❪ 𝐎𝟓 ❫ ┆ ❛ 𝐖𝐄𝐋𝐂𝐎𝐌𝐄 𝐓𝐎 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐔𝐂𝐊 !
CAPÍTULO CINCO
bem-vinda a merda !
OS FARÓIS PISCAVAM EM MEIO A MATA densa e o alarme desenfreado do veículo foi o principal responsável por despertar Serena lentamente, algumas folhas cobriam a lataria. Todos ainda continuavam presos aos bancos, feridos, porém conscientes.
── Cês tão vivos? ── Peter perguntou.
── Infelizmente... ── a Goode constatou.
── Tô, tô vivo sim! ── disse o cara a sua direita, retirando a máscara.
── Sam? ── ele olhou para o banco ao lado, vendo a garota destravar a porta e caminhar pra fora, com a testa toda ensanguentada e o corpo trêmulo ── O quê que cê tá fazendo?
Nenhuma resposta foi ouvida por parte dela.
Serena apenas seguiu o exemplo da mesma, caso aquela lata velha explodisse seria melhor que não estivesse lá dentro. Por isso abriu a porta traseira, arrastando-se na direção contrária de Fraser, numa região mais escura, a noite estava ficando suspeitosamente fria por ali. Apalpando a terra fofa com os dedos, foi se locomovendo pelo barro, seu pé direito encontrava-se machucado, com uma leve torção, a qual poderia melhorar em algumas horas se conseguisse colocar gelo. Quando sentiu sua mão agarrar algo que se movimentava entre a poeira, puxou a plataforma branca e encarou um conjunto de cadarços pulando acima dessa, hesitando, pensou com surpresa: um par de tênis? Assim que ergueu seus olhos azuis, deu de cara com Kate, chacoalhando as pernas e a observando com uma aparência séria.
── Oi, Sunnyvale de merda! ── a morena cumprimentou.
── Que porra cê tá fazendo aqui? ── retrucou, afastando seus dedos dos pés dela.
── Ah, eu só vim ver se você já tava a caminho do inferno, mas pelo visto te mandaram de volta. ── ironizou.
── Cê se importou tanto a esse ponto? Obrigada, foi a coisa mais gentil que fizeram por mim nos últimos dias!
A loira se levantou com cuidado e certa dificuldade, apoiando seu corpo contra um tronco, mas apesar disso, Schmidt não deixou barato:
── Fala sério, sua escrota de merda, por que veio atrás da gente? Eu esperava isso de qualquer pessoa, menos de você!
── Por quê? Eu sou uma sunnyvale! Não é óbvio? Além disso, cê odeia os sunnyvales... ── trincou os dentes, com um leve corte na bochecha ── Eu só tava retribuindo! Não foi por isso que fez aquela pegadinha comigo?
── Tá, olha, aquela merda não devia ter acontecido. Eu sei, a gente fez uma grande cagada, pisamos na bola, todo mundo errou aqui!
── Certo! ── se aproximou da shadysider, seus rostos mais próximos que nunca e os olhares se desafiando como num campo de batalhas ── Então só me diz uma coisa: Quem colocou a câmera?...
── Nossa, dá um tempo, não fui eu que coloquei a porra daquela câmera no quarto do Simon se é o que quer saber! Agora, se você veio atrás da gente só por causa disso: vai se foder!
── Bom, não era eu quem estava dirigindo a merda do carro!
── Não, não mesmo, você tava ocupada sendo uma filha da puta no banco detrás! ── Kate revidou.
Serena suspirou, tentando não passar dos limites mais uma vez, uma nova discussão não as levaria a nada:
── O Simon sabia? ── perguntou.
── O quê?! Não. ── a garota afirmou com plena certeza ── Ele pode parecer tarado e nojento, mas eu nunca deixaria ele fazer isso com você! Pode ter sido qualquer um...
── "Com você?" ── se espantou ── Nossa, obrigada pela preferência!
── Vai a merda! ── Schmidt sorriu, com um tom sarcástico, não queria confessar, mas adorava o bom-humor com o qual a outra levava a maioria dos assuntos.
De repente um som agudo e distante de sirene policial se estendeu pela rodovia, as duas então souberam no mesmo instante que estariam encrencadas se fossem pegas naquela confusão, sobretudo Serena, deixando, temporariamente, o ódio de lado.
── Ah não... É o meu pai!
── Cacete! Vêm... ── Kate passou o braço da sunnyvale sobre seus ombros, segurando firme em sua cintura, procurando ajudá-la, já que seu pé vacilava por conta da dor ── Precisamos sair daqui! Cê tá ferida?
── Não. Eu tô legal!
Tudo o que tinham de fazer agora era dar a volta no carro e encontrarem com os outros.
── Sarah Fier que não te veja, mas cê tá um caco! ── reclamou.
── Cê acredita mesmo nisso? ── Serena parecia curiosa a respeito.
Afinal, Heather sempre que podia falava da tal bruxa numa tentativa inútil de assustá-la, talvez Watkins nunca tivesse acreditado naquilo de fato, mas tal como ela, a amiga adorava boas histórias de terror e a lenda local sobre Sarah Fier, parecia mesmo perfeita pra qualquer amante do gênero.
── No quê?! ── Kate franziu a testa.
── Na lenda? ── insistiu.
── É uma boa história pra contar pros pirralhos que tomo conta! ── confessou.
Sam, ainda de joelhos sobre a terra, parecia distante, ao menos foi o que as duas garotas viram em seu semblante quando a encontraram próxima a Deena, que a segurava entre suas mãos, enquanto Simon tentava socorrê-la da melhor e mais esquisita forma possível, pois seu nariz sangrava sem parar.
── Tá. A gente não devia tá aqui! ── Schmidt disse em voz alta.
── Cala a boca e me ajuda a levar ela! ── a cacheada rebateu.
── A gente tem que ir embora! ── alertou, se lembrando do som da viatura ── Tipo, dez minutos atrás...
── Tem que liberar as vias aéreas... ── Kalivoda constatou, tentando aproximar seus dedos do rosto de Fraser, mas foi impedido por um tapa vindo de Deena.
── Parô!
── Aí! Deixa comigo. Relaxa... Deixa comigo! ── tentou convencê-las e se acalmando, a loira por fim prestou atenção nele, sua cabeça girava, mas ainda assim conseguia enxergar com clareza, ele a encarou com um sorriso bobo ── Quantos dedos eu tenho aqui?
── Três... ── Sam curvou as sobrancelhas, era meio óbvio de se adivinhar.
── Viu só? Ela tá bem! ── comentou, olhando firme para Deena.
No entanto, foi interrompido por um gorfar vindo da mesma que tossiu expelindo sangue em uma quantidade considerável, o suficiente pra manchar sua camiseta branca, o loiro se levantou assustado, fazendo uma careta, incapaz de entender.
── Aí meu Deus! ── a morena abriu os lábios.
── Puta merda! Ela não tá nada bem... ── Serena disse com surpresa.
── Aí... Que porra é essa?! ── o garoto arregalou os olhos, com um pouco de nojo.
Até que a coisa acabou "sujando" pros adolescentes: ao encararem a beira da estrada, se deram conta de que uma ambulância e o carro de polícia de Nick Goode havíam estacionado com uma pressa imprevisível próximo a floresta, seria impossível escapar daquilo, a única coisa que podiam fazer a respeito era mentir, se contassem a mesma versão mais de uma vez, talvez ela se tornasse verdade.
Ele desceu, caminhando até onde estavam, parecia analisar o lugar com bastante cuidado, enquanto que Sam era levada pela ambulância ao hospital. Já Kate e Serena pareciam sussurrar a respeito das perguntas que seriam feitas, combinando algo. E quando Nick se virou em direção a todos eles, a garota apenas parou de falar e olhou pro nada. Desde que se viram pela manhã, muita coisa havia acontecido e esperava não ter que lidar com o fato do vídeo naquele instante. Já a batida do carro de Peter, considerou que seria mais fácil de explicar.
── Serena? ── a voz rouca de seu pai a fez erguer a cabeça.
Ele estava fazendo aquilo de novo, aquilo que sempre faz quando vai interrogar alguém: puxar seu caderninho do bolso e encarar a pessoa como se tivesse cometido um atentado gravíssimo ao país.
── Pois não, senhor? ── ela abraçou o corpo, um tanto nervosa.
── Quer me contar o que aconteceu?
A adolescente aguardou por um segundo, escolhendo as palavras com cuidado, continuando:
── O carro bateu. ── assegurou.
── Me disseram que estavam perseguindo o ônibus...
── Depende do ponto de vista... ── arqueou as sobrancelhas.
── E o que você acha? ── Nick insistiu.
── Bom, eu acho que...
── As vezes acidentes acontecem... ── Kate confessou, na vez em que foi chamada.
── Perdemos o controle, senhor. ── Peter depôs logo em seguida.
── Um acidente bizarro. ── o amigo dele sustentou a versão.
Já Simon apertou os olhos e apenas xingou sem muita paciência:
── Vá cagá, gambé!
── Foi só um acidente... ── Deena assentiu.
── Nada mais que um acidente... ── Serena então finalizou seu depoimento.
── Você sabe que pode confiar em mim. Me diga a verdade Serena, ou isso pode acabar muito mal pra vocês... Não que precise ter medo, curiosamente, já está jogando sua vida no lixo por conta própria. O que pode ser mais ameaçador?
── Tá me coagindo? Como xerife ou como pai? ── questionou ── Sério, porque se for a segunda opção, o senhor não tá sendo nenhum pouco profissional...
── Aham.. ── ele anotou algo ── Você é esperta! Se parece muito com ela, sabia?...
── A mamãe? ── a loira ficou um pouco revoltada ao ouvir aquilo, ele sabia mesmo como estragar sua noite ── Tudo, menos isso. Não quero ser igual a ela, eu nunca deixaria alguém que amo pra trás!
Ele se aproximou mais um pouco, com um olhar de pena.
── Tá, mas... E se você não amasse?
A jovem Goode não esperava por aquilo, a voz de Nick dando a entender que a mulher não a amava foi como pisar no seu pobre coração que desde muito novo se sentia rejeitado. Ela gostaria de entender o que havia de errado com ela, sim, porque devia haver algo de errado, as pessoas que amava nunca ficavam pra sempre, por escolha ou culpa do destino.
── Me leva pra casa! ── praticamente gritou, com um pouco de lágrimas nos cantos dos olhos.
── Entra na viatura. Assim que eu terminar aqui, nós vamos pra casa...
Ter que dividir o automóvel com seu pai só não seria tão torturante quanto a sensação vazia de não ter visto o vídeo no qual aparecia e não poder entender o quanto tinha sido exposta, pra falar a verdade não sabia se teria coragem o suficiente, mas precisava tentar, era a sua imagem, o seu sobrenome. Mais ou menos quinze minutos depois, seu pai entrou, ele parecia não querer conversa, mas sempre que ficava calado é porque iria dizer algo pesado em seguida e, Serena estava se preparando mentalmente pra aquilo.
── Era o que você queria, não é? ── começou ── E toda a nossa conversa sobre os shadysiders?...
── Não precisa me dizer o óbvio, pai. ── ela cotucava os cantos das unhas, tentando se tranquilizar ── Mas também não é assim, hoje eu descobri que nem todos os shadysiders são maus, antes eu acreditava que a Heather era a única alma boa, agora sei que existem outras pessoas de bem por lá.
── Você tá falando das mesmas pessoas que estavam com você na festa? Aquelas que te traíram? Ah, claro, já sei... Você vai insistir que estava com o Peter, não é?
── Cê diz como se tivesse acreditado, no fundo sabia que eu tava mentindo...
── É, e eu sei que você acabou de mentir pra mim de novo. Serena, eu não te criei pra ser uma garota da internet, eu te criei pra ser a herdeira do legado, a dona disso tudo. Acha que as pessoas vão te respeitar depois disso? ── ele a olhou no fundo dos seus olhos.
── Eu quero mais é que elas se fodam! ── ela balançou os dedos do meio pelo ar.
── Ninguém conquista nada dessa forma. Você precisa dizer que se importa, precisa fazer acreditar que estão certos e pedir desculpas... Precisa manter a boa aparência, como acha que conseguimos isso tudo?
── Cê quer mesmo que eu peça desculpas por ser quem eu sou?!
── Ena, você ainda vai ter muito o que aprender, logo vai entender, quando precisar tomar uma decisão difícil na sua vida. Agora, vamos pra casa cuidar desses machucados e descanse o quanto for preciso!
A Goode revirou os olhos e encostou sua cabeça contra a janela, cansada de tudo.
₍ 001 ₎ Oie gente, cheguei,
mais um cap pra vcs, tô um
pouco insegura com a minha
escrita nesse, mas precisava
atualizar. E espero que
tenham gostado! ♡
₍ 002 ₎ Não esqueçam de
favoritar e comentar. E, me
digam o que acharam do cap
aqui!
₍ 003 ₎ Tô ansiosa pra trazer
mais capítulos, então nos
vemos em breve. Bjnhs! ♡
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