033
Elas haviam dado sorte em ir até a baixada enquanto tinha comemorações rolando soltas por toda a praça principal.
As três vestiam roupas de meninos, os cabelos platinados escondidos por debaixo de capuzes, e em momento algum elas soltavam a mão uma da outra, com medo de se perderam e causarem confusão. Havia uma lotação incrível pelos becos, poucos guardam no local onde estavam e diversos mercadores vendendo coisas pelos cantos.
Claro, também tinha a presença de algumas meretrizes satisfazendo as pessoas fora das casas, cobrando o dobro.
Helaena olhava tudo atentamente assim como as duas outras meninas. Ela sorria gentilmente para todos que esbarram nela e pedia desculpas com um tom doce na voz, podia se dizer que a princesa estava gostando de estar fora da Fortaleza pela primeira vez em toda sua vida.
Tinham tantas coisas que nenhuma delas tinha visto antes que isso as deixou mais animadas do que deveriam. As três pararam em frente a uma multidão de pessoas que pareciam dançar e gargalhar alto, fazendo teatro e contando histórias usando roupas engraçadas e coloridas, bem como perucas brancas e cavalos feitos de madeira.
Parecia uma história familiar da casa Targaryen.
— Cerveja, hidromel e vinho estiveram presentes nas travessuras da noite e a Princesa Viserra Targaryen desfrutou com gosto! Em algum momento, perto da meia-noite, a princesa e os companheiros que restavam decidiram apostar corrida de volta até o castelo em uma cavalgada desabalada pelas ruas da cidade. Quando os jovens chegaram perto da Colina de Aegon, o palafrém da Princesa Viserra colidiu com um de seus companheiros e a princesa foi arremessada da sela de cabeça contra uma parede, quebrando seu pescoço. — eles imitavam a situação de forma engraçada o que causava graça em todos que assistiam, mas as meninas não sorriam com isso, apenas prestavam atenção. — Era hora do lobo quando Sor Ryam Redwyne da guarda real despertou o Rei Jaehaerys e a Rainha Alysanne para lhes informarem do ocorrido. Apesar das diferenças entre elas, a perda da Princesa Viserra foi devastadora para a Rainha Alysanne.
Uma salva de palmas infestou o lugar, acompanhado de assobios e elogios pela execução tão bem feita da peça.
Helaena arregalou os olhos de repente, sentindo-se mais apreensiva.
— Espero que isso não aconteça conosco.
— Não irá, não somos tolas de apostar corrida com cavalos e também não vamos beber...estamos visitando, e a partir do momento em que nossa segurança começar a afundar iremos direto para a Fortaleza novamente. — Rhaenys abraçou Helaena de lado, devagar pois sabia da questão da tia e certos toques. As princesas saíram da peça quando acabou e observaram ao redor em busca de uma diversão segura.
Pararam em uma barraca toda enfeitada de bijuterias baratas e flores, uma mulher jovem de cabelos ruivos atendia os clientes ao lado. Era uma barraca de diversos artefatos diferentes, uns de valores e outros apenas por enganação.
Rhaenys se aproximou de alguns enfeites de lua que tinham para vender, alimentando a sua obsessão no grande satélite brilhante do céu. Tinham desde pedras azuladas esculpidas nos mais diversos formatos da lua até pequenos acessórios que pareciam estar desgastados, mas eram bonitas. Baela se contentava em mexer nas belas esculturas de dragão feitas de mármore branco e barato que a mulher vendia, já Helaena esqueceu tudo o que acontecia ao seu redor quando viu que tinha uma parte sobre insetos na banca, de todos os tipos e tamanhos...alguns que ela nunca tinha visto antes e talvez pegaria para encher sua coleção.
Mas a atenção de Rhaenys se prendeu em outra banca que tinha ao lado, uma mais chamativa para ela. Enquanto as duas continuam conversando sobre os artefatos, Rhaenys se afastou para o lado para conversar com o homem que vendia o item que ela demonstrou interesse.
Uma bela adaga de aço, o cabo da adaga era preto com uma bela lua feita de safira presa na ponta, brilhava com os reflexos sobre ela. Rhaenys não tinha idéia de como esse homem tinha conseguido algo de tão boa qualidade e beleza assim para se vender na baixada, mas rapidamente puxou algumas pratas de sua cintura e fez perguntas ao homem quanto a esta.
Não que ela fosse usar a adaga em algum momento, mas era linda e chamou sua atenção.
Ela agradeceu ao homem quando ele aceitou a quantia de pratas dela e embrulhou a adaga em um papel brilhante antes de entregar em suas mãos. A princesa sorriu diante a gentileza do homem e, quando ninguém estava olhando ela pegou um pequeno cinto pendurado em uma das barracas e passou envolta de sua cintura para prender a adaga firmemente abaixo do tecido da camiseta que ela usava.
Logo foi chamada por Baela para se juntarem no que elas faziam.
— O que estava fazendo?
— Observando as outras bancas, eu não sabia que vendiam coisas interessantes aqui. Comprou algo? — Baela estranhou mas decidiu não aprofundar o assunto.
— Não, mas Helaena pegou alguns insetos para sua coleção. — a outra sorriu mostrando seus dentes e levantou uma sacola transparente carregando diferentes insetos. Rhaenys riu com a empolgação da tia e seus bichinhos, e rapidamente as três voltaram a se enfiar pelos becos em busca de mais atividades para se fazer.
Na praça principal ocorria outra teatro, mas nenhuma mostrou em interesse em escutar outra história. Uma outra mulher, de cabelos pretos dessa vez, as parou e ofereceu algumas comidas que ela dizia ser afrodisíacas.
Mulheres bonitas merecem comidas de boa qualidade. Mesmo que a qualidade da comida da baixada certamente não fosse a mesma dos banquetes Fortaleza, as meninas ficaram curiosas em experimentar um pouco.
— O que são comidas afrodisíacas? — Helaena perguntou inocentemente a mulher.
Rhaenys e Baela também não sabiam, estavam tão curiosas quanto Helaena. A mulher nada disse, apenas sorriu de forma travessa a elas e abriu a palma da mão pedindo por pratas, Baela foi quem ofereceu as moedas dessa vez.
A moça pediu para que todas elas deixassem as mãos espalmadas, e uma por uma, foi colocando três alimentos para cada.
Uma amêndoa, uma pequena pimenta vermelha e uma ostra.
Elas fizeram uma careta, era uma mistura um tanto quanto estranha para se comer de uma vez.
— Oh...que curioso comer pimenta com amêndoas...é seguro? — Baela perguntou, não confiando na vendedora que olhava para elas com um olhar ingênuo mas que claramente era um mero teatro de fingimento.
— Acredite em mim criança, não se arrependerá.
As três se olharam antes de decidirem se comeriam ou não, mas por fim, pensaram que não acabaria em problema algum.
Talvez realmente não acabasse.
Enquanto Rhaenys mastigava a pimenta doce na boca, ela mordeu a amêndoa com os dentes, deixando para comer a ostra por último.
— Alimentos afrodisíacos são aqueles que despertam sensações de desejo e excitação nas pessoas. Por isso, ostras são bastante procuradas aqui na baixada por diversos homens antes de visitarem a casa dos prazeres, algumas mulheres também abusam delas. — Rhaenys, que agorava estava quase terminando de comer o conteúdo dentro da concha da ostra parou no mesmo momento com um olhar para cima das duas outras, todas com os mesmos pensamentos passando pela mente animada delas:
"Sete Infernos."
Mas não tinha muito o que ser feito agora que todas já tinham terminado de engolir as especiarias.
Rhaenys de repente se lembrou de todas às vezes que comeu ostras, mas nunca sentiu nada de diferente passar por seu corpo após fazer isso. Ou então, talvez não tivesse se deliciado da forma certa, havia uma forma certa de se desfrutar das ostras?
— Pela mãe...isso fará com que fiquemos igual a Aegon?! — Helaena exclamou exasperada, mas Baela revirou os olhos parecendo não sentir efeito nenhum na língua além de dormência.
— O dia em que eu ficar igual a Aegon, eu exijo uma execução rápida. — Rhaenys respondeu a tia, agarrando ao seu braço. Ela se sentia estranha, quem sabe realmente tivesse uma forma certa de se comer o fruto marinho e ela tivesse feito isso agora, pois sentia seu coração bater forte demais e seu corpo formigar.
— Aegon Targaryen, ele é meu melhor cliente, conhecem o príncipe? São as mulheres particulares dele da casa de prazeres da Freyre?
Não, elas eram apenas a esposa/irmã, prima e sobrinha.
— Aegon é conhecido aqui na baixada, quase impossível não reconhecer o príncipe atrevido de cabelo platinado. Eu ouvi dizer que ele é casado com a irmã e tem três filhos, quem sabe ele devesse deixar de comprar ostras na beirada das ruas e cuidar deles um pouco? — Helaena disparou de repente e Rhaenys se alertou com isso, apertando seu braço ainda mais envolta da tia, a puxando para longe da banca de especiarias.
— Obrigada pelas informações e sua comida, ficamos agradecida por sua gentileza. — Baela disse antes de sair correndo atrás das primas, deixando a mulher cabelos preto para trás com o rosto confuso.
Não muito longe dali, dois príncipes da casa Targaryen andavam pelos becos também. Um deles reclamando a cada segundo, e o outro não deixava de soltar elogios para cada alma viva que o reconhecia.
Aemond estava quase achando uma maneira de tirar a própria vida de tão irritado que estava se sentindo com toda a situação.
Aegon puxou o irmão pelos ombros en direção a um carrinho de comida, um onde ele sabia que tinha comida de qualidade e a seu gosto.
Um de especiarias afrodisíacas, os mesmos que as meninas estavam a poucos minutos atrás.
— Confie em mim, você vai adorar experimentar as ostras dela, e eu digo de comida mesmo, irmão. — Aemond revirou o olho diante a sua piada e com as botas pisando forte no chão, caminhou contra gosto até a pequena banca onde rapidamente foram atendidos por uma mulher. — Minha doce Amari! Fazem alguns dias que eu não apareço para comprar suas ostras, não?
— Meu príncipe, achei que havia mudado os hábitos ou de banca quando não apareceu aqui, pensei que tinha perdido minha fonte de dinheiro. — Ela sorriu para Aegon, e esse ato foi retribuído com gosto por ele.
Aemond sentiu que eles eram mais do que apenas vendedor e comprador. Certamente Aegon já havia fodido com essa mulher mais vezes do ele poderia imaginar, seu irmão provavelmente já tinha se deitado com metade da baixada das pulgas e sabe se lá aonde mais. Aegon jogou uma pequena bolsa de pratas encima do balcão de madeira e a mulher sorriu com os olhos brilhando para a quantia, logo as enfiando no bolso do vestido e se abaixando para pegar as ostras e as amêndoas que ele queria.
Foi lhe dado duas ostras e uma amêndoa nas mãos, e Aemond olhou com desgosto que tinha sido oferecido a ele.
— Eu poderia comer ostras no castelo se eu quisesse, Aegon, não precisava ter me trazido a esse lugar para isso. — Aegon revirou os olhos e puxou uma das ostras que estavam na mão do irmão, comendo junto das outras que ele tinha ganhado.
— Uma ostra não lhe fará mal, coma logo e se sentirá bem consigo mesmo, acredite em mim.
Aemond demorou um tempo antes de fazer o que era pedido, mas logo enfiou a língua dentro da concha e bebeu do líquido da ostra e logo em seguida comeu as amêndoas que acompanhavam. Assim que ele terminou, jogou a casca sobre a bancada da barraquinha e não muito tempo depois, sentiu pequenos dedos percorrendo seu braço apoiado. Ele olhou para baixo e viu as mãos da mulher de cabelo pretos, Amari, acariciando o seu antebraço por cima de sua roupa de forma mais do que provocativa.
Ele apenas lançou um olhar para cima da mulher e rapidamente tirou seu braço dali, se afastando da bancada e puxando Aegon junto dele. O irmão mais velho reclamou pelo puxão dele, porém logo se entretou com algumas mulheres dançando quase nuas pelas ruas enquanto seduziam homens da guarda real que deveriam estar fazendo o trabalho deles de vigiar os becos.
Aegon entrou em outro corredor, seguindo reto por uma rua menos movimentada para assim conseguir chegar no lugar onde desejava desde o início. Mas para enganar Aemond, ele precisou andar por lugares inúteis da baixada antes de chegar até o local interessante.
Aemond observava aos arredores da baixada sempre mantendo sua mão posta na adaga. O lugar era desprezível, ele olhava com desprezo para as pessoas ali. Não gostava de ver as mulheres nuas se esfregando nele assim que passava por um beco apertado, não gostava de sentir o cheiro de urina e coisas mofadas nos esgotos que passavam por perto e se prestasse bem atenção, veria que era comum encontrar corpos em decomposição jogados na vala. Ele não sabia se era a sensação de irritabilidade que estava deixando ele dessa forma, mas seu coração estava com uma palpitação mais forte do que deveria estar e sentia seu corpo pesar e formigar a medida que continuava andando em frente, uma sensação de aperto acometia o interior das costelas e sua mente parecia implorar por um banho gelado agora.
— Chegamos. — Aegon sorriu de um jeito estranho e forçou a porta para frente para abrir. Quando Aemond pisou para dentro do lugar ele se sentiu a pessoa mais tola de toda Westeros em acreditar que Aegon viria até a baixada e não iria em busca de uma casa de prazeres.
Ele mordeu os lábios de estresse e deixou um olhar mortal de ódio cair sobre Aegon, que malmente pareceu se importar com isso.
— Aegon, eu disse que não iríamos a uma casa dessas. — ele usou um tom firme para dizer e apertou o braço do irmão com força.
— Freyre! — ele se desvencilhou de Aemond e correu em direção a uma mulher baixa de cabelos dourados, corpo fino e parecia estar na casa dos 30 anos, olhos verdes como a grama chamavam a atenção. Aemond mexeu o lábio superior para cima como se tivess recebido uma picada de um inseto, uma mania que ele tinha quando se sentia estressado. — Dois dragões vieram visitar sua casa hoje. Meu irmão tem estado estressado ultimamente e com certos problemas em controlar a excitação, portanto nada melhor do que se aliviar para acalmar a situação, não acha?
Ele fez seu corpo paralizar no lugar e apertou os punhos com força, fazendo eles tremerem com sua ação. Aegon estava fazendo de propósito, estava o humilhando sem motivos para tal feito mas continuava.
Era sempre assim, foi assim da última vez e vai ser assim dessa vez, novamente.
A sensação estranha ainda estava presente em seu corpo, em cada parte dele. Formigando sua pele e apertando seu peito.
— Onde nós estamos? — Rhaenys perguntou a si mesma, confusa para onde estavam indo. Elas já haviam virado em diversos becos mas todos pareciam levar para o mesmo lugar. Nenhuma das três acertava um palpite, e seus peitos começavam a pesar de sentir desespero em estarem perdidas na baixada.
— É uma casa de bebidas, ali na frente? — Baela apontou a um lugar movimentado. Tinha uma semelhança ali que Rhaenys não estava achando estranho, pois parecia o exato lugar onde ela e Aemond tinham ido se encontrar naquela noite. O mesmo bar onde teve a briga e ela ficou toda suja de sangue juntamente de Aemond quando ele usou a adaga contra os homens para conseguirem escapar do local.
Baela pareceu sentir seus sentidos se aguçarem quando viu a casa, demonstrando interesse no que presenciava. Que mal teria entrar um pouco? Estava disfarçada e sabia se defender, gostaria de experimentar novas bebidas além do vinho típico da Fortaleza.
Sem perceberem, as meninas seguiram caminhos diferentes. Enquanto Baela seguiu para trás em direção a casa de bebidas, Rhaenys e Helaena seguiram em frente para buscar informações de onde estavam.
As duas bateram na porta diversas vezes mas não foram respondidas, então Helaena empurrou a porta com as duas mãos e com a força que fez acabou tropeçando para dentro do lugar, fazendo com Rhaenys despertasse dos pensamentos e seguisse a tia rapidamente para onde ela ia.
Desde que tinham experimentado as comidas oferecidas pela mulher de cabelos negros, estavam mais do que animadas mas ainda carregavam uma sensação estranho pelo corpo.
Foram necessário poucos passos para dentro para notarem do que se tratava. Não foi algo difícil, afinal a casa estava cheia de fumaça vindo de incensos, cheiro de sandâlo impregnado em qualquer coisa que tocassem e diversas pessoas nuas ou praticando sexo livremente. Helaena sentiu suas bochechas esquentarem e apertou a mão de Rhaenys contra a sua, como se estivesse tentando alertar ela de algo.
Porém ao mesmo tempo se sentia mais do que curiosa em ver as pessoas. Tinham homens com homens, mulheres com mulheres e homens com mulheres, todos se divertindo e conversando juntos como se não fosse estranho. Era a primeira vez que Helaena presenciava algo assim, e ela não sabia que era possível que duas mulheres e dois homens pudessem praticar atos sexuais uns com os outros. A princesa apenas conhecia o modo convencional, o que ela praticava raras vezes com Aegon em noites escuras e frias da Fortaleza.
— É uma casa dos prazeres, Rhaenys! — Helaena pareceu se animar de repente enquanto observava de perto as orgias que aconteciam, mantendo sua mão ainda agarrada na de Rhaenys o tempo todo.
— Eu vejo, Helaena. — Rhaenys acabou tocando no corpo de uma mulher sem querer enquanto passava distraída pelos estreitos corredores do lugar, retirou rapidamente sua mão quando notou mas recebeu um olhar malicioso da meretriz de cabelos castanhos, jovem demais para estar em uma vida como essa.
As duas seguiram em frente, entrando em uma parte onde tinha uma quantia maior de pessoas.
Helaena se desvencilhou das mãos de Rhaenys se aproximou de algumas pessoas com um sorriso no rosto. Era estranho para a sobrinha ver a tia que normalmente era tão reclusa e inquieta estar tão animada com algumas pessoas nuas fodendo sem se importar com os olhares. Rhaenys mordeu os lábios que formigavam indo para um caminho diferente de Helaena, seguindo para outro corredor a frente para ver o que havia ali. Não achou nada de muito interessante além de outro lugar lutado de pessoas em pequenos colchonetes e mais orgias e distribuição de bebidas fortes.
Foi então que ela percebeu que Baela não estava ali com elas, pois se virou para trás para dizer algo a prima e notou que estava sozinha.
— Mas que porra! Baela? — ela chamou sussurrando por no corredor, mas não foi respondida e se desesperou. Tinha perdido Baela em algum lugar e só se deu conta agora, seu irmão a mataria quando chegasse aos ouvidos dele que ela convenceu Baela a vir até um lugar proibido e ainda se perdeu da prima. Arrumando a roupa toda solta em seu corpo, Rhaenys correu na mesma direção que tinha vindo antes e deixado Helaena para avisar o que tinha acontecido. — Helaena!
— O que? Você está bem? — ela perguntou calmamente, deixando um homem de lado e indo em direção a sobrinha em passos lentos. Rhaenys se virou uma última vez para checar se Baela realmente não estava com elas na casa, e foi nesse momento que o braço de Helaena foi puxado para trás e seu corpo se colidiu com outro. — Ei...eu... — ela parou de falar imediatamente quando seus olhos se encontraram com as íris azuis. — Aegon? O que faz aqui?
— Sabe bem o que faço aqui, agora o que minha querida esposa faz por esse lado da baixada...com essas roupas? — ao contrário de irritado, Aegon parecia não se importar com isso mas estava curioso, jamais passaria por sua mente que encontraria a irmã num lugar como esse.
Rhaenys tinha escutado a voz de Aegon conversando com Helaena e não ousou virar o rosto para trás novamente com medo de encarar Aegon, sabendo que seria delatada por ele se a visse. Mas, quando ela se virou para a sua direita pronta para deixar o lugar em silêncio e procurar pela prima, seu olhar se cruzou com outra pessoa.
Uma que ela não poderia ter cruzado.
Aemond.
Ele estava parado em um colchonete, sentado com os joelhos separados e brincando com a adaga na mão, o olhar entendiado de Aemond apressadamente passando para um de surpresa quando reconheceu o rosto tão cobiçado por ele. Não demorou segundos para que ele se levantasse de onde estava e viesse em direção a ela.
Rhaenys correu, ela empurrou e interrompeu diversas orgias para que conseguisse chegar até a porta e pudesse se esconder pelos becos. Aemond veio correndo logo atrás, fazendo o mesmo que ela quanto as orgias.
Helaena e Aegon ficaram para trás, mas o casal estava sob tanto efeito das especiarias que tinham tomado que não notaram o sumiço de nenhum deles. A única coisa que Helaena colocou na mente meio nebulosa das sensações, foi que não deveria delatar Rhaenys e nem Baela para Aegon, pois as aranhas sussurraram para ela o problema que causaria se ousasse fazer tal ato.
A brisa fria cortou o efeito quente que pairava sobre o corpo de Rhaenys quando ela conseguiu sair da casa, e de forma atrapalhada ela seguiu correndo pelos becos enquanto olhava para trás para ver o tio. Ela sabia que sua corrida nunca ganharia a de Aemond, pois ele tinha mais velocidade que ela e era mais alto, portanto suas pernas eram longas e rápidas comparado a ela. Mas ela tentou mesmo assim, esbarrando em centenas de pessoas enquanto se enfiava em diferentes corredores na esperança de enganar Aemond.
Foi quando ela olhou para trás e não viu ele que a princesa se alivou por algum tempo mas continuou se enfiando nos corredores estreitos, quando ela virou o último seu corpo foi puxado para trás e com o susto, Rhaenys se debatou enquanto era virada de frente, fazendo com que os dois caíssem no chão. Aemond recebeu alguns arranhões no braço enquanto fazia isso, e foi preciso segurar os braços dela e fazer com que ela ficasse paralizada em cima dele.
— Pare de se bater! Sou eu! — Aemond gemeu com o esforço que fazia e soltou um resmungo da garganta com a insistência dela, rangendo os dentes um no outro. Ele puxou o corpo dela pela cintura e de alguma forma, a qual ele não saberia responder, fez com que ela se mantivesse contra o chão e parada.
— Pelos Deuses, Aemond! Você não podia ter me feito parar de forma menos agressiva? — ela reclamou, respirando com dificuldade devida a agitação dela.
Passado algum tempo para que ambos se recuperassem da pequena luta um contra o outro, Aemond devagar soltou os pulsos dela e se jogou para o lado, apoiando as costas em uma parede e tentando melhorar a respiração desregulada dele.
Rhaenys piscou diversas vezes olhando para ele.
Estava com o cabelo todo bagunçado, a capa que usava parecia ter caído no caminho, suas bochechas estavam coradas de calor e seus lábios entreabertos enquanto tentava desesperadamente puxar ar fresco para os pulmões. Céus, ele estava ainda mais atraente do que já era, estava causando sensações no estômago de Rhaenys, sensações de aperto.
Ela cruzou as pernas uma sobre a outra tentando de alguma forma aliviar o atrito que estava incomodando entre as pernas, não era momento e nem lugar para se sentir excitada por ele.
Mas Aemond não compartilhava de uma opinião diferente, pois Rhaenys estava quase com a mesma aparência. De cabelos bagunçados e rosto corado, ofegante e com os olhos apertados fortemente enquanto mantinha os lábios separados respirando, e as coxas estavam apertando uma na outra de uma forma estranha, que chamava a atenção dele.
— O que você está fazendo em um lugar como esse, Rhaenys? — ele se aproximou dela, se sentando ao seu lado agora.
— Estava entediada.
— Decidiu que seria uma grandiosa idéia vir sozinha até aqui? Rhaenys, você normalmente é inteligente.
— Bom, eu não vim exatamente sozinha...estava acompanhada de Helaena e Baela.
— Helaena? E onde está minha irmã?
— Nós acabos entrando na casa dos prazeres sem querer, ela foi flagrada pelo Aegon e eu segui para fora logo que vi você, então acredito que ela ainda esteja lá com ele. E quanto a Baela, eu não tenho certeza.
Aemond não se importou com Baela.
— Por que fugiu de mim? — Aemond olhou para baixo focando nas pernas dela que ainda se apertavam uma com a outra, a realização do que ela estava tentando esconder se estampando em seu rosto. Ele abriu um sorriso malicioso quanto a isso.
— Eu sabia que viria atrás de mim, mas eu preferia que fosse longe de onde nossa presença era vulnerável, principalmente com Aegon e Helaena a espreita. — Rhaenys virou o rosto para lado analisando as feições de Aemond, vendo seu olhar concentrada nela. Isso causou uma sensação ainda maior entre suas pernas, e ela colocou a culpa nas malditas amêndoas e ostras que aquela mulher ofereceu a elas. Malditas especiarias afrodisíacas!
Sucumbir aos desejos da carne no meio de um beco cheio de caixas velhas e barris não era uma má idéia, era?
Ela teria sua resposta assim que colocasse suas pernas envolta da cintura de Aemond.
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