GFI.

Rio de Janeiro, Brasil.
19/11/2023 | 09:25 pm.

— Te amo. - Ele sussurrou contra meus lábios.

Desentrelacei minhas pernas do seu quadril e o observei levantar, parando em pé por um momento. Provavelmente esperava uma resposta. E eu teria que me esforçar para respondê-lo.

— Também. - Forcei um sorriso, enquanto o moreno se afastava, em direção ao banheiro.

Ergui meu corpo, apoiando as costas na cabeceira da cama e puxando o lençol para cobrir meu corpo. Passei as mãos entre os fios de meu cabelo suado, tentava organizá-los em um coque solto. Eu precisava de um banho, mas esperaria até Henrique sair. Apesar de ter cedido por um momento, ainda não sentia que estivéssemos bem. Suspirei profundamente, passando meu olhar por todo o quarto, notando que meu celular estava sobre a cômoda ao lado da cama. Lembro que havia esquecido completamente de responder as mensagens das meninas.

Alcancei o aparelho, desbloqueando a tela e abri o grupo com minhas amigas. Relendo as mensagens que havia enviado antes de desaparecer. Não havia enviado muita coisa. Dou início a uma outra conversa, com a intenção de explicar tudo.

MESSAGES.
— Ana Sofia, On;

Bloqueei a tela do celular e levantei da cama, me aproximando do armário, pego uma toalha, a enrolando ao redor do meu corpo. Aproveitei o fato de estar ali para coletar as coisas que seriam utilizadas no banho.

— O que você tá procurando aí? - Segui sua voz com o olhar, ele acabava de sair do banheiro, com a toalha ao redor de seu quadril.

Volto meu foco ao que estava fazendo, ignorando completamente a pergunta dele. Sinto sua presença chegar cada vez mais próximo de mim, sua respiração quente batia em minha pele. — Achei que fosse tomar banho comigo. - As mãos dele seguram minha cintura, e um beijo foi depositado em meu pescoço. Minha única reação é revirar os olhos, e me afastar dele.

— Eu acho que tá na hora de você ir para sua casa. Já tá tarde! - Peguei meus produtos, com passos curtos, seguindo até o banheiro.

— Eu pensei em dormir aqui... O que você acha?

Virei na direção dele, curvando meus lábios em um sorriso apertado.  — Na verdade, não vai dar! Eu vou sair com as minhas amigas, e não sei que horas voltarei para casa.

— Então, é por isso que quer que eu vá embora? Para poder aproveitar bem a noite. - Seu tom de voz, diferente de antes, agora era ríspido. — A gente acabou de resolver. Caramba Sofia, você precisa entender que a vida não é só sair todo dia com amiguinha, beber e voltar pra casa no outro dia de manhã.

— E sabe do que você precisa? Você precisa de terapia. - Me controlei, mantendo a tranquilidade, e de maneira irônica pisquei um dos meus olhos na direção dele. Por fim, entro no banheiro, trancando a porta. Novamente estamos na estaca zero.

45 minutos antes
08:44 pm.

— Quando vamos viajar para a Espanha? - Indagou, entrando em meu quarto.

Olhei para o rapaz, confusa. Não lembrava de ter combinado nada com o ele.

— Espanha? - Tirei os olhos do eletrônico em minhas mãos. Um sorriso desconcertado toma conta de meus lábios, no momento que eu tentava entender sobre o que estava falando.

— Madrid. A viagem que você tava falando ontem com a Gabriela.

Dessa vez sim eu pude compreender. A viagem que combinei de fazer com Gabriela e Alexia. Ri, por um segundo, supondo que fosse uma brincadeira de sua parte, mas o rapaz permaneceu sério, e só então entendi que não era brincadeira alguma, era sério. Meu sorriso foi sumindo aos poucos. Ele tinha a necessidade de se intrometer em tudo mesmo?

— Henrique, a viagem é só de meninas. - Declarei, encolhendo os ombros. Dessa vez ele riu. — Eu tô falando sério.

— Sofia, você acha mesmo que eu te deixaria ir para outro país sem mim? - A entonação de sua pergunta transparecia desaprovação.

— Sim? - Retruquei como se não pudesse ser diferente. — Qual o problema nisso?

E lá vamos nós.

— Você já viu o padrão de homens lá? - Aparentava estar incomodado. Contraí os olhos, e abaixei a cabeça aproveitando que estava com o celular em mãos para rapidamente enviar mensagens para as meninas. " eu não aguento mais o henrique." "insuportável!"

— Você tá prestando atenção no que eu tô falando?

—  Mas o que é que eu tenho a ver com isso? - Ergui a cabeça, me referindo à pergunta feita anteriormente por ele. Cruzei os braços. Já estava impaciente, só de imaginar o que estava passando por sua mente, o que queria dizer com aquilo.

— Você é muito sonsa, garota. Que isso!

Arqueei as sobrancelhas, sendo surpreendida por suas palavras ofensivas.

— Eu não tô te entendendo! De verdade.

— Você tá sim.

— Quer saber? Vai se foder! Eu não tenho culpa de você ser inseguro. - Saltei da cama, enfurecida.

— Você quem escolhe! Ou eu vou contigo, ou você não vai. - Afirma tranquilamente, o que me deixa mais irritada. Pra ele, aquilo tudo era comum.

— Eu escolho ir, e você não. Você não vai me impedir de viajar com as minhas amigas! E mais, você também não manda em nada aqui. - Ergui meu braço, apontando para a porta do quarto. — Vai embora!

Ele fechou os olhos e puxou o ar. Provavelmente tentava se acalmar.

Era a sétima vez que discutíamos feio, em dois meses de relacionamento. Sempre por coisas fúteis, como ciúmes, e agora essa insegurança repentina, sem motivo algum.

Afinal, o que me prendia a ele? Meu coração já não batia mais forte quando ele estava por perto. Na verdade sim, mas era mais provável de ser causa do estresse que ele me fazia passar. Não existia mais amor. E ele quem fez por onde isso acontecesse. De verdade, por qual motivo eu ainda estava com ele? 

Todas as poucas vezes que tentei terminar, ele sempre dava um jeito de me fazer mudar de ideia, dizendo que não faria mais tal coisa. Mentira! Ele repetia sim o mesmo erro, diversas vezes. Eu simplesmente não tinha paciência para as conversas dele, então via "não terminar" como a maneira mais fácil de resolver tudo.

— Tá, tá bom! Você pode ir. - Segurou meu rosto. Seu polegar desliza por minha bochecha, a acariciando com delicadeza.

— Você é muito otário, sério. - Evitava a todo momento o contato visual. Ele se quer havia pedido desculpas.

— Eu já disse que pode ir, ok? - Sua mão levantou meu rosto. — Olha pra mim.

Relutantemente, encontrei seu olhar castanho. Ele aproximou os lábios dos meus, e me beijou. Um beijo vazio. Sem afeto. Não da minha parte.

todos os direitos reservados à @lavixdybala

oi gente, tudo bem? 💗
o que acharam do primeiro capítulo?
estou taaaaao ansiosa para essa fic,
espero que cês gostem bastanteee! 🫶🏻

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