𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗤𝗨𝗜𝗡𝗭𝗘
❝ o menor homem que já existiu ❞

—Vou começar com vocês duas em frente ao Edifício da Justiça. — disse Cressida para Katniss e Serena assim que estavam saindo do aerodeslizador. Eles já haviam chegado no Distrito 12.

—Não. — Serena negou imediatamente, fazendo Cressida a olhar. — Aqui não é a minha casa, eu não sou o Tordo, não tem motivo de eu participar de uma filmagem onde a Katniss que deveria ser o centro das atenções. Ela viveu aqui, conheceu essas pessoas. Não tem porque eu participar de uma filmagem de algo que eu não tenha nenhuma relação.

—Tudo bem, podemos mostrar a Serena só para ver que ela também está junto, mas o foco principal agora é a Katniss. — disse para Castor e Pollux.

Antes da morena se virar para ficar de frente para o Edifício da Justiça, ela olhou a loira com um sorriso, indicando que estava agradecida.

—Katniss, conte o que aconteceu aqui. — ela perguntou, insinuando que já estavam gravando. Mas a Everdeen só ficou em silêncio. Ela não sabia como contar o que havia acontecido, não estava lá para saber de todos os detalhes.

—Estávamos todos aqui... — Gale começou a dizer, arrancando os olhares para el. — vendo os Jogos quando você disparou aquela flecha com a pérola de Serena. As telas se apagaram, ninguém sabia o que tinha acontecido. Os Pacificadores nos obrigaram a voltar para casa. Por uma hora, a cidade ficou em silêncio. — ele ficou quieto por alguns segundos. — Após nove horas, ouvimos os caminhões partindo. Todos eles. Todos os Pacificadores. E eu sabia o que significava. Eu e dois rapazes das minas tiramos as pessoas das casas para levá-las até a cerca mas muitas delas tinham medo da floresta. Então foram para a estrada. Para tentar uma fuga por ali. — ele aponta para o local. Gale suspirou e começou a andar na direção dos demais destroços do 12.

—Continue com o Gale. — disse Cressida para Pollux.

Todos começaram a seguir Gale para o lado onde ficava as casas e comércios do local.

—Novecentos e quinze de nós conseguimos alcançar a cerca. — ele continuou a dizer. — Então, vimos os bombardeios que circundavam a estrada. Lançavam bombas enquanto eles fugiam. — o resto do 12 ficou visível para todos.

O olhar incrédulo e chocado de Serena foi inevitável. Ela só havia ido ao Distrito 12 uma única vez, na Turnê dos Vitoriosos. Era um lugar completamente diferente de sua casa, as ruas tinha terras, as pessoas se vestiam mais simples. Era realmente um lugar pobre e feio, pelo menos em sua visão, no fundo ela sentia pena das pessoas daquele lugar e até se sentia um pouco culpada de reclamar tanto da sua vida. Mas agora, onde havia o Distrito 12, não existe mais, tudo o que ela vê são destroços, cinzas e muitos corpos que já haviam passado pelo processo de decomposição.

E não era só a Crawford que estava incrédula e chocada. Percy, Stiles, esses que haviam ido para garantir uma segurança para Katniss, Serena, Gale e os outros, e as pessoas da Capital estavam com o mesmo olhar. Gale se agachou no chão, ainda parecia estar mal com toda essa situação.

—Novecentos e quinze de dez mil. — um silêncio se instalou por alguns segundos. — Deveria ter agarrado as pessoas. Arrastado comigo. Podia ter levado algumas crianças.

—Você salvou muita gente, Gale. — disse Cressida. — Sem você, não haveria mais Distrito 12. Nem mesmo a memória.

Katniss se aproxima do amigo e acariciou suas costas como forma de consolo. Essa situação seria mais complicada para Gale que viu tudo isso acontecendo. Ele fez o seu melhor para salvar as pessoas mas ainda se sentia culpado. E por parte Serena sentiu pena dele também, mas isso logo passou quando lembrou do jeito que ele falou com ela no refeitório.

—Esse garoto, — Serena começou a dizer quando entrou na casa de Katniss. Gale havia acabado de sair. — não me passa boa confiança.

Katniss olhou para a Crawford com o cenho franzido, demonstrando confusão.

—Como assim? — ela voltou a pegar algumas ervas para a sua mãe.

—Parece que ele não é seu amigo de verdade. Não sei dizer já que não convivo com ele, mas quando ele viu o Peeta, ao invés de te consolar por vê-lo daquele jeito, começou a julgá-lo sem nem saber o que ele está passando. Tá, vocês dois estavam fingindo na arena, mas não custava nada o Gale te consolar.

Novamente a Everdeen a olhou, mas dessa vez com um olhar surpreso.

—Como você... — a morena foi interrompida.

—Sabia que era atuação? — completou a pergunta. — Eu não acredito nessas coisas, para mim o amor não existe. O amor é como se fosse uma droga, daquela que te coloca no fundo do poço e te mata lentamente.

O motivo vocês sabem muito bem do porque Serena Crawford não acredita no amor. Mas Katniss não sabe, e ainda acha que a mais velha teve uma família perfeita, como aparentava ser.

—Por que diz isso? Você não tem uma família perfeita com dois pais que se amavam incondicionalmente? O amor era para ser algo que você deveria acreditar mais do que tudo.

—Ah, Katniss, só te digo uma coisa, não acredite em tudo que você vê na televisão, ainda mais quando são coisas relacionadas aos Jogos. Você mais do que ninguém deveria saber disso.

A Everdeen assentiu com a cabeça, concordando com a Crawford. Mas no fundo, ainda mais depois da quase morte de Peeta, Serena acredita que deve ter um sentimento a mais entre os dois.

—Seu irmão é legal, ele e Prim se dão bem. — a morena mudou de assunto. — Ele é legal.

—De qual dos dois você fala?

—Ah, eu não sei diferenciar, eles são idênticos. Mas ele deu uma pulseira para ela.

—Você está falado do Percy.

—É, deve ser. Eles se conheceram a pouco tempo, mas já se deram bem de primeira. Prim gosta dele, e bom, se ele a faz feliz.

—Katniss, não delira, Percy nem pensa em um romance, ele é muito novo para isso.

—Você que está falando de romance, eu estava me referindo a amizade. Ela e o seu outro irmão, Sean, acho, são muito amigos também, já que vivem juntos na ala hospitalar.

Foi então que Serena percebeu que não sabia de muita coisa relacionada aos seus irmãos assim que chegou no 13. Antes, no 4, os três sempre contavam tudo um para o outro, agora após as suas promoções, acabaram ficando mais distantes. Por um segundo a Crawford se perguntou se achava que eles tinham medo de falar certas coisas com ela. E também, a loira está passando mais tempo com o Stiles, visto que é o único que consegue dar algumas escapadas de suas tarefas obrigatórias. Nem com o próprio Sawyer ela está passando muito tempo.

—Bom, vamos lá, acho que os outros nos esperam. — Katniss diz enquanto andava junto com Serena.

Uma coisa que ambas perceberam, Serena Crawford e Katniss Everdeen são muito parecidas na personalidade, por isso se deram meio mal no começo e bom, agora se dão bem. Vocês podem achar que pessoas que tem a mesma personalidade não dão muito certo, mas esse não é o caso dessas duas mulheres. As duas se entendem, e isso é ótimo.

O grupo resolveu fazer uma pausa. Resolveram ir para o lago que tinha na floresta para descansar um pouco. Serena ficou ao lado de Percy, que estava ao lado de Stiles, e ao lado de Katniss que estava ao lado de Pollux. Sanduíches de queijo foram passados de mão em mão e começaram a comer com a visão do lago com o som dos Tordos no fundo, voando pelo lugar. Pollux olha para Everdeen e aponta para o seu broche de Tordo que está preso em seu macacão, erguendo as sobrancelhas de maneira questionadora.

—Sim, é um Tordo. — ela o respondeu.

Ele assobia um chamado de pássaro e o Tordo ergue a cabeça e retribui o assobio, os outros ao seu redor começa a o imitar.

—Agora eles não vão parar quieto. — diz Gale.

É verdade, agora que eles começaram eles não vão parar. Serena nunca havia visto aqueles pássaros, mas viu seu nome no livro que ganhou de Sawyer, este que estava quase finalizando. No Distrito 4, ela é acostumada com o som do mar, mas até que gostou do som dos Tordos. Pollux cutucou a morena e fez um sinal, tocou sua boca com o dedo e depois um sinal como se algo saísse da sua boca e apontou para ela. A Crawford não entendeu nada do que ele quis dizer, mas parece que Katniss havia entendido

—Você quer que eu cante? — ele confirmou com a cabeça, sorrindo.

Katniss deu um sorriso fraco e demorou alguns segundos para começar a cantar.

Are you, are you comin' to the tree?
Where they strung up a man, they say, who murdered three
Strange things did happen here, no stranger would it be
If we met at midnight in the hanging tree

Are you, are you comin' to the tree
Where dead man called out for his love to flee?
Strange things did happen here, no stranger would it be
If we met at midnight in the hanging tree

Are you, are you comin' to the tree
Where I told you to run, so we'd both be free?
Strange things did happen here, no stranger would it be
If we met at midnight in the hanging tree

Are you, are you comin' to the tree
Where necklace of hope, side by side with me?
Strange things did happen here, no stranger would it be
If we met at midnight in the hanging tree

Are you, are you comin' to the tree
Where I told you to run, so we'd both be free?
Strange things did happen here, no stranger would it be
If we met at midnight in the hanging tree

Assim que terminou, os Tordos começam a imitar a música que ela cantei, e seu canto se formaram em um coro. Serena ficou pensativa sobre essa música, além de perceber que Katniss canta incrivelmente bem, mas outra coisa a incomodava. Essa era a música que Tiffany Vanderbilt havia feito, estava no livro. Como que Katniss conhece essa música? Será que ela sabe da existência de Tiffany?

No começo, Serena ficou confusa sobre o significado da música, e até agora não entendia. Já Katniss, começou a entender depois que ficou mais velha. No início, parece que um cara está tentando fazer com que sua namorada vá encontrá-lo secretamente à meia-noite. Mas é um local esquisito para um encontro romântico, uma árvore-forca, onde um homem foi enforcado, acusado de assassinato. A amante do assassino deve ter tido algo a ver com a morte, ou talvez eles fossem apenas puni-la de um jeito ou de outro, porque o cadáver dele clamava para que ela fugisse. Isso é estranhamente óbvio, a parte do cadáver falante, mas é apenas na terceira estrofe que “A árvore-forca” começa a ficar inquietante. Você percebe que a pessoa que está cantando a canção é o assassino morto. Ele ainda está na árvore-forca. E, muito embora ele tenha mandado sua amante fugir, continua perguntando se ela não vai se encontrar com ele. A frase “Onde eu mandei você fugir para nós dois ficarmos livres” é a mais problemática, porque a princípio você pensa que ele está falando sobre quando a mandou fugir, presumivelmente para que ela ficasse em segurança. Mas então você imagina se ele não quis dar a entender que era para ela fugir para ele. Para a morte. No último verso, fica claro que é isso o que ele está esperando. Sua amante, com seu colar de corda, morta, pendurada ao seu lado na árvore.

Antes Katniss achava que o assassino era o tipo de cara mais nojento que pode existir no mundo. Agora, com duas passagens pelos Jogos Vorazes na bagagem, ela decidiu não julgá-lo sem saber mais detalhes. Talvez a amante dele já estivesse condenada à morte e o objetivo dele era facilitar as coisas. Fazer com que ela soubesse que ele a estava esperando. Ou talvez ele pensasse que o lugar onde a estava deixando fosse pior do que a morte. Por acaso, ela não quis matar Peeta com aquela seringa para salvá-lo da Capital? Será que essa era realmente a sua única opção? Provavelmente não, mas na ocasião, ela não conseguia pensar em nenhuma outra.

—Como conhece essa música? — Serena não hesitou em perguntar, a curiosidade falou mais alto.

—Meu pai cantava para mim quando eu era pequena, por que?

A Crawford não sabe se é uma boa ideia falar de Tiffany Vanderbilt aqui, ainda mais com muitas pessoas ao redor.

—Nada, é porque se parecia com uma que havia ouvido, mas deve ser só impressão.

—Por que não canta também, Nena? — Percy se intrometeu. — Você também tem uma voz linda.

—Fica quieto, Percy. Eu não sou cantora, e eu cantava apenas para Sean e você.

—Confesso que agora fiquei curioso para ouvir sua voz. Só soube que você lia, não que cantava. — diz Stiles. — Por que não canta? Só para matarmos a curiosidade?

Todos a olhavam, um pouco curiosos. Serena Crawford não é do tipo de canta, e da para perceber muito bem isso, e o fato de Percy ter dito esse fato, bom, deixou a curiosidade acender na mente de todos ao seu redor.

Katniss a olhou com um sorriso e a incentivou. Não queria ser a única a cantar ali, e se as duas fizerem isso, pode deixar Snow de cabelo em pé, mais do que já está.

—Tá legal, vocês venceram! Mas é por você viu? — apontou para Katniss.

Sua mente vagou em alguma música que conhecia, mas acabou que ela foi para uma do livro, a música que Tiffany havia escrito, a música que é o nome do livro. Se Katniss cantou uma música que vai deixar o presidente se contorcer de raiva, Serena queria completar esse combo. A loira respirou fundo antes de começar.

Was any of it true?
Gazing at me starry-eyed
In your Jehovah's Witness suit
Who the fuck was that guy?
You tried to buy some pills
From a friend of friends of mine
They just ghosted you
Now you know what it feels like

And I don't even want you back, I just want to know
If rusting my sparkling summer was the goal
And I don't miss what we had, but could someone give
A message to the smallest man who ever lived?

You hung me on your wall
Stabbed me with your push pins
In public, showed me off
Then sank in stoned oblivion
'Cause once your queen had come
You treat her like an also-ran
You didn't measure up
In any measure of a man

And I don't even want you back, I just want to know
If rusting my sparkling summer was the goal
And I don't miss what we had, but could someone give
A message to the smallest man who ever lived?

Were you sent by someone who wanted me dead?
Did you sleep with a gun underneath our bed?
Were you writing a book? Were you a sleeper cell spy?
In fifty years, will all this be declassified?
And you'll confess why you did it
And I'll say, "Good riddance"
'Cause it wasn't sexy once it wasn't forbidden
I would've died for your sins
Instead, I just died inside
And you deserve prison, but you won't get time
You'll slide into inboxes and slip through the bars
You crashed my party and your rental car
You said normal girls were boring
But you were gone by the morning
You kicked out the stage lights
But you're still performing

And in plain sight you hid
But you are what you did
And I'll forget you, but I'll never forgive
The smallest man who ever lived

Diferente da música que Katniss havia cantado, Serena havia entendido de primeira o real significado dessa. É uma narrativa intensa e emocional que explora temas de traição, desilusão e autoafirmação. Através de uma letra carregada de metáforas e imagens vívidas, Tiffany descreve uma relação tóxica com uma pessoa que inicialmente parecia encantadora, mas que revelou-se pequena em caráter e integridade.

No início da música, ela questiona a autenticidade das ações e palavras de seu parceiro, usando a imagem de um 'homem pequeno' como uma metáfora para descrever sua insignificância moral. Ela relata como essa pessoa tentou impressioná-la e manipulá-la, mas acabou por decepcioná-la profundamente.

A canção também aborda a recuperação e o empoderamento após o fim da relação. Tiffany expressa que não deseja o retorno dessa pessoa, mas sim entender as razões por trás de suas ações. Ela usa a música para enviar uma mensagem ao 'menor homem que já existiu', destacando que, embora possa esquecê-lo, nunca o perdoará. A força da composição está em transformar a dor em uma declaração de independência e força, mostrando que Tiffany é mais vítima das circunstâncias, mas sim uma narradora de sua própria história.

E tudo se encaixava, Coriolanus havia sido enviado por alguém que a queria morta. Tiffany confiou nele, achando que ele era uma boa pessoa, para no final ser traída por aquele que se dizia uma pessoa confiável. Como a Vanderbilt disse, ela confiou no menor homem que já existiu.

Em especial aos 1k de votos, postei capítulo dois dias seguidos YEEEEYYYYY🥳🥳

Sério gente, vocês não sabem o quanto que estou MUITO agradecida e MUITO feliz por essa meta! Sério! Os votos e comentários de vocês me motivam muito a continuar escrevendo essa fanfic que estou amando tanto escrever💜 Muito obrigada mesmo por me apoiarem a escrever e fico muito feliz que vocês estejam gostando tanto da fic🫶🏻

EEEEEEE, uma leitora vai fazer aniversário amanhã (?) e ela me pediu um presente, AI ESTA SEU PRESENTE MAJUUUU💜💜💜💜

Eu até pensei em perguntar a vocês (inclusive perguntei no mural, mas ninguém respondeu, acho que o Wattpad não entregou esse meu aviso) o que vocês queriam de especial, mas eu tenho quase certeza que vocês pediriam um hot KAKAKAKKAAKKAKAKAKAKAK e nesse momento, um hot não é uma boa ideia🙈

Visitinha no 12 e as duas divas cantando as músicas que atormentam o nosso querido (bem de longe) Snow, amo que amo😝

Tivemos interação das minhas meninas! Pretendo mostrar mais dessa amizade para vocês! Fiquem tranquilos que o que mais vai ter é desenvolvimento e cenas de todos os personagens😻🙌🏻

Peço perdão pelos erros ortográficos ou erros de roteiro, tento ao máximo evitá-los, mas as vezes passa despercebido.

Esse capítulo especial NÃO será contado no cronograma, então sim, o próximo capítulo só será postado depois que Secrets from Past for atualizado, já que atualizei Fire Blood ontem também. Então, tenho quase certeza que o capítulo dezesseis não irá demorar para sair!

Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️