capitulo vinte e cinco.
—— Ninguém nunca se importou comigo,
tanto como você se importa,
e isso me assusta,
seu amor me assusta.
[...]
Eu tinha me esquecido de como estar com Rintarou era complicado, tudo o que vinha dele era inusitado, nem sempre estava preparada, mas o que mais me encantava nele era justamente isso, Suna me impressionava com sua capacidade todas as vezes que nos encontrávamos. O garoto era impulsivo demais, tudo o que fazia vinha de dentro, nada era forçado e nisso ele carregava uma sinceridade e pureza de criança, e eu como era alguém facilmente manipulada por cada ação dele, me aventurava em tudo o que ele me pedia.
Ainda conseguia sentir a sensação de adrenalina enquanto vandalizávamos o carro de seu pai, na hora eu nem me importei, pela aparecia cara é bem cuidada do automóvel, eu só quis por toda a minha raiva para fora enquanto os vidros se estilhaçavam no chão em que pisávamos. Mas agora, que estávamos dentro do chalé - que ele me contou ser de Osamu - o que fizemos se repetia mil vezes na minha mente e de como aquilo foi um ato um tanto impulsivo e infantil. Eu sabia muito bem que metade daquilo tudo era porquê, ele queria provocar o seu pai, e eu estava totalmente de acordo com isso, mas talvez tenha sido do jeito errado.
—— Está ficando mais frio. - comentei enquanto acendíamos algumas luminárias e a lareira do local.
Estávamos na sala, não era muito grande, tinha no máximo dois andares o chalé, a entrada era a sala com dois sofás e uma TV que ficava em cima da lareira, ao fundo ficava a cozinha e as escadas que levavam para um único quarto e um banheiro. Era pequeno porém reconfortante.
—— Posso te cobrir com meu corpo. - ele me respondeu sentando no sofá de couro marrom.
Eu olhei sorrindo para ele, mordendo a parte da minha bochecha interna, eu caminhei lentamente para ele. Me sentei em seu colo, suas mãos seguraram com firmeza a minha bunda me puxando mais para ele, e eu agarrei com força seus cabelos. Estávamos nos encarando, eu me sentia corada pela intensidade que seus olhos suplicavam para mim.
Então eu desci meus lábios até o dele, os selando de uma maneira carinhosa, foi um beijo delicado, mas cheio de sentimentos, era quase como se nossa forma única de conversar fosse através de um beijo.
—— Sinto saudades de você o tempo todo - me disse separando nossos lábios.
Por um momento eu sorri para ele, eu ficava encantada com a necessidade que Rintarou precisava me dizer que sentia saudades minhas sempre quando me via, era quase como se fosse um ato de desespero sentir isso.
—— Gosto de saber disso, me causa bons sentimentos. - falei acariciando suas bochechas.
Eu também sentia saudades de Rintarou, ouve momentos em que meu corpo não correspondia minha mente, porquê eu estava em agonia de saudades dele, era como se Suna fosse a única fonte que desse vontade de fazer o meu corpo querer viver.
—— Pode me prometer uma coisa? - ele me perguntou levantando o meu queixo para olhá-lo.
—— O que? - disse.
—— Promete não me esquecer?
Eu olhei para ele um tanto curiosa com sua pergunta, era como se fosse um desespero pedir aquilo, talvez o sentimento de ser abandonado fosse o maior trauma de Rintarou. Pensar nisso me deixava um pouco aflita, o garoto era alguém tão machucado pela vida que me entristecia, ele merecia ser amado da mesma intensidade que amava.
—— Eu não te esqueceria nem se quisesse. - respondi e suas mãos agarraram os meus pulsos. Ele beijou delicadamente as minhas mãos, fazendo carícias ali.
—— Cuidado com o que diz, palavras podem voltar contra você. - me respondeu olhando fixamente para os meus lábios.
—— Tudo bem, eu prometo, prometo nunca te esquecer Suna Rintarou. - a fala saiu com um sorriso no meu rosto.
—— Eu te cobrarei isto futuramente. - eu apenas concordei afirmando com minha cabeça.
Nossos narizes se tocaram enquanto nos mantínhamos um próximo ao outro, seus braços faziam pequenos percursos sobre meu corpo enquanto me abraçava forte. Eu apenas acariciava sua nuca enquanto permanecia de olhos fechados.
Por um instante eu desejei ficar assim para sempre, não queria que esse momento acabasse.
—— Por favor não deixe o seu pai separar a gente. - eu sussurrei.
Esse era o meu maior medo em toda a situação, eu não sabia o que aconteceria entre nós daqui para frente, mas se eu tivesse Suna ao meu lado, eu sabia que suportaria.
—— Ele não vai, eu nunca deixaria isso acontecer. - foi singelo.
—— Ele me ofereceu dinheiro para que eu quebrasse o seu coração, sabia? - eu ri dizendo aquilo, falar em voz alta parecia algo bizarro de alguma cena de filme.
—— Você devia ter aceitado, pois uma hora eu sei que você vai partir o meu coração de qualquer jeito. - disse tão casualmente que eu até me assustei.
—— Por que diz isso? - levantei seu rosto para mim.
—— É a verdade, não é? São assim que as coisas funciona. - deu de ombros.
—– Palavras podem voltar contra você. - respondi remedando o que ele acabara de falar para mim mais cedo.
—— E eu estou totalmente consciente sobre isso.
O assunto depois disso não pode continuar, porquê Rintarou selou com toda a força que ele tinha nossos lábios, seu beijo era urgente e um tanto selvagem, quase como se precisasse disso mais do que eu. A língua dele se debatia com a minha enquanto eu segurava seus cabelos cada vez mais forte o pressionado sobre a minha boca. Suas mãos estavam explorando cada parte do meu corpo, até seus dedos começarem a dedilhar toda a extensão da minha coxa.
—— Por que você faz isso comigo? - perguntei assim que nos separamos pela falta de ar.
—— O que? - ele perguntou levando seus dedos para a lateral da minha calcinha.
—— Me coloca nas alturas e depois me joga de lá de cima. - eu disse. Era uma verdade, toda vez que eu estava com o moreno eu me sentia assim, quase como se pudesse alcançar o céu, mas se eu confiasse demais nele, tudo isso se transformaria no inferno, porquê eu cairia num poço sem fim.
—— Porque é o único jeito que eu sei amar, pequena. - disse no final.
Eu iria respondê-lo, mas sentada ainda em seu colo, Suna pressionou sem nenhuma delicada a região do meu clitóris me fazendo remexer sobre seus dedos. Movimentos circulares e sem delicadeza começaram ali, pelo prazer que meu corpo estava sentido eu mordi com força a lateral do seu ombro. Ele estimulava a minha intimidade enquanto eu rebolava em seus dedos.
—— Tire a roupa para mim? - ele sussurrou no meu ouvido, e eu o encarei estando completamente arrepiada.
—— Aqui? - eu perguntei e vi sua face concordar.
Eu me levantei do seu colo saindo dos seus braços e dedos, me sentia envergonhada parada na frente do garoto que se atentava a qualquer movimento meu. Sabia muito bem que ficar o encarando de volta só me deixaria com mais vergonha ainda, mesmo sabendo que ele já tinha visto todos os cantos do meu corpo. O local não estava muito iluminado então me ajudou a diminuir a vergonha.
Fechei meus olhos.
Desabotoei lentamente o blaser que vestia do uniforme escolar, e quando senti ele deslizar pelos meus ombros, comecei com os botões da camiseta social branca, quando ela já estava totalmente aberta e revelando o meu sutiã, joguei ao chão também. E em nenhum momento eu me atrevi a abrir os olhos. Sem nenhuma pressa eu ia para o zíper da saia, fazendo o tecido leve deslizar por minhas pernas. Quando fiquei apenas com o conjunto de lingerie eu abri meus olhos mexendo um pouco no cabelo tentando diminuir a vergonha.
Percebi que ele me olhava sério, tinha luxuria em seus olhos. Era incrível de ver.
—— Tire o sutiã. - foi tudo o que ele disse enquanto levava seu indicar até os lábios.
A pose dele jogada no sofá e de quem mandava em tudo ali me excitava. E quando meus braços foram para trás indo ao fecho do sutiã, senti minha pele se arrepiar pelos dedos de Suna que começaram a passear lentamente pela minha coxa.
O pequeno pedaço de renda caiu sobre meus braços até atingir meus pés, e tudo isso acontecia enquanto o moreno dedilhava o meu corpo. A ponta de seus dedos subiram lentamente por minha barriga arranhando a área a baixo do umbigo, fazendo minha intimidade pulsar, e quando suas mãos atingiram meus seios arrepiados, ele fez uma carícia delicada com seu dedão e eu fechei os olhos.
Suna me puxou novamente para o seu colo, porém dessa vez ele havia tirado sua camiseta, revelando seu corpo quente, como estava o meu. Ele tinha ainda uma mão sobre o meu seio enquanto a outra puxava delicadamente meus cabelos para trás, dando liberdade para que ele beijasse de uma forma tortuosa o meu pescoço.
—— Você é tão linda caralho. - ele sussurrou ainda no meu pescoço.
—— São perfeitos. - foi mais um sussurro mais para ele do que para mim, porém eu percebi que ele falava dos meus seios. Sorri envergonhada com aquilo.
—— E eu sou totalmente apaixonado por você, porra [Nome], você com certeza é o meu maior fetish.
Era doce se sentir amada por alguém, princi-palmente quando esse alguém, era Suna Rintarou.
Rintarou passou a língua gelada no meu peito esquerdo e eu tremi com o ato, seus dedos largaram o me cabelo e desceram novamente pela minha intimidade. Ele voltou a me masturbar, porém dessa vez por dentro da calcinha. E quando dois dedos penetraram meu interior com força eu gemi próximo ao seu ouvido sentindo a pele do moreno se arrepiar.
Ele aprofundava os movimentos enquanto minha buceta prendia firma seus dedos dentro de mim, rebolei também sobre eles buscando mais prazer para o meu corpo, enquanto sua língua brincava de formas incríveis com meu mamilo. Eu estava chegando ao ápice e não foi muito difícil gozar ali sobre seus dedos quando ele levantou seu rosto para me beijar, terminando tudo enquanto mordia o meu lábio inferior.
Quando seus dedos saíram de dentro de mim, ele levou a mão até sua boca os chupando. Vi um sorriso lateral brotar nos seus lábios enquanto sentia o meu gosto. Eu sem pressa alguma desabotoei os botões de sua calça, abrindo seu zíper.
—— Está com pressa, gatinha? - eu olhei pra ele lhe mostrando o dedo do meio pelo apelido.
Ouvi ele rir enquanto se levantava ainda comigo no seu colo, entrelacei minhas pernas sob sua cintura assim que ele ficou totalmente em pé, e começamos a subir para o andar de cima. Quando ele me jogou sem nenhuma delicadeza no colchão macio, foi rápido mas me assustou, Suna me virou de bruços com tudo, senti seu corpo deitar sobre o meu, ele beijava a lateral do meu pescoço, próximo ao meu ouvido, sobrando um pouco a área, o que me fez arrepiar sem filtro algum.
Quando seu corpo se levantou ele puxou mais o meu quadril, me deixando totalmente indefesa e de quatro para ele, senti minha calcinha ser puxada para o lado enquanto sua língua invadia a minha entrada extremamente molhada e sem nenhuma permissão. Ele fez alguns movimentos ali sobre o meu clitóris enquanto seu dedo indicador entrava na minha buceta batendo diretamente no meu ponto g. Como estava de costas para ele, a única coisa que conseguia fazer era gemer e agarrar o travesseiro com força, sentindo novamente aquela onda de prazer.
Quando sua língua abandonou a minha vagina eu senti todo o meu corpo murchar sem o seu toque quente, olhei para trás vendo o mesmo colocando uma camisinha sobre o seu pênis que estava extremamente ereto e duro, salivei um pouco com a visão maravilhosa que tive ao ver ele me encarar de voltar.
E sem aviso algum Rintarou penetrou o seu pau em mim com força, sua mão agarrou todo o meu cabelo puxando o meu corpo cada vez mais para o seu pau. Ele estocava sem delicadeza alguma o seu membro, por estar em uma posição de quatro eu sentia mais o seu pau em mim, era uma mistura de dor e prazer, ao mesmo tempo que eu queria mandar ele parar, o meu subconsciente gritava para que ele fosse mais rápido. Ele saia com seu pau de uma forma lenta e entrava rápido, raspando totalmente a minha entrada, aquilo era tortura pura, principalmente quando ele começou a desacelerar os movimentos por puro prazer.
—— Caralho Rin, m-mais rápido. - eu supliquei manhosa, e o mesmo distribui um tapa com autoridade na minha bunda.
Eu gritei um pouco com tal ato, foi uma mistura de gemido com dor.
E então ele começou a acelerar seus movimentos, me fazendo gozar ainda com seu pau dentro de mim, ele me puxou fazendo com que minhas costas batesem contra o seu peitoral, me estimulando a sentar nele, naquela aquela posição, eu gemia e sussurrava coisas inaudíveis enquanto seu meu membro se estocava cada vez mais dentro de mim. Sua mão direita desceu pelo meu corpo, parando diretamente no meu clitóris, pondo pressão neles com movimentos de vai e vem, e seu pau me penetrava de um jeito torturoso.
Eu olhei para trás beijando o seus lábios enquanto o mesmo me tocava com fervor. Agarrei com minhas mãos o meu seio esquerdo o puxando e massageando, pela sensação de prazer, e finalmente sem aguentar mais, um orgasmos desceu por todo o meu corpo me fazendo revirar os olhos forte. Um pouco de água saindo do meu corpo esguichou por todo o colchão. Toda a minha pele tremia sobre o colo de Suna, e quando seu pau deu uma última estocada em mim, vi que ele já tinha gozado também.
Sai da posição que estávamos e me deitei de lado, buscando controlar a minha respiração que tinha se perdido no meio de tudo isso, ainda me recuperava do orgasmos que acabei de ter.
—— Teremos que secar isso aqui. - vi ele falar enquanto se deitava ao meu lado, me puxando mais para ele. Estava de costas sem o encarar.
—— Você fez, você seca. - comentei rindo.
—— Mas o líquido é seu?! - respondeu encaixando sua cabeça sob o meu ombro, e eu levei meus dedos para o seu cabelo.
—— Não ligo, e além disso, estou com fome - sussurrei fazendo bico. Eu estava com sede também.
Deveria ser por volta da meia-noite, e ele havia me prometido que iríamos comer.
—— Posso preparar macarrão, tome um banho enquanto isso. - eu me virei para olhá-lo enquanto ele falava.
E antes que eu pudesse responder o beijei de um jeito calmo e delicado, ele correspondeu abraçando a minha cintura. Coloquei minha perna esquerda por cima de seu corpo e ele pôs sua mão em cima dela.
—— O que você foi buscar na casa do Tendou? - comentei dando pequenos beijinhos sob seu queixo.
Ele sorriu e levantou um pouco o seu corpo, buscando para pegar sua calça que estava jogada pelo chão do quarto.
—— Queria te dar isto. - esticou um colar de prata para mim.
—— Que isso? - perguntei pegando o objeto. Era uma correntinha delicada e tinha uma pequena bolinha partida ao meu meio como pingente.
—— É um colar de imã, eu também tenho um, achei brega e totalmente a sua cara. - ele estendeu a corrente que usava no pescoço.
Eu gargalhei com aquilo enquanto juntava as duas peças de imã, eram correntinhas delicadas e que combinava perfeitamente com a gente, como estava colada a ele pelo imã do pingente, dei um selinho demorado nos seus lábios.
—— Onde comprou? - comentei me afastando dele para olhá-lo.
—— Eu que fiz, Tendou me ajudou, por isso que estava na casa dele. - vi ele separar nossos colares quando se levantou. —— Eu queria te perguntar se você não quer passar o final de semana comigo?
Ele me perguntou e olhei estanha pela forma com que ele havia falado.
—— Hoje virou sábado, fique até domingo aqui. - apontou para o local e eu mordi os lábios.
Eu sabia muito que Suna não ia me levar de volta cedo, isso não era a cara dele. Eu não queria aceitar, sabia muito bem que o certo era aproveitar o final de semana para terminar de estudar, mas se eu já estava aqui, ficar um dia a mais não poderia fazer tanta diferença correto?
errado.
—— Tudo bem, eu fico. - disse no final ignorando totalmente o que minha consciência ética mandava.
[...]
Passamos sábado o dia inteiro juntos, não consegui ficar longe dele em nenhum momento nesse tempo que ele me amou, sendo apenas só nós dois. Era domingo de manhã, enquanto o moreno dormia tranquilo no andar de cima, eu fazia algumas panquecas de café da manhã. Eu amei passar esse tempo com ele, conseguia imaginar tranquilamente que poderia viver assim com Rintarou por longos períodos da minha vida.
Eu realmente estava apaixonada por ele, e pensava em me declarar totalmente para ele hoje à noite, ele já tinha feito tantos gestos de que me queria por perto, então no meu ver, nada mais justo do que demonstrar da mesma forma, e isso começaria com o café da manhã, visto que toda vez que ficamos juntos era ele, que sempre preparava.
—— Não sabia que cozinhava. - vi Suna descendo as escadas enquanto coçava seus olhos.
Ele usava apenas sua calça jeans pretas, não tínhamos usados muitas roupas nesse última dia, a maior parte ficou jogada pelo chão da casa.
—— Bom dia - comentei —— Eu sei um pouco.
Falei enquanto servia para ele um pouco da cauda de mel em cima da massa, coloquei também um pouco do suco de laranja para ele, era o meu favorito. Batuquei meus dedos enquanto esperava ele experimentar o meu café, e vi uma careta se formar no seu rosto.
—— Gostou? - perguntei terminando meu suco.
—— Por deus, você é péssima na cozinha. - ele gargalhou alto e eu fiquei seria vendo a cena a minha frente.
—— Qual é, não é possível que esteja tão ruim assim. - cruzei meus braços. Ele estava exagerado com certeza.
—— Massa de panqueca com gosto de ovo? - me encarou ainda sorrindo e senti todo o meu rosto cair no chão.
—— Não faço mais nada também! - respondi me virando para ele.
—— Se arrume deixe que eu preparo o café da manhã. - senti suas mãos agarrarem a minha cintura me puxando para um abraço.
Com os seus lábios beijando o meu pescoço eu não pude dizer muita coisa a não ser concordar com ele, talvez eu não fosse tão boa em cafés da manhã, mas eu era ótima fazendo salmão e kannis, ele ainda provaria com certeza.
Após me afastar do garoto, tomei um banho gelado, eu precisava relaxar e esfriar meus músculos, saindo coloquei minha saia escolar e a camiseta preta de Rintarou, ele veio com duas, então não faria falta eu roubar uma para mim. Depois que guardei e arrumei nossas coisas, já que iríamos embora hoje, desci as escadas encontrando a mesa posta com panquecas e ovos mexidos.
—— Você deveria ser chef, não jogador de vôlei. - debochei enquanto sentava na mesa. Suna já tinha vestido sua camiseta com mangas.
—— Posso ser os dois, mas pelo visto você não consegue decorar a tabela periódica enquanto cozinha alguma coisa. - me mostrou a língua e eu devolvi.
—— Cala boca eu cozinho muito bem, tá'? - respondi enquanto mastigava o alimento.
Suna deu apenas de ombros enquanto terminá-vamos a refeição, foi um silêncio caloroso no momento, porém eu estranhei quando o moreno se levantou correndo para a janela, acompanhei com meu olhar suas ações, pareciam de desespero.
—— O que foi? - perguntei assim que vi ele voltar da janela.
—— Vamos! está na hora de ir. - eu cruzei minhas sobrancelhas, ainda eram oito horas, marcamos que sairíamos apenas depois do meio dia.
—— Já? Por quê? - comentei o seguindo para fora da casa.
Rintarou parecia com pressa, seus movimentos estavam rápidos e desajeitados.
—— Os seguranças do meu pai estão chegando, não imaginei que eles nos achariam tão rápido. - comentou enquanto trancava a porta do pequeno chalé.
Ele olhava diversas vezes para o lado da estrada de onde estávamos.
—— O que? - me exaltei um pouco —— Como sabe? - tentei ficar olhando para onde ele encarava, mas não tinha nada demais, apenas árvores e a estrada silenciosa.
—— Sim, quebramos o carro dele, é a cara dele mandar aquelas merdas virem me buscar.
Ele comentou enquanto colocava o seu capacete em mim, e corremos para a moto.
Me posicionei atrás dele enquanto eu ainda olhava para trás atenta.
—— Sei que estão subindo a estrada por causa dos pássaros, eles só voam desse jeito quando tem automóveis correndo em alta velocidade. - quando ele me respondeu, isso ficou obvio para mim.
Havia inúmeros pássaros se agitando no final do nosso campo de visão, era quase como se eles seguissem alguém.
—— E se eles nos pegarem? - comentei enquanto Rin ligava a moto, o motor fez um barulho ensurdecedor.
—— Estaremos ferrados.
Foi tudo o que ele disse antes de começar a correr com o móvel de duas rodas, ele tinha cortado caminho dentro da floresta em que o chalé se encontrava. Os seguranças do pai de Suna ainda não tinham nos alcançados, apesar dele estar correndo, começou diminuir a velocidade vendo que ninguém nos seguia, o caminho estava nos levando direto para o fim da estrada, dali seria mais fácil voltar ao centro da província, mas eu não sabia onde Suna iria nos levar depois disso.
Porém as coisas não funcionam do jeito que nós queremos.
Quando estávamos mais tranquilos por não ver ninguém atrás, foi quase como se o diabo risse da nossa cara. Uma bmw preta estava próxima, e atrás outro carro igual mantinha a mesma velocidade, atrás da moto de Suna, eu não precisei perguntar para saber que eram os malditos seguranças, nada disso foi preciso.
Os carros aceleram, estavam alçando a moto de Rintarou e eu estava com medo, não sabia o que iria acontecer se eles pegassem a gente. Rin aumentou a velocidade, usando o seu capacete, eu não conseguia ver nada, apenas borrões por onde passávamos.
—— Rin...você está correndo muito. - eu gritei para ele, vi seu olhar cair em mim através do retrovisor.
Suna atingiu 350KM/h quando chegamos na avenida principal, tinha outros carros ali, e ainda as duas BMW's nos seguiam e aceleravam cada vez mais. Ele me olhou de relance, batendo seus olhos verdes-amarelados de soslaio para mim.
E essa foi a única visão que ficou marcada na minha cabeça, antes dele dizer;
—— Vai ficar tudo bem.
Mas não ficou.
Não ficou mesmo.
Tudo aconteceu muito rápido.
Minha visão se tornou um borrão sem cores na mesma velocidade que Suna dirigia sua moto, e quando meu cérebro começou a processar o cenário em minha frente, eu realmente havia me dado conta do que tinha acabado de acontecer ali.
Um acidente.
Um.
Dois.
Três. segundos foram o suficiente para eu me desesperar com que meus olhos alcançaram mais para frente, enquanto eu estava sentada na lateral da avenida, a moto de Rintarou foi jogada com força para o meio da pista.
Foi um caminhão,
um caminhão bateu em nós dois.
E lá estava ele,
caído.
Rintarou havia sofrido um acidente de moto e seu corpo tinha sido arremessado para o outro lado da estrada.
Depois disso tudo, eu apaguei, a escuridão consumiu toda a minha mente e a única coisa que ficou cravada em minha memória foi ver o rosto dele ensanguentado virado exatamente para mim.
E foi quando eu me toquei em uma coisa
Suna Rintarou não estava usando capacete.
Naquele maldito dia ele tinha posto apenas em mim o seu capacete, porquê eu esqueci de pegar o meu dentro do chalé.
NOTASS
*desculpe erros ortográficos.
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