𝐘𝐔𝐑𝐈 𝐀𝐋𝐁𝐄𝐑𝐓𝐎, ᴄᴏʀɪɴᴛʜɪᴀɴs


S / N

O céu estava nublado e não era necessário dar uma olhada no noticiário para saber que iria chover.

Justamente no primeiro treino livre da race week de Interlagos, que piada.

O café quente compensava o vento frio batendo no meu rosto. Eu fico longe de casa o ano inteiro, e quando eu volto, ele me manda um frio desses. Qual foi?

E para incrementar, Leclerc e Gasly não paravam de falar da vida alheia. Não que eu não goste, é que eu já sei dessa fofoca, fui eu que contei para o Gasly.

A única coisa que eu estava querendo agora era uma cama, um cobertor bem quentinho e um xodozinho para não ficar carente.

— Não é possível que ele tenha dito isso pra' ela – Charles diz indignado e surpreso –

— Pois é, monegato. Disse, e depois disse coisa pior. – sacudi o café na minha mão e vi Kelly, a vagabunda, passar — Olha só, de longe da pra ver a cara de nojenta.

No momento em que eu fechei a boca, ela olha em nossa direção e acena com um sorriso, sínica. Charles e Pierre riram.

— Você é muito falsa. – Pierre diz enquanto ri –

— Eu não sou falsa coisa nenhuma. – bebi um pouco de meu café — Ela mente sobre mim, eu conto a verdade sobre ela e eu que saio como errada da história.

— Por que vocês duas se odeiam? – Charles pergunta e esfrega as mãos, em seguida, as coloca embaixo dos braços. –

— Porque ela é desgraçada, nojenta, mal amada, mimada, maltrapilha, diaba, vagabunda, vadia, desalmada, sem coração, insensível, bolsonarista – parei para puxar um pouco de ar e os dois riram de mim — E racista, ou seja, nada de bom.

— Você é uma graça.

Recebi uma mensagem dizendo que eu devia comparecer ao paddock da minha equipe.

— Se alguém ver o papa' Vettel, me notifiquem, tenho que ir – me levantei e arrumei meu macacão da McLaren –

— Não, S / N! – Charles faz manha segurando meu pulso delicadamente — Não me abandona com esse chato!

— Você é mais falso que ela! – Pierre diz e eu ri junto de Leclerc. Me despedi dos dois e segui até o paddock escutando música –

Conversei com o meu engenheiro sobre a situação atual do carro e confirmar a estratégia posta para a qualy.

Eu deveria estar me exercitando? Sim.

Estou fazendo isso? Não. Eu estava enfurnada no celular esperando saber quem estava nas arquibancadas esperando o treino começar. E também babando em alguns jogadores de futebol.

Não que eu seja Maria chuteira, longe de mim, mas cá entre nós, alguns são gostosos demais.

Minha família estava perto da largada, vi também que alguns influencers haviam postado uma foto da pista de Interlagos, então decidi postar, nos storys, a foto que eu tirei da escultura de Senna. Ficou tão lindo.


[...]

O treino passou rápido e logo a qualy já havia começado, eu estava nervosa, mas comecei a transformar o nervosismo em força de vontade, porque se eu continuasse nervosa eu iria chorar.

Felizmente deu tudo certo e eu largaria em quarto lugar na Sprint race. Cumprimentei todos da equipe e agradeci os parabéns que recebia.

Peguei meu celular e sai, ficando na frente do meu paddock, lembrei que o Pierre tava me devendo dois reais e fui lá cobrar ele, porque na minha terra a única pessoa caloteira que pode existir sou eu.

Enquanto eu caminhava até o paddock do Pierre, varias pessoas começaram a gritar meu nome na arquibancada. Acenei para eles enquanto caminhava, e de vez em quando mandava um beijo, gravei a cena e postei nos meus storys e escrevi: "torcida mais bonita que essa não existe".

— Oi, Yuki! – o menino se assustou e depois abriu um sorriso abraçando minha cintura por conta da nossa diferença de altura — Onde que tá o diabo do Pierre?

— Oi, S / N. Ele tá no banheiro – Yuki respondeu saindo do abraço e eu beijei seu cabelo –

— Deve bem estar cagando, aquele idiota – Yuki riu sem entender o que eu disse, falei em português propositalmente, porque só vale a pena xingar o Pierre em português.

Me sentei no sofá e recebi uma mensagem da minha mãe pelo instagram dizendo "Olha quem tava de olho em você na corrida" compartilhando um story junto.

O story era uma filmagem do meu carro fazendo uma curva e estava escrito "THE WOMAN IS SHE! THE BEST!" e meu instagram. Não entendi o porquê de minha mãe ter me mandado aquele story em especifico, até que olhei perfil: @yurialberto

Não sei quem é.

É aquele jogador do Corinthians bonitinho.

Ah tá
Continuo sem saber quem é

Besta

Tenho que ir mãe, beijo.

Beijo, filha.


[...]

Eu conversava com Felipe Massa enquanto caminhávamos pelo salão. Eu, obviamente, já tinha trocado de roupa – ou achavam mesmo que eu ia para a essa confraternização toda porca? –.

Felipe é uma ótima pessoa para conversar e eu, como uma pessoa muito fã dele, não poderia estar mais feliz em conversar com essa lenda.

Eu estava tão concentrada na conversa que só percebi que tinha uma pessoa no meu caminho quando eu esbarrei nela.

— Ai! Desculpa! – pedi –

— Você tá bem? – se virou e eu consegui ver seu rosto. Senhor que homem lindo. –

— Tô bem, desculpa de novo – mentira, meu peitoral estava doendo para um caralho. Analisei seu rosto melhor, além de bonito, eu sinto que o conheço de algum lugar — Eu acho que te conheço de algum lugar...

— Eu sou o Yuri Alberto – ele diz e seus olhos se fecham ao abrir um sorriso, e que sorriso hein. Ele estende a mão e na hora eu lembro da minha conversa com a minha mãe –

— Você é jogador do Corinthians! Eu sabia que te conhecia de algum lugar – apertei sua mão e ele pareceu surpreso — Eu gosto muito de futebol, mas com a minha agenda, nem sempre eu consigo acompanhar.

— Ah! Acontece né, você é uma grande piloto, deve ser muito ocupada – Yuri diz e eu sorri largamente. Mesmo com todos os elogios que eu recebo, eu ainda fico sem graça e não sei como reagir. Mas sinceramente, o elogio dele me atingiu de uma forma diferente –

Olhei para os lados e Felipe acabou indo embora. Meu senhor, eu vou me desculpar dele até o dia da minha morte.

Yuri apresentou alguns amigos que estavam com ele, eles também me elogiaram bastante, e o que era para ser um papo sobre Fórmula 1, se tornou sobre futebol e eu me mantive dentro de todas as noticias do esporte.

Passamos tanto tempo conversando que eu nem percebi. Pierre cruzou seu braço no meu, quase me puxando para fora da roda.

— S / N, help me. – [S / N, me ajuda] Gasly disse rapidamente, só depois ele deu importância a presença dos outros — I'm sorry, but I need she. I can steal she? I expect not have problem – [Desculpa, mas eu preciso dela. Eu posso pegar ela? Espero não ter problema] Pierre me fuzilou com os olhos e eu devolvi um olhar ameaçador –

— Ele perguntou se tem problema me levar pra resolver uma coisa. – falei olhando desconfiada para o francês –

— Sem problemas – Yuri diz e seus amigos concordam com ele –

— Eu gostei muito de conversar com vocês, a conversa foi ótima. – antes que eu pudesse sair com Pierre, Yuri segurou meu braço. –

— Quem sabe a gente se vê no domingo? Vai ter jogo do Corinthians na Neo Quimica.

— Boa ideia, me passa o teu número que a gente acerta melhor.

SAFADA JOGANDO VERDE HAHA.

— Pode ser! – ele me passou o número dele... –

— Tchau, a gente se vê lá. – acenei para ele e ele acenou de volta sorrindo –

WE ARE THE CHAMPIONS, MY FRIEND!



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Sir Ariella, Febre90's🚬
Imagine©

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