xiv. bracelet
𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗤𝗨𝗔𝗧𝗢𝗥𝗭𝗘
❝ pulseira ❞
—Então, por que você me trata desse jeito? O que eu te fiz? Me diga e eu farei de tudo para me redimir.
A loira respirou fundo, ela sabe, ela sabe que eles precisam conversar, e sabe mais ainda que o momento certo é agora.
—Aqui não é o melhor lugar para conversarmos. — a Crawford diz olhando em volta, eles estavam literalmente parados em um lugar onde muitas pessoas passavam por eles o tempo todo. Finnick também olhou ao redor e assentiu com a cabeça.
—Tem razão. — ele disse pegando delicadamente na mão da loira, mas imediatamente ela puxou a sua mão, se soltando da dele.
Serena odiava toque físico, ainda mais de pessoas que não tem intimidade, ela só abre exceção para seus irmãos e Sawyer, que são pessoas muito próximas a ela. Finnick percebeu que havia feito algo que ela não havia gostado e se repreendeu mentalmente enquanto voltava a andar, a Crawford começou a seguí-lo.
O melhor lugar no momento seria um lugar mais privado, um dos compartimentos ou uma das salas subterrâneas. Serena achou que ele ia levá-la até uma das salas subterrâneas que sempre fica, mas logo percebeu que seria para os compartimentos quando chegou no corredor onde havia alguns, porém, este não era o corredor do seu compartimento, mas sim do compartimento de Finnick.
Assim que chegaram em seu destino, o loiro abriu a porta e deu passagem para Serena entrar primeiro. O compartimento era bem parecido com o que ela tinha com os seus irmãos, a diferença é que parece que Finnick dorme sozinho. Deve ser por isso que ele escolheu o seu compartimento ao invés do dela ou das salas subterrâneas.
—Aqui ninguém vai nos interromper. — disse fechando a porta e em seguida olhou para a loira. — Podemos esclarecer tudo. Por que você me trata desse jeito, Serena? O que eu te fiz?
Bom, era a hora de esclarecer as coisas, e a Crawford sabia que essa hora chegaria. Ela só não imaginava que seria agora, quando recém descobriu que quase morreu nas mãos do seu pai e que Finnick havia a salvado. Um péssimo momento para falar sobre assuntos pendentes de anos.
—Você literalmente já chegou em mim perguntando sobre algo sobre a minha vida, como se fossemos amigos ou algo do tipo. — finalmente ela respondeu, fazendo o mais velho arquear a sobrancelha.
—Que tipo de pergunta?
—Você sabe muito bem qual é a pergunta. — logo ele percebeu de que pergunta a loira se referia.
—E você ficou com raiva de mim por causa disso?
—Claro! Eu odeio falar da minha família, Finnick, ainda mais quando todos acham que ela é perfeita! Você já invadindo o meu espaço sem ao menos me conhecer me fez não gostar de você. Além de que, você é muito metido, piadista e sedutor, não é o tipo de pessoa que eu teria ao meu lado. Em todos esses anos eu te ignorava e só tive um contato com você quando fui para os Jogos.
Um sorriso maroto apareceu nos lábios de Finnick.
—Sedutor é?
—Está vendo por que eu não gosto de você?! Nem conversar direito você presta! Por isso que eu te trato desse jeito! Você merece!
—Ah, claro, e lançar uma faca em minha direção, me dar patada o tempo todo, me atacar com uma faca em minha garganta e desejar a minha morte, isso tudo porque eu estava tentando nos ajudar na arena. Eu realmente mereço isso?
—Você não havia seguido o combinado, claro que eu ia ficar com raiva! E isso tudo só piorou quando você começou a me esnobar e falou aquelas merdas para mim.
Um silêncio se instalou entre os dois, ambos estavam pensativos. Uma discussão tão besta que deveria ter sido resolvida com apenas uma conversa.
—Me desculpa por ter te falado aquelas coisas. — Finnick quebrou o silêncio. — Eu estava com raiva de você por causa do jeito que me tratava, só queria pagar na mesma moeda. Agora percebo o quão babaca eu fui.
—Você não estava errado, eu sou insensível, eu sou grossa e na maioria das vezes também sou escrota. Além disso, precisávamos um do outro na arena, atuamos sobre nossa amizade e aquele beijo. E peço desculpas por ter te tratado daquele jeito.
—Sobre o beijo... — ele diz começando a se aproximar mais da loira, essa que começou a recuar. — Acha mesmo que foi atuação?
Bom, Serena acha que por parte de Finnick havia sido atuação, mas a Crawford havia gostado do beijo, porém se recusava a aceitar. Preferia continuar dizendo que era atuação até ela realmente acreditar que era atuação.
—Acho. — respondeu.
—Tem certeza? — ele continuou se aproximando, Serena recuou até onde podia, quando sentiu suas costas se bater contra a parede. Agora ela estava literalmente sem saída. — Porque não foi o que pareceu.
—O que posso fazer se sou uma ótima atriz? — deu de ombros enquanto desviava o olhar.
Finnick delicadamente segurou o seu queixo e a fez olhar para ele de novo. Os olhos verdes dela se encontraram com os verdes do outro loiro. Imediatamente Serena começou a sentir a aquela mesma palpitação no coração que sentiu na arena.
—Olhe nos meus olhos e diga que não sentiu nada.
Serena olhava nos olhos dele enquanto colocava em sua cabeça que aquele beijo foi atuação e que não havia sentido nada, só para parecer mais convincente e ele acreditar, para assim esse assunto ser encerrado.
—Não, eu não senti nada. Foi tudo atuação por minha parte.
Novamente um sorriso pequeno apareceu nos lábios de Finnick. Ele não havia acreditado.
—Tem certeza de sua resposta?
Os olhos verdes de Finnick penetrava a mente de Serena, a hipnotizando, parecia que ele realmente queria que ela falasse a verdade. Finnick Odair quer que Serena Crawford deixe esse orgulho de lado e admita que gostou sim do beijo.
—Não... — ela respondeu em um tom baixo. Parece que a hipnotização deu certo.
Dessa vez, o olhar de Finnick vai até os lábios rosados de Serena, onde ele passa levemente o polegar, isso fez com que um arrepio subisse pelo corpo da loira. O Odair aproximou mais o seu rosto do dela, a ponto de ambos sentirem suas respirações.
—Então, você não se importa de repetirmos, não é? — perguntou em um sussurro.
Serena estava tão em choque com essa aproximação do loiro que apenas negou com a cabeça, indicando que não se importava em fazer tal ato. Finnick acariciou a bochecha a loira com o seu polegar e não demorou muito para quebrar os poucos centímetros de distância entre seus lábios. E se antes o coração de Serena palpitava agora ele estava quase saindo pela sua boca. As borboletas faziam a festa em seu estômago e ela sentia seu corpo ficar quente. Logo o Odair aprofunda mais o beijo pedindo passagem para a língua, e Serena não hesitou em abrir os seus lábios, permitindo a passagem. As mãos de Finnick foram para a sua cintura, a puxando para mais perto de si, no impulso a loira acabou colocando suas mãos em seus ombros. Serena havia esquecido o quanto que os lábios de Finnick são macios e viciantes, e também havia se esquecido que, querendo ou não, ela necessitava deles. Realmente foi uma droga, da qual ela não queria se viciar.
—E se alguém entrar? — perguntou em um sussurro em meio ao beijo, tentando se separar para não serem pegos naquele momento tão íntimo.
—Ninguém vai entrar. — ele respondeu no mesmo tom da loira, a puxando para mais perto de si novamente enquanto voltavam a selar seus lábios.
O único som daquele compartimento era suas respirações em meio ao beijo e o estalo do gesto de... Amor? Paixão? Carência? Necessidade? Não sabemos! As mãos de Serena que estavam nos ombros de Finnick foram para a nuca do mais velho, onde começou a fazer um carinho reconfortante, isso fez com que um arrepio percorresse o corpo do loiro. O Odair começou a apertar e a acariciar a cintura da Crawford, e se antes ela estava arrepiada, agora estava mais ainda. Ah se ela não estivesse com aquele macacão, Finnick Odair iria preferir provocar arrepios em Serena Crawford com sua mão quente sobre a sua pele fria, o que seria mais fácil de fazer tal ato se ela estivesse com uma camiseta ou um vestido, ele poderia passar sua mão por baixo sem problemas, e a única forma dele fazer isso era tirar aquele macacão por completo, mas o mesmo não quer chegar a esse ponto, a não ser que queira levar um tapa na cara.
O som do sinal ecoando pelo Distrito anunciando o horário do almoço fez os dois separarem os seus lábios, mas ainda estando com seus rostos bem próximos. Suas respirações estavam ofegantes, e Serena sentia suas bochechas queimarem. Ela havia acabado de beijar o homem que jurava de pé firme que odiava.
Mas, ela não podia negar que queria mais, muito mais. Realmente Serena Crawford havia se viciado na droga que era os lábios de Finnick Odair.
Já o loiro, bom, estava feliz e se sentindo realizado, é a terceira vez que ele beija Serena, dessa vez fora da arena, só eles dois, sem ninguém os assistindo, eles não estavam sendo um espetáculo e sim dois humanos normais que tem sentimentos e necessidades. Assim como a Crawford, Finnick Odair também ansiava por mais, ele também havia se viciado na droga que são os lábios rosados de Serena Crawford.
—Nunca foi atuação, loirinha. — sussurrou. O apelido que ele sempre deu a ela ao invés de faze-la ficar com raiva, a fez novamente sentir seu coração palpitar, este que a qualquer momento pode sair pela sua boca sem nem ela perceber. — Eu sou louco por você, e eu faria loucuras apenas para ao menos te ter ao meu lado.
A loira o olhava enquanto raciocinava o que ele havia acabado de dizer. Logo ela desviou o seu olhar dos verdes dos olhos de Finnick. Ela não quer, não quer se apaixonar ou amar alguém. Ela não quer passar o que a sua mãe passava nas mãos do seu pai.
—É melhor irmos para o refeitório antes que sintam a nossa falta. Eu saio primeiro e você depois. — disse tentando mudar de assunto. Finnick percebeu que era melhor deixar o assunto sobre os seus sentimentos para outra hora.
—Certo, você quem decide. — ele diz com um sorriso fechado.
—Vamos esquecer que isso aconteceu, tá?
Na verdade, tudo o que Finnick não queria era esquecer, e Serena também não queria esquecer, mas era melhor para ambos, pelo menos é o que ela acha.
—Tá. — concordou. — Podemos ao menos sermos amigos?
A loira negou com a cabeça.
—Melhor não, sabe, se formos esquecer, é melhor deixar as coisas como estão.
Finnick acabou assentindo com a cabeça. Não queria a forçar, sabe que quando for a hora certa, o que ele queria há dezessete anos vai oficialmente acontecer. Ele esperou até agora, dá para esperar mais um pouco.
Serena se afastou do loiro, começando a caminhar em direção a porta do compartimento para sair do local.
—Ah, — ela se virou para ele novamente. — e obrigada por ter me salvado das mãos do meu pai alguns anos atrás, sou muito grata por isso.
Novamente Finnick deu um sorriso fechado.
—Só fiz o que eu tinha que fazer.
—Mesmo assim, obrigada. Fico te devendo uma.
Foi a última coisa que ela disse antes de sair do compartimento e caminhar em passos rápidos até o refeitório. Com certeza seus irmãos e Stiles já estavam a esperando na mesa, onde Sawyer, Effie, agora o Haymitch também, Katniss e Gale estavam. Ao chegar no refeitório, ela pegou sua comida e procurou o pessoal. Assim que viu Sean acenar para a irmã para ela achar a mesa, foi em direção a eles e se sentou entre Percy e Stiles. Sean estava sentado a sua frente ao lado de Sawyer e Katniss e Gale estavam ao lado de Sawyer, Haymitch e Effie estavam ao lado de Stiles. Haymitch havia se juntado a eles há pouco tempo, o mais velho ainda não aceita ficar sem suas bebidas mas ele não tem muita escolha. Alguns minutos depois, Prim se juntou a mesa, e acabou se sentando ao lado da irmã. Serena imediatamente percebeu o olhar que seu irmão deu na loira, um olhar de admiração, mas preferiu não dizer nada.
—Ei, Prim, obrigado por ter me dado aquelas dicas, os meus treinos ficaram bem melhores depois delas. — Percy disse para a mais nova com um sorriso.
—De nada, quando precisar é só passar na ala hospitalar. — ela também sorriu.
Uns dois dias atrás, Percy havia ido a ala hospitalar a procura de mais remédios para dor muscular, mas ao invés de achar seu irmão mais novo, acabou achando Prim, que deu algumas dicas de cuidados melhores para essas dores musculares, já que remédio demais nunca é bom. Esse foi o primeiro contato deles dois.
—Posso me sentar com vocês? — uma voz conhecida fez todos que estavam na mesa olhar em sua direção. Finnick.
—Você ainda pergunta? Claro que pode! — Sean respondeu.
Finnick se sentou ao lado de Sean, já que era o único lugar vago. O loiro imediatamente olhou para Serena e sorriu, mas ela apenas desviou o olhar um pouco envergonhada. No momento ela xingava o Odair mentalmente por ter se sentado na mesma mesa que eles quando ela deixou bem claro que era para eles dois esquecerem aquele ocorrido de minutos atrás.
Mas, ela apenas decidiu o ignorar e fingir que ele não estava ali, mesmo quando suas bochechas queimavam e sua mente voltava para aquele beijo.
Um beijo que poderia ter outro patamar se não fosse aquele sinal.
Serena começou a dar sua atenção para a comida e evitava a todo custo ter qualquer tipo de contato visual com Finnick Odair. Mas as vezes ela não resistia e o olhava, ao invés dele disfarçar, ele estava com um sorriso e um olhar bobo em sua direção, o que a fez ficar mais inquieta e sentir suas bochechas queimarem mais ainda. Céus, o que custava ele disfarçar e tentar esquecer como havia combinado?!
A loira mexia suas pernas e também ajeitava o seu cabelo atrás da orelha, estava tentando fingir normalidade, mas não estava sendo fácil quando ela estalava seus dedos em uma mão e na outra mexia o garfo como se estivesse tremendo. Percy percebeu a inquietação da irmã, sentia suas pernas mexerem e viu ela estalando os dedos e mexendo em seu cabelo sem parar. Sabia que havia algo errado. Ela não estava incomodada com a presencia de Finnick como de costume, mas sim nervosa.
—Está tudo bem, Nena? — ele perguntou, fazendo com que a loira o olhasse com um olhar confuso. Percy percebeu suas bochechas em um tom avermelhado, o que confirmou suas suspeitas de que algo que estava errado. — Você está estranha, está bem inquieta e isso desde quando Finnick chegou.
Todos que estavam ao seu redor, Stiles, Sean, Sawyer, até mesmo Katniss e Prim olharam para Serena com curiosidade. Serena olhava para todos com as sobrancelhas franzidas, bochechas coradas e os olhos um pouco arregalados, indicando o constrangimento de ter sido pega em sua tentativa de fingir normalidade. Finnick já dava um sorriso achando a situação engraçada, não é normal ver Serena Crawford constrangida, ainda mais com a presencia de alguém que não tem intimidade ou não gosta. Normalmente ela sente mais irritação do que que qualquer outro sentimento.
—É, ele está certo, você está estranha, Nena. — foi Sean que falou dessa vez.
A única coisa que Serena pensava era em desviar desse assunto, não queria que ninguém soubesse do que aconteceu e do motivo dela estar tão envergonhada.
—Estou normal... — ela diz desviando o olhar e voltando a dar atenção para a sua comida.
—Ah rá! Te peguei! Você não é de desviar o olhar assim e muito menos de dizer desse jeito! Você sempre fala "estou ótima, vocês que estão doidos". Aconteceu alguma coisa e você não quer nos contar! — diz Percy.
—Eu já disse, estou ótima! Parem de encher o saco! — Serena falou com um tom de voz mais alterado.
Sean fez um sinal para Percy, a mão em sua garganta como se tivesse a cortando, para não tocar mais no assunto. Percy percebeu que a irmã se irritaria se a forçasse a dizer e por isso desistiu.
—Tá bom, não precisa ficar irritada! — ele bufou em seguida. — Mulheres, sempre ficam chatas quando chegam naquele período do mês...
Bom, pelo menos ela conseguiu escapar da pergunta, mesmo que tenha sido um pouco grossa com os seus irmãos.
Já Finnick novamente estava sorrindo e se segurava ao máximo para não rir. Estava desse jeito porque conseguiu causar efeitos na Crawford que nem ele imaginava que conseguiria.
—Pessoal! — a voz de Stiles adentrando o compartimento dos Crawfords fez os três olharem em sua direção. — Vamos, está na hora de sairmos. Katniss e Gale já estão nos esperando.
—Vou pegar os materiais para fazer pulseiras! — Percy disse animado enquanto ia procurar a pequena caixa com os materiais.
—Ótimo! Vou buscar o Finnick! Ele pode ir com a gente, não é Stiles? — perguntou Sean.
—Claro, pode sim. — o mais velho respondeu com um sorriso.
—Perfeito! Não precisam me esperar, encontro vocês na saída. — ele diz enquanto saía do compartimento.
Serena olhou para Stiles com o cenho franzido e os braços cruzados. Maldito Sean, enquanto a Crawford quer esquecer o que aconteceu, o seu terrível irmão mais novo quer incluí-lo em todas as atividades em grupo.
—Sério? Deixou ele chamar o Finnick?
—Ué, sim. O que tem? Eles não são amigos?
—São, mas nem sempre ele deve estar com a gente.
—Para com isso, Nena. Deixa de ser chata, os dois são amigos e obviamente ele vai querer incluí-los no grupo. — Percy se intrometeu.
Serena apenas bufou e decidiu não falar mais nada. Ela só espera que o Odair não fale nada sobre o beijo, já que no dia anterior no almoço ele estava fazendo o total contrário do combinado.
—Ao invés de ficarmos aqui, vamos logo. Temos horário para voltar. — apressou Stiles enquanto saia do compartimento.
A loira irá falar algo com o Percy mas imediatamente ele a impediu.
—Nem vem! Você vive reclamando que quer sair daqui e quando tem a oportunidade, fica fazendo birra por causa do Finnick. — ele diz como se soubesse o que ela ia dizer. — Vamos lá, qualquer coisa você apenas esquece que ele está lá, tudo bem?
"Como se fosse fácil, ainda mais depois que nos beijamos e estou a todo custo tentando o esquecer, o que vai ser bem impossível que ficarmos juntos o tempo todo." — pensou a Crawford.
Percy saiu do compartimento e Serena logo seguiu o mais novo. Os dois seguiam Stiles, eles praticamente percorreram o Distrito 13 até se encontrarem com Katniss e Gale. Os cinco esperaram por poucos minutos até Sean os encontrarem, Finnick estava com ele. O Odair cumprimentou todos e apenas deu um olhar a Serena, essa que desviou imediatamente. O grupo saiu do 13 e logo já estavam na floresta. Stiles deu a Katniss um arco e flecha e outra arma a Gale para que eles possam caçar. Já Serena, Percy, Sean, Finnick e o próprio Stiles decidiram ir para outro canto da floresta, mas antes de se separarem, marcaram um ponto de encontro para voltarem até o Distrito 13.
O local onde eles decidiram ficar foi em uma parte da floresta onde havia um riacho. O som da água correndo fez Serena se sentir em casa. Não era como a sua praia no 4, mas era algo bem similar. O grupo se sentou perto do riacho exatamente nessa ordem: Percy, Stiles, Serena, Finnick e Sean.
—Eu trouxe algumas armas que prometi a Serena, se quiserem podemos fazer... — Percy o interrompeu.
—Tenho uma ideia bem melhor. Nós três costumávamos fazer pulseiras na praia, podemos fazer isso. Eu ensino o Stiles e o Sean ensina o Finnick. Depois veremos qual pulseira ficou melhor.
—Tipo uma competição? — perguntou a loira.
—Podemos dizer que sim, mas sem prêmios. Não temos nada para ser um prêmio. O que acham?
Todos haviam concordado e logo Percy distribuiu o material para fazer as pulseiras, algumas miçangas, fios elásticos e corda para fazer pulseiras trançada. Stiles resolveu ser mais esperto e fazer uma pulseira de miçangas com fio elástico, já Finnick foi mais desafiador e resolveu tentar fazer a pulseira trançada com três miçangas no meio.
—Tem certeza? Essa é um pouco complicada... — diz Sean para o mais velho.
—Tenho. — confirmou com um sorriso.
—Tá legal, você que sabe.
Alguns minutos se passaram e os cinco ainda estavam fazendo a pulseira. Serena estava quase finalizando a sua pulseira de pérolas pretas, assim como Percy e Sean estavam finalizando as suas, Percy fazia uma pulseira de miçangas douradas com uma flor da mesma cor como pingente e Sean fazia uma trançada bege apenas para ensinar o Odair.
—Ei Sean. — o gêmeo mais velho o chamou. — Acha que a Prim vai gostar?
O gêmeo mais novo olhou bem para a pulseira, a avaliando.
—Pelo o pouco que a conheço, tenho certeza que sim. — respondeu com um sorriso.
Serena se perguntava o porquê de Percy estar fazendo uma pulseira para a irmã mais nova de Katniss, mas resolveu não perguntar na frente de todo mundo.
—Droga, como você fez esse troço tão rápido e tão bem feito?! O meu está tudo torto! — reclamou Finnick ao ver como sua pulseira estava ficando, fazendo Serena olhar para o objeto.
A pulseira de corda azul escuro estava com as tranças todas tortas, uma maior que a outra, além da miçanga de concha e as duas de pérolas que ficaria uma de cada lado da concha, que era para estar no meio estava bem longe de estar onde deveria. Sem perceber, Serena acabou sorrindo e soltando um riso bem fraco por achar a situação engraçada voltando a dar atenção para a sua pulseira, imediatamente Finnick Odair a olhou sem acreditar no que havia escutado e visto.
Era a primeira vez que ele viu Serena Crawford sorrir e rir. Mas não como ela fazia nas entrevistas, não era um sorriso ou riso fraco.
Era a primeira vez que ele havia a visto rir e sorrir de verdade.
E o melhor de tudo, ela havia sorrido e rido por causa dele, e era isso que o deixava mais feliz.
—Eu disse que seria difícil! Mas você é teimoso e não me escuta. — Sean negou com a cabeça. — Vamos tentar consertar.
Mais alguns minutos se passaram e dessa vez todos, com exceção de Finnick, havia terminado suas pulseiras. O Odair se recusava a aceitar que era péssimo em alguma coisa, ainda mais em algo tão simples que é fazer uma pulseira de corda.
—Bom, não está lá essas coisas mas acho que dá, não é? — ele diz mostrando sua pulseira para Sean.
—Está melhor do que antes. Agora aprende a fazer as coisas mais fáceis primeiro do que as mais difíceis, tá legal?
E claramente Sean não estava falando apenas de pulseiras.
O olhar de Finnick foi para Serena, essa que estava apreciando a vista daquele riacho. Mas logo sua atenção foi para o loiro, que pegou o seu braço e começou a levantar a manga do seu macacão, imediatamente ela estranhou mas não fez nenhum movimento para se separar. Finnick amarrou a sua pulseira em seu pulso, bem acima da pulseira de pérolas que ela usa como pulseira da amizade com os seus irmãos. Havia ficado perfeita nela, na verdade, Finnick Odair acha Serena Crawford perfeita.
—O que está fazendo? — finalmente ela perguntou.
—Te dando uma pulseira feita a mão. — respondeu de forma simples. — Não ficou muito apertado, não é? — perguntou quando finalizou a amarração da pulseira, a loira negou com a cabeça. — Ótimo, agora você tem uma parte de mim contigo.
Primeiro ela pensou em tirar a pulseira e devolver, mas ao reparar melhor, resolveu deixar como está. Apesar de não ser a pulseira perfeita, Serena havia gostado do presente.
—Obrigada. — ela o agradeceu de uma forma sincera.
Logo um barulho vindo de um comunipulso ecoou entre o grupo, era o toque do comunipulso de Stiles.
—Eles nos querem de volta. — Stiles diz se levantando. — Vamos encontrar Katniss e Gale e voltar.
Todo assentiram com a cabeça e seguiram o moreno. No ponto de encontro marcado, eles se encontraram com os dois habitantes do 12 e caminharam até o 13.
No caminho, Serena começou a pensar pensar Peeta. Fazia dias que não havia notícias dele. O que será que está acontecendo? Na mente da loira, Johanna e ele devem estar passando por muita coisa ruim nas mãos de Snow. Seu sexto sentido dizia isso.
Mas ela sabe que tanto Katniss tanto ela estão lutando para tê-lo de volta, pelo menos não está sentada esperando por um milagre.
O grupo resolveu acompanhar Katniss e Gale até o refeitório para entregar a caça a Greasy Sae. Assim que chegaram ao seu destino, o olhar de todos foi em direção a televisão. Peeta estava lá. Katniss colocou suas coisas em cima da mesa e se aproximou mais da televisão.
—Ela era, sem dúvida, nosso tributo favorito. — eles ouviram a voz de Caeser. — E acho que o que mais surpreende a todos nós é que essa garota era adorada na Capital. E para você, Peeta, deve ser particularmente doloroso. — a câmera focou nas mãos de Peeta, que segurava uma rosa branca.
—Eu queria poder te dar essa rosa, Katniss. — sua voz saiu um pouco fraca enquanto encarava a rosa em suas mãos.
—Ele mudou tanto. O que estão fazendo com ele? — Katniss diz com os olhos fixos na televisão.
O Peeta Mellark saudável de alguns dias atrás está longe de parecer com esse Peeta Mellark que está na televisão agora. O garoto com os seus olhos que estavam sempre alegres e gentis, agora estavam tão tristes e fundos. Seu brilho não existia mais. A maquiagem tentou cobrir o inchaço sob seus olhos mas falharam nessa missão. Na visão de todos, ele parece estar mais magro e desenvolveu um tremor nervoso nas mãos.
—Um gesto amável para uma garota que inspirou tanta violência. — Caeser começou a dizer. — Deve amá-la muito para perdoá-la.
—Ele está tremendo. — novamente Katniss disse em um pequeno tom de desespero ao perceber que não eram apenas suas mãos que tremiam.
—Eu mesmo não conseguiria perdoar. A menos, é claro, que ache que esteja sendo forçada a dizer coisas que nem ela mesmo entende. Assim como Serena Crawford que está junto com ela. — ele olha para Caeser, com um olhar triste e fundo.
—Sim, é exatamente o que eu acho. — sua voz estava fraca e trêmula.
—Até a voz está diferente. — diz a Everdeen ainda com os olhos fixos nele.
—Devem estar usando-as para motivar os rebeldes. — ele continuou falando. — Duvido que elas saibam o que está acontecendo e o que realmente está em jogo.
—Olha, Peeta, duvido que os rebeldes deixem que ela nos assista. Mas se deixassem, o que diria a ela? Para Katniss Everdeen, a doce Katniss Everdeen. O que diria?
—Eu diria... Eu diria para ela refletir, tanto ela quanto Serena. — Caeser confirmou. Seu olhar intercalou entre Caeser e a câmera mas logo seu olhar se fixou na câmera. — Não seja tola, Katniss. Sei que você nunca quis essa rebelião. As coisas que fez nos Jogos jamais foram com a intenção de começar tudo isso. — seus olhos brilhavam por causa das lágrimas que formavam. — Os rebeldes transformaram você em algo que você não é. Algo que pode destruir todos nós. Então, se tiver algum poder e influência, no que eles fazem ou como usam você. Por favor, deve persuadi-los a parar esta guerra antes que seja tarde demais. — sua voz nessa última frase saiu embargada e mais fraca do que antes. — E pergunte a si mesmas, Katniss e Serena, se podem confiar nas pessoas com quem trabalha. — uma lágrima caiu de seu olho — Sabem o que realmente querem?
—Temos que responder. — a voz de Gale ecoou assim que a entrevista acabou e todos se viraram imediatamente para ele.
—Obrigado, Peeta Mellark, pelas revelações sobre o verdadeiro Tordo. — disse Caeser na televisão.
—Você viu o aspecto dele? — Katniss perguntou enquanto o encarava, incrédula.
—Eu vi um covarde. — retrucou Gale.
—Você não tem ideia do que ele está passando!
—Eu não ligo, eu nunca diria o que ele disse. Nem sobre tortura ou com uma arma em minha cabeça! — exclamou o Hawthorne.
—Então, por que não troca de lugar com ele? — Serena, que estava quieta desde quando entrou no refeitório, disse encarando Gale. — Já que, você é o fortão e o bonzão, por que não manda uma carta para o Presidente Snow se oferecendo para ficar no lugar de Peeta. Não teria problema, não acha?
—Eu acho que você deveria ficar quieta já que ninguém te chamou na conversa. Volte para a Capital e continue sendo uma prostituta que nem você era, já que é para isso que uma mulher como você presta para fazer.
—Ei, ei, ei, olha o jeito que você fala com a minha irmã! — Percy disse visivelmente irritado enquanto se aproximava de Gale e deu um empurrão em seu ombro. — Está achando que é quem para falar assim com ela?! — seu tom de voz estava se alterando aos poucos.
—Olha como você fala comigo, não se passa de um pirralho e quer agir com autoridade!
—Pelo menos o pirralho aqui tem dignidade, diferente de você que está mais para um idiota escroto do que um homem da sua idade! — dominado pela ira, Percy segurou o colarinho do macacão de Gale e o chocou contra a parede, isso fez todos ao redor ficarem surpresos com seu ato. — Da próxima vez que você falar desse jeito com a minha irmã, eu vou te socar tanto mas tanto que você nunca vai esquecer! Isso se você não morrer antes pelas minhas próprias mãos!
Pela primeira vez na vida, Serena e Sean nunca havia visto Percy com tanta raiva. Nem mesmo com o Finnick naquele dia ele estava com tanta ira que nem estava agora.
—Percy, é melhor se acalmar antes que sobre para você. — Stiles o aconselhou enquanto se aproximava dos dois. — Se você fizer o que estou pensando que vai fazer, eles vão te dar uma punição que nem eu irei conseguir te ajudar a se safar.
Para não ter problemas, o loiro soltou bruscamente o Gale, mas ainda estava com sangue nos olhos e seu sangue fervia em sua mente.
—Fica o aviso, Hawthorne, não importa a punição que irei receber, se falar com a minha irmã desse jeito de novo, eu irei te matar!
Mas parece que não foi só Percy que ficou com raiva de Gale, Stiles, Finnick, Sean e até a própria Katniss olhava para o moreno com o cenho franzido e uma feição séria. Se Percy não tivesse avançado nele primeiro, com certeza Finnick teria avançado.
—E lembre-se de uma coisa, Gale. — Katniss começou a dizer. — Aquele é o mesmo Peeta que te defendeu no açoitamento!
—Não, não é. Só está protegendo a si mesmo.
—Se ele protegesse a si mesmo, deveria ter deixado você morrer nesse tal açoitamento que Katniss mencionou. — novamente Serena se intrometeu. — Que pena que Peeta é bonzinho demais e ajuda até quem não merece a sua ajuda.
Antes do Hawthorne responder, um barulho de dois toques eletrônicos ecoou pelo refeitório, que vinha do comunipulso de Stiles e Gale.
—Coin marcou uma reunião. Nós temos que responder. — diz o garoto do 12 se virando para sair do refeitório. Stiles também teria que participar, mesmo não concordando com certas atitudes de Coin.
—Desde quando "nós" virou você e Coin? — perguntou Katniss.
—Todos nós temos escolhas. Como pode ele na Capital defender as pessoas que destruíram sua casa e mataram sua família?
Foi com essa pergunta que um pensamento surgiu na mente de Katniss. É claro, ele não sabe. A Capital não teria coragem de mostrar a todos o que fizeram com o 12.
—Ele não sabe. — diz a morena. — Como poderia? Ninguém sabe o que a Capital fez com o 12. Eu tenho que mostrar a eles.
E TEVE BEIJO SIM MEUS AMOREEESSSS🥳🥳🥳
Meu Deus, vocês não tem noção do QUANTO QUE EU AMEI escrever esse capítulo! Juro! A cena do beijo, a cena da pulseira MEU DEUS😻😻 nosso casal aos poucos está acontecendo🥺💜
Antes que eu me esqueça, OBRIGADA PELOS 900 VOTOS!!! Sério gente, MUITO OBRIGADA MESMO A TODO APOIO QUE A FANFIC ESTÁ RECEBENDO! Isso me motiva a continuar cada vez mais💜✨️
Uma curiosidade: escrevi a cena do beijo ao som de Dress da Taylor, e só não coloquei a música na mídia porque vai ter outra cena que irá SUPERAR essa, aí sim vai ter Dress na mídia😝🤪
Sério, estou amando escrever essa fanfic, juro, Serena e Finnick são meu mais novo casal favorito🥺💜
Aqui amamos o Percy! E se você não gosta, o problema está em você😻
Ele defendendo a irmã foi tudo! Por mais irmãos assim no mundo🤪
Próximo capítulo vai ter cenas da amizade da Serena com a Katniss! Prometo que prometo! Essa vai ser uma amizade muito importante também!
Peço desculpas se estou deixando os outros personagens de lado, mas garanto que o momento deles vai vir e vai vir com tudo!
Peço desculpas pelos erros ortográficos ou erros de roteiro, tento ao máximo evitá-los, mas pode passar despercebido.
Conhecem o cronograma, não é? Capítulo quinze só vai sair quando o capítulo um de Fire Blood e o capítulo oito de Secrets from Past for publicado. Agora que estou de férias, pretendo não demorar muito para publicar.
Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️
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