ix. pit

𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗡𝗢𝗩𝗘
❝ amansador ❞


—El? — a voz de Newt fez a ruiva sair de seus pensamentos. — Já pode diminuir as chamas.

Só então ela percebeu que as chamas que dançavam em suas mãos estavam mais altas do que antes de entrar em seu transe. Imediatamente a garota deu um jeito de fazer as chamas sumirem de suas mãos, Ella já estava pegando o jeito, já conseguia controlar as chamas mas não tão facilmente, ainda precisa de muito treinamento.

—Me desculpa... Eu estava meio pensativa.

—Meio? Ella, o que está acontecendo? É sobre a garota nova? — quis saber o loiro.

A ruiva ficou pensativa se falaria ou não para Newt o que tinha acontecido perto da árvore. Obviamente ela decidiu falar, Newt é seu melhor amigo, ele a entende melhor do que ninguém.

—É uma coisa um pouco... estranha, vamos dizer... — começou a dizer. — No dia que entramos no Labirinto, Thomas e eu descobrimos que podemos conversar mentalmente. — uma expressão surpresa apareceu no rosto do loiro. — Não sabemos porque temos esse dom, mas conseguimos conversar por telepatia. E agora, descobri que talvez posso fazer isso com a garota nova. Ela também aparece nos meus sonhos, Newt, e simplesmente disse o meu nome na minha mente, como se me conhecesse. Isso é um tanto estranho, não é? Já que, todo mundo chega aqui com suas memórias apagadas e só depois que se lembram do seu próprio nome...

—É bem estranho mesmo. — o loiro também começou a ficar bem desconfiado junto com a ruiva.

Alguém se aproximando fez os dois se virarem na direção da pessoa. Era Chuck.

—Aconteceu alguma coisa, pequeno? — perguntou Ella.

—Não, eu só queria ficar com vocês e ver os poderes da Lala. — respondeu o mais novo. — Posso?

—Pode sim. — respondeu Newt, o que fez ele receber uma encarada da ruiva. — Fica tranquila, você está indo muito bem, já sabe controlar bastante os seus poderes.

É, por parte ele está certo, e Ella confia em Newt, sempre confiou. Por isso, a garota se abaixou para ficar na altura de Chuck.

—Está preparado? — indagou, o pequeno assentiu com a cabeça. — Então vamos lá.

A ruiva ergueu a mão, e logo seus olhos se tornaram um laranja intenso, vibrante como sempre. Ella concentrou toda a sua energia, determinada a fazer o fogo surgir em sua palma. Segundos depois, as chamas começaram a dançar suavemente. O olhar surpreso e admirado de Chuck foi bastante notável, revelando o quão impressionante era aquele momento.

—Que legal! — exclamou ele enquanto a garota mexia sua mão, como se estivesse brincando com as chamas. — É muito bacana! Parece coisa de super herói, ou coisa do tipo. É como se você fosse uma super heroína com esses poderes de fogo!

—Você acha? — ela diz olhando para o pequeno que assentiu com a cabeça, logo as chamas se cessaram. — Então eu vou ser a sua super heroína que vai te salvar dos Verdugos malvados enquanto fugimos para a liberdade! — disse dando risada e fazendo pequenas cosquinhas em Chuck, que também dava gargalhadas, Newt olhava a situação e ria junto com eles.

—Pessoal! — a voz de Thomas fez eles três terem sua atenção para ele. — Precisamos do Newt e da Ella lá na enfermaria. É sobre o Alby.

—Aconteceu alguma coisa com ele? — indagou Newt, preocupado.

—Ainda não, e independente da nossa escolha, vai acontecer sim.

—Nem sabemos o que é. Não sabemos quem enviou. E nem porque veio com você. — Newt hesitou. — Pelo o que sabemos, isso pode matá-lo.

Thomas e Teresa haviam explicado suas suposições sobre o possível antídoto que a novata tinha em seu bolso. Nesse tempo de explicação, já havia anoitecido.

—Ele já está morrendo. — o novato diz apontando para o líder que estava ofegante. — Olhe para ele. Como pode ficar pior? Vale a pena tentar.

O loiro ficou um pouco pensativo, pensando se aceitava essa ideia ou não.

—Está bem. — concordou. — Injete. — ele entregou a espécie de seringa para Thomas.

O moreno andou rapidamente até Alby, posicionando o possível antídoto no peito do líder. Ele virou a sua cabeça para olhar para os outros.

—Está bem. — ele diz.

Mas, antes dele injetar o líquido, Alby acordou, em questão de segundos, agarrou Thomas pela gola da camisa com muita agressividade.

—Você não devia estar aqui! — exclamou Alby. — NÃO! — gritou.

Imediatamente, Ella e Newt se aproximaram para puxar Thomas para longe de Alby enquanto Clint e Jeff tentavam fazer o líder o soltar. Mas Alby segurava a gola da camisa de Thomas com tanta força que ninguém conseguia fazê-lo soltar o novato.

—Cuidado! — diz Newt tentando puxar o novato.

—Pegue a seringa! — ordenou Ella para Teresa.

—Me larga! — exclamou Thomas

Teresa rapidamente pegou a seringa e injetou no peito do líder, o que o fez largar Thomas e se acalmar, regulando a sua respiração. Todos estavam assustados com essa reação de Alby, parecia que todos os que foram picados pelo Verdugo têm alguma coisa contra Thomas.

—Deu certo. — Jeff suspirou aliviado.

—Daqui para frente, alguém fica aqui, e o vigia o tempo todo. — ordenou Newt.

—Ei... — a voz de Gally fez todos olharem para ele. Ele havia acabado de entrar na enfermaria. — Escureceu, Fedelhos. Hora de ir.

A ruiva revirou os olhos. Ia receber uma punição por pura injustiça, já que ela não havia feito nada de errado.

—Pode ir levando o Thomas, vou conversar um pouco com a Ella. — diz o loiro.

Gally, sem muita escolha, assentiu com a cabeça, logo Thomas e ele saíram da enfermaria.

—Olha, El, me desculpa. Sei que você não fez nada. Mas naquele dia na Conclave, Gally encheu tanto o meu saco que... Você sabe.

—Ele irrita qualquer um, eu sei. — a garota deu um sorriso.

—E isso não é uma punição, pelo o contrário, vai ser uma forma de você treinar os seus poderes, sozinha, sem a minha ajuda, para ver se você dá conta deles sozinha. — ele diz e sorriu.

Ella se despediu de todo mundo na enfermaria e saiu de lá, indo em direção ao amansador, onde já era praticamente o seu novo local de dormir. Ela entende o Newt, mesmo que a sua decisão foi um pouco injusta.

Ao chegar no amansador, Gally estava lá segurando uma tocha, apenas a esperando.

—Feliz? — perguntou enquanto o encarava. — Na real, Gally, eu não sei o que você tem contra mim, eu nunca fiz nada que pudesse te fazer desconfiar de mim.

—Bom, vamos lá. Você foi a primeira garota a chegar aqui, isso já é um tanto estranho. Está na cara que temos um trolho espião, e deve ser vocês três. Depois, veio essa questão dos seus poderes estranhos. Já tenho motivos os suficientes, não acha?

—Não. Isso é totalmente criancice e sem sentido.

O loiro apenas bufou e abriu a porta do amansador. Ella, sem reclamar, entrou, a porta sendo fechada e trancada logo em seguida.

—Nós não vamos ficar aqui para sempre, Gally. Se não fugirmos, vamos morrer pela falta dos suprimentos.

Gally apenas a encarou e a ignorou. Após trancar a sua porta, foi embora, levando consigo a única iluminação que havia naquele pequeno quadrado.


"Está tudo bem?" — Ella se assustou quando ouviu a voz de Thomas em sua mente. A garota estava sem sono, e por isso aproveitou para treinar mais um pouco o controle dos seus poderes. Além de estar um pouco pensativa sobre a nova garota.

"Não" — ela lhe respondeu. — "O que você acha da nova garota?"

"Ah, achei ela legal. Parece ser boa pessoa" — respondeu.

Claro que ela não ia contar suas desconfianças. No começo, Ella havia gostado de ter uma nova garota na Clareira, mas depois de Teresa simplesmente dizer seu nome em sua mente antes mesmo dela se apresentar é um tanto quanto estranho.

Passos começaram a se aproximar junto com outra iluminação além das chamas que saiam das mãos de Ella, o que fez Thomas acabar se assustando e a ruiva cessar o fogo.

—Quem está aí? — perguntou Thomas.

—Sou eu. — era Chuck. A voz dele fez o moreno ficar mais aliviado.

O pequeno se aproximou, iluminando os dois quadrados em Thomas e Ella estavam.

—Desculpe. — o moreno se desculpou.

—Thomas se assusta até com a sua própria sombra, é incrível. — a ruiva diz dando uma gargalhada.

—Tome. Correm melhor de estômago cheio. — o pequeno fiz entregando comida e água para os dois e eles agradeceram. Logo Chuck ficou de frente para o amansador onde Ella estava.

Enquanto a garota comia, viu Chuck com um objeto em mãos.

—O que está segurando? — quis saber Ella.

Chuck mostrou o objeto para ela. Era um bonequinho de madeira, e parecia ter sido feito pela própria criança.

—Que lindo, cachinhos! — Ella elogiou o objeto com um sorriso. — Para que serve? Simpatia? — a última pergunta foi mais uma brincadeira, o que fez o mais novo rir.

—Não, Lala, é para os meus pais. — ele respondeu.

—Você conseguiu se lembrar deles?

—Não. Mas sei que tive pais. — explicou. — E onde estiverem, sentem saudades, eu só não sinto porque não me lembro deles. — ele ficou quieto por alguns segundos enquanto olhava em direção às portas que davam entrada ao Labirinto. — O que acham que vão encontrar lá amanhã? — voltou a olhar para a ruiva.

—Eu não sei. — Thomas resolveu responder. — Mas se houver uma saída, pode ter certeza que eu, Ella e Minho vamos achar.

Novamente, Chuck ficou um pouco pensativo, até que entregou o bonequinho para Ella.

—Toma. — ele diz enquanto dava o objeto.

—Por que me daria isso, cachinhos? — perguntou a ruiva.

—Não me lembro deles mesmo... Se acharem uma saída, pode dar a eles por mim. Vou deixá-los dormir. — ele se levantou e começou a se afastar dos amansadores.

—Chuck. — Ella o chamou, fazendo com que ele se aproximasse novamente. — Vai, me dá a sua mão. — assim que ele estendeu a mão, a mais velha entregou o bonequinho para ele de volta, fechando a sua mão e dando um beijo nas costas da mão dele em seguida. — Quero que você dê a eles. Eu prometo, prometo mesmo que vamos sair daqui. — ela fez a promessa com um sorriso.

—Certo. — o pequeno também sorriu. — Boa noite, Lala. Boa noite, Thomas.

—Boa noite, Chuck. — os dois responderam em uníssono.

Enquanto o mais novo se afastava, Ella ficou pensativa e depois que comeu, voltou a treinar os seus poderes. Iria fazer de tudo para que todos saíssem do labirinto em segurança, e para isso, precisava treinar e estudar sobre os seus poderes para conseguir ajudar os outros na fuga. Ela vai cumprir a sua promessa, nem que morra para isso acontecer.


Alguns minutos haviam se passado, quase uma hora. Thomas já estava dormindo enquanto Ella ainda estava acordada. Não havia parado de usar seus poderes desde a hora que Chuck saiu. Iria fazer jus ao que foi fazer ali: treinar e estudar sobre os seus poderes. Até agora ela não sabe o porquê de ter esse dom, e estava bastante curiosa para saber. Será que nasceu assim? Ou algo acabou acontecendo ao decorrer da sua vida? Seja o que for, ela espera descobrir assim que sair da Clareira.

As chamas se cessaram imediatamente quando ela sentiu suas veias queimarem como nunca. Sua cabeça havia começado a queimar, mas isso era o de menos. A ruiva começou a massagear com os seus dedos onde ficava as veias da mão, com o objetivo de passar a ardência. Se isso estava acontecendo, é porque já era hora de parar e ir dormir.

Passos foram escutados, e essa a garota reconheceu imediatamente. Era os passos de Minho que estava se aproximando do amansador.

—Ella? — ele a chamou, mas a ruiva ainda estava concentrada massageando as veias de sua mão. — Está tudo bem?

—Não, Minho, não está nada bem! — ela respondeu. — Eu estou aqui de novo por causa do Gally, isso é totalmente injusto! — logo a garota percebeu que havia sido um pouco grossa com Minho, mesmo ele não tendo culpa de seus problemas. Ella olhou para ele com um olhar culpado. — Me desculpa... Acabei sendo grossa sem querer.

—Não tem problema, você tem seus motivos. — ele deu de ombros.

—O que você está fazendo aqui? Não era para estar dormindo?

—Era. Mas acabei ficando preocupado com você e vim te ver. — o asiático diz meio sem jeito.

—Ficou preocupado comigo? — indagou a ruiva com um sorriso de canto.

—É... fiquei... — respondeu coçando a nuca. — E vim te trazer isso. Você gosta de dormir coberta. — ele entregou uma manta pelas brechas que havia na porta do amansador. Só então que a garota percebeu que era a mesma manta que estava nela no dia seguinte da fogueira, quando ela dormiu no Campo-santo.

Não foi Newt e nem Chuck que havia colocado a manta nela, foi Minho.

—Ella, o que aconteceu com a sua mão? — perguntou preocupado quando viu a mão da garota quando ela pegou a manta. Havia pequenas queimaduras de primeiro grau no dorso de sua mão, na região onde fica as veias. E só com essa pergunta que ela percebeu que realmente havia queimaduras.

—Ah, não é nada. Eu só... treinei demais. — respondeu enquanto dava de ombros.

—Me dê a sua mão. — ele pediu enquanto esticava a sua mão para segurar a mão da ruiva.

Ella, meio hesitante, esticou a sua mão também. Minho a segurou e começou a analisar o local. Em seu ponto de vista, não era nada, a sua garota estava machucada, e isso o fazia ficar preocupado e com a necessidade de fazer algo.

—Eu vou na cozinha buscar gelo, já volto. — ele diz se levantando e começando a caminhar em direção a cozinha.

—Minho, não precisa... — mas era tarde demais, ele já havia se afastado.

Demorou uns dois minutos para ele voltar com um saco com uns quatro cubo de gelo. O asiático se abaixou novamente e pediu com o olhar para que a ruiva esticasse sua mão novamente. Assim que sua mão tocou a sua, ele pressionou levemente a compressa de gelo improvisada onde estava as queimaduras. Ella fez uma careta assim que sentiu a compressa gelada entrando em contato com as queimaduras, mas logo ela olhou para o asiático, que começou a olhar para ela também. Aquela troca de olhares fez uma sensação estranha invadir o seu estômago. Apesar do desconforto na mão, a admiração pela atitude de Minho foi maior. E bom, o asiático estava completamente hipnotizado pelas íris azuis de Ella, ele poderia admirar aquele olhar por horas. Mas ele sabe que já estava na hora de ir.

—É... Preciso ir. Te vejo amanhã? — perguntou. A ruiva confirmou com a cabeça. — Boa noite, Ella.

—Boa noite, Minho. — ela diz com um sorriso.

Após deixar o saco de gelo com ela, ele foi embora. Ella ficou sozinha de novo com seus pensamentos, dúvidas e desconfianças, que a envolveu como uma neblina escura e sombria.


Oioi gente! Peço mil perdões pela demora! Prometo que a partir de hoje não demoro mais🙈

Eu preciso postar esse capítulo e sair correndo porque vou trabalhar agora e tenho muita coisa para fazer aqui em casa, mas resolvi terminar a fic e postar para vocês ainda hoje😝

Então, por isso hoje não vai ter muita coisa nas notas finais, e pior que eu tinha coisa para mostrar para vocês, mas prometo que no próximo capítulo eu mostro!

O que acharam? Estão gostando da fanfic? Gostaram do capítulo?

A ordem de postagem continua a mesma pessoal!

Peço perdão pelos erros ortográficos, tento ao máximo evitá-los, mas pode passar despercebido.

Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top