018
Ela se apoiou nos braços dele quando sentiu seu corpo amolecer a cada minuto que se prolongava e Aemond continuava e depositar beijos por toda a pele sensível de seu pescoço. Rhaenys malmente conseguia raciocinar para responder a pergunta do tio, ela estava inebriada com as novas sensações postas diante dela, certamente algo prazeroso. Aemond a empurrou para se apoiar na parede mais próxima e juntou as mãos na dela, entrelaçando. O beijo era bem diferente de todos os outros que ele já havia compartilhado com ela, usava a ponta da língua para passar entre os lábios dela e enroscar uma com a outra, mesmo que ela não soubesse bem como fazer isso não o incomodava...pelo contrário, o deixava orgulhoso em saber que era o primeiro a beija-lá.
Ele deixou um último sibilar casto nos lábios adormecidos e avermelhados dela depois de tanto tempo se beijando, deixou o corpo parado em frente ao dela até que a respiração se acalmasse e ele conseguisse ter um tempo para que o incomodo entre suas calças que agora apertavam se dispensasse.
Rhaenys piscou diversas vezes tentando se contentar consigo mesma em saber que fez o que fez e agora não havia mais volta. Suas ações já estavam traçadas.
— Teve tempo para pensar? — Aemond perguntou se afastando levemente dela, o suficiente para que pudesse enxergar o rosto da sobrinha. Ele havia oferecido uma trégua a Rhaenys, isso consistia em suprir os desejos um do outro quando sentissem que deveriam. — Hm?
Ela mordeu os lábios nervosa, olhou para o chão e deu as costas para Aemond, caminhando em direção a sua cama e se sentando para pensar direito. Aemond a seguiu com os olhos e pigarreou com a demora da resposta, temendo que ela o rejeitasse.
— Você...está me pedindo para ser sua concubina? — ela perguntou se sentindo um pouco ofendida.
— Não, se eu quisesse que fosse minha concubina teria logo pedido de uma vez e não oferecido uma trégua. O que eu quero, é poder sentir seus desejos e eu posso até lhe ensinar coisas, se preferir.
— Eu não entendo todo o seu desejo repentino em mim, Aemond. — ela respondeu cruzando os braços acima do peito. — Se isso faz parte de algum plano de governo junto com sua mãe e Otto, eu devo alertar para que pare imediatamente, se estiver tentando enfraquecer qualquer chance do trono ser clamado pela minha mãe me usando, sugiro que termine isso e se contente que não irá conseguir. — Ele sorriu ironicamente dando risadas avulsas, ela apertou as mãos uma na outra desconfortável com o jeito dele.
— Não há plano algum, por que é difícil acreditar que eu sinto desejo por você?
— Porque você é você, Aemond. Eu tenho diversos motivos para não acreditar e não dar um voto de confiança em você, posso até listar eles se quiser, meu príncipe.
Meu príncipe. O título nobre ficava melhor saindo da língua dela, assim como quando ela o chamava de meu tio. Ele gostava.
— Dê uma chance.
Aemond caminhou para perto dela novamente, se sentando ao lado dela na cama e encarando o seu corpo por debaixo das roupas de dormir que ela usava, o rosto tão esculpido e belo que chegava a ser um tipo de pecado, ele entendia porque tantos Lords a cortejam com frequência. Ela encarou o rosto do tio de forma séria sem querer demonstrar qualquer sinal convidativo, apesar de estar curiosa ela prometeu que guardaria suas honras para o casamento. Ele segurou nas mãos agitadas dela e dedilhou os dedos dela nos dele, deixando um beijo molhado na palma da mão, subindo pelo pulso e então para seu antebraço, onde ele notou que ela tinha uma cicatriz em forma de corte...como se tivesse sido usado algum tipo de objeto cortante ali.
— O que é essa cicatriz? — ela olhou para onde ele indicava e seu rosto gelou, todo o rubor de seu rosto sumindo tão rápido como viera.
Como ela diria que essa cicatriz foi feita por ele na noite em que ele foi mutilado por Lucerys? Ela não queria, ela até havia esquecido que a camisola deixava a mostra a cicatriz. Aemond certamente não tinha idéia de que havia machucado ela na noite em que todos brigaram, e ela pretendia deixar nesse estado.
— Não é nada, e não importa de qualquer forma, é antiga. — ela tirou a mão dele de cima e ele estranhou a mudança de comportamento repentina dela, que se levantou da cama e seguiu para perto da porta da passagem. Ele se mexeu desconfortável sem ainda ter a resposta dela em relação a pergunta feita a tempo atrás, mas sabia que estava na hora de sair do quarto dela e voltar aos seus aposentos.
Seus passos largos foram acompanhados pelos olhos azulados cor de safira dela de forma cativante. Ela se manteve em uma postura firme enquanto ele chegava ainda mais perto dela novamente, passando a ponta de seus dedos gelados pela curva de seu pescoço fazendo uma leve pressão e cócegas.
— Pense bem no que eu lhe sugeri, minha sobrinha.
Com isto, ele desapareceu pelo escuro dos corredores de Maegor deixando Rhaenys com as diversas emoções para lidar.
Ela havia feito muitas coisas improváveis em dois dias. Rhaenys tinha saído do castelo tarde da noite para se "encontrar" com o próprio tio em um lugar de segurança extremamente duvidosa, além de acidentalmente terem se envolvido em uma briga de bar. Ela beijou o tio de uma forma um tanto quanto diferente a poucos minutos atrás, se entregando a ele como uma mulher se entrega na noite de núpcias, sentiu os mais diversos arrepios por todas as partes do corpo e até o íntimo entre suas pernas fazia uma pressão boa.
No entanto ela considerou a proposta dele em serem o apoio de desejo um do outro, mas isso talvez significasse outra coisa ao ver dele. Por outro lado, ela havia gostado demais das sensações que ele almejou nela nesta madrugada calorosa, os lábios molhados entrando em contato com a pele do seu pescoço, do seu ombro...
Tudo isso era prazeroso em um ponto em que ela se deixou levar naquela noite por fantasias com Aemond, fantasias as quais ela não se orgulhava de ter tido, mas foi inevitável não pensar nele a levando para baixo dos lençóis e fazendo o que pudesse fazer em seu alcance. Se ele já era habilidoso com as mãos e os lábios, o que mais ele poderia demonstrar de prazer a ela?
Ela se ajeitou em sua grande cama esparramando os lençóis vermelhos para longe. Desceu devagar uma de suas mãos pelo busto, tocou seus seios enrijecidos, baixou pelo baixo ventre até que encontrasse seu clitóris e massageou por breves momentos enquanto sua imaginação a levava em caminhos sem volta, uma pontada de culpa percorrendo no fundo do peito em estar se masturbando enquanto pensava em Aemond. A sensação de orgasmo era boa, ela gostava de sentir o corpo formigar, suas pernas implorarem para se fecharem e a sensação de leveza que atingia quase que imediatamente que ela chegava em um. Céus, ela podia se tocar todos os dias se quisesse, não o fazia por falta de pensamentos ou prazer...agora ela tinha um motivo para tal feito.
— Aemond... — ela tapou a própria boca quando soltou o nome dele em um gemido arrastado quando atingiu o seu orgasmo, mordendo a carne da mão para não soltar nada mais alto.
Rhaenys queria mais do que tudo sentir o tio.
Mas por que ela queria isso agora?
Seus irmãos e seu padrasto enlouqueceriam se ficassem sabendo de tudo que já havia ocorrido entre os dois. Certamente, uma briga muito sangrenta iria acontecer pelos cantos da escura fortaleza e ela não queria ver isso, ainda mais sabendo o quão violento Daemon podia ser.
Naquele fim de noite após outro banho gelado, Rhaenys decidiu que seguiria com a idéia dele, mas que seria do jeito dela.
...
Na mesa do café da manhã estavam poucas pessoas da família. Normalmente, eles comiam em partes separadas. Alguns no jardim, outros em seus próprios aposentos, e também tinham aqueles que ficavam na mesa. Rhaenys normalmente fazia quase todas as suas refeições no jardim ou no quarto, mas hoje ela tinha amanhecido com um bom humor.
Jace estava sentado perto de Luke, observando a aia de Viserys alimentar o menino com pequenos pedaços de frutas cristalizadas. Eles deixaram um beijo em cada lado da bochecha da irmã quando ela se aproximou e anunciou sua chegada, e ela fez o mesmo com seu pequeno meio-irmão.
Rhaenys se serviu de pães e bolo de limão, entrando na conversa dos dois garotos.
— Eu achei que essa questão já havia sido encerrada a anos e anos atrás, não foi Daemon quem encerrou a guerra em Stepstones, inclusive ganhou um título por isso?
— Aparentemente a Hierarquia se reergueu novamente, parece que o engorda caranguejo não era o único lider por aí. Ouvi Daemon e a mamãe conversando, ele decidiu que não iria para essa guerra novamente pois nossa mãe está perto de dar a luz a nosso novo irmão. — Irmã. Ela corrigiu mentalmente, ansiando por mais uma menina além dela na família. — Eu iria para essa guerra se me oferecessem.
Lucerys deu risada de forma divertida, com humor, diferente de Rhaenys que soltou uma de forma sarcástica.
— Eu não deixaria você ir, quem garantiria que meu irmão voltaria inteiro e vivo para cá? Não, Baela precisa de seu marido, eu quero meu irmão comigo até o fim e nossa mãe não deve perder um filho.
— Quando eu for Rei você não vai ter esse poder de decidir onde eu vou ou não vou, então se eu quiser participar de uma guerra e você começar a implicar, eu posso simplesmente mandar te prender na masmorra e ir com um sorriso no rosto.
— Quero ver você tentar isso.
Os três irmãos riram um do outro e até mesmo Viserys soltou risadas altas, gargalhadas, apenas acompanhando os outros sem ter idéia do que estava acontecendo.
Ela amava tanto passar momentos assim com seus irmãos, a coisa que mais importava em sua vida era eles e seus pais, incluindo Daemon. Desde que ela acabou perdendo Harwin e seu pai Laenor em uma questão de três dias, Daemon assumiu o papel de pai de todos eles, sempre mantendo o melhor que podia, apegado aos enteados e a enteada.
Uma ama entrou na sala com um bilhete em mãos, caminhando em direção a Rhaenys de forma cuidadosa para não interromper a conversa dos irmãos.
— Princesa Rhaenys, com licença. — chamou a atenção dela. — Um bilhete da Rainha Alicent para a senhorita. — ela entregou em suas mãos e se curvou levemente antes de sair da sala. Rhaenys abriu devagar o pequeno pedaço de papel com pouca escrita e estreitou os olhos para ler as pequenas letras da Hightower, revirando os olhos logo em seguida quando terminou e viu o conteúdo.
— Alicent programou uma busca de pretendentes daqui algumas horas aqui no castelo, para mim.
— Achei que nossa mãe cuidava dessa parte. — Lucerys comentou.
— E é ela, certamente Alicent tem se preocupado mais com meus deveres de casamento do que minha própria mãe. — ela suspirou alto.
Era um tédio toda vez que ela se sentava em uma cadeira para avaliar os diversos Lords que vinham para a cortejar. Dessa vez, ela iria sem protestar e levaria Lucerys junto, mas da próxima, reclamaria com sua mãe no momento em que sua mão tocasse o pergaminho.
— Vamos, você vem comigo dessa vez.
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