050

Seus corpos ainda tremiam com o prazer, com as sensações por toda parte. Aemond estava respirando pesadamente, sem conseguir se mover, pensar ou dizer qualquer coisa.

Parecia um sonho.

Rhaenys parecia estar no mesmo estado. Os dois se entreolharam, com os relâmpagos começando a estralar do lado de fora, indicando uma tempestade próxima.

"Eu acabei de... o que acabou de acontecer?" Aemond estava pensando, voltando lentamente à realidade.

Tudo aconteceu muito rápido. Aemond ainda estava tentando recuperar o fôlego. Ele sentiu suas pernas se contorcerem um pouco quando olhou para Rhaenys.

Ela estava mais linda do que nunca, mesmo toda bagunçada.

Aemond se perdeu no momento, não pensou mais, apenas fez o que queria fazer. E, no entanto, havia também esse desejo que o estava consumindo vivo.

Seus olhos agora estavam fixos em um precioso abraço. Aemond ainda estava deitado ao lado de Rhaenys, ainda não conseguindo acreditar no que tinha acabado de acontecer, sentia-se como se fosse um tolo e um traidor ao mesmo tempo. Mas, ao mesmo tempo como se fosse a pessoa mais privilegiada do mundo.

— Rhaenys, — ele sussurrou depois de um momento, com a respiração ainda trêmula, fechando o olho bom. Tinha sido incrível. No ponto de vista de Aemond, havia sido um momento de pura paixão e luxúria.

Havia uma expressão de satisfação em seu rosto quando ele olhou para Rhaenys novamente.

— Você diria que eu fui bem? — perguntou o príncipe, em sua voz sussurrada, com um sorriso satisfeito e uma risada sem humor mas ainda com um significado escondido. Constrangido por dizer que não tinha certeza sobre suas habilidades em atos sexuais e não tinha tanto conhecimento sobre isso.

Rhaenys olhou para Aemond de forma quase confusa diante a pergunta dele. Ela não sabia como responder, afinal Aemond tinha sido o primeiro dela, obviamente. Ou seja, de qualquer forma ela se sentiu bem com ele, ela gostou do momento compartilhado deles.

— Sim, você foi bem! Eu... bom eu gostei, — Rhaenys respondeu, as pontas dos dedos dela traçando círculos imaginários distraidamente no peito do príncipe.

— Estou contente com isso. — Aemond sussurrou, enquanto dava um sorriso satisfeito e colocava seus braços envolta da cintura dela, puxando-o para mais perto. — Eu não... eu não a machuquei, Rhaenys? — A voz de Aemond estava ainda mais calma do que o usual, mas ele parecia um pouco preocupado com o bem-estar de Rhaenys, para a surpresa dela.

O príncipe ainda estava ofegante e suando — todo o seu corpo estava quente, mas, ao mesmo tempo, quase um pouco entorpecido dos momentos passados.

— Não, eu não senti quase nenhuma dor. A septã uma vez comentou sobre isso, mas da forma como ela me explicou parecia que eu ia ser rasgada ao meio. — Rhaenys deu uma risada baixa e olhou Aemond por alguns instantes, antes de voltar a prestar atenção nas pequenas formas circulares que ela fazia com os dedos no peito dele.

O príncipe se moveu de uma forma que o deixou mais confortável, enquanto olhava para Rhaenys com felicidade em seu único olho que poderia ser quase imperceptível.

— E você também adorou. Posso ver que você... gostou. Você estava muito barulhenta. — Aemond deu uma risadinha, como se estivesse tirando sarro ou provocando ela sobre isso.

Ela se apoiou no cotovelo e levantou o corpo para encarar Aemond, e mesmo querendo rir, ela manteve os lábios em uma linha fina para mostrar seriedade.

— Eu não estava fazendo barulhos altos. — Rhaenys disse de forma firme e ofendida.

— Oh, minha querida princesa. Com certeza você estava, e não duvido que tenha gostado. — Aemond estendeu a mão e afastou os fios platinados de Rhaenys do rosto, para que ele pudesse ver melhor os olhos azuis dela que lembravam as escamas do próprio dragão de Rhaenys. — Seus olhos estavam lindos o tempo todo.

O príncipe se inclinou e beijou a bochecha da princesa com um sorriso doce, tão diferente do Aemond que ela via diariamente. Ela não diria que esse Aemond agora era o mesmo Aemond que insultava e odiava os irmãos dela, que era teimoso e praticamente um inimigo.

— Certo, mas eu não estava gritando. — Rhaenys se deitou novamente, escondendo o rosto no pescoço de Aemond e cheirando o cabelo dele.

Cheiro de baunilha.

— Eu discordo, — Aemond deu um risinho baixinho, ainda provocando a sobrinha. — Minha princesa era a pessoa mais barulhenta em toda a Fortaleza Vermelha essa noite. — O príncipe acariciou gentilmente o cabelo de Rhaenys, certificando-se de ser o mais cuidadoso possível, porque ele não queria machucar ela.

O príncipe então deu um leve beijo no pescoço de Rhaenys.

— Não que eu esteja reclamando, — ele sussurrou, com um olhar malicioso em direção a princesa. — Bem..., — o Príncipe hesitou, mas depois continuou a sorrir.

Rhaenys não disse nada para Aemond. Ela apenas revirou os olhos zombeteiramente e manteve o rosto escondido na curva do pescoço dele.

— Você parece gostar do meu toque, não é mesmo, Rhaenys? E acho que nunca ouvi você gemer antes... ouvi? — disse ele, de maneira um pouco provocadora. Uma ação que ele gostava de fazer com frequência ao redor dela.

Novamente, ela levantou cabeça para olhar ele.

— É claro que já ouviu... — Rhaenys disse com um sorriso quase discreto, se não fosse pela luz das velas que iluminavam o quarto escuro de Aemond.

— Não dessa forma, aos gritos.

— Fique quieto!

— Mas é a verdade, não é? — Ele sussurrou, enquanto tocava o rosto de Rhaenys novamente.

O sorriso do príncipe nunca tinha sido tão grande. Ele estava feliz e, ao olhar para a princesa, ele se perguntou se qualquer outra mulher do reino teria o mesmo efeito sobre ele da mesma forma que Rhaenys tinha nesse e em outros momentos.

Aemond desviou o olhar e riu para si mesmo, acariciando as costas de Rhaenys da mesma forma que ela acariciava o peito dele.

O príncipe sentiu como se seu mundo não fosse nada além de Rhaenys naquele exato momento.

Ele estava começando a gostar como ela o fazia se sentir, e a beleza de Rhaenys era tão magnífica a ponto de suas palavras não conseguirem descrevê-la completamente nem mesmo se Aemond tentasse colocar todo o seu esforço para pensar.

E quanto mais minutos desse momento se passavam, mais próximo Aemond se sentia de Rhaenys. Era o momento mais íntimo que o príncipe já havia sentido, e ele queria que nunca terminasse, se fosse possível.

Ele sentiu as mãos de Rhaenys começando a mexer em seu peito mais uma vez. Ele ainda não conseguia se mover e também não queria fazer isso. A respiração deles estava mais calma agora, pois ambos agora processavam o que havia acabado de acontecer.

Aemond estava tentando processar tudo, mas não conseguia dizer mais nada.

Ele não sabia o que dizer, ele apenas olhou para Rhaenys. O cabelo dela ainda estava caindo sobre o ombro dele, mas agora ela estava apenas olhando para os próprios dedos, seguindo as linhas imaginárias que ela desenhava no peito e braços dele.

Aemond continuou olhando para Rhaenys, pois eles tinham acabado de fazer algo que não poderia ser desfeito. Sentiu que queria fazer aquilo de novo. Aemond não tinha certeza do que pensar, do que fazer, mas seus olhos ainda estavam cheios de paixão.

— Você é linda, Rhaenys, — ele sussurrou, enquanto estendia a mão para tocar a bochecha dela. — Você é muito linda. — O príncipe se virou para dar um beijo na bochecha de Rhaenys, e os olhos dela estavam quentes e contentes.

Aemond fez o impensável — ele a beijou novamente, nos lábios. Ele não sentiu vergonha ou hesitação, apenas beijou Rhaenys novamente. A língua dele começou a acariciar os lábios dela e ele acelerou o ritmo, mais uma vez os dois começavam a se perder no calor do momento.

Minutos depois, qualquer um que entrasse no quarto do príncipe encontraria Rhaenys e Aemond dando risadas baixas enquanto ele fazia cócegas no estômago dela ou fazia ela se rolar pelo colchão apenas para deixá-la sentada no colo dele.

A risada de Rhaenys era um som doce de se ouvir, Aemond sorriu mais uma vez, sentindo o calor do corpo dela. Eles haviam se livrado da respiração pesada e agora estavam rindo e gargalhando juntos pela primeira vez de todas às outras vezes que eles interagiram.

Era tão bom estar naquele momento, bem ao lado dela, com as pernas ainda juntas, os corpos se tocando enquanto o cabelo de Rhaenys ainda caía sobre seu ombro. Parecia que nada importava.

A tempestade lá fora que agora acabava de começar parecia uma leve cantoria distante, um som fraco ao longe.

— Pare! — Rhaenys sussurrou, rindo descontroladamente enquanto Aemond fazia cócegas em seu estômago. — Aemond, pare... — ela continuou rindo — Aemond, por favor, pare com isso!

Ele fez Rhaenys rolar no colchão, a mão dele se movendo pelo corpo dela, tocando suas pernas, acariciando sua pele. No entanto, isso continuou por um tempo mesmo com os pedidos dela, as cócegas se tornaram mais intensas, mas Rhaenys não as recusou.

Era a primeira vez que eles agiam dessa forma um com o outro.

Sem guerras, sem divisões, sem o Aegon, nada. Apenas ele e ela, naquela cama, naquele quarto e naquele momento.

Aemond cobriu a boca de Rhaenys com a mão quando uma serva dele bateu na porta de Aemond, perguntando se o príncipe precisava de mais alguma coisa antes de se deitar para dormir. Olhando para Rhaenys de forma assustada por alguns segundos, ele segurou ela firmemente pela cintura contra o colchão e então firmou a voz.

— Sim? — Aemond disse e esperou pela resposta.

— Gostaria de mais alguma coisa, príncipe Aemond? — A serva perguntou com dois toques na madeira da porta. Um minuto de silêncio se passou antes de Aemond dizer em uma voz mais calma, novamente.

— Não, seus serviços e os outros estão dispensados para o resto da noite.

Ambos ouviram a serva pedir licença e se retirar com barulhos de passos ecoando pelo corredor vazio do quarto de Aemond.

Apenas quando eles tiveram a certeza de que tudo havia se acalmado e não tinha riscos algum, que ele retirou a mão da boca de Rhaenys. E, em retribuição ela olhou para Aemond com as sobrancelhas levantadas e um meio sorriso nos lábios naturalmente rosados que ela tinha.

— Eu pensei que uma vez você havia dito que não se importava com os criados do castelo nos vendo. O que há agora? — Ela riu como se estivesse provocando ele por se contradizer, mas no fundo ela estava sendo sarcástica. Afinal, ela obviamente também não queria que alma alguma visse os dois juntos.

Além de Lucerys, é claro e, infelizmente, Aegon.

— Se eles soubessem as coisas que fizemos...

Aemond não conseguia parar de olhar para Rhaenys, que parecia tão atraída por ele quanto ele por ela. Ela estava deitada sobre Aemond, com as pernas em volta dele, e o príncipe acariciava seu corpo nu.

— Como eu lhe disse uma vez e digo novamente, meu príncipe, Daemon tomaria seu olho sobrevivente.

Aemond respirou fundo, apenas olhando para ela.

— Não posso dizer que me arrependo de nada disso. Eu sei que é errado, mas não me arrependo, — ele sussurrou. Aemond queria senti-la novamente, apenas um pequeno gostinho.

Aemond beijou o pescoço dela novamente enquanto passava a mão pelo cabelo prateado e embaraçado dela, acariciando-a mais uma vez.

— Mas como eu mencionei naquela mesma vez, minha princesa, é um risco que eu estou disposto a seguir, por enquanto.

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