xxi. the right arm

ᥫ᭡ 𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 ೃ
 ꒰ 𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗩𝗜𝗡𝗧𝗘 𝗘 𝗨𝗠 ᵕ̈
❝ O Braço Direito ❞
࿐「 🔥 」୭࿔


Após comerem e conversarem mais um pouco, todo mundo subiu para irem dormir. Infelizmente Jorge não permitiu que Minho e Ella ficassem sozinhos em um quarto, mesmo que os meninos tivessem falado na brincadeira, então, os dois tiveram que dividir o cômodo com Newt e Teresa. A morena dormia na outra cama de solteiro enquanto Newt dormia em um colchão no chão. Já Elleanor e Minho haviam feito um esforço para caberem na outra cama de solteiro, ficando abraçados e mais perto um do outro, quase fundindo os seus corpos para se tornar um só. Os outros dois já estavam dormindo, apenas o nosso casal estava acordado.

—Eu achava que você gostava do Newt, sabia? — comentou Minho em um sussurro, de um jeito que apenas a garota pudesse ouvir.

A cara de nojo da ruiva foi instantânea e automática, como se o garoto tivesse falado a coisa mais nojenta do mundo.

—Eca, não! Newt é como se fosse meu irmão, seria nojento se eu gostasse dele de outra forma. — ela diz no mesmo tom de voz que o asiático, esse que teve que se segurar para não rir da resposta dela.

—É, é mesmo. Percebi que estava enganado quando você contou as suas memórias e nos beijamos logo em seguida.

Elleanor sorriu ao se lembrar do beijo deles dois. É, se não fosse o Newt, com certeza eles teriam passado dos limites. As vezes foi até bom o loiro ter interrompido.

—Agora, é hora de dormir. Precisamos estar descansados para amanhã. — sussurrou a ruiva.

Ele assentiu com a cabeça, como se concordasse com o que a ruiva disse.

—Um beijinho de boa noite antes? — perguntou ele com os olhinhos brilhando, que, apesar de estar escuro, Elleanor conseguiu perceber.

A garota se segurou para não dar uma pequena gargalhada, apenas deu um sorriso fechado. Então, ela se aproximou mais o seu rosto do dele, depositando um selar breve e suave nos lábios do garoto, este que sorriu após o ato dela.

—Boa noite, Min Min. — falou antes de se aconchegar para mais perto dele, se preparando para dormir.

—Boa noite, Elly. — desejou de volta, começando a acariciar os fios ruivos de Ella. Não demorou muito para ambos pegarem no sono devido ao cansaço.


Pesadelos. O que falar deles? Assim como existem alguns sonhos que são tão bons a ponto de parecerem reais, também existem pesadelos que são tão ruins e cruéis a ponto de acharem que é realidade, causando efeitos de desespero e medo na pessoa adormecida.

Em seus sonhos, nomeados como pesadelos, Minho se via cercado de terror e desespero. Os pedidos de socorro estavam se tornando agonizantes. Ele via Newt caído no chão, cercado por Cranks enquanto pedia ajuda.

Porém, ele não se movia. Não conseguia se mover para ajudar o amigo. Seus pés estavam pesados e Minho não conseguia sair do lugar. Foi quando um dos Cranks avançou em Newt, e de repente os seus gritos foram cortados.

Do outro lado, Thomas e Caçarola corriam, mas ao tropeçarem e cairem no chão, uma bomba explodiu, e a explosão engoliu os seus corpos em uma onda de poeira e destroços.

E então, os gritos de Elleanor começou a invadir os seus ouvidos. O pânico cresceu dentro dele. Já estava desesperado demais por não ter conseguido salvar os seus três amigos, não aguentaria perder o amor da sua vida também.

Entretanto, ele não conseguia correr, não conseguia nem sequer se mover, fazendo o pânico crescer mais do que já estava.

Foi quando a escuridão a cobriu por completo, a deixando totalmente fora de sua vista. Um som de tiro foi escutado e seus gritos cessaram no mesmo instante.

Minho acordou em um sobressalto, o peito subindo e descendo como se tentasse recuperar o ar que lhe faltava. O quarto estava totalmente quieto, mas os gritos de socorro de todos ainda o atormentava. Suas mãos tremiam e o suor frio escorria por sua testa.

—Ei, ei, o que houve? — Ella sussurrou, para não acordar Newt e Teresa que estavam lá. Havia acordado quando sentiu o asiático acordar. A garota tocou o seu ombro, como se tentasse o tranquilizar de alguma forma.

Ao vê-lá ali, na sua frente, com a cara amassada de sono e o olhar preocupado fez com que ele se acalmasse aos poucos. Ela estava bem, e muito bem. "Foi só um sonho" ele repetia para si mesmo enquanto passava a mão pelo rosto, tentando se recompor.

—Não foi nada, está tudo bem. — sussurrou rapidamente, tentando evitar olhar nos olhos dela.

Porém, Elleanor sabia que ele estava escondendo algo. Não é normal ele ter esse tipo de reação.

—Nada? Você literalmente parecia assustado e está até suando. — ela tocou o seu rosto, o obrigando a olhar para ela. — Me fale o que aconteceu, Min Min.

Ele balançou a cabeça, desviando o olhar novamente.

—Não foi nada, Elly. Só... Esquece, beleza?

A ruiva sentiu a frustração crescer dentro de si.

—Como você quer que eu te ajude sendo que você não me conta o que está acontecendo? Depois você reclama de mim. É tipo o sujo falando do mal lavado.

Ele sabia que ela estava certa. Sabia que estava sendo hipócrita. Discutiram um pouco mais cedo porque Elleanor não contou o que estava acontecendo, mas opa, Minho também está fazendo a mesma coisa.

—Sabe por que eu não falo dos meus problemas com você, Elly? — perguntou em um sussurro, voltando a olhar para a ruiva que ainda olhava para ele. — Porque você é a solução.

Aquelas palavras sinceras acabou pegando Ella de surpresa. E antes que falasse alguma coisa, Minho voltou a envolver em seus braços, como se fosse a melhor forma de consolo que ele poderia ter.

—Só de saber que vocês estão bem, me deixa mais que aliviado. Já é a solução para o que estava acontecendo.

—Min... — ela começou a dizer em um sussurro. — Você não precisa lidar com as coisas sozinho. Estamos aqui para te ajudar, eu estou aqui para te ajudar. Não precisa fingir ser forte o tempo todo. Seja lá o que aconteceu, eu estou aqui com você.

—E isso já é mais do que o suficiente, Elly. Isso já resolveu o que havia acontecido.

Ele depositou um selar em sua testa, como se fosse uma garantia de que ela estava mesmo ali, na sua frente, viva e bem. Foi só um pesadelo, a sua garota e seus amigos estavam bem. Bom, ele só não sabe o paradeiro de Thomas, mas espera que o moreno junto com a Brenda esteja bem.

—Dá próxima vez, divide comigo, é melhor do que guardar para si. — falou a ruiva.

—Pode deixar. Você vai ser a primeira pessoa que irei procurar. — ele sorriu, arrancando um sorriso dela também. — Vamos voltar a dormir, tudo bem?

A garota assentiu com a cabeça, e antes deles se deitarem de novo, ela selou seus lábios em um outro selinho rápido, deixando Minho completamente estático com essa atitude repentina.

—É uma garantia de que o que quer que aconteceu, não volte mais.

Mesmo com essa conversa dos dois, Newt e Teresa não moveram um músculo. Provavelmente estavam cansados demais para perceber qualquer coisa fora de seu sono. Elleanor e Minho voltaram a se deitar, e o asiático abraçou a ruiva novamente, mais aperto do que antes, como se mais uma vez se certificasse que ela está ali com ele.

E então, os dois adormeceram novamente, e dessa vez, nenhum pesadelo o atormentou.


No dia seguinte, o grupo foi a procura de Brenda e Thomas. Os dois foram encontrados em uma espécie de bar, estavam bêbados e um pouco fora de si e desmaiados. Brenda foi a primeira a acordar e agora estavam esperando o moreno despertar também. Junto com eles, Jorge havia levado Marcus, e estavam todos na casa do homem, e ele estava amarrado em uma cadeira enquanto Jorge o socava para conseguir as informações necessárias.

—Gente, mas aquela festa era medonha. Como vocês conseguiram ficar lá? — perguntou Ella para Brenda, se sentando ao seu lado.

—Marcus disse que vocês estavam lá, acabamos acreditando. — deu de ombros.

—Por isso dizem para não acreditar em qualquer coisa. — ela riu, fazendo a morena rir também. — Eu sou a Ella, acho que não tive a chance de me apresentar oficialmente, Brenda. — se apresentou com um sorriso.

—É, se bem que é verdade. — a de cabelos curtos também sorriu. — Eu amei o seu cabelo, nunca havia visto uma ruiva antes.

—São raridade, nem mesmo quando estava rodeada de garotas eu via muitas.

De repente, Thomas acordou em um sobressalto, parecia assustado e com a respiração falha, além dos olhos arregalados.

—Acordou a Bela Adormecida. — comentou Ella.

—Você está bem. Oi. — diz Teresa, que estava a sua frente com a mão em seu ombro, com um sorriso. — Temos que parar de nos encontrar assim.

—Bem vindo de volta, coisa feia. — falou Minho quando se aproximou dos dois.

O garoto ainda estava meio atordoado, e então acabou se levantando.

—Não quero ficar nessa o dia todo, então eu sugiro que fale, seu desgraçado! — ameaçou Jorge dando um soco no rosto de Marcus, que já estava com a face toda machucada.

—Droga! Desculpe, vai ter que sair da minha casa.

—Parece que você se divertiu. — comentou Newt assim que Thomas se aproximou dele, mas o moreno não deu a mínima para ele.

—Escute. Eu não gosto de machucá-lo. Cadê o Braço Direito, Marcus?

—Espera aí, ele é o Marcus? — perguntou Thomas, incrédulo. Como ele foi tão enganado?

O homem deu risada ao ver que o garoto estava confuso.

—O garoto é esperto. É o cérebro da operação? — debochou. Isso fez com que Jorge puxasse ele pelo cabelo.

—Eu sei que sabe onde se escondem. Me conte, e eu faço um trato com você. Pode vir conosco.

Novamente Marcus riu.

—Eu virei essa página há muito tempo. Além do mais, fiz meu próprio trato. Foi você quem me ensinou a nunca perder uma oportunidade.

—Do que ele fala? — indagou Ethan.

—Eu falo de oferta e procura. O CRUEL quer todos os imunes possíveis. Eu os ajudo a conseguir. Atraio os jovens, se embebedam, se divertem. Depois o CRUEL aparece e separa o joio do trigo. — ele terminou a frase e voltou a rir.

Todos encararam o homem, perplexos e com raiva no olhar, principalmente Jorge.

—Mudei de ideia, hermano. Eu gosto de machucá-lo.

Por fim, ele o chutou, fazendo com que Marcus caísse para atrás junto com a cadeira no chão. Jorge sacou a sua arma e se aproximou dele, ficando em cima de Marcus, apontando a arma para o seu rosto.

—Fale! Fale! — exigiu.

—Está bem! Mas não prometo nada. Eles vivem se mudando.

Com a ajuda de Caçarola, Jorge puxa o homem de volta, deixando a cadeira em pé novamente.

—Tem um acampamento nas montanhas, mas é longe daqui. — ele explicou. — Metade do CRUEL está na sua cola. Nunca chegará lá.

—Não a pé. — Jorge sorriu e colocou as mãos nos ombros do outro homem. — Cadê a Bertha?

Marcus, que antes estava rindo com deboche, ficou em silêncio e com uma cara chorosa se formando em seu rosto ensanguentado. Um sorriso de vitória apareceu nos lábios da ruiva, que se segurava para não rir e soltar um "bem feito, otário". Porém, resolveu se segurar.

—A Bertha, não! — negou ele com uma voz chorosa.


O caminho até o Braço Direito iria ser mais rápido devido a velocidade do carro. Ella estava completamente feliz por não ter que andar mais por dias. A garota estava sentada ao lado de Minho, este que segurava a sua mão e acariciava a região. Obviamente o pesadelo da noite anterior ainda o atormentava. Mas agora estava mais tranquilo ao ver que realmente todo mundo estava bem.

—Então, vocês estão tendo alguma coisa? — indagou Thomas, que estava na parte de trás do banco. — Estão mais próximo do que antes.

—Você não viu nada, Tommy, não viu nada... — comentou Newt com um sorriso malicioso, ele estava no banco da frente junto com Jorge. — Você nem imagina o que esses dois...

—Cala a boca, Newt. — Minho interrompeu. O loiro apenas deu de ombros.

—Mas e aí? Tem algo rolando ou não? — outra pergunta de Thomas. — Foi só eu ficar um dia longe que já acontece um monte de coisa?

—Thomas, eles não querem falar, mas, parece que tem algo sim. — diz Ethan, que estava ao lado do moreno.

—Eu fui abaixar debaixo da mesa para pegar a minha colher e eles estavam simplesmente de mãos dadas. Duvido que não tenham algo.

—E eu acho melhor vocês pararem de se intrometer na vida alheia e ficarem quietos. — falou Ella, olhando para o pessoal lá atrás. — Precisamos nos concentrar na missão.

Mais alguns minutos e o carro teve que parar. No meio do caminho havia mais veículos estacionados, impedindo que a passagem. Todos desceram do carro ao ver a situação em que se encontravam agora.

—É, agora ficamos a pé. — concluiu Jorge.

O grupo começou a andar enquanto olhava ao redor. Havia alguns carros que estavam com vidro quebrado e totalmente vazios. De repente, um tiro soou, assustando todo mundo ali, fazendo com que eles se abaixassem e se escondessem. Ella ficou junto com Minho, Newt e Ethan atrás de um carro.

—Estão todos bem aí? — Thomas perguntou alto.

—Estamos! — Teresa respondeu por todos, fazendo a ruiva revirar os olhos.

—Tantos tiros e nenhum acertou aquela praga... — murmurou ela enquanto balançava a cabeça em negação. O único que ouviu foi Ethan, que acabou dando uma risada com o comentário da ruiva.

—Alguém sabe de onde vem os tiros? — quis saber Newt.

Mais uma leva de tiros começou e após alguns segundos havia parado.

—Pessoal, se preparem para ir para a Bertha! Tapem os ouvidos! — avisou Jorge.

A voz de duas garotas fizeram Jorge interromper a sua contagem. Elas começaram a direcionar Jorge e Thomas para um canto enquanto apontava as suas armas.

—Vocês quatro aí! Levantem! Para lá! — uma delas ordenou para Ella, Minho, Newt e Ethan, que se levantaram sem hesitar com as mãos para cima em rendição.

—Depressa!

A garota morena franziu o cenho enquanto encarava o outro grupo que elas haviam ordenado para se levantarem.

—Aris? — perguntou enquanto olhava para o garoto ao lado de Teresa, fazendo todos olharem para ele.

—Meu Deus! Harriet? — indagou Aris assim que a morena tirou sua bandana que cobria seu rosto.

—Meu Deus. O que faz aqui? — quis saber Harriet enquanto o abraçava.

A outra garota, cujo nome é Sonya, o abraçou também.

—Deu sorte de não atirarmos em você. — diz a loira.

A ruiva olhou para a menina loira, e em seguida olhou para Newt. Era como se um flash de memória acendesse em sua mente, uma memória de anos atrás, quando Newt levou todo mundo para ver a sua irmãzinha, Lizzie, que estava em um quarto específico para o Grupo B.

Seria ela a irmã do Newt? Aquela que ele sempre ia vê-lá quando podia?

—Ah... O que está rolando? — questionou Minho.

—Éramos do mesmo labirinto. — respondeu Aris.

Logo, Harriet assoviou, como se fosse uma espécie de sinal.

—Tudo certo gente! Podem sair!

As duas garotas lideraram a guia para levarem o grupo para onde estava o Braço Direito. Eles passaram por um túnel para irem até os carros, esses que iam os levá-los até a base. O grupo foi dividido para caberem nos dois veículos e assim, foram até onde estava localizado o acampamento.

O caminho não era muito longo e demorou apenas alguns minutos para chegarem. Quando os carros foram estacionados, todos desceram, observando o local com atenção. Então era ali que estava o Braço Direito.

Havia várias pessoas ali, vivendo como gente normal, sem CRUEL, sem Fulgor. Parecia que ali era um lugar seguro.

—Planejam isso há mais de um ano. — explicou a morena. — É tudo por nós.

—Deram a sorte de nos achar agora. Nos mudamos ao amanhecer. — diz a loira. — Cadê o Vince? — ela perguntou para um grupo de pessoas ali perto, que indicou onde ele estava.

—Quem é Vince? — questionou Thomas.

—É ele quem decide se vão ficar. — Harriet respondeu.

—Pensei que fossem um exército. — comentou Minho.

—Nós já fomos um. — eles pararam ao ver que um homem loiro de cabelos que iam até os ombros se aproximar. — É o que sobrou de nós. Muita gente morreu para chegarmos aqui. Quem são?

—São imunes. — respondeu a de tranças. — Pegos subindo a montanha.

—Já verificou? — questionou, ficando em alerta.

—Conheço esse cara, Aris. Confio nele. — Harriet apontou para o mencionado.

—Eu não. Verifique todos. — ordenou ele.

—Chefe! — um dos homens o chamou ao reparar em Brenda, que estava ofegante.

Logo, a mesma caiu no chão, fazendo todos ao redor se preocuparem, principalmente Jorge.

—Brenda! — Jorge a chamou enquanto se abaixava ao lado dela, preocupado.

—O que há? — Vince indagou. — O que ela tem? — perguntou novamente, se abaixando ao lado deles dois.

—Eu não sei. — respondeu o outro homem. — Você está bem?

O adulto de cabelos médios viu a faixa que cobria uma parte da perna de Brenda, ele abaixou o tecido, vendo a mordida de um Crank.

—Merda! — ele se levantou rapidamente, pegando a sua arma. — Temos um Crank!

—Espere! — Thomas interviu, se colocando a frente dos dois que estavam no chão. O outro homem agarrou Jorge, o afastando da garota que estava no chão. — Escuta! Foi há pouco. Não é perigosa ainda.

—Não devia tê-la trazido! — exclamou o adulto, aparentemente bastante nervoso.

—Eu sei. — o moreno assentiu.

—Se ela entrar, o refúgio já era. — diz. — Se afaste!

—Eu entendo. Só me escute, por favor! Eu disse que você ajudaria. Deve haver algo que possa fazer.

—Sim, posso fazer algo. Posso acabar com o sofrimento. — falou ativando a arma, pronto para atirar.

—Não! Não! — berrou Jorge, que tentava se soltar dos dois homens que o segurava.

—Vince, chega. Podem soltá-lo. — uma voz feminina soou no local, fazendo com que todos olhassem para a dona dela. Era uma mulher mais velha, com cabelos castanhos de tamanho médio. Com a ordem da mulher, os homens soltaram Jorge.

—Ela está infectada, doutora. Não podemos fazer nada por ela. — explicou Vince.

—Não, mas ele pode. — o olhar dela foi para Thomas, fazendo todos o encarar. — Oi, Thomas. — ela sorriu.

—Mas que merda é essa? — murmurou Ella.

—Você me conhece? — perguntou o mesmo.

—Interessante... — diz pensativa, dirigindo seu olhar para a ruiva que estava ao lado de Minho. — Faz sentido que o tenham posto no labirinto. Além de Elleanor, é claro, foi graças a ela que você foi jogado lá também.

—Espera aí, como assim? — indagou a ruiva, se aproximando de Thomas, ficando frente a frente com a mulher. — Me conhece também?

—Conhecia o seu irmão. — respondeu a mais velha, fazendo com que todos a olhassem com um olhar confuso. — Uma pena que ele morreu, Elliott era um ótimo garoto. — a mulher se abaixou ao lado de Brenda, que estava ofegante. — Mas admito que tive medo que o matassem depois do que fez. Aliás, depois do que vocês fizeram.

—O que nós fizemos? — quis saber Thomas.

—Bom, vamos começar com a Elleanor. Ela sempre foi... corajosa, determinada, sensível, sempre pronta para ajudar os outros. Nesse quesito você se parece com o seu irmão. Quando os seus amigos foram para o Labirinto, Ella hackeou o sistema do CRUEL, para planejar uma rota de fuga segura, para que todos fossem embora com segurança. Obviamente não deu certo, ela foi pega na noite em que ia desligar os verdugos e travar as portas do Labirinto. Não pensaram duas vezes antes de a lançar lá. E você, Thomas, a primeira vez que nos falamos, disse que não aguentava mais ver os seus amigos morrerem um por um. Também disse que ia terminar o que a Elleanor havia começado. A última vez que nos falamos, me deu as coordenadas de cada complexo, experiência e laboratório do CRUEL.

Um sorriso orgulhoso surgiu nos lábios da ruiva enquanto olhava para o garoto ao seu lado. Mas, diferente dela, Thomas ainda estava bastante confuso.

—Leve-a para a tenda. — ordenou, se referindo a Brenda. — Deem roupas quentes a eles. É o mínimo que podemos fazer. — ela diz de uma forma simpática. — Thomas, venha. Preciso tirar seu sangue.


—O que faz aqui? — indagou Ella se aproximando de Ethan, este que estava um pouco isolado do grupo, sentado em uma pedra. A ruiva percebeu que ele estava chorando, o que a deixou mais preocupada. — Ei, o que houve?

—Ela não está aqui... — ele respondeu com a voz fraca. — Minha Izzy... ela... não está aqui. — o loiro fungou. — Acho que o CRUEL deu um fim nela ou ela morreu antes de chegar aqui, assim como Winston e Jack.

—Eu... Sinto muito, Ethan, sério. — ela diz enquanto colocava a mão em seu ombro, tentando o consolar.

—Pelo menos eu tentei. Mas para falar a verdade, acho que não vou com vocês.

Um semblante confuso apareceu no rosto da ruiva.

—Por que diz isso?

—Eu não sou imune, Ella. — respondeu enquanto a olhava com os olhos vermelhos e inchados. — Duvido muito que eles vão deixar eu ir. Só aceitam imunes, esqueceu?

—Podemos tentar, vai que conseguimos. Não podemos perder as esperanças. Mas eu não vou te deixar para atrás, poxa, você andou esse deserto inteiro para nada?

—Acontece. — falou dando de ombros.

—Ethan, qual é! Não vou deixar que isso aconteça, somos amigos agora. Talvez se insistir um pouquinho, vai que dá certo.

A esperança de Elleanor deixou Ethan esperançoso também. Talvez poderia ir junto com eles se insistisse. O loiro assentiu com a cabeça, como se concordasse com a ruiva.

—Valeu. — ele agradeceu com um sorriso, recebendo um sorriso da garota.

Logo, uma informação invadiu a sua mente. Uma informação que ela ficou desconfiada após a sua conversa com Newt.

—Vem cá, eu vou ser muito insensível se eu perguntar algo para você totalmente nada a ver com o que estamos conversando? — ele negou com a cabeça, indicando que não teria problema. — Você disse que Elliott morreu há três anos, porém em uma das minhas memórias, no dia que eu ia para o Labirinto, Thomas o mencionou, como se ele estivesse vivo. A questão é que fui para o labirinto há dois anos atrás.

Ethan franziu o cenho, confuso. Logo ele começou a contar em seus dedos, como se estivesse fazendo um cálculo sobre o ano em que estão e o tempo em que Elliott Paige morreu. A confusão em seu olhar mudou para uma reação de que percebeu que havia dado uma informação errada totalmente sem querer.

—Merda! Me desculpa! Eu confundi real, foi há dois anos atrás mesmo. — ele diz, voltando a olhar para ela. A garota começou a rir com a reação dele. — Nós dois não éramos muito próximos, por isso acabei confundindo. E tem aquela coisa, minha irmã, o CRUEL... Tudo estava bagunçado em minha mente.

—Não tem problema! Eu te entendo completamente! — ela diz dando uma gargalhada, fazendo com que o loiro a imitasse.

—Espera aí! Agora eu estou percebendo, você é a irmã dele, não é?

A ruiva hesitou um pouco antes de responder. Não havia falado que era filha de Ava Paige nem para os seus amigos, porém, obviamente Ethan ia perceber, afinal, ele tem suas memórias e trabalhou para o CRUEL também. Então, seria melhor contar ao invés de esconder.

—Sim, é por isso que estou tão curiosa sobre ele. — respondeu Ella.

—Olha, eu não posso te ajudar muito, como eu disse, não éramos muito próximos. Mas de uma coisa eu sei, ele te amava muito, e deixava isso bem claro para todos, tanto em palavras como em atitudes.

Um sorriso involuntário apareceu nos lábios de Elleanor. Aquela informação era mais do que o suficiente, era exatamente do que ela precisava. Pelo menos o seu irmão a amou e era uma boa pessoa.

—Eu só peço, por favor, que não conte para os meus amigos sobre... isso. Eles não sabem que sou filha da doutora Paige, e tenho medo da reação deles se souberem, sabe? Prefiro contar quando for a hora certa.

Ethan segurou a sua mão e sorriu.

—O seu segredo está guardado comigo, e esse eu garanto que ninguém vai tirar de mim, eu prometo.

Ella sorriu com a promessa dele. Confiava em Ethan e sabe que o ocorrido na ala hospitalar não foi culpa dele. E realmente não foi. O Parker iria sim jogar os tubos de sangue da garota fora, mas foi pego antes que cumprisse a sua promessa que fez a ruiva.

—Bom, você perdeu a sua irmã, mas ganhou uma família! Vamos lá! Somos todos amigos e os meninos gostam de você! Vai ser melhor se você se juntar a nós. Aí você não fica pensando muito na Izzy e não fica triste.

O loiro soltou uma gargalhada ao ver o entusiasmo dela para não o deixar sozinho.

—Tudo bem, você está certa, é melhor mesmo eu distrair a mente.


Esse aqui até que ficou bem grande em?

Peço desculpas pela demora, que sim, foi proposital. Eu enrolei para postar porque eu tinha pedido uma capa e uma crackshipp para o Ato Três, e, agora que as recebi, posso oficialmente voltar com a postagem normal!

Esse é o PENÚLTIMO capítulo do Ato Dois! Passou tão rápido😭💔

MUITO MAS MUITO OBRIGADA PELOS 4K DE VOTOS! SÉRIO, MUITO OBRIGADA MESMO PESSSOAAAALLL! SAIBAM QUE SEUS VOTOS E COMENTÁRIOS ME MOTIVAM MUITO A CONTINUAR COM ESSA FIC QUE AMO TANTO ESCREVER💜✨️

Já deixo bem avisado, o Ato Três vai ser o mais triste e o mais bombástico que vai ter! É onde simplesmente vai ter TODAS as revelações possíveis! Vocês estão se perguntando o que acontece com a Ella? Por que ela, o Thomas e a Teresa conversam por telepatia? Tudo isso e mais coisas vocês vão descobrir no próximo ato!

Se preparem para o próximo capítulo em? Esse aí vai ser forte!

Minha mais nova amizade favorita é Ethan e Ella! Esses dois vão entregar viu?

Falando no Ethan, vejo que no capítulo do shopping abandonado, cujo não lembro o número, muitos de vocês estão shippando o Ethan com o Newt, e já quero deixar bem claro que: não, o Ethan NAO VAI ficar com NINGUÉM na fic! Eu não criei ele com o objetivo de fazer casal com alguém e pretendo manter desse jeito. Peço desculpas se alimentei esperanças em vocês sobre esse casal, mas agora vocês já sabem que não vai ter💜

Outra coisa: eu acabei fazendo um furo de roteiro em relação a um diálogo no capítulo anterior. Esqueci completamente que na verdade era para acontecer aquele diálogo do capítulo do ato dois. E por isso, eu modifiquei. Só avisando isso mesmo.

Mais uma coisa: FIRE BLOOD ESTA DE CAPA NOVA FEITA PELA DIVA KAMYS (spiidermoon)! MUITO OBRIGADA KAMYYYSSS💜

Eu também havia feito uma capa, mas acabou ficando por pouco tempo, kakakakak. Lembrando que, quando o Ato Três sair, irei colocar as três capas no capítulo de gráficos🫶🏻

Peço perdão pelos erros ortográficos ou até mesmo de roteiro. Tento ao máximo evitá-los, mas pode sim passar despercebido.

Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️

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