrinha dele.
Rhaenys estava olhando para Aemond com uma expressão séria, desacreditada com o que estava acontecendo bem em frente aos seus olhos. A natureza fria dele, e a divisão familiar deveria proibir qualquer tipo de interação entre eles. Porém ali estava o príncipe, segurando a nova sobrinha com uma expressão de desgosto mas um toque de empatia pela neném Targaryen.
— Minha mãe sempre amou esse nome, desde antes de Jacaerys nascer. Visenya e Rhaenys eram irmãs conquistadoras, lutaram lado a lado com seus dragões em busca dos sete reinos, são inspirações para todos nós. — ela disse enquanto se aproximava lentamente dos dois e acariciava o pouco cabelo prata da irmã, sorrindo de forma doce para ela.
Visenya ficou um pouco mais inquieta no colo do príncipe, não gostando do jeito que estava sendo segurada e olhada. Ela soltou alguns berros altos e tentou agredir Aemond com as pequenas e gordinhas mãos, franzindo as claras sobrancelhas do mesmo jeito que Rhaenys fazia quando estava brava.
Era incrível o quão semelhante irmãos podiam ser, ainda que novos demais ou distantes demais.
Rhaenys soltou uma gargalhada alta quando Aemond arregalou o olho ao perceber o comportamento estressado da irmã dela e começar a chorar. Ela tentou acompanhar o ritmo deles, e voltou a cantalorar para a jovem princesa para que se acalmasse. O valiriano de Rhaenys parecia ter melhorado muito com as últimas semanas, a pronúncia mais solta e leve do que quando ela inicialmente começou a falar.
O príncipe voltou o olhar dele para observar as habilidades de Rhaenys em acalmar a neném, seu coração acelerando a mil com a visão tão cuidadosa e afetiva irradiando da outra sobrinha dele. Era como se ela se tornasse uma pessoa totalmente diferente quando oferecia amor aos irmãos e irmã, ou até mesmo para as gêmeas de Daemon com Laena.
Era uma estranha sensação que ele estava carregando no peito, como se estivesse sentindo algo esquentar.
Eram as bochechas dele, e a respiração aumentando.
Rhaenys pareceu não notar nada, os olhos apenas focados na irmã caçula.
Eles estavam em um corredor vazio e afastado, longe de olhos famintos e incômodos, então ela não estava se preocupando que alguém acabasse vendo essa cena onde, querendo ou não, ambos estavam se divertindo na presença da bebê Visenya e o jeito como ela mudava a sua personalidade de acordo com a pessoa que estava cuidando ou segurando ela. Era como se ela já reconhecesse os problemas da família antes de ter total consciência da própria mente ainda se formando.
As ladies eram bem conhecidos na corte, com seus olhos arregalados e curiosos que pareciam nunca perder nada e lábios prontos para espalhar qualquer informação suculenta para quem quisesse ouvir.
Os cidadãos da cidade eram como peixes fora d'água, ouvindo avidamente e absorvendo cada palavra e informação que podiam, antes de cuspi-la de volta para espalhar ainda mais os rumores. Qualquer palavra que eles ouvissem acabaria chegando aos ouvidos da rainha, as últimas fofocas, as mais recentes, espalhando-se mais rápido do que a própria peste em sua tentativa de informá-la sobre cada detalhe, por menor que fosse.
O guarda observava atentamente de longe, escondido nos corredores escuros, enquanto observava os dois filhos dos dragões interagindo. Seu olhar aguçado observava cada detalhe minucioso da interação entre eles, e seu olhar frio nunca vacilava. Ele estava em silêncio e imóvel, sua presença era desconhecida para o casal enquanto compartilhavam palavras um com o outro.
Sor Criston Cole permaneceu no local por diversos minutos, sua expressão se tornando uma de nojo ao observar a mais nova que era estranhamente igual a princesa Rhaenyra quando mais jovem. Assim que ele terminou de checar o que acontecia, o guarda se escondeu pelas sombras dos corredores úmidos da chuva mais uma vez, seu destino sendo em direção aos aposentos da Rainha Consorte
Onde ele sabia que ela estaria terminando de se arrumar para os deveres do dia.
Cole não sabia dizer o que tinha visto, se eles estavam em algum relacionamento ou não. Mas sabia que tinha acontecido uma interação entre Aemond e Rhaenys com a bebê Visenya, e ele não podia permitir que isso acontecesse sem o conhecimento de Alicent.
De maneira alguma.
Ele não deixaria o filho da Rainha se aproximar de sua própria sobrinha e começarem um romance, por mais que o incesto fosse normal na Casa Targaryen. Rhaenys estava no time preto, eram o inimigo.
A armadura prateado do soldado fazia barulhos altos enquanto ele caminhava pelos corredores da torre onde ficava os aposentos de Alicent, a porta sendo vigiado por mais dois guardas com excessão de Cole. Ainda vestindo o capacete brilhante, ele acenou para os companheiros de equipe e bate na porta da rainha enquanto aguardava resposta e permissão para que pudesse entrar.
A voz suave e calma da Hightower foi escutada alguns minutos depois, e a grande porta aberta pela dama de companhia dela. Alicent ergueu a barra de seu vestido enquanto andava na direção do seu escudeiro, uma expressão séria em seu rosto e os típicos trajes no tecido verde florestal. Quase de imediato, a mulher soube que o assunto era sério apenas pela forma como Cole estava se comportando ao adentrar os aposentos de sua rainha e salvadora.
— Vossa graça. — disse o homem e se curvou para a rainha depois que as portas foram fechadas e apenas os dois permanecerem na grande sala do quarto.
— Sor. Criston, qual seria seu motivo de visita a esse horário da manhã? — a ruiva perguntou se aproximando do guarda enquanto seus dedos descansavam respeitosamente no cordão da estrela de sete pontas no colar que carregava envolta do pescoço. — Aegon se envolveu em alguma situação perigosa, novamente? — a forma como a mulher perguntou já deixava claro que essa não seria a primeira vez que uma situação assim ocorria, porém quando o guarda mexe a cabeça de forma negativa, a curiosidade da rainha se despertou.
Criston se manteve quieto por um tempo, tentando encaixar as palavras em suas frases e pensando na melhor forma em dizer o que tinha visto.
Eventualmente, o homem falou.
— Há algo que preciso lhe dizer sobre seu filho, o Príncipe Aemond. — disse ele com uma breve pausa, e depois adicionou algo a mais. — e a Princesa Rhaenys.
— Aemond? O que é? — Alicent perguntou, com a voz fria, pois não esperava ouvir más notícias, principalmente sobre o segundo filho dela. Seus olhos permaneceram no cavaleiro, se sentando cuidadosamente enquanto seus dedos agarravam o braço de seu assento.
Criston hesitou e pigarreou um pouco antes de organizar seus pensamentos mais uma vez. Uma sombra pareceu cruzar a expressão da rainha, e ele sabia que a próxima parte seria recebida com raiva.
— Um pouco antes de me direcionar até seus aposentos, decidi passar por um corredor de fácil e mais rápido acesso essa manhã. — o cavaleiro disse com certa preocupação em sua voz, a notícia deixava ele instável. — Príncipe Aemond estava em um desses corredores, na presença da Princesa Rhaenys e Visenya. Estavam... interagindo.
Uma longa pausa tomou conta do quarto, apenas o som da forte chuva batendo na janela ecoava pelos cantos do cômodo. Criston olhou fixamente para sua rainha, tentando imaginar qual eram os pensamentos dela diante do que ele havia acabado de revelar a ela.
— Interagindo? — disse ela, agarrando-se com força ao apoio de braço da cadeira. Seus olhos se arregalaram, a gravidade das palavras do cavaleiro só aumentou sua ansiedade. Sua voz era concisa quando ela voltou a falar. — Você tem certeza? perguntou Alicent. Seu tom era incisivo, a palavra foi direto ao ponto, não havia espaço para dúvidas em sua pergunta.
Criston assentiu com a cabeça diante da pergunta da rainha. A expressão do cavaleiro deixou claro o quão grave era a situação.
Ele sabia o que estava em jogo e não estava disposto a arriscar sua própria posição fazendo falsas alegações.
— Sim, Vossa Graça. — ele confirmou, com a voz firme. — Eles não estão em um relacionamento, acredito eu, majestade... Mas eles se falaram. O Príncipe Aemond falou com Rhaenys antes que eu deixasse o corredor, eles estavam brincando com a nova bebê, a mais nova de Rhaenyra. — outra breve pausa. — Achei melhor que a senhora soubesse
Alicent franziu a testa ao ouvir o cavaleiro confirmar suas piores suspeitas. Ela permaneceu em silêncio por um momento, com os pensamentos correndo em sua cabeça à medida que as implicações dessa notícia se desenrolavam. Esse desenvolvimento não passaria despercebido.
A cada segundo que passava, o temperamento de Alicent começava a se exaltar. Ela estreitou os olhos, encarando o cavaleiro do outro lado da mesa, percebendo como isso poderia afetar o reino em geral e como afetaria sua própria posição pessoal como rainha, ou o futuro de King's Landing. A ruiva se levantou apressadamente da cadeira e começou a andar pelo quarto. Seu vestido esvoaçava com a brisa do mar que soprava pelos frestos da janela.
Seus lábios formaram uma linha fina e ela bateu com os dedos no descanso de braço da cadeira quando ela se sentou novamente, o som parecia alto no quarto enquanto a rainha pensava na melhor maneira de responder.
Ela levantou a cabeça e olhou para o cavaleiro com uma expressão severa.
— Por que Aemond estaria interagindo com Rhaenys, e ainda mais com a criança? Algo deve estar errado. — a rainha comentou com sua voz embargada, quase como estivesse furiosa. — Aemond não faria nada para me decepcionar de tal forma, ele não é como Aegon.
A rainha comentou, respirando fundo a cada palavra que dizia.
— Não tenho certeza, Vossa Graça. — disse Criston, com uma expressão solene. Ele percebeu que era melhor não oferecer uma opinião que pudesse parecer especulação, dada a gravidade da situação.
Em vez disso, o cavaleiro decidiu manter o foco nos fatos, pois essa era a maneira mais respeitosa de abordar a situação.
Ela estava desesperada para entender a extensão da situação, e essa era uma pergunta que Criston não estava em condições de responder. Alicent queria saber se o caso deles já estava acontecendo há algum tempo ou se era algo recente. Era uma distinção vital.
Sua expressão se tornando cada vez mais sombria, com um fogo aceso em seus olhos ao perceber a magnitude da situação em questão.
— Você já os viu... íntimos um do outro? — perguntou Alicent. Ela precisava saber a verdade e não queria deixar nenhuma pergunta ou dúvida em sua mente quanto à natureza do que possível tinha entre Rhaenys e Aemond.
Criston ficou surpreso com a escolha de palavras da rainha, mas percebeu que ela só queria saber toda a verdade.
— Não, Vossa Graça. — disse ele com sinceridade, com uma expressão firme. Houve uma sensação de alívio por ele poder responder a essa pergunta com absoluta certeza, pois não tinha dúvidas sobre o que tinha visto ou não. — Mas suspeito que algo estava acontecendo entre eles. — acrescentou Criston.
— O que o faz dizer isso? — ela perguntou. Seu tom estava mais neutro agora, ela queria saber todos os detalhes, e sabia que o cavaleiro nunca diria uma palavra sem ter certeza absoluta. — Quais são as circunstâncias que o fizeram pensar isso? — acrescentou ela, com palavras incisivas e diretas ao ponto.
Criston tirou um momento para limpar a tensão da garganta, enquanto tentava formular as palavras certas para explicar por que se sentia assim.
— Rhaenys é mimada da mesma forma que a mãe, tudo que ela faz, seja errado ou certo é defendido com unhas e dentes pela falsa herdeira do trono e seu consorte. — o homem disse, seu ódio e desgosto pela princesa era igualmente ao que ele sentia pelos irmãos dela e os pais da Velaryon. — Como uma viúva negra, usando sua beleza e feminilidade para atrair homens desavisados para sua perdição. Uma vez que os tenha firmemente presos em suas garras, ela os ataca com um veneno que certamente vai matar sua presa. — o escudeiro parou de falar mais uma vez e olhou pela janela do quarto, a chuva ainda forte. — Vadia mimada.
A rainha escutou atentamente enquanto o seu escudeiro falava, assentindo com a cabeça a cada coisa que ele falava sobre a família Targaryen.
— A princesa é o tipo de pirralha mimada que sempre conseguia o que quer, mesmo que isso signifique arruinar a vida de outras pessoas no processo. — comentou a Hightower, voltando a olhar para o escudeiro. — Exatamente como a mãe dela, e eu não posso deixar que meu filho tente qualquer coisa e seja atraído para a confusão que Rhaenys é.
Ela tinha que resolver o problema com suas próprias mãos, para o bem do reino e da coroa.
— Sor Criston, quero que se mantenha de olho em Aemond pelo resto do dia, principalmente hoje que é um dia chuvoso e ela não gosta de sair do castelo. — ela comandou e se levantou de sua cadeira, finalizando de por seus acessórios no cabelo e orelhas, antes de se dirigir para a grande porta de seu quarto. — Eu mesma falarei mais tarde com meu filho.
E então a rainha saiu de seus aposentos, acompanhada de seus dois guardas reais e sua dama de companhia, enquanto seus sapatos ecoavam nos corredores do castelo com a tamanha força de seu pisar.
Se há uma coisa que os Deuses amam é a tragédia. Com asas que queimam e pessoas que caem nas chamas dos dragões que sobrevoam o mar de corpos.
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