𝚝𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢 𝚏𝚘𝚞𝚛
— Puta que pariu! — Draken gritou, assim que Kisaki desligou a ligação, pouco antes de atirar, com toda a força, o celular na parede, fazendo o aparelho se estraçalhar em inúmeros pedaços — Eu vou esfolar aquele filho da puta!
Nenhum dos outros respondeu, na verdade, já não havia mais ninguém na sala. Assim que perceberam o que estava acontecendo, todos eles entraram em ação. Não foi preciso nenhuma troca de palavras entre eles para que todos parassem de jogar videogame, se levantassem e começassem a se preparar.
— Eu quero todos os homens prontos, agora! — Foi a vez de Mikey gritar, falando no celular com um dos capitães que estava na sede — Podem pegar a porra toda! Preparem a porra das motos!
— E pra onde a gente vai? — Pah Chin perguntou, enquanto gritava ordens para os homens ao redor dele.
— Pra Valhalla.
Sem esperar uma resposta do amigo, o comandante desligou a ligação. Depois de um suspiro fundo, o loiro olhou ao redor. Draken não estava em canto nenhum, enquanto Takemichi chorava, mas não parava de ajudar os meninos a colocar munição dentro dos carros; Mitsuya estava no computador, provavelmente tentando conseguir a localização do seu celular; Baji e Kazutora pegavam o máximo de armas que cabiam nos braços deles, as levando até os carros, ao mesmo tempo em que tentavam acalmar o seu irmão.
Estampado nos rostos de todos eles estava uma expressão que Mikey conhecia muito bem: desespero. Só agora, o comandante percebeu o quanto todos eles, inclusive o próprio comandante, passaram a integrar você como parte da família. Era como se você sempre tivesse feito parte da Touman.
Como líder da gangue, ele havia falhado em lhe proteger, mas estava confiante de que eles eram capazes de recuperar você. Além disso, você é um osso duro de roer. Kisaki não conseguiria te derrubar tão fácil.
— Cadê o Ken-chi? — O loiro perguntou, assim que chegou perto o suficiente de Mitsuya.
— Subiu as escadas — Respondeu, sem tirar os olhos da tela do computador, ainda tentando hackear o seu celular — Deve 'tá no quarto.
O comandante apenas assentiu com a cabeça, mesmo que o platinado não pudesse ver, já que estava totalmente concentrado no que estava fazendo, e saiu de lá, subindo as escadas logo em seguida. Obviamente, todos estavam muito putos com tudo o que estava acontecendo, mas Mikey nem conseguia imaginar o que se passava na cabeça de Takemichi e de Draken.
O baixinho já perdeu alguém que amava e não desejava essa dor para ninguém. Ele sabia, muito bem, que você era a única família restante para o Hanagaki mais novo, além de ter sido a primeira pessoa com quem o Ryuguji conseguiu se relacionar de verdade. Perder você não era uma opção.
O som do punho de Mikey batendo na porta de madeira ecoou por todo o corredor, por mais delicado que a ação tenha sido.
Nenhuma resposta.
Mesmo que fosse invasivo, o comandante girou a maçaneta e entrou no quarto, sem fazer muito barulho. Ainda que não fosse comum, ele não ficou surpreso ao ver Ken sentado no canto da cama, com o rosto entre as mãos, que estavam apoiadas pelo cotovelo em cima das penas.
— Acho que faz uns quatro anos desde a última vez que eu te vi chorar — Mikey falou, mas não fez o Ryuguji sair da posição — Foi quando eu levei aquele tiro na briga com a Rokuhara Tandai.
— Eu vou matar ele, Mikey.
A fala de Draken foi tão baixa que o mais baixo quase não ouviu. Mesmo ele falando completamente sério, um pequeno sorriso de lado brotou nos lábios do comandante.
— Não vai, não — Agora sim, o comandante conseguiu fazer o vice levantar o rosto, revelando o pequeno inchaço causado pelo choro.
— Ele levou ela.
— Eu sei disso — Mikey interrompeu, com a mesma expressão serena de sempre — E já estamos lá em baixo, prontos pra sair, esperando você.
— Eu vou dar um tiro no meio da testa daquele puto — Voltou a repetir a ameaça.
— De novo, você não vai fazer isso — O mais baixo repetiu, fazendo Draken se levantar da cama, com raiva, e caminhar em passos pesados até ele.
— Aquele filho da puta sequestrou a porra da minha namorada! — Agora, o Ryuguji gritava, quase apontando o dedo no rosto do comandante — E você acha que eu vou deixar aquele puto vivo?
— Acho — Mesmo o outro gritando, Manjiro não levantou o tom da voz, nem mudou a expressão serena que tinha no rosto — Me diz aí, Ken-chi, quando foi a última vez que você matou alguém? — A pergunta fez Draken arregalar levemente os olhos, mas a boca dele nem se mexeu para responder — Se você matar ele, você não vai ser diferente do ex dela.
Por mais que a raiva estivesse fervendo no corpo de Ken, ele sabia que Mikey tinha razão. Se ele matasse Kisaki, acabaria se tornando o mesmo tipo de pessoa que Hiroshi era, um assassino. Talvez, você até acabaria se afastando dele, assim como fez com seu ex. Por isso, uma relativa calma começou a correr pelo corpo do mais alto. Respirar já não era mais tão difícil assim.
— Foi mal — Ele sussurrou, desviando o olhar das íris intimidantes do comandante, que abriu um sorriso involuntário, e recuou, se sentando novamente na cama.
— Tudo bem — Mikey respondeu, dando de ombros e se aproximando, se sentando ao lado do mais alto — Eu sei que [Nome] é muito importante pra você, mas lembra que ela também é forte pra caramba — Draken não respondia e também não olhava na direção dele, mas assentia levemente com a cabeça, ainda com o olhar fixo em uma parte do chão, pensativo — Até que Kisaki consiga derrubar ela, a gente já tem chegado lá e feito um estrago.
— Sabe que é exatamente isso que ele quer, não é? — Finalmente, a voz grossa do Ryuguji preencheu o quarto novamente, fazendo o outro loiro arquear uma sobrancelha — Kisaki pegou ela porque sabia que a gente ia de cara resgatar ela — Devagar, os olhos negros dele se encontraram com os do amigo de novo — É uma cilada, Mikey.
— Eu sei disso — O comandante respondeu, simplista, com aquele mesmo sorriso infantil que você tanto adorava, e se levantou da cama em um pulo, já caminhando em direção à porta — Mas, mesmo sendo uma cilada, eu seria o pior amigo do mundo se não fosse resgatar minha amiga — As sobrancelhas de Ken se arquearam levemente ao ouvir a fala do baixinho. Poucas pessoas eram chamadas de amigo por Mikey e, pela primeira vez, ele tinha chamado você assim — Só você não percebeu, mas [Nome] já faz parte da Touman a muito tempo.
Sem esperar uma resposta, ele virou de costas e, finalmente, saiu do quarto, deixando Draken para trás, imerso nos próprios pensamentos.
O seu namorado tinha plena consciência do quão forte e resistente você era. Ele sabia que Kisaki ia ter que se esforçar muito para conseguir derrubar você. Mas, mesmo assim, o pânico, só de pensar na ideia de perder você, fazia o peito dele arder de desespero.
Ken te amava demais para suportar a ideia de te perder.
A mesma sensação que ele sentia quando um dos irmãos dele estavam em perigo era a mesma que ele sentia agora. Quando Mikey levou um tiro na briga com a Rokuhara Tandai e quase morreu no hospital, Draken só faltou morrer com ele, porque Manjiro era, definitivamente, uma das pessoas mais importantes da vida dele. Agora, vendo você ser sequestrada pela gangue rival deles, fazia o loiro sentir o mesmo medo de antes, perder alguém que amava.
Mesmo com o peito ainda doendo e tendo que segurar as lágrimas de raiva que ameaçavam cair, Draken, o vice comandante da Touman, se levantou da cama e respirou fundo. Indo até a cabeceira, ao lado da cama, ele abriu a gaveta e pegou uma 9mm, checando se a arma tinha balas antes de a prender no cinco da calça.
Olhando mais uma vez na direção do quarto, se lembrando de tudo o que vocês dois já passaram juntos, suspirou mais uma vez e saiu do cômodo, fechando a porta atrás de si.
O Ryuguji sabia que lhe traria de volta, ou morreria tentando.
[...]
— Você devia comer — A voz de Hanma atingiu os seus tímpanos, mas você nem virou o olhar para ele. Um silêncio intenso pairou no pequeno quarto, fazendo o homem soltar um suspiro alto e revirar os olhos — Podia, pelo menos, não me ignorar.
Finalmente, você olhou na direção dele, com um olhar tão tediante quanto o de uma pessoa de humanas em uma aula de exatas. Ainda sem falar nada, você apenas levantou os pulsos, quase colados por causa das três algemas que usava.
— Sabe que eu não posso tirar elas — Ele respondeu, em um tom levemente triste, que você sabia que não era fingimento — Mas você consegue comer assim, não é? — Você não disse nada, apenas baixou novamente as mãos e as colocou em cima do colo, voltando a encarar a janela blindada a sua direita — Qual é? — Hanma reclamou, revirando os olhos mais uma vez no dia — O que você quer comer? Eu peço qualquer coisa — Rapidamente, ele tirou o celular do bolso, já entrando no aplicativo de comida — Quer hambúrguer, pizza, sushi, açaí... — Parou de listar assim que percebeu que você não estava prestando atenção — Vai ficar me ignorando mesmo?
— Por que me trouxeram aqui?
Sua pergunta, finalmente, fez Hanma ficar calado por alguns segundos, apenas lhe encarando, analisando você por completo. Seus olhos ainda estavam fixos na janela, mas, com o canto deles, você conseguia ver todos os movimentos dele, inclusive as sobrancelhas se franzindo levemente.
— A Touman vai vir resgatar você — Ele começou a explicar, depois de outro suspiro cansado, desistindo de fazer você olhar para ele — Vamos fazer uma emboscada e pegar os principais capitães.
— E o meu irmão? — Agora sim, você se virou para ele, o que arrancou um sorriso divertido dos lábios dele.
— Achei que você ia ficar mais preocupada com o seu namoradinho — Hanma nem tentou esconder o tom de deboche, mas você não mudou a expressão de desinteresse.
— Ken sabe se virar.
— E o Takemichi não? — Pela primeira vez, ele estava falando sério, sem aquele sorriso debochado no rosto — Você trata ele muito como uma criança, sabia disso?
— Não preciso de uma sessão de terapia sobre como tratar meu irmão mais novo.
— Considere isso como conversar com um amigo — Pela primeira vez, desde que você chegou, você riu, mas não era um riso divergido, e sim debochado — Mas, de qualquer forma — Ele mudou de assunto, desviando o olhar de você — Não vamos matar seu irmão, nem nada do tipo.
— Nossa, isso me deixa muito aliviada — Nem tentou esconder o tom de deboche em sua voz.
— A gente já 'tá sendo caridoso demais em não matar ele.
— Não é questão de matarem ele ou não — Assim que Hanma virou para você de novo, seus olhos encararam as íris douradas profundamente, fazendo ele sentir que estava sendo rasgado por dentro — Se algum de vocês tocar no Takemichi, vão se arrepender de não terem me matado antes.
Hanma arqueou levemente as sobrancelhas, mas logo um sorriso divertido tomou conta dos lábios dele. Obviamente, ele estava se divertindo com toda essa situação muito mais do que você.
Já se passaram mil e uma ideias de como escapar desse lugar na sua cabeça, mas você descartou todas elas rapidamente. Suas mãos estavam completamente imobilizadas e, para se livrar da algema, teria que quebrar, pelo menos, quatro ossos da mão e ficaria impossibilitada de usar ela depois.
Além disso, você não sabia onde estava. Tinha sido vendada logo que saiu da lanchonete e, por mais que tenha decorado as curvas que o carro fez, nada garantiria que você conseguiria voltar para a cidade. Da janela do quarto só dava para ver uma floresta densa, com árvores altas, fazendo você perceber que estavam em um tipo de casa de campo, parecida com a mansão da Touman.
O cômodo em que vocês estavam era pequeno e, além de uma cama de casal, só tinha uma mesa de madeira, perto da janela, e uma cadeira, onde você estava sentada. Imaginava que seria ali que passaria os dias se os meninos falhassem em lhe resgatar.
A primeira ideia que se passou pela sua cabeça foi arrombar o vidro da janela, mas você nem precisou de muito esforço para perceber que o vidro era blindado. Além disso, a única saída de ar era pelo ar-condicionado, mas o pequeno tubo era infinitas vezes menor do que você, sendo impossível passar por ele.
A única porta do cômodo sempre ficava trancada quando Hanma saia e, mesmo assim, pelo menos oito homens ficavam vigiando do lado de fora.
Era impossível de escapar dali.
— Eu vou pedir pizza — A voz de Shuji fez você sair de seus pensamentos e olhar na direção dele mais uma vez — Qual sabor você gosta?
— Não 'tô com fome.
— Escuta aqui — Ele disse, um pouco mais bruto do que antes, vindo já sua direção e, ao chegar perto, apoiou uma das mãos na mesa ao seu lado, se abaixando um pouco, deixando os seus rostos da mesma altura — Eu juro como 'tô tentando ser o mais legal possível aqui, mas você não colabora.
— Colaborar? — Sua pergunta saiu incrédula e um sorriso sarcástico se formou em seus lábios — Um de vocês fingiu ser meu amigo durante meses — Mesmo tentando esconder, você sabia que Hanma conseguiu perceber o quão a mentira de Kisaki tinha lhe decepcionado. Afinal de contas, você realmente pensou que ele fosse seu amigo — Aí vocês apontam armas pra minha cabeça; me sequestram; falam que vão matar meus amigos e meu namorado; colocam a porra de três algemas em mim e ainda falam que vão fazer sei lá o que com meu irmão — Sua fala foi retórica, mesmo assim, Shuji não conseguiu pensar em absolutamente nada para te responder — Então, por favor, não me venha falar de colaboração, Hanma, porque a última coisa que vocês tiveram comigo foi isso.
— Olha — Ele começou a falar, em um tom tão dócil que parecia até ser outra pessoa. Mesmo assim, os seus olhos ainda exalavam raiva por toda a confusão em que a Valhalla estava lhe metendo — Não somos tão mal quanto você pensa... — Uma risada sarcástica sua o interrompeu por um instante, mas ele não parou de falar — É sério — Insistiu, ainda olhando nos seus olhos — Você ia se dar bem aqui na Valhalla. Já ia entrar com algum posto de capitã. Os homens iam ter medo de você e nunca iriam te aperrear em nada, só obedecer.
— Eu não quero que as pessoas tenham medo de mim, Hanma — Você respondeu, com as sobrancelhas levemente franzidas — E não preciso dar ordens pra ninguém.
— Mas ia aceitar entrar pra Touman?
— Eu nunca disse que entraria lá e, mesmo que entrasse, eu tenho plena consciência de que as pessoas de lá não tem medo de mim, elas me respeitam — Agora, a risada sarcástica saiu dos lábios dele — É completamente diferente.
— Não sei se você é realmente ingênua ou se faz de sonsa — Assim que viu que você havia arqueado apenas uma sobrancelha, ele continuou — Claro que os homens da Touman só te deixam em paz por causa de Draken. Se não fosse por ele, todos os caras já iam 'tá caindo em cima de você.
— Que nem os seus homens fizeram?
Sua pergunta o calou.
Você sabia que Hanma estava tentando lhe convencer a entrar para a Valhalla, como havia tentado antes. Para você, a ideia de entrar em uma gangue sempre foi algo muito absurdo e longe da sua realidade, pelo menos até conhecer a Touman. Agora, você não tinha mais ideia do que pensar sobre ser um gângster, ou até sobre se envolver com um. Já tinha passado do tempo em que você cogitava a ideia de pedir para Takemichi, ou para o próprio Draken, saírem da gangue. Aquilo era a vida deles, e você estava, cada vez mais, fazendo parte daquilo.
— Já que você vai ser teimosa mesmo, eu vou jogar logo as cartas — A fala de Shuji, mas uma vez, fez você sair de seus pensamentos e encarar o mais velho, com as sobrancelhas franzidas — Hiroshi trabalhava pra a gente — Seus olhos se arregalaram — Foi Kisaki quem mandou ele ir até você e falar todas aquelas coisas — Finalmente, algo estava esclarecido em sua mente. O motivo de você sentir que estava conversando com uma pessoa totalmente diferente do seu ex era, justamente, porque tudo o que Hiroshi falava era mentira — A ideia era conseguir convencer você a ir com ele e a gente te trazer pra cá antes — Ele deu de ombros — Mas você é difícil que só a porra e voltou pros braços de Draken logo depois.
— Onde ele 'tá? — Você perguntou, ignorando as provocações dele.
— Hiroshi? — Hanma esperou você assentir com a cabeça, concordando, antes de responder — Kisaki matou ele na mesma noite que vocês conversaram — Seus olhos se arregalaram mais ainda, até mais do que você achou que era possível, arrancando um sorriso divertido por parte dele — O que foi? Vai me dizer que ainda tinha sentimentos pelo ex?
— Ele não merecia isso.
— Acontece — O de mechas loiras respondeu, indiferente, dando de ombros.
— Acontece? — Você repetiu, um pouco mais alto, incrédula — Vocês matam por nada e depois falam que acontece? — Seu tom de raiva e indignação era completamente aparente, arrancando fora o sorrisinho que Hanma tinha no rosto — Você diz que a Touman e a Valhalla são iguais, mas eu tenho certeza absoluta que os membros de lá não tratam a vida pessoas tão futilmente quanto vocês tratam — Nem dando chance para Shuji, que estava com a boca entre aberta, como se fosse falar alguma coisa, você continuou — Sabe qual é a chance de eu entrar para a Valhalla? — Nem esperou ele responder — Nenhuma! Eu prefiro morrer do que entrar pra uma gangue que não tem um mínimo de princípios e sai por aí matando como se não houvesse amanhã.
— Hiroshi mentiu pra você, fez você de besta por muito tempo, ainda voltou e fingiu que gostava de você só pra conseguir a aprovação do líder de uma gangue forte — Ele retrucou, com as sobrancelhas franzidas — Fizemos um favor em matar ele pra você.
— Pra mim? — Repetiu, debochada — No dia que você me ver pedindo pra que alguém morra, pode dar um tiro no meio da minha testa — O vice líder ficou calado, apenas observando você. Hanma tinha certeza de que a notícia que Hiroshi, alguém que lhe trouxe tanto transtorno, foi morto por eles iria agradar você. Mas, aparentemente, Kisaki não conhecia você tão bem quanto ele achava — Na minha visão, vocês só tiraram mais uma vida inocente. Porque, Hiroshi podia não ser uma flor que se cheirasse, mas ele não merecia morrer por tão pouco.
Hanma tinha aberto a boca para retrucar, mas, no exato momento em que ele fez isso, o som de tiros contínuos preencheu o ambiente. Você não se assustou, mas virou rapidamente na direção da janela, até se levantando da cadeira, para poder ver melhor através dela.
Facilmente, você reconheceu as motos da Touman, mas nunca tinha visto tantas delas em um só lugar. Os disparos eram feitos mais para assustar, já que a maioria dos membros da gangue saiam das motos com canos e tacos de beisebol.
Um sorriso radiante tomou conta dos seus lábios quando você conseguiu ver Ken Ryuguji descendo de uma das primeiras motos, contando somente com os punhos habituais dele. Só que, você não sabia da arma que estava escondida do cinto dele.
— Porra! — Hanma gritou, pouco antes de abrir a porta do pequeno cômodo e passar por ela, a fechando logo em seguida, sem se dirigir mais para você — Não deixem ela sair daí nem por um caralho! — Ele gritou para os homens do lado de fora, fazendo você soltar uma gargalhada.
Finalmente sozinha, você levou as mãos até os cabelos soltos e tirou de lá, perto da nuca, um grampo. Pegou a pequena peça e a girou algumas vezes, fazendo um formato de uma pequena chave. Com certeza dificuldade, foi tentando abrir as tranças das três algemas, uma por uma.
Por mais que a vontade de só sentar e esperar ser resgatada pelos homens lá fora fosse bem atrativa, você nunca fez muito bem o papel de princesa em apuros.
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