xvi. mixed feelings
𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗗𝗘𝗭𝗘𝗦𝗦𝗘𝗜𝗦
❝ sentimentos confusos ❞
Ao chegar no Distrito 13, Serena foi para o seu compartimento. Os outros iriam voltar para a sua programação normal e ela preferia ficar sozinha, já que não sabe se Katniss aceitaria a sua companhia.
—Oi. — ouviu a voz da morena na porta, fazendo com que a loira a olhasse. Bom, suas dúvidas foram tiradas, se ela veio até seu compartimento é porque aceita a sua companhia. — Você parece estar meio sozinha, vim te fazer companhia.
Katniss Everdeen indo por vontade própria fazer companhia para alguém? Um evento raro mas acontece.
—Pode entrar, sente-se. — a mais velha disse apontando para a sua cama. Serena era a única que tinha uma cama normal, já que seus irmãos dividiam uma beliche no compartimento, isso era mais para deixar mais espaço no lugar e caber tudo que precisasse. Katniss se sentou ao lado da Crawford. — Você cantou muito bem lá.
—Obrigada, você também cantou. Você não tem cara de que canta.
—E eu não canto, cantava apenas para os meus irmãos quando eles eram pequenos. Mas só para eles. — a loira deu de ombros.
—Quando você perguntou sobre como eu conhecia a música, por que fez aquela pergunta? E eu percebi que não foi porque você achou que ouviu em algum lugar.
Serena ficou pensativa, se deveria ou não perguntar sobre Tiffany Vanderbilt. Talvez Katniss já tenha ouvido falar sobre ela, não é?
—Você conhece ou já ouviu falar de Tiffany Vanderbilt? — perguntou a mais velha. A morena negou com a cabeça.
—Não que eu me lembre.
—Então, essa mulher foi a primeira vitoriosa do Distrito 12, mas ao que aparenta, tudo sobre ela foi apagado. A música que você cantou, foi ela quem escreveu.
—Você falando agora me fez lembrar que além de Haymitch, Peeta e eu, tinha outra vitoriosa do meu Distrito, mas ninguém sabe sobre ela.
—Exato. Porque Snow acabou com qualquer informação ou rastro em relação a ela.
—E como você sabe disso? — indagou Katniss.
—Sawyer tem um livro, ele me emprestou e eu sei o que aconteceu entre Coriolanus Snow e Tiffany Vanderbilt. E aparentemente, esse livro deve ser o verdadeiro pesadelo dele. Tiffany sabe de algumas pessoas que ele matou, a filha do prefeito Lipp, um tributo do 8 e o melhor amigo dele, Sejanus Plinth. No fim, ele acabou matando a própria Tiffany também. O que é estranho, porque ela escreveu sobre a própria morte, como ela escreveu se estava morta? E Snow não completaria essa história, no máximo ele queimava o manuscrito e deixava por ali mesmo.
—Só iríamos saber se ela estivesse viva, como ela não está, não tem como saber. — deu de ombros. — É estranho o fato do Snow ter amado alguém...
—No ponto de vista da Tiffany, parece que ele a amava, mas eu desconfio, Coriolanus Snow é do tipo que usa os outros para beneficio próprio.
E sabemos que Serena está mais do certa em desconfiar disso.
—Serena, ei! — a voz de Stiles adentrando o compartimento fez a loira o olhar imediatamente. — Você é requisitada no comando, presidente Coin quer dar uma palavrinha com você.
Aquilo fez a Crawford ficar um pouco confusa. Por que a presidente Coin quer falar com ela? De uma coisa ela sabe, fazer as unhas e conversar como amigas não vai ser.
Serena se levantou e seguiu Stiles até a Sala de Comando. Era a primeira vez que iria conversar cara a cara com a presidente, só havia a visto de longe. O caminho até a sala não foi muito longo, logo eles já chegaram em seu destino. O Hagan abriu a porta da Sala de Comando, indicando que era para Serena entrar, assim que a loira entrou, o moreno fechou a porta. Seu olhar diretamente caiu na presidente Alma Coin, que estava sentada na mesa a sua espera ao lado de Plutarch. Eles a olharam quando percebeu que a mesma havia adentrando a sala.
—Finalmente! — diz Plutarch se levantando e indo até a loira, Coin o seguia. — Senhora presidente, permita-me lhe apresentar, A Sereia.
—É uma honra finalmente conhecer você. — disse segurando a sua mão, mas a loira imediatamente a puxou enquanto encarava a mulher, fazendo seus olhos se arregalarem, incrédula com tamanha semelhança. Como aquela mulher era parecida com o presidente Snow? — Você é uma jovem corajosa. Está enfrentando a rebelião ao lado do Tordo e ainda passou duas vezes por aquelas atrocidades que são os Jogos.
—Serena, como você bem sabe, oficialmente lhe apresento a presidente Alma Coin.
—Sem rodeios, por que me chamaram? — foi direto ao assunto. Não queria passar muito tempo ali.
—Por favor, sente-se. — a mais velha disse apontando para uma cadeira, Serena se sentou, assim como os outros na sala. — Você já está a par de toda a situação, então não preciso te resumir, certo? — a Crawford assentiu com a cabeça. — Ótimo. — Coin ficou olhando para Serena, fazendo com que a loira franzisse o cenho.
—Perdeu algo na minha cara? — não hesitou em perguntar, visto que achou estranho o fato daquela mulher estar a encarando.
—Não, só estou reparando melhor. Você é filha de Jayden Crawford, não é?
—Vejo que até vocês que estão confinados conhecem o meu pai.
—Nós estamos a par de algumas situações. Sinto muito pela perda. Ele morreu de que mesmo?
—Não é da sua conta. — respondeu de forma seca e direta. — Achei que tivesse me chamado para conversar sobre outra coisa, não fazer uma entrevista sobre a minha vida.
A presidente ficou um pouco surpresa com o jeito que a Crawford falou com ela, mas apenas deu um sorriso fechado.
—Claro, me desculpa. Te chamei para conversar sobre os acontecimentos do momento. — começou a dizer. — Eu vi o vídeo em que Katniss e você cantaram, você foi incrivelmente bem, senhorita Crawford, Plutarch já me disse que você não quer participar dos pontoprops, mas o que acha de repensar nesse assunto?
—Não, eu passo. Já disse que não quero ser o símbolo da rebelião ao lado da Katniss.
—Mas você não seria o símbolo da rebelião, Serena. — Plutarch começou a dizer. — Você seria mais um apoio para a Katniss, para as pessoas verem que até mesmo a filha de Jayden Crawford está participando disso tudo. Isso vai fortalecer mais as pessoas. Você não precisa fazer discursos, só apareça nas gravações, para dar a entender que você está junto com ela. Com isso, podemos chegar mais perto de acabar com o reinado de Snow.
Serena ficou um pouco pensativa, repensando sobre essa ideia. Não queria de jeito nenhum participar disso tudo, mais para preservar a segurança de seus irmãos. Mas ela poderia usar isso ao seu favor.
—Tenho algumas condições para isso acontecer. — finalmente disse algo depois de um tempo pensativa.
—Claro que tem. — Coin diz de uma forma um pouco irônica.
—É isso ou eu não faço o que vocês querem. A escolha é sua. — deu de ombros. — Se me chamou, é porque precisa de mim assim como precisa de Katniss.
—Quais seriam as suas condições? — perguntou Plutarch.
—A segurança dos meus irmãos e de Sawyer. Garanta que eles vão ficar a salvos e seguros.
—Sabe que isso vai ser um pouco impossível, Percy é um dos soldados.
—Eu sei disso, mas até mesmo quando ele estiver fazendo seu trabalho, quero que ele fique a salvo. Outra condição é o resgate imediato de Peeta e Johanna, sei que Katniss já falou disso para vocês, mas quero reforçar isso, na primeira oportunidade, vocês vão para a Capital resgatá-los sem pensar duas vezes. — ela deu ênfase em "vão" indicando que era mais uma ordem do que um pedido. — E se forem para a Capital para matar Snow, quero ir junto.
—Então, quer ter a honra de matar o Snow? — Coin perguntou. Serena negou com a cabeça.
—Isso aí vai ser trabalho de Katniss, eu apenas quero ir para a Capital ao lado dos outros soldados.
—Sabe que precisa participar dos treinamentos para isso, não é?
—Não, não preciso. Sei muito bem manusear uma arma.
Coin e Plutarch se entre olharam. O homem assentiu com a cabeça, indicando que era para aceitar o acordo. A presidente voltou a olhar para a Crawford.
—Estamos de acordo. — concluiu com um sorriso. — Mas saiba que se descumprir com a sua parte...
—O acordo está cancelado, eu sei. — a interrompeu. — E por favor, se vocês estiverem pensando em anunciar o nosso acordo para o Distrito 13 inteiro, já esqueça, não quero que ninguém saiba desse acordo.
—Você quem manda, Serena. — Plutarch disse com um sorriso.
—Posso ir agora? — perguntou apontando para a porta. Coin assentiu com a cabeça.
A loira se levantou e sem se despedir, saiu da sala de Comando, se encontrando com Stiles que a esperava. Após essa conversa, algo na mente se Serena diz que não é para confiar tanto nessa presidente.
—Essa presidente não me parece boa pessoa, Stiles. Não consigo gostar dela de jeito nenhum. — diz Serena. — Isso desde quando eu a via de longe, agora após a nossa conversa, estou com um pé atrás... Ela se parece muito com o Snow.
—Bom, eu também não sou muito fã de suas atitudes, mas eu não posso falar ou fazer nada contra. — deu de ombros.
—Você se vê aqui no Distrito 13, Stiles? Tipo, seu futuro aqui até mesmo depois dessa guerra?
—Olha, para ser bem sincero, não. — ele deu uma gargalhada. — Eu sempre senti que aqui não era o meu lugar, sabe? Não sei em que Distrito eu me encaixaria, mas aqui com certeza não é onde eu me vejo no futuro. Se eu conseguir me mudar, não pensarei duas vezes antes de sair daqui.
—É uma boa ideia. Talvez você goste do 4, lá tem várias praias, acho que faz o seu estilo. Pode ir comigo e com os meninos depois que tudo isso acabar. — ela diz com um sorriso.
Antes do mais velho responder, eles ouviram alguém se aproximar de onde estavam. Ao olhar para a pessoa que entrou na sala, viu que era Finnick. A loira começou a ficar um pouco sem jeito na presença dele. Depois daquele beijo, ela evitava a todo custo chegar perto de Finnick Odair. A última vez que ficaram juntos foi no dia da entrevista de Peeta, após isso, Serena não fez questão de ficar perto dele. Queria a todo o custo esquecer aquele beijo.
Por mais que ao invés dela esquecer, ela deseja aqueles lábios mais do que nunca.
Bom, não devemos esquecer do próprio Finnick. Ele tentou esquecer, tentou mesmo, em respeito a mais nova. Mas ele não consegue, na verdade, ele não quer esquecer. O Odair se recusa a esquecer de algo que amou e que gostaria de mais.
—Oi. — foi o que disse depois de alguns minutos em silêncio. — Eu preciso conversar com você, Serena.
Ele foi simples e direto, sem rodeios. Stiles percebeu que provavelmente o Odair não iria querer conversar com a loira em sua presença. Por isso, ele olhou para o seu comunipulso e em seguida olhou para Serena.
—Preciso ir, estão me chamando. — disse se levantando. — Te vejo depois, Sery Sol. — sorriu para a mais nova.
Nesse momento, Finnick Odair estava gritando de alegria por dentro e com um sorriso nos lábios. Com certeza Serena Crawford iria dar um tapa em Stiles por ter dar um apelido, já que na maioria das vezes, ela só aceita apelido dos seus irmãos e de Sawyer. Isso seria algo que iria melhorar muito o seu dia.
—Tudo bem, tchau Sty. — ela retribuiu o sorriso, mas nesse instante, o sorriso de Finnick havia sumido.
Como assim ela não deu um tapa nele? Se fosse o próprio Odair a chamando de "loirinha" iria levar um tapa ou pior.
"Que papo torto é esse. Que merda é essa de Sery Sol e Sty?!" — pensou o Odair.
Stiles se afastou dos dois, saindo da sala subterrânea enquanto Finnick o olhava com fogo nos olhos. "Sério?!" pensou "se fosse eu levaria um tapa. Ele está conseguindo a roubar de mim."
O mais velho respirou fundo e começar a dizer o que ele quer dizer.
—Você foi ótima, lá no 12. — diz se sentando a sua frente, tentando pensar em como falaria do assunto que ele quer falar. — Eu não sabia que você cantava.
Só então ela havia se tocado, como ele havia a achado? O que ele estava fazendo ali?
—E eu não canto. Só cantava para os meninos quando eles eram pequenos, mas nada além disso. — deu de ombros. — O que faz aqui? Como você sabe que eu estava aqui?
—Não sei porque, vim aqui no automático. Parece que você tem um imã que me atrai até ti. — ele diz com um sorriso maroto nos lábios e soltou uma gargalhada.
—Ha ha ha, engraçado. — Serena diz de uma forma irônica. — Quem te disse onde eu estava? Os únicos que sabem é meus irmãos, Sawyer e Stiles.
—O que você e aquele Stiles tem? Parecem um casal de tanto que vivem juntos. — Finnick disse revirando os olhos.
—Ué, somos só amigos. Por que está incomodado? — indagou enquanto cruzava os braços e o encarava. — E você não respondeu a minha pergunta.
—Ele não parece uma boa pessoa. Parece que ele quer tentar te roubar de mim e não gosto disso. E quem me disse onde você estava foi o Sean.
—Ah, claro, como não desconfiei. — era meio óbvio que quem disse seu paradeiro foi o seu querido irmão mais novo. — E sobre o Stiles, você nem o conhece... Espera... Me roubar de você...? — perguntou quando percebeu o que ele havia dito. — Do que está falando? Não somos nem próximos para ele "me roubar de você". E outra, o que você realmente está fazendo aqui? Essa pergunta você também não respondeu.
Finnick respirou fundo antes de responder.
—Eu não aguento mais essa situação, Serena. — disse olhando para ela, fazendo a mesma franzir o cenho confusa.
—Que situação?
—Eu não consigo fingir que nada aconteceu. Eu não quero fingir que nada aconteceu. — diz olhando no fundo dos olhos verdes da loira. — Você também não pode negar isso, da para perceber o jeito que você fica quando está perto de mim, é nítido que nem você quer esquecer. Eu não quero ficar só por aquilo, loirinha. Aquele beijo aconteceu para valer, não só aquele, mas o da arena também. Não finja que não quer ficar apenas por aquilo, essa sua negação vai ser pior do que aceitar.
Serena ficou completamente sem palavras. Ela pensava que era a única tentando esquecer, mas aparentemente o loiro também estava passando pela mesma situação. Ela admite ter gostado dos beijos, de ambos os beijos, e confessa que não consegue mais ficar longe dos lábios e toques de Finnick Odair.
No entanto, seus sentimentos e emoções encontram-se em total confusão, uma mistura de medo e alegria, um turbilhão de pânico e excitação, ansiedade e conforto, nervosismo e desejo ardente. Ao mesmo tempo em que não consegue resistir às carícias do mais velho, ela tem receios, medo de vivenciar o que sua mãe passou.
Isso não é amor. Ao mesmo tempo em que não deseja se ferir, ela também não quer magoar Finnick. Não quer o causar dor por não poder corresponder aos mesmos sentimentos, mas sim aceitar dar-lhe uma chance apenas para suprir suas carências. Isso não é justo. Ela não é mais uma adolescente, sabe distinguir entre carência e amor.
E por que estamos falando de amor? Para Serena Crawford, o amor não existe.
—Eu... Não podemos, Finnick. — diz desviando o olhar do loiro. — Eu não posso retribuir os mesmos sentimentos, eu não quero passar o que... — ela não continuou, literalmente travou, mas Finnick sabia do que se tratava.
—Eu não sou o seu pai, Serena. — isso fez a loira o olhar de novo. — Se você me der uma chance, eu te garanto que você vai ser tratada da melhor forma o possível.
—Você não entende. É melhor você desistir de mim logo, continue com a Annie, ela gosta de você da para ver. Eu nunca conseguiria amar alguém, eu não sei o que é amar alguém, Finnick, eu nunca tive ou vi isso. E se isso for possível para alguém como eu, pode demorar anos para acontecer.
—Eu espero. — diz se aproximando dela. — Eu esperei dezessete anos, posso esperar mais alguns. Eu não irei desistir de você tão fácil.
—É melhor que faça isso, acredite. Não há espaço para amor em meu coração, tudo o que resta são apenas feridas abertas que nunca chegaram na primeira fase de uma cicatrização. Eu prefiro que esquecemos que tudo isso aconteceu e seguimos a nossa vida, como estávamos fazendo.
O Odair suspirou, o que fez Serena achar que ele havia finalmente cedido aos seus conselhos.
—Fala isso porque realmente não acredita no amor e tem medo de sofrer ou por que está gostando de outro e não quer admitir? — indagou com o maxilar travado. Serena percebeu que ele se referia a Stiles, o que fez ela ficar irritada com tal acusação.
—Você ouviu o que acabei de dizer?! Stiles e eu somos amigos! Nada a mais, nada a menos que isso! E se você não acredita, aí é problema seu! — exclamou. — Acha que foi fácil, Finnick Odair?! Viver em um ambiente hostil a minha vida toda?! Eu vi meu pai chegar bêbado em casa todos os dias e descontar sua raiva e frustração nela, eu vi meu pai matar a minha mãe. Ele matou a mulher que deveria amar com todo o seu ser, Claire Crawford morreu nas mãos daquele que deveria a amar, a tratar como rainha. — sua voz já estava começando a fraquejar, indicando que iria começar a chorar. — Normalmente dizem que os pais são o exemplo de amor para os filhos. Se o que meus sentiram foi amor, então sim, o amor é uma droga.
—Você nunca nem sequer viveu um romance para saber! Não pode definir algo que nunca viveu!
—Ah... Sim...? Eu posso sim. E ninguém vai me fazer mudar de ideia.
Finnick delicadamente segurou o seu queixo e a fez olhar para si novamente, deixando seus rostos bem próximos, a ponto de sentirem a respiração um do outro.
—Tem certeza? — perguntou em um sussurro. — Talvez eu seja essa pessoa e você não sabe.
Aquele olhar e aquele sussurro fez as borboletas fazerem a festa no estômago da loira.
—Pare de falar merda. — ela diz em um tom baixo, tentando disfarçar que estava começando a ficar nervosa.
—Desculpa falar, loirinha, mas a única que está falando merda é você. — ele um sorriso malicioso surgiu em seus lábios. — Será que tirei que te beijar de novo para você parar de falar essas besteiras? Parece que só com a boca ocupada que você se cala.
Serena ficou atônita ao ouvir aquela frase de Finnick. Ela sentia suas bochechas queimarem, seu coração palpitar e seu estômago estava revirando por causa da festa das borboletas. A loira se via incapaz de articular qualquer resposta coerente, seus lábios se abriam e se fechavam em um silêncio constrangedor. Percebendo a vulnerabilidade dela, Odair interpretou como um convite silencioso para unir seus lábios mais uma vez.
E assim ele fez, diminuiu os escassos centímetros que separavam seus lábios, e a Crawford prontamente correspondeu. Não havia mais espaço para resistência, nem motivo para se afastar - não era isso que ela desejava. O anseio de Serena Crawford agora se concentrava nos lábios de Finnick Odair, um desejo que brotara intensamente após o beijo na arena.
Finnick não perdeu tempo em aprofundar o beijo, buscando espaço para sua língua, e Serena não hesitou em abrir os lábios, concedendo-lhe passagem. As mãos de Finnick deslizaram até sua cintura, atraindo-a para mais perto, o que levou Serena, num impulso arrebatador, a envolver seus ombros com as mãos e a se acomodar em seu colo, com uma perna de cada lado do corpo do mais velho, sem romper o beijo. Pela primeira vez, a loira experimentava a sensação eletrizante que sempre soube existir entre as pernas, mas que nunca antes havia sentido com ninguém. Finnick Odair era a primeira pessoa com quem beijava e que despertava algo mais profundo dentro dela. O único som naquela sala era o suave estalo dos lábios se encontrando. Enquanto acariciava reconfortantemente a nuca do loiro e puxava delicadamente seus fios dourados, provocando arrepios, Serena sentia-se envolvida por uma onda de sensações inebriantes.
Enquanto isso, Finnick acariciava sua cintura com uma mão e pressionava suavemente sua coxa com a outra, provocando-lhe arrepios intensos. Em meio às carícias mútuas que trocavam, um desejo avassalador de desvendar mais da pele dela ardia dentro dele. A vontade de tirar aquele macacão por completo para sentir o calor de sua mão contra a pele fria de Serena crescia a cada segundo.
No entanto, ele não quer ir longe demais, sabia que não podia avançar sem consentimento e consciência plena dela.
O corpo da Crawford se incendiava sob o toque do Odair, enquanto a ânsia por mais se intensificava a cada instante em que saboreava os lábios macios e viciantes do rapaz. Aquela sensação era como uma droga irresistível da qual ela não se importava em depender. As emoções tumultuadas dentro dela eram palpáveis - o desejo voraz se misturava à vontade de recuar e esquecer tudo aquilo. Mas como resistir? Desvencilhar-se de uma droga tão doce e viciante quanto aquela era uma tarefa quase impossível. Assim eram os lábios de Finnick: doces e viciantes como uma droga poderosa.
O mundo exterior desapareceu por completo, deixando apenas o universo particular dos dois. Ali reinava apenas a conexão intensa entre eles, um laço indissolúvel que transcendia qualquer outra realidade.
—Ah! Então é aqui onde vocês estão ao invés de participar de suas programações?! — a voz grave de um homem mais velho fez os dois se separarem abruptamente, surpreendidos. Serena prontamente saiu do colo de Finnick e ambos encararam o homem, que parecia ser um segurança pelas vestimentas e pela lanterna que segurava. Sua expressão não era das mais amigáveis ao flagrar o casal - não assumido - ali. — Vão embora daqui antes que eu conte para a presidente!
Sem hesitar, os dois se ergueram rapidamente e deixaram a sala subterrânea. Mas que droga! Os seguranças raramente frequentavam aquele local, então por que justo naquele momento decidiram aparecer? Realmente a sorte nunca está ao favor desses dois quando se trata de beijos e carícias.
A situação desencadeou uma mistura de sentimentos nos dois: vergonha, irritação e... humor. À medida que se afastavam das salas subterrâneas e adentravam o corredor do Distrito que levava aos compartimentos, Serena e Finnick trocaram olhares cúmplices e começaram a rir, como dois adolescentes bobos pegos pela diretora durante um momento íntimo. A loira preferiu ver o lado positivo da situação: pelo menos não foi os seus irmãos.
—Vai sugerir que esqueçamos tudo de novo? Ou podemos reconsiderar a minha proposta? — indagou Finnick com um sorriso, seus olhos fixos na loira, que retribuía o sorriso. O sorriso que Finnick aprendeu a valorizar ainda mais quando era causado por ele.
—Quem sabe... — respondeu ela antes de se afastar, caminhando com passos rápidos e um sorriso bobo nos lábios. Era inegável, ela havia amado intensamente aquele momento.
—Você está bem, Percy? Parece um pouco pensativo. — Sean pergunta ao ver o irmão mexendo com o talher em sua comida na bandeja e olhando para o alimento. A voz do loiro fez o mais velho o olhar um pouco confuso.
Percy e Sean foram os primeiros do grupo a chegarem no refeitório na hora do almoço, e por enquanto estava só eles dois na mesma mesa de sempre, que praticamente já era reservada para o grupo.
—Que?
—É, você não está bem mesmo. O que aconteceu? — indagou Sean.
Percy sabe que não pode esconder nada para os irmãos, e precisava falar de um assunto que estava o atormentando muito. E a pessoa mais indicada para isso, era o seu irmão mais novo.
—É a Prim... Nos aproximamos mais nos últimos dias... — começou a dizer.
—E isso é ruim?
—Sean, acho que estou começando a gostar dela... — ele diz em um tom de voz baixo, apenas para o irmão ouvir. Sean logo entendeu de que forma ele disse que gosta da Everdeen mais nova.
—E qual é o problema? Talvez ela gosta de você também. — deu de ombros.
—O problema é que ela é muito nova. Eu tenho dezesseis e ela treze. Me repreendo muito mentalmente por causa disso, porque na minha cabeça é errado. Não quero criar problemas. Por isso vou decidir deixar quieto.
—Em minha visão, não é errado, e se ela gostar de você também? Vá em frente, Percy! Para tudo tem um jeito, não precisa se preocupar com isso.
—E se ela não gostar? Eu vou estragar a nossa amizade, e eu não quero isso.
—Claro que você não vai chegar nela do nada e dizer que gosta dela, espera um pouco, se ela começar a dar sinais, vai em frente. Não ligue para os outros, se eu, a Nena, a mãe e a irmã dela e principalmente vocês dois não verem empecilho, por que enrolar? Também tem a solução de esperar ela ter uma idade mais avançada para vocês dois terem algo. Cabe a vocês decidirem o que vão fazer e se vão fazer.
Percy ficou um pouco pensativo a respeito do conselho do irmão. E bom, muitos podem ver um possível relacionamento entre eles dois um problema, descrevendo o garoto de pedófilo ou algo do tipo. E não é isso que Percy quer. E é por isso que ele se sente tão culpado de gostar de Primrose Everdeen.
Mas, ele viu que Sean está certo. Se os responsáveis pelos dois não verem problema, por que vão se importar com a opinião dos outros?
—Você está certo. Irei dar o primeiro passo quando for a hora certa. — ele diz com um sorriso. — Só me faz um favor? Não conte nada sobre essa conversa com a Nena, você conhece muito bem a nossa irmã e não quero ter que ouvir sermão.
Sean levantou a mão com o polegar para cima. Indicando que concorda com o combinado.
—Pode deixar. E se quiser, posso até te ajudar nesse quesito. Eu vivo com a Prim na enfermaria, posso dar um jeito de saber sobre alguma coisa.
O gêmeo mais velho deu um sorriso.
—Muito obrigado, Sean! Até que essa sua cabeça nem sempre serve para a medicina. — após isso, os dois deram uma gargalhada.
MEU DEUS!! EU AMEI ESCREVER ESSE CAPÍTULO SOCORROOOOOOOOOOO
Como eu disse no mural, esse capítulo seria mais de conversação e desenvolvimento do que um acontecimento dos livros/filmes de Jogos Vorazes em si, e apesar de não ter nada do acontecimento dos livros/filmes nesse capítulo, ele ainda sim é tão importante quanto qualquer outro capítulo que tem acontecimentos da saga original!
Amizade da Katniss e da Serena no começo! Amo demais essas duas, mesmo que no momento elas não são tão próximas! Mas essa amizade vai se evoluir muito ao decorrer da fic💜
Serena sendo gente como a gente e não confiando na Coin. E é bom desconfiar mesmo.
E TEVE BEIJO SIM MEUS AMOREEEESSSSSSSSSS, e já digo a vocês, essa nem vai ser a melhor cena deles! Tem uma que é tão ❤️🔥 quanto essa! Maldito segurança que atrapalhou tudo, ódio😻
Já vimos como está indo a relação deles dois, não é? Evoluindo aos poucos, mas é aos poucos que tem que ser!
Eu iria colocar mais coisas nesse capítulo, mas eu queria postar ele logo e por isso não coloquei (inclusive até burlei o cronograma, que os leitores de Secrets from Past não saibam disso🤫)
Juro que na cena do beijo deles eu fiquei muito assim 😏😏 mas também fiquei assim 🙈🙈 juro!
Quero agradecer as duas pessoas que me ajudaram a escrever a cena antes do beijo deles acontecer! A AmendoinL4 e a izzie_baku ! Obrigada de coração💜💜
Quero avisar também que, o Ato Dois está de GIF novo! Obviamente feito pela srwmoon ! Muito obrigada pelo trabalho INCRÍVEL Juju💜✨️
Inclusive, TODOS os GIFs dos capítulos do Ato Dois foram mudados para o novo! E sim, o Ato Três também vai ter outro GIF também feito pela Juju! Avisei isso no mural, mas estou avisando aqui também.
Quero agradecer oficialmente aos 1,19k de votos! Agora que sei ler os votos, irei sim agradecer a cada meta atingida, KAKAKAKAKAAMAMAMAM muito obrigada mesmo gente, sério! O apoio de vocês são de grande ajuda para o desenvolvimento dessa fanfic que amo tanto escrever💜✨️
Peço perdão pelos erros ortográficos, tento ao máximo evitá-los, mas pode sim passar despercebido.
Dessa vez irei sim seguir o cronograma tá? Akakakakakak, então, o capítulo dezessete de Golden Hour só vai ser publicado quando o capítulo dois de Fire Blood e o capítulo oito de Secrets from Past for publicado!
Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️
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