capitulo três.







— más intenções




  Quando o sinal tocou mostrando que já era hora do intervalo eu imediatamente levantei às presses e agarrei o braço de Isabella a puxando para fora da sala. Não sei se aguentaria muito mais tempo com Suna atrás de mim, não, ele realmente não tinha feito nada durante esse período de três aulas, mas só de saber que ele estava ali, a centímetros de mim, foi impossível relaxar o corpo. Era como se ele fosse o caçador e eu a presa, e no momento eu só querida me esconder o mais rápido possível dele.

— Aí, [NOME], o que foi? - Isabella perguntou soltando minhas mãos de seu pulso.

— Nada eu só estou com fome - tentei disfarçar.

— Você está estranha desde ontem, por quê está mentindo para mim? - cruzou os braços e eu neguei.

— Não estou, eu só quero que você pague o meu almoço, ok?! - passei por ela indo para a fila enorme da cantina.

Eu sabia que Isabella não ia me deixar em paz enquanto eu não contasse a ela o que estava rolando, ela era boa em descobrir quando estão escondendo coisas dela, mas no momento nem eu sabia o que exatamente eu estava escondendo.

Entramos na cantina e como sempre estava lotada, a fila rodava pelo menos duas paredes do refeitório. Como Isabella era do clube de jornalismo, ela não precisa pegar fila, era como se fosse um presente por fazer parte de um dos maiores clube da escola. No momento que ela me contou isso, eu achei um bom negocio já que ela pega o meu almoço também, porém achei uma injustiça quando descobri que o clube de vôlei não precisa pagar o almoço e também não eram obrigados a fazer trabalhos escolares. Isso era uma das coisas que acontecia dentre a enorme hierarquia que existia no colégio Inarizaki.

Após bella buscar nossas bandejas, nos sentamos em uma mesa mais afastada do refeitório, também era a única livre. O almoço de hoje era pokke de salmão e onigiri, juntei as mãos e agradeci pela comida. Não dava para negar, a gastronomia do Inarizaki era uma das melhores que eu já provei.

— Próxima aula é de geometria avançada, sinto que meu cérebro vai explodir - bella comentou enquanto se deitava na mesa.

— Eu não entendo nada do que o Sr.Namnze explica - confessei.

—  Você não está sozinha amiga, quando ele começar passar os trabalhos a cada mês será pior ainda.

—  Acho que estou me arrependendo de ter vindo para cá.



Enquanto degustávamos do nosso almoço, Bella não parou nem um segundo em mexer no seu celular,  ela estava procurando um novo tema para a noticia de capa do clube de jornal. E alguma coisa no fundo me dizia que ela ia me envolver nisso.


— Oya, as ultimas aulas do Namnze foram canceladas, a diretória convocou uma reunião de última hora. - ela comentou e eu devolvi com uma careta.



— Como assim, quem te disse isso? - me estiquei para ler a tela de seu celular.

— Acabaram de postar no site da escola, eu já disse para você entrar nele, é o meu clube que cuida do site, será que você pode valorizar o meu trabalho? - mostrei a língua para ela.

— Quanto drama Isabella, eu disse que já entrei só não tenho as notificações ativadas, mas então, o que é agora? aula vaga? - roubei um cubo de salmão do seu prato.



— Infelizmente não, será aula de educação física, vamos fazer junto com a turma avançada - ela terminava de falar enquanto lia o comunicado em seu celular.



Com certeza de todas as matérias, educação física era a pior delas, e eu não sei se estava pronta para mais esportes depois de tudo que ocorreu ontem.  Apesar de que, se eu não me engano, Kita era dessa turma, talvez não fosse tão ruim assim ter essa aula, sorri pensativa para o nada e vi minha amiga me olhar estranho. Ri dela.

ههههه

Isabella e eu já estavamos na quadra, uma hora já havia se passado, tivemos que correr por pelo menos cinco minutos em volta da área toda. Estava cansada, dei graças aos anjos, pelo professor ter aceitado minha desculpa de cólica quando ele propôs que jogássemos queimada. Fala sério quem gosta de jogar isso?

Estava sentada na arquibancada me lembrando especialmente de uma pessoa. Tivemos um péssimo encontro aqui.

— Oi, você é a [Nome] Yagami né? - uma voz fina apareceu do meu lado me fazendo encarar. Era uma garota da minha sala, não me recordo de seu nome.

— Sim e você é? - comentei.

— Como assim quem eu sou, Aimee Akira, sou sua colega de turma - me olhou de cima a baixo.

— Desculpe não sou muito boa com nomes - cocei minha nuca.

— Posso te desculpar, mas para isso preciso que você faça um favor para mim - ela juntou as mãos e eu estranhei.

— O que?

— Soube que você é muito boa em geometria, e sabe na próxima semana o Sr.Namnze ira passar alguns trabalhos, aí eu queria que você fizesse dupla comigo eu sou péssima nessa matéria - puxou o cabelo atrás da orelha.

— Ahn, acho que pode - estrelei meus dedos, estava sem graça, o que deverei dizer?

— Não ela não vai fazer trabalho com você Aimee, todo mundo sabe que você nunca faz nada em atividades em dupla - Isabella gritou jogando a bola bem na nossa direção, porém uma mão a parou.

— Não acho que isso seja da sua conta Isabella - olhei para cima e era um garoto, acho que nunca o vi por aqui antes. Ele deveria ser da classe avançada.

— Cala boca Hiroshi, vai defender a burra da sua namorada até aqui? - bella sentou ao meu lado.

— Escuta aqui Yagami, você irá fazer sim dupla com ela, porquê isso é mais do que sua obrigação aqui. - ele comentou e eu juntei as sobrancelhas.

— Como assim minha obrigação?

— Você é bolsista não é? saiba que meu pai que desenvolve fundos para gente como você entrar na escola, sem ele você nem estaria aqui, cumpra sua obrigação e faça o que eu estou pedindo está bem? - ele piscou para mim.

— Gente como você, tem que saber o seu lugar - dessa vez sua namorada falou aparecendo do seu lado.

E para mim aquilo foi o auge, em segundos eu estava de frente a ela, eu iria soca-lá com certeza iria, mas Isabella me parou antes, segurando com força meu pulso machucado. Eu estava nervosa, algumas pessoas olhavam para nós.

— Está vendo? você é quase um animal, ia me bater não ia? tente me bater de novo, para você ver onde você irá parar - ela praticamente gritou.

Isabella me segurava forte e eu estava a um passe de voar em cima dela de novo, porém com todos agora me olhando fiquei nervosa e com medo. Me soltei a força de Bella e corri dali. Apenas corri para longe, ouvindo os gritos do professor e da minha amiga.

Por algum motivo eu quis chorar, quis gritar, porém não fiz isso, apenas pressionei com força meu dente nos lábios até sentir o gosto metálico do sangue. Continuei assim até parar de frente ao prédio de ciências. Corri em direção para dentro dele. Eu não iria chorar, eu não era mais fraca assim, não iria permitir que ninguém me fizesse chorar de novo.

[...]

Subi correndo dentro ao prédio do laboratório de ciências e só parei de andar pelas escadas quando cheguei na cobertura. Bati a porta com força e puxei meus cabelos na mesma intensidade, olhando dali eu conseguia ter uma vista privilegiada do campus todo. Esse prédio era o mais alto de toda a redondeza do colégio, continha uma vista linda, quando vim aqui na primeira vez foi Isabella que me mostrou, já era tarde, estava escurecendo, pegamos o final do pôr do sol,  era uma pena que esse prédio era o menos em uso, quase nenhuma turma utilizava ele, era apenas um monte de salas vazias e abandonadas, não era atoa que ele ficava no fundo do campus.


Olhei para baixo dali e pude ver claramente os alunos correndo em volta da quadra esquecendo o evento que acabara de acontecer, Bella também estava ali com eles, desse ângulo eles pareciam tão pequenos e tão frágeis, que foi impossível não pensar em como eu amaria socar a cara do Hiroshi agora.

— Você bateu a porta, será difícil sair agora - dei um grito quando a voz ecoou atrás de mim.

Olhei para trás com a mão no coração e foi impensável não sentir raiva quando a face de Suna atingiu meus olhos. Ele acenou com a mão enquanto eu o encarava seriamente do outro lado, ele estava sentado no chão e tragado sem emoção alguma seu tabaco, que sem nehuma surpresa eu sabia que era maconha. Mas que caralhos, ele era um viciado de merda.

— Por deus, você me assustou, o que está fazendo aqui? - perguntei mesmo sabendo a resposta que estava entre seus dedos.

— Posso dizer a mesma coisa para você - sobrou a fumaça pela lateral dos lábios.

Eu apenas dei de ombros e olhei de novo para a porta tentando abrir ela, mas estava emperrada. Bati meus punhos contra o metal, ficar trancada com Suna não era uma opção que me agradava de todo modo, as vezes eu sentia que minha vida gostava de me pregar peças.

— Você pode socar a porta a vontade que ela não irá abrir, ela só abre por fora, é um prédio velho, relaxa - vi ele encostar a cabeça no muro enquanto fechava os olhos.

Ele estava de brincadeira?

— Nem todo mundo consegue ficar calmo em situações inabituais como você - cruzeis o braços — Como vamos sair daqui agora? - passei minhas mãos pelos bolsos do blazer lembrando que tinha deixado meu celular na sala de aula. Eu era uma piada.

— Bem, não vamos

Ele disse enquanto me estendia o cigarro e novamente eu neguei aquele ato.

— Você sabe que eu não vou aceitar, por quê ainda tenta me oferecer - sentei na sua frente — E novamente, como vamos sair daqui? Ligue para alguém do seu celular, Suna.

Alterei um pouco meu tom de voz, eu realmente estava ficando receosa pela situação.

—  Talvez eu irei te oferecer até você desistir e aceitar - ele riu e eu revirei os olhos, como ele conseguia ser irritante até nessas horas?

Bufei em frustação, acho que se eu gritasse daqui alguém poderia me ouvir, até que não é uma má ideia.

— Estou sem meu celular também - ele comentou me fazendo olhar para ele.

— Ótimo, vamos ficar aqui então?

— Sim - levou o cigarro até seus lábios e eu acompanhei os movimentos.

Soltei todo o ar que prendia em meus pulmões, eu não me atrevi a falar mais nada e nem ele. Permanecemos assim por bons minutos, apenas nos encarando e desviando o olhar quando ficava intenso demais. Eu já estava ficando incomodada com esse joguinho dele.

— desculpa!

Ele finalmente se pronunciou e eu o olhei incerta, até me tocar que ele estava falando o meu pulso. o estendi para o alto e rodei ele.

— Não foi nada, nem está doendo tanto assim - comentei me lembrando que eu deverei colocar gelo nele.

— Desculpa, não era minha intenção te machucar...assim - ele disse eu espremi os olhos tentando interpretar o que ele quis dizer no final da frase.

— Tudo bem, essas coisas acontece no vôlei, não é? - ele concordou.

— Você manda bem no vôlei, para alguém que não joga, você soube bloquear muito bem - comentou ainda tragando seu tabaco.

— Você acha? quem sabe eu tome sua posição de bloqueador central no time, me falaram que eu mando bem no vôlei - joguei os cabelos para trás.

— Estou falando sério, no final do jogo eu percebi que você acompanhou muito a bola para conseguir defender junto com o Samu - ele riu — Treine, e tente me alcançar, acho que vai ser difícil já que eu mando muito bem em quadra.

Eu ri do seu comentário narcisista, mas de todo modo ele não estava errado. Porém ouvir dele que eu fui bem no jogo ontem de alguma maneira mexeu com meu ego, talvez eu estava em busca disso.

— Não duvide das minhas capacidades, quando eu quero alguma coisa eu sempre consigo - cruzei os braços e eu o encarei.

— Eu nunca disse que duvidava - ele me encarou de volta e senti minhas bochechas queimar pelo ato, desviei meus olhos para fora.

— B-bem, por quê não estava indo às aulas - tentei uma conversa diferente.

Ele deu de ombros — Talvez você estivesse certa quando mencionou sobre problemas familiares - ele comentou brincando com a fumaça em seus dedos e eu me senti horrível por lembrar do que disse a ele.

Mas eu não disse nada demais disso, apenas concordei, não senti que ele estava pronto para comentar sobre isso e eu muito menos para perguntar. Me levantei indo em ao seu lado me apoiando no muro e apreciando a vista que tínhamos dali.


— À vista daqui é linda, não é? - olhei para baixo vendo que ele me encarava.

— É sim, um dos meus lugares favoritos - comentou se levantando e pondo-se ao meu lado.

— É uma pena que as pessoas daqui estragam isso - falei me lembrando do ocorrido mais cedo, Suna me olhou de soslaio.

— Já recebeu o tratamento que os bolsistas ganham? - apoiou seu queixo no ponho me olhando diretamente nos olhos.

— Como sabe que eu sou bolsista? - juntei as sobracelhas.

— As noticias correm rápido por aqui. - olhou para frente.

— Bem, basicamente se eu não fazer o trabalho da namorada do Hiroshi eu serei expulsa, porquê segundo ele o pai dele que paga a mensalidade dos bolsistas - comentei fechando minhas mãos em punhos.

— Ele está certo, o pai dele que da fundos para o projeto, ele é muito respeitado por aqui.

— Eu não ligo, não irei fazer trabalho para ninguém, a não ser que me paguem para isso - também apoiei meu queixo no punho ficando à mesma altura que Suna.

Ele riu um pouco enquanto terminava a ponta do cigarro.

— Você sabia que os bolsistas aqui são só para manter a média do colégio no top 10 de melhores ensinos? - ele comentou e eu neguei — Basicamente vocês são usados para deixar que o Inarizaki não perca sua fama, te colocam na pior turma e usam sua nota para melhora-lá, patético.

Olhei para ele, Suna parecia estar irritado, eu só não sabia decifrar com o quê.

— Mas e o time de vôlei, ele aumenta muito a fama do colégio, não? - ele concordou.

— É por isso que a torcida odeia quando perdemos, é um péssimo assunto para o colégio, temos que ser os melhores em tudo. - bocejou.

— Que chatice ser estudante - comentei em meio ao silêncio que se formou.

Estávamos os dois olhando para à frente, e por breves instantes eu me esqueci do motivo de estarmos aqui na cobertura. Percebi que hoje foi a primeira vez que tive uma conversa decente com Suna, sem insultos ou proverbias, acho que ele não é tão ruim assim. Ou é?!

Nesse momento uma musica baixa começa a tocar e eu olhei para Suna até ver ele tirando um celular do bolso.

Alô? Sim estou aqui, venha abrir a porta, a (
[Nome] fechou ela! fodase venha logo.


Eu o olhei incrédula

— Você disse que estava sem seu celular - cruzei os braços.

— Eu menti - ele riu e soprou o resto de fumaça do cigarro na minha cara.

— Aah eu sabia que você não era confiável, babaca - revirei os olhos.

— Oya, quantos anos você tem hein? Não é porquê estamos na mesma sala que eu não sou mais velho, me trate com respeito (Nome)-chan.

— Ah me desculpe por isso, Suna-sama. - disse enquanto ele me encarava, parecia estar buscando alguma coisa em mim.

Ele ia me responder, porém a porta foi aberta revelando Atsumu com uma bola de vôlei nos braços.

— Porra Suna, Kita está atrás de você a horas. - comentou enquanto andei até ele — Olá [Nome]-san

— Olá Atsumu-kun, como você está?

— Estaria melhor se Suna estivesse com a gente treinando para o amistoso que vamos ter semana que vem - cruzou os braços olhando para o Rintarou eu ri de sua posição.

— Desculpe ele por isso, foi culpa minha ter fechado a porta - apesar que ele estava com um celular no bolso o tempo todo.

— Você passou muito tempo ao lado dele né, deve ter sido tedioso, como desculpas irei te convidar para assistir nosso jogo semana que vem - o olhei surpresa.

— Eu vou, mas só se me prometer que eu irei ver Suna sofrer jogando. - senti ele me encarar serio.

— Está prometido - Atsumu estendeu sua mão como um acordo.

— Não falem como se eu não estivesse aqui - Suna comentou enquanto descia as escadas.

Atsumu e eu riamos atrás dele.








NOTAS DA AUTORA

Aqui está mais um capitulo, e eu queria agradecer por todo apoio que vocês estão me dando. Muito obrigado!

Espero que tenham gostado, até o próximo.

*desculpe erros ortográficos 






OBS: me falem apelidos que vocês gostariam que o Suna chamassem vocês 🤰




feliz natal e um próspero ano novo para todos vocês 🤲!!!

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