0.7

   Kenma realmente mexia mais do que deveria com a mulher de cabelos escuros, ela sentia que seu orgulho havia sido jogado por terra enquanto pendia a cabeça para trás deixando que a fumaça do narguilé escapasse por entre os lábios fazendo com que a mente clareasse ao menos um pouco, estava estressada demais aqueles dias, precisava de uma folga, talvez conseguisse fazer aquilo quando conseguisse resolver todos os assuntos pendentes que rodeavam os dias agitados da mulher de cabelos longos, coçou a garganta antes de lançar um olhar sério em direção ao policial de cabelos escuros e lisos que não tinha uma expressão nada boa sentado de frente para Rosallie do outro lado do sofá aveludado por um tecido arroxeado.

   — Vá direto ao ponto, Nari, por que me chamou aqui? Sabe que não podemos nos ver muito vai acabar levantando suspeitas da polícia.

   Ele disse de maneira séria fazendo com que ela respirasse fundo antes de dar de ombros por fim, ela parecia cansada de toda aquela merda, deu de ombros abrindo alguns botões da camisa social esbranquiçada graças ao calor da sala deixando o começo dos seios, Kageyama desviou o olhar rapidamente.

   — Encontre alguém para culpar sobre a exportação de narcóticos — a mulher disse de uma vez antes de abaixar o narguilé o deixando sob a mesa pequena de centro logo tendo os olhos azuis e arregalados em direção a ela mais uma vez, suspirou pesadamente curvado o corpo e apoiando os braços contra os joelhos enquanto colocava o cigarro Marlboro por entre os lábios o acendendo com o isqueiro prateado sem desviar o olhar do de Kageyama, tragou levemente soltando a fumaça pelos lábios arrosados segurando o cigarro fino por entre os dedos —, o Bokuto talvez, prenda ele por tráfico, posso plantar algumas provas nos negócios dele quando descobrir o que ele sabe sobre Ushijima, preciso saber onde aquele desgraçado e a esposa estão escondidos.

   Murmurou de maneira indiferente, Kageyama se engasgou com a água que tinha em mãos, lançou um olhar incrédulo até a mulher que sorriu fraco.

   — Você está querendo morrer, Nari? Existem jeitos mais fáceis de cometer suicídio — ele murmurou fazendo com que o sorriso nos lábios da mulher sumisse pouco a pouco, o policial bufou irritadiço deixando o copo de vidro sob a mesa de centro antes de juntas as duas mãos como se quisesse enfatizar o que diria a seguir —, O Bokuto vai te matar se você fizer isso.

   Nari suspirou pesadamente encolhendo os ombros, tragou mais uma vez o cigarro.

   — Ele vai me matar de qualquer jeito quando a Inarizaki abrir uma brecha sequer e quando isso acontecer ele vai trazer o Ushiijima de volta para manter aquela vadiazinha de merda protegida, tenho que dar um jeito nele — ela sussurrou como se tivesse receio que as paredes pudessem ouvi-la, fixou os olhos em Kageyama —, depois que o prenderem e tirarem a atenção de mim vou mandar alguém para matá-lo na prisão, então fique atento, quando eu descobrir a localização de Ushijima e conseguir acabar com a raça do filho da puta prenda Bokuto imediatamente.

   — Nari, eu não acho que...

   — Não foi uma pergunta, Tobio, posso pedir para Miwa dar a opinião dela se isso for te motivar mais.

   Disse de maneira séria arqueando uma das sobrancelhas, Kageyama tremeu de raiva, respirou fundo antes de concordar com a cabeça devagar, não era como se ele tivesse muitas escolhas quando a vida da irmã mais velha estava nas mãos de uma sádica sem coração. Não demorou muito para que o homem de cabelos escuros deixasse o clube que "investigava" como policial infiltrado para trás para que voltasse para a central; Nari se levantou por fim apagando o cigarro no cinzeiro andando para fora do clube em passos apressados por entre os saltos finos que faziam com que um eco se fizesse presente por entre os corredores extensos e luxuosos, os olhos escuros e afiados se deteram com Suna que esperava recostado contra o final do corredor, as orbes douradas correram até a mulher e ele abriu um sorriso involuntário enquanto guardava as mãos nos bolsos do terno.

   — Temos um tempo antes do clube abrir para o público — ele sussurrou antes de dar um passo em frente em direção a Rosallie que sorriu fraco levantando o olhar até o braço direito, ele continuou com a voz branda —, quer utilizar uma das salas agora?

   — Desde que você não faça muito barulho, não quero incomodar os funcionários.

   Ela murmurou com a voz baixa enquanto levava uma das mãos em direção a gravata escura do subordinado o puxando para baixo quase que de automático, ele suspirou surpreso sentindo a respiração de Rosallie contra a derme suave, não demorou muito para que os lábios de ambos estivessem juntos de maneira afoita, a mulher guiou com cuidado seus corpos para dentro de uma sala vazia qualquer fechando a porta com a ponta do pé enquanto levava as mãos até os ombros do homem o ajudando a retirar o paletó do corpo, abaixou os lábios até o maxilar de Rintarou o beijando de maneira pouco delicada fazendo com que ele arfasse baixinho enquanto levava as mãos até os cabelos longos da mulher os puxando para trás sem força fazendo com que ela chiasse baixinho enquanto mordiscava a pele esbranquiçada do maxilar do homem arrancando um gemido baixo dos lábios do mesmo.

   — Não use as mãos em mim, amor — sussurrou contra a derme do mais novo o sentindo se arrepiar sob os próprios lábios, Nari sorriu satisfeita, deslizando uma das mãos até a cintura do homem a apertando de leve por entre os dedos longos —, não me faça amarrar seus pulsos com essa gravata.

   Disse com a voz séria levantando o olhar escuro até Suna o vendo levemente ofegante ali, ele entreabriu os lábios devagar.

   — Pode amarrar.

   Ele sussurrou com a voz fraca fazendo com que Nari suspirasse pesadamente, fácil demais, Suna era sempre fácil demais, sentia que não havia quase emoção alguma quando transavam. O celular tocou de maneira alta a despertando dos próprios pensamentos, a mulher deu alguns passos para trás enfiando a mão no bolso do calça arrancando de lá o aparelho o levando até o ouvido antes de atender a ligação de uma vez.

   — O que foi?

   Murmurou enquanto prendia o celular entre o ouvido e ombro enfiando as mãos nos bolsos mais uma vez retirando de lá o isqueiro e o maço de cigarros, escutou alguém bufar do outro lado da linha.

   — Pare de fumar, Nari.

   A voz de Kenma se fez presente de maneira baixa fazendo com que um riso incrédulo dos lábios da mulher, deixou a caixa e o isqueiro sobre uma mesa amadeirada pequena que havia lá voltando a segurar o celular com uma das mãos, lançou um olhar em direção a Suna fazendo um gesto com a mão pedindo para que ele saísse e o homem apenas obedeceu de imediato deixado a sala para trás fechando a porta logo atrás de si, Rosallie suspirou pesadamente jogando o corpo contra um dos sofás aveludados ali presentes.

   — Está me vigiando, gatinho? Como sabia que eu estava prestes a fumar?

   Indagou com a voz baixa, quase um sussurrou, esparramou mais o corpo contra o estofado.

   — Não é algo difícil de prever, você fuma direto, faz mal pra saúde.

   — Comer lamen instantâneo todos os dias também faz mal pra saúde, não venha falar de mim, hipócrita.

   — Você está cuidando da minha alimentação e eu do seu vicío, eu liguei só pra falar pra você parar de fumar — ele murmurou com a voz baixa, ficou em silêncio por alguns segundos, suspirou —, na verdade to entediado também.

   Nari abriu um sorriso quase que de imediato, cutucou a bochecha com a ponta da língua.

   — Está com saudades, gatinho?

   — Cale a boca — ele respondeu de maneira mau humorada e naquele momento ela sabia que ele estava revirando os olhos claros como sempre fazia —, quer jogar videogame comigo?

   Ela franziu o cenho levemente confusa, um riso baixo escapou dos lábios rosados.

   — Você é criança por acaso, Kenma?

۩۞۩

   — Você está roubando!

   Exclamou indignada sentada ao chão coberto pelo tapete macio esbranquiçado como a neve, Kozume riu de maneira aguda e convencida sentado ao lado da mais velha enquanto apertava os botões rapidamente fazendo com que o Sub Zero acabasse de vez com a Mileena com quem Rosallie jogava, a mulher franziu o cenho irritadiça vendo a personagem cair no chão e o som alto do "Fatality" se fazer presente por entre a sal lá de estar, ele levou os olhos cor de mel até a mulher de cabelos escuros.

   — Não estou roubando, não tenho culpa que você é péssima jogando mortal kombat.

   Ele disse de modo petulante enquanto encolhia os ombros fazendo com que a mulher risse incrédula lançando um olhar irritadiço até o mais novo, não estava acostumada a perder, nunca havia sido muito familiarizada com jogos mas em sua concepção deveria ficar boa naquilo automaticamente, curvou o corpo suavemente sobre o do garoto de cabelos longos e meio loiros misturados por entre os fios castanhos, Kozume engoliu engoliu em seco jogando o corpo um pouco para trás apoiando a destra no chão para que não caísse, correu os olhos claros pelas feições da mais velha.

   — Admita que você estava roubando, gatinho — sussurrou fazendo com que ele entreabrisse os lábios sem saber muito bem o que dizer, Rosallie conseguia notar a respiração do garoto acelerada, fazendo com que o peitoral subisse e descesse por baixo do moletom —, seja sincero, você me chamou aqui apenas para jogar com você?

   Indagou de maneira rouca, a expressão séria, Kozume suspirou trêmulo antes de concordar com a cabeça devagar virando o rosto para o lado desviando o olhar para o carpete, Nari conseguiu ver as bochechas do garoto avermelhadas arrancando um sorriso curto dos lábios da mulher, ela sabia muito bem o quanto mexia com ele.

   — Não pense coisas obscenas... apenas não tenho coragem de ficar sozinho ainda.

   Ele murmurou com a voz baixa empurrando o corpo mais para trás ao passo que se aproximava mais do garoto, não demorou muito para que ele acabasse por perder o equilíbrio caindo de costas contra o carpete macio da sala de estar que cobria o chão por inteiro, os fios longos esparramados contra a pelugem clara, Nari subiu sobre rapidamente apoiando as mãos próximas ao rosto do mais novo o observando a baixo de si, os olhos claros completamente arregalados, levemente assustados, ver Kenma daquele modo tão vulnerável fazia com que o estômago da mulher se revirasse por completo, engoliu em seco.

   — Já disse que ninguém vai conseguir entrar aqui, gatinho, mesmo que consiga eu prometi ao Kurro que te protegeria — sussurrou o vendo respirar fundo, o peitoral subindo e descendo de maneira acelerada, Rosallie abaixou mais a voz, a deixando em um tom brando —, vou matar qualquer um que tocar em você.

   Disse de maneira seria vendo o garoto entreabrir os lábios, o coração batendo forte contra a caixa torácica. Kozume respirou trêmulo se remexendo contra o carpete sem desviar os olhos claros dos de Nari, eram tão intensos que ele sentia o ar se esvair por entre os pulmões.

   — Eu não te entendo, Nari — ele sussurrou de maneira assustada, as mãos tremendo de leve, Rosallie o olhou de maneira séria sentindo uma pontada no estômago por o ver daquele modo —, por que você fala essas coisas de maneira tão... tão simples, como se as leis não significassem nada, quem é você, Rosallie?

   Ele indagou por fim fazendo com que a mulher de cabelos escuros respirasse fundo, curvou o corpo sobre o de Kenma aproximando seus rostos com cuidado, os fios longos caindo sobre o rosto fino do mais novo.

   — Não posso te falar muita coisa, gatinho... apenas posso dizer que tenho poder o suficiente para que as leis não se apliquem muito e poder o suficiente para matar qualquer um que mexer com você sem me ferrar por isso depois — disse de maneira firme, Kozume piscou devagar a encarando ali, ela continuou —, não se preocupe muito com nada disso, apenas permaneça perto de mim e nada de ruim vai acontecer com você.

   Kozume suspirou antes de concordar com a cabeça devagar.

   — Promete?

   A mulher sorriu concordando com a cabeça por fim.

   — Prometo.

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