capitulo vinte e quatro.
—— diga que me ama e então querida, você me terá aos seus pés.
Eu estava ignorando Suna Rintarou, já tinha se passado quase uma semana desde que saí da sala do diretor e conversei com Osamu. Fiquei sem coragem para encarar ele, não sabia o que dizer e nem falar, trocamos algumas mensagens pelo celular, mas no final sempre dava uma desculpa que estava estudando, o que não era de todo modo uma mentira. Esses dias prestei mais em estudar para a futura prova de matemática que enfrentaria, já que ultimamente estava acontecendo todas as coisas de uma vez, e não estava tão focada nos estudos como gostaria. Essa olimpíada aconteceria semana que vem, na sexta-feira, então eu tinha exatamente uma semana para me concentrar apenas nisso, porquê depois disso seria o meu futuro e em qual faculdade eu entraria.
Depois de tudo, também não conversei muito com Isabella ou com os gêmeos, cada um tinha seus próprios problemas agora, estavam resolvendo suas coisas, e então eu tambem busquei resolver as minhas. Tentei não pensar em nenhum momento sobre a conversa com o senhor Reiko, mas tudo estava tão nítido na minha mente que era impossível no final da noite, não pensar apenas nisso. E aquela carta que ele me fez levar a força ainda estava na minha escrivaninha do dormitório, eu ainda não tinha aberto o papel, porém uma curiosidade sobre isso corria o meu corpo,em relação ao conteúdo da carta, tentei diversas vezes jogar fora, mas também não consegui. E o emblema bem desenhado com uma caligrafia perfeita escrito Para Senhorita [Nome]. Me chamava muito a atenção, porém também não tive coragem de abri-la, tinha medo do que poderia estar escrito, eu não sentia que era algo bom.
Meus olhos rolavam pelo livro de álgebra em cima da mesa, eu estava na biblioteca fazendo alguns exercícios do caderno e algumas anotações que poderiam ser útil futuramente. Já estava ficando tarde, mas como era sexta-feira o local ficava aberto até umas dez horas da noite, então eu tinha em mente aproveitar todo o horário disponível. Enquanto eu me levantava em buscas de mais alguns livros sobre geometria analítica e espacial, meus olhos rodavam pelas fileiras de livros, algumas mais vazias que outras. Parei lentamente na prateleira de romance, dedilhei com o indicador até parar em um que me chamou a atenção, O morro dos ventos uivantes, era um bom romance, um tanto sombrio em algumas partes, mas com ótimos detalhes que a narrativa do livro tinha. Era sobre a paixão de dois irmãos, um era adotivo é claro, mas ainda sim eram irmãos. Então fica óbvio que o romance dos dois nunca poderia acontecer e a principal dor acontece quando a personagem feminina morre. A muito sentimentos envolvidos nesta história, e é o que me atrai bastante, consegui pensar em alguém claramente, quando peguei este livro. Foi inevitável não sentir um sorriso brotar em meus lábios.
—— Não sabia que curtia esse tipo de livro.
Aquela voz que já era muito familiar para mim, sobrou ao lado do meu ouvido me fazendo virar para olhá-lo no mesmo instante. Ele estava incrivelmente bonito, como sempre.
—— Eu gosto - dei de ombros me encostando na estante, mantendo uma distância segura do meu corpo ao dele.
O moreno me encarava sério, os olhos amarelados dele estavam mais felinos hoje, sentia ele observando cada parte do meu corpo ali naquele pequeno corredor onde estávamos juntos.
—— O que foi? - eu perguntei após perceber que ele não falara nada.
Vi ele olhar minhas mãos segurando forte o livro contra meu peito, era quase como se ele soubesse que eu estava escondendo algo dele. E antes que eu pudesse perguntar algo de novo, ele respondeu;
—— Você vai sair comigo hoje - Rintarou falou, colocando suas mãos no bolso da calça e me encarando sério.
E eu percebi que a frase dele não foi um convite.
Foi uma exigência.
Que inferno, eu odiava quando ele achava que poderia jogar esse ar de prepotente comigo, mordi com força meus lábios segurando um palavrão ali.
—— Eu sei que isso não foi uma pergunta, mas eu não posso Suna, estou ocupada com meus estudos. - disse segurando seu olhar em mim.
Quando eu comentei aquilo, sua reação me chamou a atenção, um sorriso maroto e travesso brotou na lateral de seus lábios, eu estranhei, mas senti meu corpo todo se arrepiar quando ele começou a se aproximar mais de mim. Estava me encarando com fervor, seus olhos amarelados passaram a ser um grande misto de curiosidade.
Tentei dar alguns passos de marcha ré, buscando distância, mas minhas costas já batiam na estante atrás de mim. Ele me encurralou.
Suna parou colado na minha frente.
Ele estava próximo demais.
Perigosamente próximo.
E então praticamente me cercando, ele colocou sua mão esquerda próxima a minha cabeça, porém um pouco mais para cima. Enquanto sua outra mão agarrou a minha cintura, eu pude sentir a sua pulseira de couro raspar na lateral do meu corpo. Suna em nenhum momento desviou seu olhar do meu.
Aquela proximidade me fez segurar forte o ar em meus pulmões, eu não conseguia evitar e muito menos controlar o efeito que Rintarou causava no meu corpo. Quando vi seus olhos brilhando e abaixando para encarar meus lábios, eu engoli em seco, sua mão foi tirada da minha cintura e posta ao lado da minha boca, ele alisou meu lábio inferior com o polegar e eu fechei os olhos sentindo seu contanto. Ele contornou meus lábios no fim e depois levou sua mão de volta a minha cintura, pondo pressão ali, me fazendo arquear as costas um pouco. E quando eu fiz, sua mão desceu carinhosamente de minha cintura até tocar minha perna em baixo da saia do uniforme que eu vestia.
Eu o encarava de uma maneira tensa, enquanto sua mão fazia uma ágil carícia na lateral da minha coxa. O olhar dele nesse momento era indecifrável.
Vi o rapaz inclinar sua cabeça e se aproximar do meu pescoço, molhando aquela região com seus lábios. Eu não fui capaz de resistir, e um gemido de surpresa escapou dos meus lábios, eu não sabia o que Suna estava tramando mas aquilo me levaria a loucura fácil, fácil.
—— O que está fazendo? Alguém pode ver a gente - respondi cravando as unhas nos ombros dele.
—— Sabe... - Suna falou me ignorando e depositou um beijo quase próximo ao meu ouvido, arrepiando a área ali —— eu não gosto... - ele apertou minha coxa antes de terminar aquela frase, e foi inevitável não soltou outro gemido de surpresa com seu ato. Vi ele abrir um grande sorriso. —— de malditas mentiras... —— seus lábios então tocaram meu lóbulo, me fazendo soltar um pequeno gritinho com a aproximação repentina. Maldito seja Suna Rintarou. Nesse momento pensei de várias maneiras se alguém ali na biblioteca tinha ouvido ou visto algo, agradeci mentalmente por estarmos na última fileira de livros do local. ——...[Nome].
Ouvi ele dizer meu nome com um tom zangado me alertou, mas também me excitou para caralho.
—— Não estou mentindo para você, Rin. - disse dando de ombros tentando ignorar todas as reações que ele tinha acabado de causar em mim.
—— Resposta errada, [Nome] - Suna murmurou com um sorriso e começou a acariciar com a ponta de seus dedos a minha coxa. Senti ali, a minha pele queimar e formigar sobre seus dedos. Com beijos demorados sendo depositados na lateral do meu pescoço, suas carícias em minha perna começaram a ficar mais intensa, subindo de um jeito perigoso, se aproximando cada vez mais da minha intimidade.
Fui incapaz de resistir e agarrei com força seus ombros largos, precisava de um apoio ou eu cairia. Rintarou estava me incitando, e ele não me deixaria em paz enquanto não ouvisse dos meus lábios o que ele já sabia muito bem.
—— Porra, você é um desgraçado Rintarou. - um grande desgraçado na verdade.
—— Isso foi uma confissão? - disse ainda com os lábios próximo ao meu ouvido, o que me fez revirar os olhos.
Osamu me pagaria com todas as forças.
—— Osamu te contou não é? - perguntei e vi ele rir abafado só me confirmando aquilo. —— Eu vou matar aquele viado.
—— Ele me disse tem um tempo sabe, estava vendo até onde você iria para não me contar que conversou com meu pai. - ele sussurrou sério, o seu tom era de alguém bravo. Mas eu ignorei.
—— Não sabia que era obrigada a lhe contar tudo que acontece na minha vida. - levantei meus olhos o encarando.
—— Sua vida não é mais só sua pequena, agora é minha também. - disse no fim beijando a lateral do meu ouvido.
—— O que você quer em? Eu não menti sobre estar ocupada nos estudos. - disse ignorando sua frase de cima.
—— Você omitiu muitas coisas para mim amor, acho que temos que conversar, esse lugar fecha às 10h, então eu te pego esse horário. - ele disse no final se afastando com delicadeza de mim.
Eu ia me impor, gritar ou algo assim, mas eu queria aquilo, também queria conversar com ele, e até achava que esse tinha sido o melhor jeito, eu não teria coragem para contar a ele o que aconteceu assim. Quando voltei a consciência com o ar invadindo todo o meu pulmão, minha respiração demorou um tempo até ficar regular, após eu recolocar o livro em seu lugar, caminhei sem delicadeza alguma de volta para a minha mesa de estudo. Me concentrei com calma ali, balançando a cabeça repetidas vezes tentando tirar o cheiro de Rintarou que havia grudado em mim.
[...]
Quando faltava exatamente dez minutos para às 10h eu comecei guardar meu material, foi impossível não cronometrar o tempo com o relógio enorme de parede bem na ninha frente. Coloquei alguns livros da biblioteca de volta as estantes e outros coloquei na mochila, iria devolver semana que vem, precisa deles para resolver questões ainda. Segurando minha bolsa na lateral do meu ombro eu caminhei saindo do local, dando apenas um aceno para a bibliotecária, ainda tinha algumas pessoas lá dentro, alguns dormiam em cima da mesa, enquanto outros terminavam de fazer seus trabalhos. Mas como o horário já iria bater e eu encontraria Suna, decidi sair o mais rápido possível.
Não tive tempo de me trocar, mas estava usando o uniforme escolar, também não sabia para onde Rintarou iria me levar, mas eu também não me importava, estando apenas com ele era o suficiente.
Quando sua moto chegou, o vento jogou todos os meus cabelos para o lado, ele usava um capacete preto, e me entregou um da mesma cor, peguei colocando e fechando logo em seguida. Subi atrás dele, colocando minhas mãos geladas nos bolsos de sua jaqueta de couro, e ali, a velocidade consumiu sua máquina nos levando para algum lugar. Talvez eu deveria parar de aceitar carona de Rintarou, sempre que subia em sua moto algo de ruim acontecia depois, mas talvez o drama fosse parte do nosso relacionamento complicado.
Estávamos subindo as escadas de uma casa que não era conhecida por mim, Rin parou a moto não muito longe da escola, me disse que queria pegar uma coisa na casa de um amigo e eu apenas concordei. Assim que cruzamos o hall, um garoto ruivo e alto veio nos cumprimentar, eu me assustei com sua altura.
—— Maldito não me disse que chegaria logo agora. - respondeu abrindo espaço.
—— Qual é Tendou, disse que chegaria por volta das 10 horas. - então esse era o nome dele. —— [Nome], esse é Tendou, um babaca que é meu amigo.
Eu cumprimentei o garoto que me respondeu com um aceno, e por algum sinal eu senti que ruivo estava chapado, os olhos vermelhos entregavam isso.
—— Eai gata, sinta-se em casa. - me disse e eu agradeci.
Segui Suna para a parte de cima, mas passando pelas escadas percebi que Tendou não estava sozinho, havia outro rapaz ali com ele, ele também parecia ser alto, porém sua aparência era um pouco assustadora. Apenas acenei para ele seguindo Rin sem olhar para trás.
—— O que estamos fazendo aqui? - perguntei subindo as escadas atrás do moreno.
—— Está com fome? Posso te levar para comer alguma coisa depois. - eu apenas concordei quando entramos em uma sala, parecia um escritório.
—— Preparei uma coisa hoje para a gente, sem festas ou algo do tipo, apenas eu e você, tudo bem? - ele me disse enquanto procurava alguma coisa na gaveta.
—— Rin... - eu comecei —— Sei que é sexta mas eu gostaria de voltar cedo para estudar. - disse por fim, e vi sua cara negar.
—— Você já estudou bastante, não vai estudar mais hoje, fique comigo hoje, eu prometo que te devolvo cedo - fez um bico balançando uma chave para mim.
—— Eu não sei - cruzei meus braços rindo de sua feição parecendo uma criança.
—— Se não concordar, pensarei que tem a ver com o que o meu pai te disse. - vi suas sobrancelhas se levantar e o olhei ofendida.
—— Porra claro que não - me exaltei.
—— Então fique comigo hoje, passe a madrugada comigo, vamos conversar, reservei um lugar para a gente. - ele me disse chegando perto do meu corpo.
Eu olhei para ele, os lados positivos e negativos de ir com Rintarou se passaram na minha cabeça. Eu precisava conversar com ele, certo? Precisamos de mais um momento a sós depois do que aconteceu com a conversa do seu pai comigo, eu sabia que ele queria me perguntar muitas coisas, e eu também queria respondê-las. Precisamos estabelecer algo sério e fixo, e talvez ir com ele ajudasse nisso, no fim eu me dei por vencida, não era como se eu realmente conseguisse dizer não a ele.
—— Apenas hoje. - disse e ele concordou.
—— Irei buscar uma coisa, espere na varanda - comentou e eu apenas afirmei atravessando a sala indo para fora.
NARRAÇÃO POR SUNA RINTAROU
Nunca fui de reparar em muitas coisas, mesmo sendo bom em observar, nada nunca me chamava a atenção de verdade. Tirar fotos sempre foi um hobbie por poder apreciar as coisas como elas realmente são de verdade. Mas com [Nome], tudo era diferente, só de mencionar o nome dela meu corpo já reagia de outro modo.
Eu nunca contaria a ela, mas na primeira vez que nos conhecemos, a garota usava algumas roupas coloridas demais, e o seu olhar perdido conhecendo a escola cruzou rapidamente no meu quando ela veio devolver aquela maldita bola de vôlei. Naquele dia eu a ignorei, fingi que não tinha notado a presença pequena dela, mas tudo isso era uma grande mentira, eu não a ignorei de prepósito, foi porque eu realmente não consegui falar nada, seus detalhes misturado com sua presença me chamou tanta atenção, que a única coisa que eu fiz foi tentar ignorar aquilo. E por céus, eu juro que tentei, tentei diversas vezes manter aquela garota com aqueles olhos enormes de curiosidade sobre o mundo longe.
Mas o meu corpo nunca me obedeceu realmente, eu sempre tentei correr pelo lado oposto que aquela garota estava, mas no final eu sempre me pegava encontrando justamente ela no final da noite. Eu, ela e a lua nos tornamos grandes íntimos, e eu nunca me esqueceria de nenhum momento que tivesse com ela, isso seria impossível. Como me esquecer de alguém tão bela como ela? Não era só sua aparência que me atraía, era tudo, sua essência. o seu jeito de olhar principalmente, o sorrisos sem graças que ela soltava, era o que mais me chamava atenção e ficava cravado em minha memória por noites.
Porra, até o jeito que ela cheirava era diferente, uma mistura de morango com chocolate, essa garota era incrível. Qualquer parte do meu corpo se atraia por ela, ele clamava o toque dela, [Nome] era para mim, como um vício, uma droga melhor do que qualquer outra que tenha passado pela minha língua, a droga ilícita que ela me ofereceu era bem melhor do que tudo que eu provei nada vida, porquê era amor.
E era exatamente isso que eu sempre busquei e nunca consegui encontrar, [Nome] me trouxe diretamente nos meus braços o carinho que todo meu eu precisava. Ela era doce como mel, aquele tipo de pessoa que quando você olha e percebe que se algum dia a perder vai doer para um caralho, saca? Para mim ela representava isso, talvez realmente, essa garota fosse a minha destruição, mas eu não ligaria nenhum um pouco, eu amarei com todas as forças cada parte que ela destruir da minha vida, enquanto o seu corpo correr para os meus braços, eu serei com toda a certeza o homem mais feliz do mundo.
—— Vem comigo. - eu falei a agarrada por trás segurando firme o seu quadril. Senti todo o seu braço desnu se arrepiar com meu toque, eu sorri com aquilo, ver como ela reagia à simples atos meus que me deixava louco.
—— Para onde? - vi murmurar enquanto a mesma olhava a sacada da casa de Tendou.
—— Vamos embora, precisamos fazer uma coisa ainda. - disse e vi a minha garota me olhar curiosa.
Agarrei suas mãos entrelaçando nossos dedos, andávamos em direção a garagem, não me preocupei em dar tchau ao meu amigo, sabia que ele já imaginava que fôssemos embora logo. E assim que passamos pelo portão grande, eu agarrei dois tacos marrons escuros de beisebol, joguei um para que [Nome] pegasse, ela agarrou sem jeito.
—— Pra' que isso? - me perguntou mas eu ignorei subindo em minha moto.
Coloquei o capacete e vi ela repetir o mesmo ato, assim que seu corpo agarrou minha cintura, acelerei a moto com pressa. O motor rangeu enquanto corríamos nas ruas gélidas pela madrugada. Ninguém realmente com um psicológico bom estava acordado agora, apenas os apaixonados e os de corações partidos apreciavam a essência que a lua carregava com a noite, e isso eu admirava, pois já fui as duas pessoas.
Corri com a máquina justamente para onde eu sabia o caminho decorado, afinal morei aqui a minha infância toda, era a casa de meu pai. Aquele velho pagaria um pouco por ter ido atrás de quem ele não tinha que nem olhar ou levantar a voz.
Diminui a velocidade entrando no condomínio luxuoso que ele morava, os porteiros me reconheceram facilmente, e eu adentrei toda aquela segurança que no final não servia para nada. No final do quarteirão estava aquela casa, aquele maldito lugar onde chamei de lar diversas vezes estava igual ao que me lembrava. Nada tinha mudado, a mansão de cor bege, com várias janelas e uma sacada exagerada que indicava ser o quarto central da casa, era onde minha mãe gostava de ficar, a única parte boa que aquele lugar carregava.
Assim que passei pela fonte de água no inicio, a moto já não fazia mais nenhum barulho, não queria acorda-lo ainda. Parei na entrada da garagem, os cinco carros que ele esbanjava estavam ali, mas o que o meu pai mais amava estava coberto por uma capa preta. Andei até lá puxando a sem nenhuma delicadeza, revelando um Impala 1967 preto. Eu ri com aquela imagem, o velho tinha bom gosto, esse carro era sua maior relíquia, muito bem cuidada, ninguém mexia ou tocava, apenas ele.
Ele mexeu no que é meu, então eu mexeria no que é dele.
—— O que vai fazer? - a voz confusa dela me chamou a atenção e eu sorri para ela agarrado o taco em minhas mãos.
—— Meu pai tem um grande amor por carro, irei deixar um presente hoje. - disse no fim —— Me ajude.
Comentei enquanto abria a porta do Impala ligando o rádio, aquela música começou a tocar, era justamente Do I Wanna Know, era um bom som, me fazia pensar em [Nome]. Aumentei desesperado o volume, e quando sai do carro puxei [Nome] para um beijo. Foi rápido mais quente, sua língua abraçou a minha enquanto eu agarrava sua bunda.
Parei o beijo de uma forma delicada vendo os olhos brilhantes dela, a curiosidade ainda reinava a garota, eu achava incrível essa capacidade que ela tinha de não conseguir esconder nada do que sentia, tudo estava bem ali em sua face, ela só não dizia.
—— Vamos quebrar a porra desse carro. - comentei e vi seus olhos se arregalarem.
—— O que?
—— Bata com todo ódio que tiver. - disse no fim.
—— Mesmo?
—— Com certeza. - sorri e vê suas feições mudarem.
Do you ever get that fear that you can't shift the type
A música bateu de fundo e eu bati com o taco nos retrovisores, foram movimentos de uma vez só.
1.
That sticks around like summat in your teeth?
2.
Are there some aces up your sleeve?
3.
Have you no idea that you're in deep?
Três batidas foram o suficiente para que os vidros das portas fossem quebrados o estilhaço no chão vez um grande barulhando assustando a garota. Ri com a imagem, percebi que ela estava se divertindo, enquanto seus cabelos balançava com o vento gelado do Japão, a garota rodava o carro batendo em inúmeros locais. Ela era incrivelmente linda.
I've dreamt about you nearly every night this week
Quebrar coisas diminuía o estresse, foi algo que mamãe sempre me ensinou quando era pequeno já que eu não sabia controlar minha raiva, que era de um pirralho de seis anos, e sempre saímos para quebrar alguns pratos no fim da noite. E isso era justamente do que ela precisava agora, eu sabia muito bem que [Nome], estava tensa com tudo o que estava acontecendo ultimamente.
A pressão que colocaram nela era demais, e eu sabia muito bem que ela não desabafaria com alguém e nem falaria sobre, pedir conselhos não estava na lista da garota, então eu apenas tinha juntado o útil ao agradável, enquanto ela se divertia igual uma criança num parquinho de diversão quebrando o carro, eu me vingava por Reiko ter chegado perto dela. Eu ainda acabaria com ele, mas hoje não, hoje a noite era especialmente para ela, futuramente Reiko estaria acabado.
How many secrets can you keep?
—— Vamos! - eu gritei assim que vi a luz da sacada acender.
Ela concordou largado o taco em qualquer lugar do chão, e eu fiz o mesmo, corremos para a moto, e quando liguei o motor vi meu pai nos olhar da sacada principal. Ele não estava surpreso e eu ri com aquilo.
—— RINTAROU SEU FILHO DA PUTA. - foi tudo o que ele gritou quando olhou o Impala totalmente destruído na porta da coragem.
Cause there's this tune I found
Depois daquilo eu acelerei para fora daquele lugar, a velocidade estava tanta que sentia o vento cortar cada parte descoberta do meu corpo. [Nome] me segurava forte, mas seu rosto estava inclinado para cima aproveitando o momento, a visão dela pelo retrovisor era maravilhosa, desejei ter essa vista dela marcada na minha mente por dias.
Enquanto viajávamos de moto, eu não parei até chegar justamente a onde queria, era um chalé, ficava no final da província. Era da família dos Miyas, pedi para que Osamu me emprestasse por hoje. Assim que parei a moto na frente da pequena casa, [Nome] desceu observando tudo ao redor.
A garota parou de frente a uma árvore, observei suas costas enquanto os cabelos batiam na metade dela, ela parecia bem inocente ali. Admirei a vista por um momento até chegar ao lado dela, vi que a mesma encarava a lua com muita intensidade.
—— A lua está linda hoje. - comentei observando seu rosto formar um sorriso disfarçando.
—— E as estrelas também. - ela me respondeu abaixando seu olhar para mim.
I don't know if you feel the same as I do
Trouxe o corpo dela próximo ao meu, agarrando sua cintura com meus braços, vi ela enterrar seu rosto na lateral do meu pescoço.
But we could be together if you wanted to
—— Seja minha [Nome], por favor, seja apenas minha garota.
Eu sussurrei para ela, mas as palavras saíram mais como uma clemência do que um pedido.
If this feelin' flows both ways?
Ela sorriu para mim enquanto suas palmas das mãos foram para segurar as minhas bochechas, me levando para ela, e quando nossos narizes se tocaram, a mesma respondeu;
—— Por deus Rin, tudo o que eu quero é ser sua.
Apaixonada
Apaixonado
Apaixonados
Era assim que nos sentíamos um para o outro, todo o meu amor era dela, e eu esperava ansiosamente que ela me amasse com a mesma intensidade que eu a amava, entreguei o meu coração para ela nessa noite, com a esperança de que [Nome] também entregasse o seu.
Maybe I'm too (maybe I'm too busy)
Busy bein' yours (bein' yours)
To fall for somebody new
Now, I've thought it through
Crawlin' back to you
NOTASS
* desculpe erros ortográficos
próximo capítulo vem conversar por aí 🗣
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