xxix. the trap

𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗩𝗜𝗡𝗧𝗘 𝗘 𝗡𝗢𝗩𝗘
❝ a armadilha ❞

O que falar de "finais felizes"? Ou, "felizes para sempre" como dizem algumas histórias. Uma frase tão linda e tão cruel ao mesmo tempo. Algo desejado por todos, mas pouco alcançado pela maioria. Geralmente a maior parte deles acontecem em contos de fadas, onde a princesa é salva pelo príncipe, normalmente de uma torre onde a princesa estava sendo presa por uma bruxa malvada e um dragão que solta fogo, ou ela é libertada de uma maldição com um beijo de amor verdadeiro. Após isso, o príncipe e a princesa vivem felizes para sempre em um lindo castelo. Isso é típico de contos de fadas.

Mas infelizmente, a vida de Serena Crawford está bem longe de ser um conto de fadas, e o seu tão esperado "felizes para sempre" foi destruído por bestantes da Capital que tiraram o amor de sua vida, a pessoa que iria fazer ela ter o seu final feliz. Mas até isso a Capital fez questão de tirar dela. Finnick Odair era o caminho para a chegada de seu felizes para sempre, o seu tão sonhado felizes para sempre, que ela mesma achou que nunca teria, mas agora, tudo o que resta desse caminho são ruínas e um vazio e dor em seu coração que Serena nunca imaginou que iria ter.

Antes de sentir qualquer sentimento ou choque pela morte de Finnick, Gale apressou para que todos corressem. O grupo foi encurralado pelos Pacificadores e perderam Messalla no caminho. Cressida reconheceu onde estavam e liderou a guia para um lugar, onde provavelmente estariam seguros.

Eles subiram as escadas e continuaram correndo, atentos a qualquer movimento apesar da rua estar deserta. No percurso, Serena viu a foto de Finnick em um outdoor, indicando que ele, assim como os outros, eram procurados. O coração da loira apertou ao ver aquele foto e perceber que ele não estava mais lá.

O grupo chegou de frente para um estabelecimento, e Cressida começou a bater desesperadamente na porta enquanto Gale e Stiles ficavam atentos a qualquer movimento.

—Vem vindo alguém. — alertou Peeta ao perceber a aproximação de alguém.

A porta foi aberta e todos entraram apressados com Cressida dizendo para a pessoa fechar a porta assim que todos entraram. Katniss, em um reflexo rápido, apontou uma flecha para a moça que os atenderam.

—Não, Katniss. Tudo bem. — tranquilizou Cressida, fazendo a morena abaixar a sua arma. A loira de cabeça raspada se aproximou da mulher, que tinha a pele muito puxada para trás e recebeu uma tatuagem de listras pretas e douradas. O nariz foi achatado até praticamente deixar de existir. Serena já vira bigode de gato em pessoas na Capital antes, mas nada assim tão comprido. O resultado é uma máscara grotesca e semifelina que agora nos encara com um olhar assustado e desconfiado. — Tigris, lembra de mim? Estou com a resistência de Plutarch. Precisamos de ajuda.

Serena franziu o cenho ao ouvir o nome da mulher. Tigris. A famosa Tigris que Sawyer falou. A Tigris que deu o livro de Tiffany Vanderbilt para ele.

—Limpo! — disse Gale após revistar a loja.

Tigris intercalava seu olhar para eles. Então, ela começou a andar, fazendo com que todos a seguissem. Ela os levou para uma parte onde tinha um tapete, ela o tirou e um alçapão existia por baixo, a mulher o abriu, e havia uma escada.

—Eu conheço você. — ela olhou para Katniss. — Foi estilistas nos Jogos.

—Não só estilista, você conhecia o Sawyer, não é? Quando era estilista nos Jogos. — indagou Serena, recebendo um aceno positivo da mais velha.

—Até Snow decidir que eu não era mais bonita o bastante. — disse tirando o capuz de seu roupão.

—Estou aqui para matá-lo. — diz Katniss. — Nós estamos aqui para matá-lo. — a morena diz tocando o ombro da Crawford que estava ao seu lado.

Tigris deu um sorriso, como se aquela informação fosse a melhor que pudesse receber. Todos desceram as escadas em direção a um pequeno porão, sem portas e nem janelas. Amplo e pouco profundo. Katniss ficou perto da escada esperando todos descerem, após isso, Tigris fechou o alçapão.

Agora, em um lugar um pouco mais tranquilo, Serena tentou raciocinar o que havia acontecido no esgoto. Ainda achava que era impressão sua e que Finnick apareceria a qualquer momento naquela escada.

—Gale precisa de alguns pontos. — disse Cressida ao ver o pescoço de Gale, que estava cortado por causa da luta com os bestantes.

—Eu inventei tudo. — Katniss começou a dizer, arrancando olhares de todos. — Toda a história. Não existe missão especial para a Coin, só existe meu plano. Todos que estão mortos, foi por minha causa. Eu menti.

—Nós sabemos. Todos nós sabíamos. — diz Cressida.

—Os soldados do 13?

—Eles também sabiam. Acha mesmo que Jackson acreditou que você tinha ordens de Coin? Ela confiava em Boggs, e ele queria que você fosse em frente.

—Eu nunca quis que isto acontecesse. Eu falhei. — sua voz começou a ficar fraca. — Eu os matei. Eu matei o Finnick.

Foi após as palavras de Everdeen que a realidade finalmente atingiu Serena como um soco no estômago. Ele estava morto. Finnick Odair realmente estava morto. O peso da verdade fez o mundo ao seu redor parecer mais frio e sufocante. Os olhos da loira se voltaram para Gale, que permanecia ao lado de Cressida. A raiva tomou conta de seu corpo.

—Isso é tudo culpa sua! — berrou ela, com a voz carregada de fúria e dor. Num movimento rápido, pegou seu nunchaku e avançou na direção de Gale, sem se preocupar com as consequências. O primeiro golpe atingiu a cabeça dele com força, fazendo o moreno cair no chão. Um som surdo ecoou pelo ambiente, mas isso não a fez parar. Serena ergueu a arma novamente, pronta para atacá-lo outra vez, quando sentiu mãos firmes segurando seus braços. Stiles e Percy se apressaram para contê-la, afastando-a antes que ela pudesse causar mais danos. — É culpa sua! Se você tivesse deixado Stiles e eu descer e ajudá-lo, Finnick não estaria morto! Ele estaria vivo! É culpa sua! Seu desgraçado! Seu filho da puta!

O grito saiu como um rugido, misturando a fúria à dor esmagadora que agora tomava conta dela. As lágrimas, que ela segurava com teimosia até aquele momento, começaram a escorrer incontrolavelmente por seu rosto. Cada gota parecia carregar um pedaço de sua alma despedaçada. Serena sentiu as forças a abandonarem, suas pernas vacilando até que ela caiu de joelhos no chão. Os soluços vieram em ondas violentas, sacudindo seu corpo. Ela parecia uma criança pequena, perdida e desamparada, chorando pelo que havia sido tirado dela de forma tão cruel. A dor era como uma lâmina cortando seu peito, tão profunda que respirar parecia impossível. A saudade e o desespero pela morte de Finnick era maior do que a vontade de matar Gale por sua atitude escrota de impedir que ela e Stiles descessem as escadas para ajudar o Odair, que estava cercado pelos lagartos mutantes. A última coisa que ela queria era acreditar que ele realmente se foi.

Mas a realidade era implacável. Ele estava morto. E ela não podia mudar isso.

Dois braços bastantes conhecidos por ela a envolveram em um abraço apertado, esse que prontamente foi retribuído. Serena chorava sem parar nos braços de Percy enquanto ele acariciava as suas costas para a acalmar, como se isso fosse possível. Não havia palavras para a consolar, não tinha como falar que tudo estava bem e que ia passar, porque nada estava bem e isso não ia passar.

Os minutos se passaram. O choro de Serena, antes incontrolável, foi aos poucos se transformando em soluços fracos, quase inaudíveis, enquanto a exaustão começava a tomar conta dela. Percy sentiu o peso dela aumentar em seus braços e percebeu que ela havia adormecido. A mais velha havia cedido ao cansaço.


Algumas horas se passaram, e Serena acordou de seu sono profundo. Ela ainda estava nos braços de Percy, este que havia a ajeitado para ficar mais confortável. Por um momento, a loira achou que tudo aquilo foi um grande pesadelo. Pelo menos era nisso que ela queria acreditar.

—Por favor, me diz que isso tudo foi um pesadelo bem ruim. — implorou ela com a voz fraca. Os seus olhos começaram a se encher de lágrimas ao ver que o irmão negou com a cabeça.

—Sinto muito, Nena... Aquilo foi totalmente real. Desculpa.

E novamente, as lágrimas voltaram a cair, como uma cachoeira. Então, tudo foi real. Não foi um pesadelo ruim. Serena Crawford realmente perdeu Finnick Odair. A loira ainda culpava Gale mentalmente pela morte dele. Se Stiles e ela tivessem descido, Finnick ainda estaria vivo.

Mas, além de Gale, o culpado daquilo tudo era Snow. Totalmente ele. O ódio e a sede por vingança começou a aumentar. Iria matar o Snow junto com a Katniss. Iria vingar a morte de Finnick.

Porém, precisaria ter uma carta na manga caso precisasse desestabilizar o presidente. E iria aproveitar a chance que tem agora de saber o que realmente aconteceu. Precisaria se distrair de qualquer forma.

Sem dizer nada, Serena se levantou, se afastando do irmão. Ignorando os olhares e todos, ela foi em direção às escadas. Assim que subiu os degraus e abriu o alçapão, a loira saiu do porão. A Crawford começou a procurar Tigris pela loja, que não era grande, e por isso foi fácil de achá-la. A mulher estava ajeitando os seus manequins, mas se virou ao sentir a presença de Serena atrás de si.

—Podemos conversar? Por favor. — pediu.

Tigris assentiu com a cabeça, indicando que poderiam sim conversar. As duas foram até uma mesa, onde se sentaram, frente a frente. Serena resolveu não fazer rodeios e falar logo o que queria.

—Quero que você me conte tudo o que sabe sobre Tiffany Vanderbilt. — diz a loira, enquanto a olhava. — Sawyer me disse que você que deu o livro para ele. Sei que você não deve ter informações, mas quero saber de algumas coisas, e principalmente se você sabe.

A mulher ficou um pouco pensativa, tentando organizar os pensamentos.

—Olha, eu não sei muito. Não serei uma grande ajuda para você, Serena. Tudo o que eu sei, está no livro. — disse ela, aparentemente desanimada por não poder ajudar muito.

—Como Snow achou aquele livro? — indagou a loira.

—Ele não achou, foi entregue a ele. Pelo menos é o que ele disse. — respondeu.

—Sabe quem foi? — Tigris negou com a cabeça.

A única coisa que Serena sabia é que realmente a Tiffany está morta, já que se estivesse viva, Katniss saberia de sua existência. Realmente Tigris não sabe muita coisa.

—Obrigada mesmo assim. — a loira agradeceu com um sorriso enquanto voltava para o porão. Mais um plano incompleto com sucesso!


—O sol está aparecendo. — Gale disse descendo as escadas. — Vejo fogo de armas pequenas. Pode ser Paylor, talvez Lyme. Os rebeldes estão perto.

—É isso aí. — diz Cressida.

A TV é ligada automaticamente enquanto apitava, indicando que era um aviso importante visto que ela ligou sozinha. Logo a imagem de Snow aparece.

—Aos cidadãos de Panem a mais de oitocentos metros fora do Círculo, estou anunciando evacuação obrigatória. Venham para a mansão. Eu prometo abrigo e santuário. Todos os refugiados, venham para a minha casa. Lá receberão comida, medicamentos, segurança para seus filhos, e juro solenemente proteger vocês até o meu último suspiro.

—Vamos arrancar esse suspiro logo. — diz Cressida.

—Nosso inimigo não é como nós. Não compartilham de nossos valores. Eles nunca vivenciaram nosso conforto e sofisticação. E nos desprezam por isso. Não se deixem enganar. Não estão vindo nos libertar. Estão vindo destruir nosso estilo de vida. Estão vindo nos enterrar. — a televisão desligou.

—Ele ainda está na mansão? — Katniss perguntou para Peeta, mas ele não respondeu. — Peeta?

—Sim. Eu reconheço a sala. — ele respondeu, saindo de seu transe. 

Katniss peguou o mapa em papel e coloquiu no chão.

—Onde fica?

—A uns cinco quarteirões daqui. — respondeu Cressida e ela começou a apontar para o mapa. — Nós estamos aqui. Perto das Avenidas. A mansão fica aqui. — apontou para onde seria a mansão.

—E os casulos? — perguntou Serena.

—Vão desativar os casulos em volta para a segurança dos moradores.

—Pode dar certo. Podemos chegar perto o bastante. — concluiu Katniss.

—Os Pacificadores vão estar esperando. — disse Gale.

—Perto de nossos rostos em cada outdoor. — diz Stiles.

—Snow está oferecendo abrigo a todos os refugiados. — falou Serena, como se a sua frase fosse a brecha perfeita para um plano.


—Vão direto para o norte. Vai haver milhares de refugiados lá. — Cressida começou a dizer. — Junte-se à multidão e não olhe para cima.

Tigris dado uma capa grande com capuz na cor azul escuro que cobria boa parte do rosto para Katniss e uma capa do mesmo jeito, só que verde escuro para Serena, também deu um desse para Gale e Stiles, ambos na cor preta. Os dois vão acompanhar as duas mulheres para a mansão de Snow. Percy havia se disponibilizado para ir junto, porém, Serena imediatamente o impediu, dizendo que ficaria mais seguro com Peeta, Cressida, Pollux e Tigris.

—Só temos uma chance. — diz Katniss olhando para Gale.

—Então vamos aproveitá-la.

—Boa sorte, Katniss. — Cressida a abraçou, e logo foi para Serena. — Boa sorte para você também, Serena. Sei que vocês duas vão conseguir. — ela também a abraçou, o abraço sendo retribuído.

As duas também se despediram de Pollux e agradeceram Tigris. Serena logo foi abraçar Percy.

—Se eu não voltar, quero que seja feliz com a Prim. E diz ao Sean que siga a sua vida sem mim.

—Cala a boca, Nena. Você vai sim voltar. Eu acredito em você. — ele diz em meio ao abraço. — Eu te amo.

—Eu também te amo, Percy.

—Katniss, me deixe ir com vocês. — ela ouviu a voz de Peeta e o olhou, vendo ele falar com a morena. — Eu posso ser uma boa distração.

—Não. — da Everdeen diz imediatamente. — Não vou perder você de novo.

—É mais seguro com eles. — diz Stiles.

—E se os Pacificadores revistaram as casas? Se ele for capturado... — disse Gale.

—Então me dê uma pilula. Eu não vou voltar.

Gale pega a pílula em seu bolso e entrega para Peeta. Logo, Katniss se aproximou do loiro, tirando as suas algemas.

—Fique vivo. — ela diz antes de abraçá-lo.

—Quando nos encontrarmos novamente vai ser em um mundo diferente. — ele disse em meio ao abraço.

Um aperto no coração de Serena surgiu, indicando a falta que sentia de Finnick ao ver aquela cena. Ela respirou fundo para não começar a chorar. Teria que ser forte para realizar a sua vingança. O ódio era maior do que qualquer tristeza ali. E se tivesse a oportunidade, mataria Gale na primeira que tiver.

—Vamos lá? — a voz do Hawthorne fez os dois se separarem.

—Vamos. — confirmou Katniss.

Antes de sair, Serena também se despediu de Peeta, o abraçando. Em meio a toda essa guerra, ela conseguiu um outro irmão mais novo.

—Sabe de uma coisa? — começou a dizer quando se separou do abraço. — É muito bom ter alguém com os mesmos traumas que você.

Os dois deram um sorriso. Gale apressou novamente, e realmente estava na hora de ir. Os quatro colocaram a capa. Katniss pegou o seu arco enquanto Serena pegou o seu nunchaku. Não tinha mais pérolas explosivas, o que poderia fazer falta naquele momento. O quarteto saiu da loja de Tigris e começaram a caminhar em direção a mansão. Seus rostos estavam estampados em cada outdoor, o que fez a Crawford cobrir mais ainda seu rosto com a touca. Não muito longe eles veem os civis caminhando até a mansão, Katniss, Serena, Stiles e Gale entraram no meio das pessoas e começaram a andar com elas, torcendo para não serem reconhecidos. Havia vários Pacificadores de prontidão na telhado de algumas casas. Mais para frente, alguns Pacificadores tirando qualquer coisa que cubra o rosto de algum cidadão foram vistos. Aquilo era péssimo, eles podem descobri-los. Eles sentiram pacificadores se aproximando por detrás e Gale levou a sua mão para o bolso da capa, esse bolso que havia uma arma. Quando um Pacificador estava bem perto deles, uma explosão aconteceu, fazendo com que todos caíssem caíssem chão. As pessoas começaram a gritar enquanto os tiros eram escutados. Os rebeldes chegaram e estão atacando. Mais uma explosão aconteceu. O caos se iniciou. Todos começaram a correr enquanto gritavam. Ao longe, Serena viu uma menina berrando pela mãe, que aparentemente já estava morta. Seu coração apertou ao ver aquela cena. A loira sabia como era perder uma mãe, e não desejava esse sentimento para ninguém, muito menos para uma criança, até mesmo as da Capital.

—Vamos! — disse Stiles puxando Serena para começar a correr.

Os dois garotos conseguiram pegar duas armas de dois Pacificadores que estavam um pouco debilitados por causa da explosão. Mais explosões aconteceram. O grupo se esconderam na frente de uma van, mas uma explosão fez os quatro sermos jogados para cada lado do veículo, apenas Gale ficando do outro lado. Katniss se levantou primeiro e olhou ele lutando contra os Pacificadores, a morena pegou o seu arco e apontou uma flecha na direção deles, que agora carregavam Gale para a outra van.

—Atire em mim! — gritou o Hawthorne.

Serena viu que ela não ia atirar, por isso pegou o arco de sua mão e mirou na direção de Gale, porém, foi tarde demais, ele já havia sido colocado na van.

O trio, que antes era um quarteto, se esconderam atrás do carro. Katniss estava atordoada pelo o amigo ter sido levado. Serena colocou a mão no ombro da amiga para a consolar e por um momento se sentiu mal de ter pegado o arco de sua mão para matar Gale, mas logo esse sentimento passou. De uma coisa os três tem certeza: Katniss e Serena precisam chegar o mais perto o possível de Snow para matá-lo.

—Muito bem, prestem atenção. — Stiles chamou a atenção das duas, que olharam para ele. — Eu vou na frente por causa da minha arma. Deixe as flechas para o Snow. Vocês ficam atrás de mim e avançamos até lá, beleza?

As mulheres assentiram com a cabeça, concordando com o plano. Os três se levantaram e ajeitaram os capuz, voltando a correr. Explosões ainda aconteciam, e os sons dos tiros eram escutados. O Círculo da Cidade estava cheio de pessoas, impossível de ver o que estava acontecendo. O trio passou pelo meio dos cidadãos, até que Serena viu uma van ao seu lado, começando a subir para ter uma visão melhor do que estava acontecendo. Pessoas desesperadas, gritando, as crianças sendo tiradas de seus pais e indo para o outro lado da barricada, crianças desde bebês de colo até adolescentes, elas entrariam primeiro do que os outros.

—Como está aí? — indagou Katniss para a mais velha.

—Um caos. — respondeu a loira.

Ao olhar para cima, a Crawford viu um aerodeslizador com a insígnia da Capital, que passa por cima de todos, paraquedas começam a cair, esses que Serena e Katniss conhecem muito bem, era os paraquedas com as dádivas que recebiam na arena. As crianças estendem suas mãos para pegar os paraquedas, mas antes de chegarem em suas mãos, eles explodem. O impacto foi tão grande que a loira caiu da van, seu corpo se choca com o chão, e por causa do capuz que não bateu sua cabeça.

Katnise, Serena e Stiles se levantaram um pouco atordoados, a fumaça ainda era bem presente, quando ela se cessou um pouco, os três viram melhor o estrago que aqueles paraquedas fizeram. Muitas das crianças morreram imediatamente, enquanto algumas apenas estavam deitadas no chão na mais completa agonia. Serena podia afirmar que os Pacificadores não sabiam que isso iria acontecer pela maneira como estão arrancando as barricadas, abrindo caminho até as crianças. Um outro grupo de uniformes verde musgo passa pela abertura. Mas esses não são Pacificadores. São médicos. Médicos rebeldes. O trio reconheceria aqueles uniformes em qualquer lugar. Eles se metem em meio às crianças como um enxame de abelhas, brandindo kits médicos.

Porém, o olhar de Katniss vai para duas cabeleiras loiras, um garoto e uma garota, Serena também olhou na mesma direção e imediatamente reconheceram quem eram, os dois tentavam ajudar os feridos. As duas não controlaram seus pés e começarm a andar em sua direção.

—Prim? — Katniss chamou a irmã, mas ela não a olhou.

—Aí meu Deus do céu! Sean? — Serena chamou o irmão, mas ele também não escutou.

—Meninas! Tomem cuidado! — alertou Stiles.

—Primrose? — Katniss chamou de novo, ignorando totalmente o alerta do mais velho, assim como a loira ao seu lado.

—Sean Crawford? — Serena também o chamou novamente, e dessa vez, os dois olharam para as irmãs que caminhavam em sua direção.

Entretanto, a Crawford parou de andar ao sentir um sentimento ruim. Como se algo a mais fosse acontecer. Algo bem ruim. O desespero tomou conta dela ao perceber que essa coisa ruim poderia acontecer com os pequenos a sua frente. Já havia perdido Finnick, não poderia perder o seu irmão também. Era algo que ela não poderia suportar.

—Katniss, corre. Puxe a Prim o mais rápido que pode.

E então, Serena começou a correr em direção aos dois loiros, seguida por Katniss. Elas pisavam em cima de algumas pessoas, mas não era proposital. Assim que se aproximaram, a Crawford agarrou o irmão enquanto a Everdeen agarrou a irmã, as duas os puxaram pelo braço com toda a força que tem, fazendo com que eles começassem a correr junto com elas.

Quando estavam próximas de onde estavam, onde Stiles as esperavam, do outro lado do que antes era a barricada, os paraquedas restantes explodem.


Meu Deus, como eu chorei escrevendo esse capítulo😭💔 tadinha da nossa Nena😔☝🏻

ESTA ACABANDO GENTE! Meu Deus, ao mesmo tempo que não estou preparada para o fim dessa fic, eu quero acabar ela logo (por isso dois capítulos seguidos, omg😱). Aos meus cálculos, falta quatro capítulos + o epílogo para Golden Hour oficialmente ser concluída.

Será que elas conseguiram salvar os irmãos? Só o próximo capítulo dirá!

Peço perdão pelos erros ortográficos, tento ao máximo evitá-los, mas pode passar despercebido.

Vejo vocês no próximo capítulo (que eu prometo que não irá demorar para sair)💜✨️

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